Gamers e governos são a esperança do setor de PCs brasileiro

O mercado brasileiro de computadores cresceu apenas 0,3% no segundo trimestre de 2019. Em números absolutos, foram vendidos 1,448 milhão de máquinas que geraram receita de R$ 4,1 bilhões, valor 12% maior que o do mesmo período do ano passado. Os números são da consultoria IDC, que também aponta onde se concentra a esperança de crescimento do setor: no governo e nos gamers.

Wellington La Falce, analista de mercado da IDC, deu mais detalhes desse cenário em uma conversa com o Manual do Usuário. O setor vem de dois anos de recuperação — 15% em 2017 e 9% em 2018 — após meia década de quedas brutais — de 15,4 milhões de unidades vendidas em 2011 para 4,5 milhões em 2016.

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Bloco de notas #9

Notas curtas e curiosidades do mundo da tecnologia que publicaria no Twitter se o Twitter fosse uma rede legal. (Não é.)

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“O ImageNet Roulette é uma provocação criada para nos ajudar a ver como seres humanos são classificados em sistemas de aprendizagem de máquina”, explica o site do projeto de arte. “Ele usa uma rede neural treinada nas categorias de ‘Pessoas’ do conjunto de dados ImageNet, composto por mais de 2.500 rótulos usados para classificar imagens de pessoas”.

Basta enviar uma foto e ver como a inteligência artificial, que está embarcada em inúmeros sistemas, apps e plataformas comerciais, as classifica. Alguns resultados são engraçados; outros, extremamente perigosos. O projeto demonstra de maneira muito efetiva como a inteligência artificial, em geral fundada em conjuntos de dados rotulados por pessoas mal pagas, é sempre enviesada [New York Times, em inglês] (e ainda seria mesmo que as pessoas fossem bem pagas).

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Do Babel Fish ao Cambly, é mais fácil aprender inglês com a ajuda da tecnologia

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Cambly

O Peixe Babel é uma espécie fictícia que aparece na série literária O guia do mochileiro das galáxias, do escritor inglês Douglas Adams. Quando alguém coloca o peixinho dourado no ouvido, passa a compreender imediatamente todos os idiomas falados no universo.

A ficção inspirou um serviço de tradução rudimentar nos primórdios da internet, o Babel Fish. Lançado em 1997 pelo AltaVista, o “Google” da época, a pretensão era similar à do pequeno animal do universo criado por Adams, só que em escala planetária: traduzir instantaneamente os idiomas mais populares falados na Terra.

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Post livre #193

Toda semana, o Manual do Usuário publica o post livre, um post sem conteúdo, apenas para abrir os comentários e conversarmos sobre quaisquer assuntos. Ele fecha no domingo por volta das 16h.

Mi MIX Alpha, Galaxy Fold e o paradoxo do consumo de produtos de massa como fator de distinção

Olhe para o seu celular. Ele não é muito diferente do primeiro iPhone de 2007, o aparelho que inaugurou a era dos celulares modernos, ou smartphones. Ambos têm formato retangular, uma tela na frente, câmera atrás e no meio uma placa com alguns chips e uma bateria enorme.

A curva de inovação da indústria perfaz um “S”: começa lentamente, depois passa por um ciclo de desenvolvimento acelerado e, por fim, volta à lentidão. Na dos celulares, esse processo foi muito rápido, em velocidade condizente à sua popularidade inédita na história e aos saltos evolucionários gigantescos obtidos entre uma geração e outra. Em nenhum momento, porém, as mudanças atingiram aquele formato básico de “sanduíche de chips e bateria”. É raro, mas às vezes se acerta de primeira.

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Como o Vale do Silício criou o conto de fadas para adultos

Qual é a música mais bonita já escrita no Brasil? Você pode até chutar um monte, mas a minha eu já escolhi. É uma música escrita em parte por um dos maiores brasileiros a ter pisado nessa vida. Paulo Emílio Vanzolini fez uma carreira de enorme sucesso na biologia — médico formado pela USP com doutorado em Harvard e décadas como diretor do Museu de Zoologia da USP, o mais importante do país. Mas você não conhece Paulo Vanzolini por sua carreira de inegável sucesso na biologia. Fora da expediente, Vanzolini compunha músicas baseadas no que observava quando estava em São Paulo ou mergulhado no Pantanal por semanas fazendo seus estudos. Você provavelmente já ouviu Ronda e Volta por cima. (Se não está lembrado, pare de ler este Tecnocracia e vá ouvi-las, de preferência nas interpretações da Maria Bethânia. Uma regra de vida: se a Maria Bethânia cantou, é improvável que você ache uma interpretação melhor.)

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Quer ganhar um Chromecast de 3ª geração?

Um dos benefícios de ser assinante pago do Manual do Usuário é concorrer a produtos que o site recebe de empresas e assessorias, os famosos “recebidos”. Desta vez, faremos o sorteio de um Chromecast de 3ª geração, cedido em fevereiro deste ano pelo Google Brasil. Este aqui, ó:

Mão segurando o Chromecast de terceira geração do Google.
Chromecast de 3ª geração. Foto: Rodrigo Ghedin/Manual do Usuário.

Para concorrer, basta ser assinante do Manual via Catarse no valor mínimo de R$ 9/mês e estar em dia com os pagamentos no próximo dia 1º de outubro. Fácil, né?

Algumas considerações:

  • O envio do prêmio não tem custo ao(à) ganhador(a), desde que ele(a) resida no Brasil. Se morar fora, a gente debate o assunto caso a caso.
  • Este sorteio é uma iniciativa exclusiva do Manual do Usuário. O Google Brasil não tem qualquer participação nesta ação nem a endossa.
  • O sorteio não é auditado. Para aumentar a transparência, às 15h do dia 1º de outubro gravarei o sorteio em vídeo, usando o site Horário de Brasília como prova. É o que tem para hoje.
  • O vencedor fica inelegível para os próximos seis sorteios de “recebidos”.

Boa sorte a todos e, caso você ainda não assine o Manual e queira se tornar um, siga este link. O valor mínimo da assinatura para concorrer é R$ 9/mês, mas a partir de R$ 16 e R$ 32 as chances de ganhar dobram e triplicam, respectivamente.

Bloco de notas #8

Notas curtas e curiosidades do mundo da tecnologia que publicaria no Twitter se o Twitter fosse uma rede legal. (Não é.)

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É difícil encontrar alguém que morra de amores por impressoras, e mesmo assim a HP não se ajuda. O engenheiro de software Robert Heaton foi “convocado” pelos sogros para instalar uma impressora da marca. Enquanto cumpria parte da sua pena por existir, descobriu que a HP coleta muitos dados de uso do equipamento [em inglês], como detalhes dos dispositivos que imprimem nela, a partir de quais apps as impressões são feitas e até o número de páginas impressas, e os repassa a parceiros comerciais para segmentar anúncios.

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Sem Google, Huawei Mate 30 é a prova de que, em celulares, é o software que importa

A proibição do governo dos Estados Unidos de que as empresas do país façam negócio com a Huawei por uma suposta ameaça à segurança nacional causou o primeiro dano público à fabricante chinesa na manhã desta quinta-feira (19), durante a apresentação dos celulares Mate 30 e Mate 30 Pro em Munique, na Alemanha.

Richard Yu, chefe da divisão de consumo da Huawei, falou dos celulares e de alguns outros novos produtos da marca por cerca de duas horas. Na parte destinada ao tema Google e Android, Yu explicou rapidamente o impedimento imposto pelos EUA e apresentou a alternativa da casa aos serviços Google. É um tema evidentemente incômodo e que ameaça o desempenho comercial do Mate 30 fora da China.

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Post livre #192

Toda semana, o Manual do Usuário publica o post livre, um post sem conteúdo, apenas para abrir os comentários e conversarmos sobre quaisquer assuntos. Ele fecha no domingo por volta das 16h.

Só pelo novo indicador de volume já vale a pena atualizar um iPhone para o iOS 13

Nesta quinta-feira (19), a Apple libera a versão final do iOS 13 para todos os usuários de iPhone (6S e posteriores) e iPod touch de 7ª geração. Pela primeira vez o iPad ficou de fora, mas por um bom motivo: ele agora tem seu próprio sistema, o iPadOS, e este só chega no dia 24 de setembro.

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A (falta de?) inovação da Apple; O que esperar da CPMI das fake news

Neste Guia Prático, eu (Rodrigo Ghedin), Guilherme Tagiaroli e Giovanni Santa Rosa falamos de iPhone 11 e da pergunta que há anos gera debates acalorados em caixas de comentários de sites especializados: a Apple não inova mais? No segundo bloco, o assunto é política, ou as possíveis implicações da CPMI das fake news, iniciada no último dia 9 de setembro, nas empresas de internet que estão no centro da crise da desinformação que aflige o mundo.

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Vivo e os dados pessoais dos seus clientes, uma relação complicada

Em julho, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) protocolou uma ação civil pública contra a Telefônica, que opera no Brasil com a marca Vivo, pedindo à Justiça para determine que a empresa suspenda a comercialização do produto “mídia geolocalizada” do Vivo Ads, sua plataforma de publicidade segmentada.

A Telefônica se defende dizendo que obtém o consentimento dos clientes para o uso da sua geolocalização no contrato firmado com os consumidores, mas o MPDFT afirma na ação que não há “informação clara de como esses dados serão utilizados” nem “autorização nem conhecimento por parte dos clientes dos serviços Vivo de que seus dados serão utilizados como produto para fins comerciais da empresa”. Além disso, “especificamente quanto aos dados de geolocalização, (…) [eles] permitem extrair dezenas de outros dados sensíveis quanto àquele cliente, os quais, também, poderão ser utilizados como produto”.

No processo também foi juntado vídeo em que um representante da famigerada Cambridge Analytica, empresa de análise de dados acusada de manipular o Brexit e as eleições presidentes dos Estados Unidos em 2016, explica o funcionamento do Vivo Ads e diz considerá-lo um “escândalo”.

A coleta de dados de geolocalização da Telefônica/Vivo é um pouco pior que a do Facebook, Google e Twitter, e não apenas por ser uma operadora em vez de um serviço que roda em uma camada mais elevada da internet. Por pior que sejam, Facebook, Google e Twitter pelo menos oferecem algumas opções que limitam marginalmente a coleta e o uso de dados para fins publicitários, ainda que soterradas em telas confusas nos confins dos seus aplicativos e sites. Eles tentam disfarçar em vez de esconder a prática.

O assunto voltou à tona por esta notinha publicada no Mobile Time, informando que a Vivo adotou a plataforma britânica Engage Hub para oferecer uma nova opção de saída (opt-out) do Vivo Ads aos clientes.

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