Muitas publicações ainda insistem em se dizerem imparciais, como se isso fosse possível. No jornalismo, toda decisão editorial reflete os vieses e posicionamentos de quem as toma.
O Manual do Usuário não se furta de tomar posições e evidenciá-las, sempre que oportuno, à audiência. Trabalhamos com rigor jornalístico, mas nos damos essa liberdade de expôr posicionamentos e justificar decisões editoriais com eles. Não há nenhuma pretensão de imparcialidade; em vez de viver essa ilusão, tentamos ser justos com quem criticamos e abertos ao contraditório.
Tal postura é especialmente importante no meio da tecnologia, onde posições pró-mercado são tão dominantes que acabam passando por “naturais”, ou “neutras”. Isso não é verdade. Existem outros pontos de vista e uma das nossas missões é destacá-los.
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Ilustração do topo: Toia Cruz.
Edição 20#32
- Especial A cabine de home office da Stefanini
- Opinião Os três problemas do polêmico VAR, o árbitro de vídeo do futebol
- Apoie Não existe imparcialidade na comunicação — e fazemos questão de evidenciar isso
- Escritório em casa O escritório em casa da jornalista Laura Gris Mota
- Vamos conversar? Post livre #237
- Bloco de notas Novo plano do Globoplay é duro golpe contra TVs por assinatura
Tenho 56 anos. Graduando na década de 1980, inevitavelmente topei com literatura de esquerda que naquele momento deixava de ser clandestina e ressurgia nos estertores da ditadura militar. Bem, faço esta introdução para dizer que para parte da minha geração, a comunicação nunca foi considerada imparcial. Como seria se a informação tornou-se mercadoria há pelo menos dois séculos?
Sou um pouco mais novo que você, Hugo, e não tenho bagagem para arriscar uma resposta a essa pergunta. Apenas suspeito que um discurso pretensamente imparcial ajude a validar posicionamentos (pois estariam acima de paixões e vieses) e abarcar uma audiência potencial maior ao não segregá-la de maneira alguma.
Concordo que não existe imparcialidade.
E te dou os parabéns por se posicionar assim, afinal, entro aqui para ler as matérias escritas por um humano e não um robô (talvez nem um robô seja imparcial).
Vida longa ao MdU.
Valeu, Capitão! Eu tenho comigo que, por ora, nem mesmo robôs conseguem ser imparciais já que eles são criados por seres humanos e esses inevitavelmente têm seus vieses e posicionamentos — vide os algoritmos de seleção de conteúdo.