Diga não ao streaming, ouça MP3…?

Prints do iTunes, Windows Media Player (skin da cabeça verde) e Winamp (skin padrão); ao fundo, gramado e céu azul, o papel de parede padrão do Windows XP. Efeito dither com cores CMYK.

Spotify , Apple Music , até Amazon Music . Todos esses serviços de streaming de músicas ficaram mais caros no último ano.

Não que a mensalidade seja uma fortuna, mas a cada aumento, por óbvio, o serviço pesa mais no bolso.

Existe alternativa? Peguei-me pensando nisso, dia desses.

Em algum momento na virada dos anos 2010, deixamos de lado os arquivos soltos de MP3, a boa e velha pirataria e o gerenciamento das próprias músicas, para abraçar o streaming, um serviço barato, conveniente, com (quase) todas as músicas ao alcance de um ou dois toques…

Ok, mas será que a experiência “antiga”, aquela pré-2010, seria ruim hoje? Viável? Resolvi fazer o teste.

O primeiro desafio é encontrar um aplicativo decente para ouvir música no celular. (Eu não me recordo a última vez que ouvi música no computador, salvo aquelas playlists lo-fi para abafar barulhos externos.)

Embora o Música, aplicativo nativo da Apple, toque arquivos locais, é evidente que esse não é o seu forte. Há um grande incentivo para que a pessoa inscreva-se no Apple Music.

Felizmente, existem muitos aplicativos de terceiros dedicados à velha arte de tocar MP3, FLAC e outros formatos de áudio.

Dos que testei no iOS, gostei do Doppi (R$ 7,90) e do Doppler (R$ 49,90, com sete dias de teste grátis).

Embora tenha gostado mais do visual e organização do Doppi, o Doppler é mais “profissional” — tem até um app para macOS que facilita a transferência dos arquivos. Para quem curte interfaces claras, o tema escuro obrigatório pode ser um problema.

No Android, topei com o Oto Music (freemium, não sei o preço do Premium). É o mais personalizável e, arrisco dizer, o mais bonito de todos, com uma interface bem adaptada ao “Material You” das versões recentes do Android, fácil de sacar e sem firulas.

Para ambos os sistemas, o bom e velho VLC (gratuito) pode quebrar o galho.

Escolhido o aplicativo, agora vem a parte difícil: onde encontrar músicas? Achei algumas compradas (e… ahn, não compradas) há muito tempo, em um HD externo meio esquecido. Bom, mas muita coisa legal foi lançada desde então.

A compra de músicas, em 2023, é difícil e cara. Um dos poucos (único?) lugares que ainda oferece a modalidade é a iTunes Store, da Apple, onde uma música avulsa custa R$ 2,90 e álbuns inteiros a preços variados, de R$ 6 a R$ 40. Lançamentos giram em torno de R$ 20.

Nesse momento, a frieza da matemática coloca o experimento em xeque. O preço de um álbum lançamento equivale a um mês de música infinita no streaming. Não vale a pena.

“Ah, mas todo mundo pirateava MP3”, alguém com tapa-olho e perna de pau diz lá ao fundo. Sim. Eram outros tempos. Músicas antigas são relativamente fáceis de encontrar nos locais habituais. Já os lançamentos, não. Talvez seja eu, que desaprendi a piratear música.

Pelo bem do experimento (e para não perder essa pauta), seguimos. O passo seguinte se desdobra em dois problemas: 1) Armazenar e organizar as músicas; e 2) Passá-las ao celular.

Com dois ou três álbuns, é suave arrumar as informações de cada música, colocar a arte da capa, guardá-las na memória do computador ou direto no celular.

Com dez, já complica. Com dezenas, fica muito difícil. Arquivos de música digital em qualidade aceitável não ocupam muito espaço, mas centenas, milhares delas, sim. O custo inicial pode ficar salgado se tivermos que gastar em um pen drive ou HD externo, ou virar um gasto recorrente — exatamente o que estamos tentando evitar — com espaço extra na nuvem.

E tem mais: vai fazer backup das músicas? Vale o risco de ter seu Google Drive ou equivalente suspenso por armazenar “pirataria”? Tem tempo para ficar editando id3tags de cada canção? Você sabe o que é id3tag?

(Não desanime!)

Agora, vamos passar as músicas ao celular.

O Oto Music lê a memória interno do celular, então é só passar as músicas pelo cabo USB. Pouco elegante, mas funcional. Com o Doppi, Doppler ou VLC, é possível fazer o envio por Wi-Fi. Prático também. Cuidado para não esgotar a memória do celular.

Tudo muito bom, tudo lindo. Aí você está na rua, longe de casa, e bate a vontade ou alguém pede para tocar aquela música. Aquela, justamente a que você não tem no celular. O mundo não vai acabar; tem o YouTube e o Spotify com anúncios horrendos a um toque de distância, mas… né, sei lá.

No fim, abortei o plano de cancelar a assinatura do streaming.

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61 comentários

  1. Tenho minhas MP3 desde 1996… Algumas com glitches de velhos bad blocks de HDs velhos…
    Uso em paralelo o stream e as MP3. Uso o winamp no PC (sim, ele ainda existe) e copio uma playlist para celular conforme minha necessidade (ele gerencia para copiar/apagar a playlist).
    No celular uso o app musicolet para ouvir, bem decente, grátis.
    Para achar mp3, o bom e velho google:
    intitle:”index of/” mp3

  2. Por um lado, é estranho que a gente tenha caído nessa de depender do streaming de música. Por outro, ele mantém sua relevância por ser muito prático e bastante “aberto”, até. Digo, não as práticas das empresas, não esse tipo de coisa, mas o conteúdo da plataforma mesmo. Nossas músicas provavelmente estarão no Spotify assim como no Deezer, no Tidal… Basta-nos escolher alguma plataforma e seguir. A partir desse ponto, é tudo muito conveniente. É a coisa do irresistível, nos lembraria o velho Bataille, e ela é bastante perigosa.

    No futuro, será que o aumento dos preços e o ressurgimento dos anúncios em planos premium vai fazer renascer a pirataria musical?

    Ah… em tempo! Existe um projeto chamado Nuclear Music Player, que é, ou pretende ser, uma pirataria 2.0, bebendo de várias fontes de conteúdo. Minha questão é que ele não tem versão mobile, mas é alguma proposta.

  3. Guedin,

    tenta usar um servidor de streaming próprio para ouvir os seus MP3 onde quiser, por streaming. Eu já tive um servidor subsonic no passado, muito antes de Spotify e cia e funcionava muito bem…

    O Subsonic http://www.subsonic.org/ é o programa mais maduro nesse sentido, mas tem outras alternativas hj como o Ampache, Nuclear ou o Funkwhale (esse último é compatível com ActivityPub e Mastodon) que eu desconheço a qualidade.

  4. Um tanto melancólico, não? Olha, não sou cliente de streming de música, nunca fui. Meu principal consumo de música, hoje, é rádio. Sim! Rádio de verdade.

  5. Há pouco mais de um ano tenho ouvido música sobretudo por rádio, quando não a escuto pelo player do Telegram, através de um bot chamado “VK Music”. Quando preciso de ouvir a um disco, modalidade que é difícil de organizar por esse bot, uso o bot “Spotify Music Download”. Pego os arquivos que o bot me gera, e upo para meu laptop. Assim tenho música disponível tanto online quanto offline, pelo celular e pelo computador.

  6. Rindo que comecei lendo entusiasmado e pensando em cancelar todos os serviços que tenho aí cheguei na última linha.

  7. Salve, grande postagem! Não desista, o futuro é analógico. Eu nunca abandonei meus mp3. Baixei bastante coisa, comprei algumas coisas, rippei todos os meus CDs e tenho tudo muito bem organizado em pastas aqui. Gosto muito de ouvir “discos” (álbuns inteiros). A coisa mais bizarra do Spotify é ter quebrado esse conceito de uma “biblioteca de discos” com os “favoritos”. Eu pulei fora do Spotify antes disso.

    Antes do Apple Music, paguei o iTunes Match (que localizava o que você tinha de semelhante com a biblioteca da Apple). E muita coisa que eu tenho, não tinha lá. No Music continua dando pra fazer upload dos discos que você tem e incorpora-los à biblioteca.

    Manter os mp3 é bom. A versão de estúdo do Kaya n’Gandaya (do Gil) outro dia desapareceu do streaming da Apple. Sobrou só uma versão ao vivo. Por sorte tenho o disquinho aqui bem salvo.

    Uso um organizador de tags de mp3 chamado Kid3 (https://kid3.kde.org/) e sou bem neurótico com essa organização. Todo álbum ou músicaque eu gosto, procuro ter também em mp3. Mas tem coisa secundária que eu deixo só no streaming.

    Um amigo do meu primo falou que o Soulseek continua bem ativo e sensacional como sempre foi. Diz ele que dá pra achar quase tudo por lá, com alta qualidade, só recomendou que use um bom VPN pra isso. E também dá pra descobrir bibliotecas maravilhosas de pessoas que compartilham seus discos. Redes sociais à antiga.

    1. Perdio o tempo pra editar, mas complemento:

      O mp3 nunca morreu pra mim. Acho que segue em paralelo ao streaming. O mesmo vale pra filmes (o que eu gosto, eu tenho aqui offline). E pra adicionar outr camada vintage, uso o LastFM desde 2007 (com alguns pequenos intervalos onde não havia compatibilidade entre o player e a plataforma). É a coisa mais linda ver as estatísticas de música.

    2. Depois que descobri o Soulseek, nunca mais parei de usar. Eu acabo baixando mais por apps que baixam dos streaming, mas compartilho toda a minha biblioteca por lá.

  8. Eu tenho muitos mp3s baixados de épocas passadas (início dos anos 201X) que mantenho com muito carinho, junto de outros áudios ripados do youtube (como shows que raramente existem nos serviços de streaming).
    No notebook uso o rhytmbox mesmo (nativo) e no celular uso o VLC para ouvir.

  9. Estou fazendo exatamente o mesmo teste e tive a mesma impressão de “desaprendi a piratear”, mas daí eu lembrei do Deezerloader, que tem versão pra Windows/LInux e Mac. (https://www.deezloader.app/download/)

    Para os mais exigentes, é possível até baixar do Tidal, desde que tenha uma assinatura, usando essa aplicação (https://github.com/yaronzz/Tidal-Media-Downloader).

    Quanto a aplicativos, eu ouço majoritariamente no celular, usei alguns dos apps da store, mas pensei: por que não o Samsung Music? E estou gostando da experiência por enquanto. No Linux tenho usado um player interessante chamado Amberol.

    Por fim, em se tratando de espaço em disco e disponibilidade online dos arquivos, uma grata surpresa, mas que não funciona ainda como eu espero, é que você consegue fazer streaming das suas músicas no Mega, no PC não funciona exatamente como deveria, mas no celular sim.

    Então, dá pra deixar online no Mega e baixar conforme deseja.

    1. Nossa, com essa você entregou demais! Eu mesmo gosto muito do Deezer, mas não conseguia deixar músicas offline, porque eles não têm um cliente para Linux (alô, Deezer!). Com isso, ainda que eu assine, não poderia baixar e ter algumas músicas comigo para quanto precisar.

  10. Curiosamente me peguei pensando o mesmo esses dias e fiz o mesmo teste. No meu caso o que mais escuto são músicas orientais, algumas delas até hoje não estão disponíveis na maioria dos serviços de streaming ocidentais então já sei onde encontra-las em mp3 320kbps e até em flac.
    Mas abortei o plano em poucas horas devido a mesma conclusão. Iria me limitar pra sempre às mesmas faixas, além de ocupar espaço em disco.
    Concluí que há dois tipos de serviços que vou ter que conviver o resto da minha vida pagando mensalidade: espaço em nuvem e de música. Serviços de streaming em vídeo não são tão essenciais no meu uso se comparado a esses dois.

    1. Falando em músicas orientais, eu baixo especificamente K-pop de um tracker privado. Te interessa?

        1. Só 2 perguntas:
          Você já usa tracker privado ou sabe como funciona?
          Como você vai me enviar o seu e-mail?

          1. Muito obrigado! Pode contar contar comigo! Tenho mais de 10 anos em trackers sem nenhuma advertência sequer, sou bem acostumado hehe

  11. Antigamente eu passava raiva com o 4-shared, seus milhões de botões de download e os anúncios duvidosos (eu baixava músicas para os meus pais). E então eu descobri que dava para rippar as músicas do YouTube e a minha vida ficou infinitamente mais fácil.

  12. No PC Windows uso:

    MusicBee: player e gerenciador.

    Tagscanner: editor de tag e gerenciador

    Soulseek: para download de músicas .mp3 e .flac

    No iPhone uso o player Jetaudio (pago)

  13. Eu venho pensando muito nesse assunto.
    Valeu demais por ter colocado a sua experiencia, pois eu estava pensando em fazer algo parecido.

    Hoje em dia o Spotify com seu acervo e algoritmo melhorou demais meu gosto musical e talvez eu não conheceria muita coisa que conheço hoje.
    O shazam pra reconhecer música e o YouTube pra encontrar raridades.

    No passado eu usava o LastFM para descobrir músicas (se nao me engano o Spotify copiou o algoritmo de descoberta deles),
    procurava as músicas no Grooveshark, criava uma playlist e fazia download dos MP3.

    O Grooveshark foi processado, O LastFM foi engolido pelo Spotify e meus MP3 ficaram no meu HD.

    Hoje eu tenho vontade de cancelar streaming de música apenas por não achar justo o quão pouco e repassado pros músicos. Espero um dia acharmos uma solução que seja mais justa e viável a todos.
    Vou tentar o VLC pra ver se consigo ter meus MP3 no meu celular e comparar qualidade.
    Nao acho uma ma ideia comprar música direto do artista. Ao menos os que sou muito fan.

  14. Para baixar músicas do YouTube o yt-dlp é muito bom. Basta passar o parâmetro -f 140 que ele baixa somente o áudio já em formato AAC sem converter. Dá inclusive pra baixar playlists.

    Pra organizar ainda prefiro fazer por pasta usando a estrutura década -> gênero. Poucos players permitem isso, então continuo com o bom e velho PowerAmp 2.x para Android — a versão 3.x ficou ruim, infelizmente.

    Uma coisa que me incomoda muito nos streamings é a falta de coesão. Muitos álbuns são na verdade um apanhado de músicas do artista oriundas de fontes diversas, então você está com as versões das músicas comprometidas. Além disso, não é raro ver música sumindo ou sendo bloqueada por região. Pagamos mas não possuímos nada…

    Isso sem falar que priorizam remasters, que basicamente sempre são piores em termos de qualidade sonora (i.e. loudness war). Por fim, não me agrada nada essa coisa de incentivar a centralização de capital — não por acaso os serviços estão encarecendo.

    1. Valeu! Baixei o programa e consegui rodar aqui, baixando já dois álbuns em m4a que alguns sites tinham convertido pra mp3 e diminuído a qualidade. Eu li e tentei entender os comandos, e ainda não entendi como funciona o seu comando, só sei que baixou m4a em algum bitrate que não sei qual é. Tem como me dar um norte sobre os formatos que salva?

      1. Consegui entender. Só foi rodar o comando –list-formats. Valeu. O programa é bem completo, mas vou usar basicamente pra fazer download de música mesmo, e o -f 140 resolve tudo. Se precisar baixar vídeo, acho que ficarei nos sites mesmo, já que precisaria fazer a conversão depois com o ffmpeg.

        1. Pra baixar video dá pra fazer também sem converter. A única coisa que o ffmpeg vai fazer é dar merge do vídeo com o áudio, dado que o YouTube separa as duas coisas — não há perda de qualidade.

          O parâmetro -F (note que é F maiúsculo) exibe os formatos todos disponíveis pra cada vídeo. Então, por exemplo, pra baixar video em 1080p @30 fps com áudio AAC basta rodar: yt-dlp -f 237+140

          Ah, e o 140 baixa o AAC no melhor bitrate disponível. Com o parâmetro -F você vê o bitrate direitinho.

  15. Falar bem a verdade, o meu streaming de música favorito é o RadiosNet (pra escutar algumas rádios boas que não tem onde eu moro) e baixar áudio normalmente é pra ouvir podcasts de tecnologia mesmo. Agora quanto as músicas, só se for algo muito, mais muito bom mesmo, aí baixo e “guardo num potinho” 😅😅😅

  16. Antes, quando utilizava o Windows, costumava usar o foobar2000 para gerenciar minha coleção de músicas (ainda sinto saudades :<'). Atualmente, no Linux, utilizo o MPD (que é basicamente um servidor ao qual vc se conecta usando um client) para organizar minhas músicas e playlists. No Linux, utilizo um client chamado ncmpcpp. Para o Android, existe um client chamado M.A.L.P.

    quanto às músicas, costumo fazer o download principalmente de dois sites: o bandcamp (um site pago, mas que vale a pena) e o rutracker (um site russo onde vc encontra discografias completas, incluindo artistas brasileiros).

  17. Eu não escuto tão assiduamente música ou podcasts, mas fazem parte da minha rotina, especialmente em transportes ou momentos que bate a vontade, e eu consigo fazer isso perfeitamente sem ter assinatura. Uns comentários:

    • Meus aplicativos: Musicolet para Android, faz quase tudo perfeitamente: fornece múltiplas formas de organizar e visualizar (por disco, pasta e subpasta, genero, artista, etc); edita tags, também é ótimo por reproduzir quase todos os formatos (ogg, opus, mp2, mp3, flac, aac, etc). custa 5 contos, mas vale a pena, ele nem pede permissão para acessar a internet, fica tudo offline e com privacidade garantida. Ponho os podcasts no VLC mesmo. Ver música por pastas em vez de disco facilita muito para reduzir complexidade e tempo de organização.

    • Nuvem : O artigo fala que não quer pagar nuvem, bem, o aplicativo do MEGA tem uma conta gratuita que dá 50 Gb, acho que é mais que suficiente para montar uma baita coleção de música, e sincronizar com computador (linux, windows e mac). O próprio aplicativo do MEGA reproduz audio, então pode se quiser só ir jogando os arquivos ali no computador, e selecionar e escutar por pasta e subpasta, acho que isso corta o trabalho requerido em muito. Fora isso vários já assinam uma nuvem por outros motivos, tipo onedrive.

    • Armazenamento Local : Comprei um smartphone pensando em ter espaço para cartão SD, acho que isso é essencial para quem quer ter coisas locais em quantidade significativa (música, podcast, livros, ou jogo retrô, etc). Comprei um cartão SD de 500gb no aliexpress por meros 200 e poucos, e isso dá para tudo que quero, mas tem smartphone que aceita cartão SD de 1 ou 2 teras até, não é uma tecnologia morta ainda.

    • Aceitar um certo nível de desorganização: Se nem o streaming pago milhonário consegue ter todas as informações direito e todas as músicas organizadas, imagina tendo que fazer isso manualmente. Mas DÁ para se virar e ficar muito bem, até muito mais organizado do que as coleções analógicas de LPs, K7s e CDs jamais foram para as pessoas comuns.

      1. Os discos obtidos nos 7 mares geralmente vem com tags boas e utilizáveis, então eu deixo. Mas para editar tags, eu uso Tagger no linux.
      2. Eu muitas vezes honestamente não me interesso em ver músicas por disco, então eu crio um disco ”coletania pessoal” da banda-cantor x : basicamente crio uma pasta ”banda-cantor x”, vou colocando todas as músicas deles lá, e edito a tag das faixas para ”disco = banda x”, copio e colo para a tag ”artista=banda x”, depois eu edito a tag ”genero musical” para meu sistema pessoal , que eu gosto de colocar o sub-gênero ou genero + local de origem + Década (pex: Rock Brasil 1980s, Jazz Japão 1980s, Pop Eua 2000s) → esta é a principal informação para mim.
      3. Faço várias coletâneas temáticas nesse estilo: uma pasta rock brasil 2000s tem umas centenas de músicas que só ficam nela, e eu só formato a tag do genero musical.
      4. para obter músicas, os 7 mares são muito bons, e o Youtube também, especialmente para as músicas recentes que o artigo reclamou. Baixo muitas listas de reprodução e músicas soltas pelo Jdownloader, ainda gosto de salvar em .opus em vez do .mp3 porque ocupa menos espaço e é melhor qualidade sem ser o monstro do FLAC.
    • para pagar artistas : O Bandcamp é o único serviço que paga decentemente, e a melhor opção sempre é ir no show e comprar bugigangas do artista, fora isso eles não recebem quase nada pelo trabalho feito e vai tudo pras editoras e plataformas, então é melhor aceitar que vamos escutar muitos artistas sem poder pagá-los como mereciam (fora os artistas que já foram pro outro lado, aí nem faz sentido direito autoral existir…), portanto apreciem quem quiserem como quiserem, e direcionem o capital pessoal para patrocinar os artistas brasileiros e estrangeiros que vierem pro brasil (ou se tiverem recursos, viajem para ver o show). Talvez passem a avaliar se o candidato político tem uma política cultural com políticas públicas para música, ou deem aquele trocado pro músico de rua ou músico do boteco-restaurante, fora isso não sei o que fazer.

    1. Gostei de suas dicas. Fiquei curioso: o que é 7 mares? É um site pra baixar mp3?

      1. Não kkk, é gíria de internet para se referir a sites de pirataria ou programas de torrent no geral. Pode dar processo se escrever nos sites os nomes e endereços , ai inventaram essa gíria para garantirse contra a censura.

  18. Já tive gigas e gigas de mp3 salvos em HDs, ripei muitos CD’s, baixei muitas músicas, configurei, separei por pastas, gênero, e hoje, não me vejo fazendo nada disso, já não disponho do tempo que eu tinha lá nos meus 18/20 anos. Um bom streaming de música já é o bastante e, nem me importo com os tais HiRes pois nem fone pra isso eu tenho rsrsrs.

  19. Eu nunca perdi o hábito de ter as músicas salvas no meu cartão de memória do cel nem abandonei um antigo mp3 player da Sandisk, que já tenho a muitos anos.

    Quando era comum “ripar” cd’s eu, na época, passei muita coisa do que eu (ou o pessoal aqui de casa) tinha, convertendo com boa qualidade, para formatos digitais. Tenho uns 100gb de música aqui. E algumas coisas que eu tenho em mp3 eu nunca achei no spotify. Um exemplo, a obra do Baden Powell estava meio incompleta, a última vez que pesquisei e, de modo geral, desorganizada. Alias, esse é um dos problemas que tenho com o streaming, falta de informação.

    O streaming é muito bom e prático. Porém, ainda tem uma certa restrição de catálogo. Tem coisas que não se acha direito, embora nos últimos anos tenha melhorado demais e já tá ficando mais difícil não encontrar alguma coisa (pelo menos das mais conhecidas se acha tudo). Outro exemplo, nas últimas vezes que pesquisei, vi que esses serviços de streaming eram péssimos para música clássica.

    Acho que o único ponto que me incomoda de fato nos serviços de streaming, é a completa falta de informação que temos do disco/álbum/faixa etc. É nome do artística, o nome da música e o nome do cd/disco, mais nada. Quem gosta de música, normalmente gosta de saber quem tá tocando, quem mixou ou produziu o cd/disco etc.

    Eu ando pensando em assinar algum desses serviços. Quem já tem esses serviços assinados, qual vocês consideram que tem um bom app? Pelo que andei vendo nos últimos tempos, o app do spotify é o pior disparado, né?

    Obs: no smart utilizo o Simple Player (da suite de aplicativos Simple Mobile Tools). O Foobar 2000 também é bom, porém a interface dele é um pouco confusa.

    1. Já passei por Google Play Music, Spotify, YouTube Music, mas o que eu sempre volto é o Apple Music. Não sou fanboy da Apple (único produto deles que já tive foi um iPod em 2003) mas o Apple Music é o que mais adequa para o meu uso, apesar de ter seus defeitos.
      Respondendo o seu comentário, acho ele bom porque você pode fazer upload dos seus MP3 e eles se integram na biblioteca com as músicas que você adicionar do streaming. Desse jeito eu adicionei muita música que não acho mais em lugar nenhum, e fica disponível na nuvem, sem ocupar espaço no celular. E dá pra fazer playlists inteligentes com iTunes/Apple Music, fazer pastas.
      E quanto os creditos/informações adicionais, na versão nova tem essa opção de ver intérpretes, compositores e técnicos para as músicas que a gravadora põe essa informação (para mim aparece para a maioria)

    2. Se você ainda não foi assinante de nenhum, você pode assinar gratuitamente por um tempo e fazer os testes e ver qual te satisfaz. Sobre o Spotify, bom, acho que cada um tem seu uso, eu tenho assinado por anos, mas estou testando o YT Music por ter assinado o Yt Premium, ambos me agradam, mas tem um recurso que o Spotify tem que ainda não chegou no YT Music que é a integração com os Echos da Amazon.

  20. Eu uso (cada vez menos…) o doubleTwist no Android. É bem flexivel e permite organizar as músicas de várias formas. Permite editar tb os tags ID3.
    Coloquei meus discos antigos num sdcard no cel (hoje em dia coisa rara).
    Mas confesso que atualmente escuto mesmo via Spotify, só uso qdo em viagem e estou offline.

  21. A única coisa que sinto falta das músicas locais é a possiblidade de organizá-las por gênero com pastas, subpastas, uso de atalhos… De resto, prefiro bem mais a praticidade de hoje em dia. Upei toda a minha biblioteca para o YTM, que precisa há anos tornar a UI decente tal qual é o Deezer, meu streaming favorito e que assino há uns bons meses; antes usava o Spotify, mas a UI só piorou de uns anos pra cá, com o nome do artista embaixo da música, tornando impossível organizar a playlist de maneira satisfatória. No Deezer, tenho um sistema para organizar minhas músicas por gênero, mas ainda acho que está longe do ideal.

    1. Eu sinto falta nos streamings de um espaço com os créditos dos álbuns, músicas. Compositores, produção, músicos que tocam, enfim, toda aquela ficha técnica que existe só nos vinis. E isso o MP3 tb não oferece.

  22. Música pra mim é algo tão vital que eu não consigo excluir uma fonte. Tenho meus vinis, às vezes ouço CDs no carro. No celular uso o Bandcamp, Radio Garden, o Radiooooo e, claro, YouTube Music (acho o melhor). Música é quanto mais, melhor.

    1. O YouTube music tem se mostrado uma grata supresa. Aquela facilidade em alternar entre música e vídeo e matadora!

      1. Sim, e o próprio trabalho dos usuários de publicar “full albuns” raridades, faz o catálogo do YouTube Music ser inigualável entre os streamings.

  23. Eu nunca fui fã de aplicativos de música, tenho as contas nos serviços, mas continuo com meus MP3 de guerra, guardados no HD. Na verdade eu continuo comprando CDs, mas são cada vez mais raros, sem dúvida. Meu app é o Música no Mac, que sincroniza com o meu iPhone. Continuo na mesma batida dos anos 2000.

  24. Por muito tempo eu usei o Spotify, mas eu sempre achei o app uma bosta e ainda mais o pra celular. Sempre lento, dava muito problema quando ouvia offline. Depois que resolveram colocar podcasts dentro, ficou pior ainda.
    Foi aí que comecei a procurar soluções pra baixar as minhas músicas e apps para gerenciar. Já usei foobar2000, MusicBee, Strawberry… mas eu teria que sincronizar com o celular manualmente.
    Hoje em dia eu uso o Navidrome como servidor para gerenciar as músicas. Consigo fazer transcodes, scrobble pro Last.fm e as playlists sincronizam entre os apps. Pro computador eu uso o Sonixd que puxa do Navidrome.

    Pro Android, o único que funcionou pra mim foi o Symphonium, que é um app pago infelizmente. Os outros, ou faltavam alguma função como ouvir offline ou não fazia scrobble, ou simplesmente não funcionava. O Symphonium gera playlist, baixa fazendo transcode e o dev interage bastante com os usuários. Tem opção pra pagar por fora da Play Store, pra que como eu usa Custom ROM.

    Quase esqueci do mais importante, onde baixar as músicas. Como eu ouço muito kpop, eu baixo de um tracker privado. O restante eu pego usando QobuzDownloaderX, pra baixar do Qobuz que tem qualidade alta, ou pelo Deemix, que baixa do Deezer. Se não tiver conta nesses serviços, você precisa de token ou arl, respectivamente. Só jogar nomes que acha por ai. Ainda tem o soulseek, mas eu uso o Nicotine+, que é como se fosse frontend pra ele mas com uma interface melhor.

      1. Mais abaixo na infra, ao lado do Plex e Jellyfin tem os *arrs apps, o Sonarr para series, Radarr para filmes e o Lidarr (https://lidarr.audio/) para musicas, ele já faz o papel de buscar (no Prowlarr, Jackett ou NZB), organiza, padroniza tags e bota na pastinha certa 😅

        Tem outros para ebooks, animes, quadrinhos também

        Pra quem tem paciência da pra colocar tudo num Raspberry Pi com Docker, existe a Wikiarr pra guiar, inclusive faz o streaming muito bem de músicas, pra vídeos já não.

        1. Sabe se existe algum repo com imagem pra raspberry pi com isso? Achei muuuito interessante. Antigamente tinha feite com o sonarr, radarr e jacket. Mas vez em quando dava alguns problemas.

          1. Eu recomendo fazer tudo em Docker, todos pacotes tem suas imagens no linuxserver.io, são extremamente estáveis. Inclusive a do Plex oficial foi baseado na imagem deles.

    1. Mano, eu tenho o Plex em casa há 1 ano e não conhecia o Plexamp. Salvou minha vida.
      O app do Plex é muito ruim pra música. Já instalando aqui.

      1. Também não. Achei da hora. O que preciso fazer agora é montar um mini server de arquivos para poder deixar o Plex rodando o tempo todo, porque não tem condição de deixar o notebook ligado o tempo todo. Para áudio, creio que não precise de algo nada potente.

        1. Acho que esse Orange Pi seja mais que o suficiente.
          Hoje eu rodo o Plex numa máquina virtual dentro de um servidor que é um I5-3330 e da pro gasto. Queria mesmo um NAS profissa ou uma vi figuração que gaste menos energia, mas isso é o que tenho no momento

    2. Mp3tag é raiz demais hahaha nem lembrava desse software que é muito bom por sinal.

      Softwares utilitários alemães costumam ser pequenos, enxutos e durar muito, não? Uso o pointfix para escrever na tela em apresentações ou no dia a dia do trabalho

  25. O Música, é hoje meu app principal para tocar arquivos locais. Embora o Spotify também faça isso, a praticidade de simplesmente abrir uma pasta no finder e arrastar as músicas para um playlist, é um experiência que só consigo no app da Apple.

    Os arquivos FLAC eu converto usando o bom e velho DBpoweramp. Eles viram ALAC e assim mando para o app. Curiosamente, algumas músicas locais da minha playlist, a Apple simplesmente transformou num arquivo de streaming com todas as tags e ainda por cima, lossless.

    Muitas das minhas músicas locais são do bom e obscuro período do Napster e Kazaa. Algumas eu consegui substituir por arquivos mais novos ou então viraram streaming. Mas tem músicas que se perdem com o tempo e nem no youtube se acha mais. Inclusive, voltando mais no tempo, alguns k7s ainda guardo aqui. Comprei na China um conversor daqueles que extraem as músicas do jurássico formato para o mp3. Estão bem apagadas mas consigo preservá-las de uma certa forma.

  26. Tenho um probleminha: meu celular não pega direto no metrô. Mas não uso os MP3 que juntei antigamente: baixo música direto no celular usando o newpipe (do YouTube e Bandcamp)

  27. Omissão sentida: Bandcamp.

    Um dos melhores lugares pra comprar música e ter a música em arquivos sem DRM localmente além de poder ouvir por streaming os itens comprados direto de sua conta. Além de ter uma política de pagamento aos artistas muito mais coerente que a do mercado. (pelo menos enquanto a Epic, nova dona a coisa de 2 anos, não mexe em nada)

    Tenho uma biblioteca enorme de músicas que comprei digital ou converti em digital (CD/vinil/fita > mp3/flac/aac/ogg) desde a década de 1990, e esses métodos de copiar música pra cá e pra lá não dá mais pra mim.
    Como já tenho um mini computador (mini mesmo, uma plaquinha ARM um pouco maior que dois cartões de crédito) com um servidor Jellyfin, boto todas as minhas músicas lá e usando Tailscale consigo tocar via streaming direto de minha casa usando ou a interface web do Jellyfin ou algum aplicativo dedicado a ele.

    1. O modelo do Bandcamp é bem legal mesmo, mas… tem artistas brasileiros lá? Se eu quiser, por exemplo, comprar o novo álbum da Luísa Sonza no Bandcamp, consigo?

      1. Ótimos pontos.

        Sim, tem artistas brasileiros lá mas não tem o catálogo de uma Spotify ou Apple Music.
        E diria até que é o incomum que artistas grandes apareçam por lá. (a menos que tenham gravadora/produtora/selo própria como Björk, Pixies, Radiohead, Beastie Boys, Karina Buhr, Anelis Assumpção, Alessandra Leão, Céu…)

        Mas quero pedir desculpas. Em meu comentário inicial usei a palavra “omissão” quando minha real intenção era dizer “ausência”. Perdão. E nesse sentido o que eu senti foi uma ausência no texto inicial e não algo que substituiria completamente todos os outros métodos citados.

        Eu não escuto muito da galera que disponibiliza nas grandes plataformas de streaming e sempre encontro pra minhas preferências musicais alguma alternativa de aquisição.
        Bandcamp é onde prefiro comprar se não houver oferta ainda mais direta como site de artista/banda. Das plataformas de terceiros, Bandcamp é a mais justa que eu tenha conhecimento.