Achados e perdidos #1.

Toda semana acumulo links curiosos, vídeos ou coisas legais, mas que achei não valiam uma notinha. Descaradamente inspirado pelos link packs da Tina, decidi reuni-los numa lista e publicá-la aqui. Se funcionar, todo sábado sai um novo “Achados e perdidos”. Se não, ninguém viu ?


This is the MagSanitize Pro, the iPhone Hand Sanitizer Dispenser!

— Matty Benedetto desenvolve produtos desnecessários, ou inúteis. O último deles, acima, é um pote de álcool gel que se conecta ao iPhone 12 via MagSafe (em inglês).

— A Fujifilm lançou esta semana a X-E4, uma câmera mirrorless com lentes intercambiáveis bem compacta. Adorável, mas que cara! Detalhes no Digital Photography Review (em inglês).

— A Xiaomi está desenvolvendo um caixote capaz de recarregar celulares à distância (em inglês), sem fios. Ainda é só um protótipo, porém.

— Sempre atual (infelizmente) esta representação visual e em escala da riqueza. Prepare o dedo, porque tem que rolar muito, mas muito mesmo para chegar ao fim. (Dica do Vitor, no post livre.)

— Bem bonitos estes papéis de parede do Hector Simpson inspirados nos clássicos do OS X, mas modernizados. Seus por US$ 3.

— Por falar em papéis de parede, o Aquino, chapa deste Manual do Usuário, consolidou e relançou seu império de papéis de parede de games. Eles agora estão de casa nova, o My Game Wallpapers.

— O merchã chegando a locais nunca antes explorados pelo capitalismo: a Tramontina lançou uma linha de panelas oficiais (?) do filme Mulher-Maravilha 1984.

— Guy Dupont pegou um iPod Classic, de 2004, e o modificou para que ele rodasse o Spotify. O nome é tão genial quanto o projeto em si: sPot (em inglês).

O mega vazamento de dados no Brasil / GameStop e r/WallStreetBets: um novo desafio às plataformas

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Nesta semana, Rodrigo Ghedin e Jacqueline Lafloufa destrincham dois assuntos espinhosos. No primeiro bloco, o mega vazamento de dados ocorrido no Brasil e que afeta praticamente todas as pessoas do país (e mais um tanto que já morreu). De quem é a culpa? Quais os riscos? O que fazer para se proteger?

Já no segundo bloco, falamos da maluquice envolvendo um grupo no Reddit, o r/WallStreetBets, as ações de uma empresa moribunda, a GameStop, e uma ação coordenada que deixou alguns fundos de investimentos bilionários de joelhos. No meio dessa história, empresas de tecnologia se viram diante de um novo desafio de moderação.

No fim, Jacque indica o livro Falando de economia com minha filha, do Yanis Varoufakis (ouça uma indicação estendida no podcast dela) e Ghedin, o filme Estado de união, do inglês Nick Hornby.

Conta salário no PIX é a aposta do Banco Central para 2021.

O Banco Central pretende turbinar o Pix em 2021. As novas funcionalidades do sistema de pagamentos instantâneos são muitas e variadas — de movimentação em contas salário a saques, passando por parcelamento e débito automático (para viabilizar pagamentos recorrentes). Via LABS.

Mega vazamento de dados: saiba como fraudadores sacam o FGTS e o que fazer para evitar o golpe.

O mega vazamento de dados pessoais no Brasil já está sendo explorado por estelionatários, segundo o G1. Eles estariam usando o CPF e outros dados para se cadastrarem no INSS e, informando um e-mail falso, sacarem o FGTS. A dica para evitar transtornos é antecipar-se a eles e fazer o cadastro no Caixa Tem. Via G1.

Twitter entra no segmento de newsletters com a compra da Revue.

Sem divulgar valores, nesta semana o Twitter anunciou a compra da Revue, um serviço de newsletters, e imediatamente implementou mudanças: liberou os recursos “Pro” para usuários gratuitos e baixou a comissão cobrada das newsletters pagas para 5%, metade da do Substack. O modelo de negócio da Revue é similar ao do Substack, rival que teve um crescimento meteórico em 2020. Para mudar essa história, o Twitter vai alavancar sua rede social para promover as newsletters da Revue. O histórico da empresa com aquisições do tipo não é bom, porém — lembra dos fiascos que foram as do Periscope e do Vine? Via Twitter (em inglês), @wongmjane/Twitter (em inglês).

Comitê de Supervisão independente defende permanência de post favorável à cloroquina no tratamento da COVID-19.

Na primeira rodada de decisões do Comitê de Supervisão independente do Facebook, vimos resultados meio esquisitos. Em um dos casos julgados, o Comitê reverteu a exclusão de um post em Mianmar em que alguém dizia que muçulmanos têm algo errado na cabeça por não reagirem ao tratamento dado pela China aos uigures muçulmanos com a mesma intensidade com que reagem a caricaturas de Maomé na França. “Embora o post possa ser considerado ofensivo, ele não atingiu o nível de discurso de ódio,” diz a decisão. Via Comitê de Supervisão.

A grande polêmica, porém, foi a reversão na exclusão do post de um homem na França, publicado em um grupo em outubro de 2020, que reclamava do governo pela falta de autorização para o uso de hidroxicloroquina combinada com azitromicina no tratamento da COVID-19. O texto também questionava o que a sociedade tinha a perder ao permitir que médicos receitassem um “remédio inofensivo” quando os sintomas da doença aparecessem. O Facebook havia justificado a exclusão com as suas regras específicas de COVID-19 e de risco iminente de dano físico — o que, e o Brasil é prova disso, está correto.

Surpreendentemente, o Facebook informou, por nota, que não acatará a decisão do Comitê relacionada ao post da COVID-19. Provavelmente a coisa certa a ser feita, mas já na largada esse caso coloca em xeque o poder do Comitê.

Em tempo: é esse Comitê que decidirá o futuro de Donald Trump nas plataformas do Facebook.

Seus dados pessoais vazaram; o que fazer agora?

A gravidade com que são tratados os vazamentos de dados pessoais tem uma justificativa muito simples: boa parte deles não é substituível. Um número de telefone ou endereço são do tipo de dado mais simples de trocar, e mesmo esses já dão dor de cabeça e, para muitos, são trocas inviáveis. Documentos ou o nome de alguém são ainda mais complexo, e só possível em situações excepcionais. Trocar os biométricos, como impressões digitais ou o rosto? Boa sorte com isso.

Nesta semana, soubemos que um oceano de dados pessoais de praticamente todos os brasileiros vivos (e alguns mortos) está à venda na internet, fruto do que alguns já consideram o maior e mais lesivo vazamento da história no Brasil, um dos maiores do mundo.

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Donald Trump é o primeiro grande case de déspota digital auxiliado pela Big Tech

Essa história começa com dois fenômenos paralelos.

O primeiro. Como você entrou na internet? Pode ter ouvido de um(a) amigo(a) e resolveu, lá atrás, testar a conexão discada, as salas de chat, o IRC, o fazer amigos(as) só por mensagens de texto, sem nunca ter visto a cara ou ouvido a voz. Quando apareceram, as redes sociais se tornaram porta de entrada para milhões de pessoas. Você pode ter sido uma delas — no Brasil, lá por 2007, 2008, o Orkut era sinônimo de internet, enquanto no resto do mundo eram o MySpace e, depois, o Facebook. Gente fora daquele perfil entusiasta começou a aparecer — tua tia do interior, o povo todo do colégio e da faculdade.

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Post livre #253

Toda semana, o Manual do Usuário publica o post livre, um post sem conteúdo, apenas para abrir os comentários e conversarmos sobre quaisquer assuntos. Ele fecha no domingo por volta das 16h.

Telegram agora importa histórico de conversas do WhatsApp.

Os aplicativos rivais do WhatsApp continuam aproveitando o momento. O Telegram 7.4, liberado nesta quinta (28), permite importar o histórico de conversas de outros apps — incluindo, obviamente, do WhatsApp. Via Telegram.

Cautela com o r/WallStreetBets e as ações da GameStop.

Enche o coração ver rico se dar mal, mas a história do r/WallStreetBets manipulando o valor de mercado da GameStop para lucrar em cima das vendas a descoberto (um “short squeeze”) de fundos hedge é mais complexa que isso. A história em si já é complexa; refiro-me ao contexto do evento.

As pessoas do r/WallStreetBets que organizaram o “hack” são niilistas com tendências antissistêmicas. Lembram sabe quem? Trumpistas/golpistas do Capitólio. Proto-terroristas do #Gamersgate. Jornadas de Junho/bolsonaristas ferrenhos. Tudo parece muito bonito, inspirador, até que a essência da coisa é subvertida (ou revelada) e nos deparamos com algo grotesco.

Não me entenda mal: o mercado de capitais é grotesco. Da ideia original de popularizar riscos e lucros, hoje ele é um fim em si mesmo. E é disso que decorre muitas das suas irracionalidades e injustiças, que o transforma em um cassino. (Não há maneira melhor de explicar a venda a descoberto do que sendo uma grande aposta.) O que o r/WallStreetBets fez foi instrumentalizar, na força bruta, algumas dessas irracionalidades para prejudicar os donos da banca e (importante dizer) enriquecer no processo. Há muito mais ressentimento e oportunismo do que senso de justiça norteando as ações deles.

Estamos (ou deveríamos estar) vacinados com o papo de “pior que tá, não fica”, e… bem, não precisa ir muito longe para sacar o ethos dos caras: a descrição do r/WallStreetBets é “Like 4chan found a bloomberg terminal illness.”

Sente-se em uma cadeira desconfortável, em um local desconfortável e olhe para uma tela desconfortavelmente pequena com um navegador web desconfortavelmente ultrapassado. É fácil usar os sites que você criou?

— Terence Eden

Terence, que se refere à característica de um site ser usável mesmo em condições adversas como “eficácia excessiva”, usa o Gov.uk, site oficial do governo britânico, como exemplo positivo. É um de suma importância e que, como tal, funciona até no limitadíssimo navegador web do PSP. O Manual do Usuário adere a essa linha. Você pode acessá-lo sem prejuízo no ainda mais limitado navegador do Kindle.

Sites informativos que funcionam em qualquer navegador e em qualquer dispositivo deveriam ser a regra, mas são exceções. O que ganhamos com essa troca? Uma animação bonitinha? Um vídeo de 41 MB carregando ao fundo de um site que promove uma tecnologia de acesso rápido a conteúdos na internet? Via Terence Eden’s Blog (em inglês).

Login no WhatsApp Web terá autenticação por biometria.

Da série pequenas ideias, grande utilidade, o WhatsApp passará a exigir autenticação biométrica para liberar o uso do app em computadores (aplicativo e versão web). Via G1.

Navegador Vivaldi exibe até duas linhas de abas

Porção superior de uma janela do Vivaldi, com duas linhas de abas em exibição.
Imagem: Vivaldi/Divulgação.

O Vivaldi, navegador baseado no Chromium e voltado a usuários avançados, tem a capacidade de exibir duas linhas de abas ao mesmo tempo. A segunda linha não é uma continuação da primeira. Em vez disso, ela aparece quando o usuário agrupou abas previamente e deseja vê-las e gerenciá-las com mais comodidade. (Este vídeo demonstra o recurso, chamado “Tab Stacks”.) A propósito, o Vivaldi tem uma tonelada de opções relacionadas a abas. Veja-as aqui.

O que vocês leram de bom?.

Toda quinta, na newsletter do Manual (cadastre-se gratuitamente), indico leituras longas/de fôlego (artigos, reportagens, ensaios) publicadas em outros sites.

Seria o máximo se esse trabalho fosse colaborativo, feito com a sua ajuda.

Indique nos comentários uma leitura longa da última semana, relacionada aos temas que costumam aparecer aqui no site, que você acha que deveria ser lida por mais gente. Vale em português ou inglês.