A câmera do Huawei P30 Pro é a caixa preta definitiva

Nesta terça (30), a Huawei retorna oficialmente ao mercado de celulares brasileiro. Diferentemente da última tentativa, em 2014, desta vez ela chega com credenciais de respeito: é segunda maior fabricante de celulares do mundo e traz embaixo do braço um dos aparelhos mais desejados do momento, o P30 Pro. Antes que você se anime, adianto que não será barato (este texto será atualizado com valores e datas logo mais). Mas, para além dos aspectos mercadológicos e técnicos, este celular traz uma discussão filosófica sobre fotografia.

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O r/Piracy, o streaming e o “projeto do instante”

A “pirataria” digital está em nossas vidas há 20 anos graças, especialmente, a Shawn Fanning e seu aplicativo de compartilhamento de arquivos pioneiro, o Napster. Nesse período, suas formas de se expressar com os usuários e com a lei têm se mostrado dinâmicas. Assim, habitar a distribuição do entretenimento passa a ser um jogo de xadrez. É sobre essa habitação que este texto trata. Sobre uma habitação negociada, especialmente, a partir do tempo.

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A imagem trincou

Foi quase uma melancólica coincidência. No mesmo mês em que Julian Assange, a cara do Wikileaks, foi preso, escancarou-se o desconforto de alas progressistas, decididamente pró-liberdade de expressão, com o descaso das plataformas norte-americanas de redes sociais com princípios básicos da democracia. No início da década, movimentos como o Ocuppy Wall Street, o Wikileaks e, principalmente, a Primavera Árabe encheram de esperança aqueles que anseiam por mais transparência governamental e um aperto na fiscalização dos poderosos. Naquele cenário, as redes sociais eram aliadas na luta que, embora inglória, afinal parecia estar surtindo efeito. Hoje, a sensação é de que estamos vivendo em distopias particularmente ruins. Onde foi que o trem descarrilou?

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Leica, China e a nossa impotência diante das injustiças

Há muitos anos desisti de escrever sobre tecnologia. Ao menos, escrever rotineiramente. Quando você se acostuma a falar de alguma coisa como tecnologia de consumo, não há muito mais que te incomode ou motive. Costuma ser mais do mesmo: mais um novo telefone celular, mais um novo processador, mais uma nova TV que faz exatamente a mesma coisa, mas um pouquinho mais rápido. Basicamente, para a maioria são raros os avanços que justifiquem o transtorno e o preço — idealmente, compraríamos um novo somente quando o velho quebrasse. Sua vida não será 50% melhor se você trocar o seu atual celular por outro que, garante a fabricante, é 50% mais rápido (com um asterisco informando, em letras miúdas, que o ganho se dá em condições bem específicas e irreais).

Mas então aparecem umas notícias que… incomodam. E, aí sim, dá vontade de escrever porque algumas coisas acabam entaladas na garganta. São notícias que fazem algumas engrenagens saírem da inércia.

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Post livre #171

Toda semana, o Manual do Usuário publica o post livre, um post sem conteúdo, apenas para abrir os comentários e conversarmos sobre quaisquer assuntos. Ele fecha no sábado, na hora do almoço.

Como lidar com o suicídio nas redes sociais

No programa de hoje, eu (Rodrigo Ghedin) e Fabio Montarroios entrevistamos Karen Scavacini, doutora em psicologia pela USP e fundadora e diretora do Instituto Vita Alere de Prevenção e Posvenção do Suicídio. Recentemente, ela participou de um painel organizado pelo Facebook com experts do mundo inteiro para sugerir melhorias na prevenção do suicídio e no trato a sobreviventes nas redes sociais Facebook e Instagram.

Lidar com o assunto nesses ambientes é um trabalho difícil e delicado, pois há muitas nuances que geram a necessidade de abordagens específicas para cada caso. Na entrevista, Karen fala dessas dificuldades, dos progressos feitos e como agir ao se deparar com alguém que esteja manifestando pensamentos suicidas na internet.

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Esconder o número de curtidas no Instagram não vai resolver o problema

Jane Wong, uma programadora independente, descobriu que o Instagram testou em algum período recente esconder o número de curtidas (“likes”) das fotos e vídeos publicados na rede social. Só teria acesso a esse número o usuário que publicou o conteúdo. A mensagem que aparece no app diz que o Instagram quer, com isso, que “os seguidores foquem no que você compartilha, não em quantas curtidas seus posts ganham”. Estaria o Instagram/Facebook preocupado com a pressão que os usuários dizem sentir cada vez mais forte?

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Post livre #170

Toda semana, o Manual do Usuário publica o post livre, um post sem conteúdo, apenas para abrir os comentários e conversarmos sobre quaisquer assuntos. Ele fecha no sábado, na hora do almoço.

A rede social não está apenas fragmentando sua atenção, mas também te anestesiando para a vida

Esta história começa com um lado macro e um lado micro. O macro: toda geração se acha melhor que as gerações anteriores à sua. A do seu pai achava. A do seu avô achava. E a sua também acha. A incapacidade de ver o futuro, aliada à possibilidade de analisar o passado nos mínimos detalhes, nos coloca na confortável possível de saber como os antigos viviam e não entender como algumas armadilhas tão óbvias não eram vistas pelo seu pai, sua mãe ou seus avós como… bem, armadilhas. O problema é que, enquanto damos risada de como os nossos pais caíram no papinho da indústria tabagista de que fumar era glamouroso, por exemplo, a gente mesmo está caindo em outro papinho ainda pior.

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A Apple deveria mudar este detalhe do iOS para manter seu discurso pró-privacidade coerente

A nova campanha de marketing da Apple ressalta a privacidade que a empresa garante em seus produtos (veja o vídeo). Não é de hoje que a Apple transformou a privacidade em argumento de venda — e item de luxo — em contraponto ao Android do Google e a praticamente toda a indústria de tecnologia. Por isso, ao ver a nova campanha da Apple, a Fundação Mozilla trouxe à tona um questionamento pertinente: e o IDFA?

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Com a fragmentação do streaming, pirataria volta a ganhar força

Nota do editor: A Andressa, que já participou de um Guia Prático, pesquisou em seu doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) a relação entre a fragmentação das plataformas de streaming de vídeo e a volta da pirataria desse tipo de conteúdo. O texto abaixo é um excerto da sua tese, com uma leve edição para tornar a leitura mais fluída no formato blog. A tese ainda não foi publicada; quando estiver disponível, atualizarei esta nota com o link para download.


Ao final da primeira década dos anos 2000, especialmente entre os anos de 2007 e 2008, o mercado dos serviços de streaming audiovisual (com a proposta principal de vender conteúdo ao público), assim como os demais atores interessados em suas dinâmicas e impactos (principalmente nas dimensões tecnológica, legal e comercial), produziam (e experienciavam) uma certa atmosfera marcada pela esperança de um combate eficaz ao universo da “pirataria”1 digital.

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O que tem na mochila de Arthur Schaefer

Foto de Arthur Schaefer. Arthur Schaefer é profissional de TI na empresa Baviera TI. Possui MBA em Gerenciamento de Projetos e é tecnólogo em Redes de Computadores. Atua também como instrutor e professor de redes de computadores e idiomas. Mantém um blog e um canal no YouTube para falar sobre algumas tecnologias que tem apreço. Pratica esportes variados mas tem paixão pelo ciclismo de montanha.

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5 pontos para entender a operação da Uber a partir do seu pedido de IPO

Uma startup bem sucedida tem dois destinos possíveis (“exits” ou saídas, no jargão dos startupeiros): ser comprada por uma empresa maior ou abrir seu capital na bolsa. Em ambos os casos, investidores de risco, fundadores e funcionários com equity enriquecem, justificando, no caso dos últimos, as noites viradas trabalhando no escritório e outros abusos quase medievais, mas tão comuns nesses tempos anacrônicos em que vivemos. A Uber, uma das maiores startups da história, deu nesta quinta-feira (11) o primeiro passo para abrir seu capital na Bolsa de Nova York (NYSE): enviou um documento detalhado da sua operação, o S1, à Security and Exchange Comission (SEC), equivalente à CVM dos Estados Unidos.

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Os desafios para se levar tecnologia à terceira idade

A população está envelhecendo. Segundo o IBGE, em 2060 o Brasil terá 25% da sua população com 65 anos ou mais. O que as empresas de tecnologia estão fazendo para sanar as necessidades desse público? É sobre isso que eu (Rodrigo Ghedin) e Naiady Piva, com a participação de David Villalva, fundador da startup Digitalidade, que ensina e capacita em tecnologia pessoas idosas, conversamos essa semana.

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