Notinhas, impressões pessoais e curiosidades do mundo da tecnologia.
Gatonet de live
Alguns golpistas se aproveitaram da onda de lives no YouTube para faturar. O chamado “gatonet de lives” (!) [G1] consiste em clonar lives sertanejas no YouTube e inserir QR codes de carteiras digitais sobre o vídeo. O espectador/vítima acha que está doando para famílias afetadas pela pandemia, mas na real o dinheiro vai parar no bolso dos golpistas.
→ O Google tem trabalhado junto às gravadoras para eliminar o problema. Aparentemente, ele foi resolvido — as lives do último fim de semana já não tinham mais os concorrentes piratas.
Facebook fatura com pseudociência
De um lado, o Facebook diz estar fazendo um grande esforço para coibir a desinformação em suas plataformas. De outro, descobriu o The Markup, a empresa permite segmentar anúncios no Facebook e no Instagram para pessoas que têm como interesse “pseudociência” [em inglês]. Como se faltassem provas do que importa ao Facebook…
→ O repórter foi agraciado por um desses anúncios que apelam a pessoas com interesse em pseudociência: uma touca que supostamente protege o cérebro da radiação de antenas de telefonia móvel.
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→ A ferramenta de publicidade do Facebook indicava 78 milhões de pessoas somente nos Estados Unidos que tinham “pseudociência” como interesse. Após a publicação da reportagem, o Facebook removeu a categoria.
Facebook para baixinhos
O Facebook liberou em mais 70 países, Brasil entre eles, o Messenger Kids[Folha], versão destinada a crianças do seu app de mensagens. O diferencial é que ele permite que os pais supervisionem e interfiram nas conversas. Ótimo para quem quiser submeter o próprio filho à vigilância implacável do Facebook o quanto antes.
US$ 5,7 bilhões
Última do Facebook. A empresa anunciou o maior investimento desde a aquisição do WhatsApp, em 2014: por US$ 5,7 bilhões, comprou 9,99% de participação na Jio [Facebook, em inglês], maior operadora móvel indiana, com 350 milhões de clientes.
→ A Índia é, de longe, o maior mercado do WhatsApp. Somente lá ele tem 400 milhões (!) de usuários.
→ A Índia, com sua população enorme e digitalização acelerada, é objeto de cobiça de gigantes norte-americanas e chinesas de tecnologia. O Facebook, sempre bom lembrar, sofreu uma grande derrota em 2016, quando seu programa Free Basics, que fornece internet gratuita e controlada, foi rejeitado por ferir a neutralidade da rede [Manual do Usuário].
Google e o jornalismo
O Google financia (AdSense) e promove (News) o panfleto de desinformação “Jornal da Cidade Online”, segundo apuração do Aos Fatos. Fica a pergunta: não seria melhor banir sites desse tipo do que ficar dando esmolas a jornais e posando de arauto do jornalismo?
Zoom 5.0
O Zoom, app-sensação de videochamadas, soltou uma grande atualização[Zoom, em inglês] que, diz a empresa, corrige alguns dos vários problemas descobertos recentemente. Entre as principais novidades, agora o Zoom usa um algoritmo de criptografia mais seguro e ativa por padrão os recursos de sala de espera e, para alguns públicos (como estudantes), senha para o ingresso nas conversas — esses dois evitam o “zoombombing”, quando alguém aleatório invade a videochamada para exibir conteúdo pornográfico.
→ Relembrando: todas as falhas de segurança e privacidade descobertas no Zoom durante a pandemia [Manual do Usuário].
Motorola Edge
Foto: Motorola/Divulgação.
A Motorola voltou a disputar a ponta de cima do mercado de celulares. Após quase quatro anos sem um aparelho do tipo, a empresa anunciou o Edge+ [Ztop], um celular enorme, com tela de 6,7 polegadas e beiradas curvadas (daí seu nome), e todas as demais especificações que se esperaria de um topo de linha, incluindo o preço que, nos Estados Unidos, é de US$ 1 mil. Lá, será lançado em maio.
→ O outro celular anunciado, o Edge (sem “+”), mantém o telão, mas traz especificações mais modestas. Curiosamente, sai primeiro na Itália e, depois, nos demais países europeus, também em maio, por € 700.
→ Ainda não há previsão de lançamento dos novos aparelhos no Brasil.
O dólar Xiaomi
Outra fabricante que apresentou novidades, esta para o mercado brasileiro, foi a Xiaomi. O Redmi Note 9S foi lançado aqui [TechTudo] com um generoso desconto de pré-venda de R$ 1 mil. Depois disso, a versão mais simples, com 4 GB de RAM, sairá por R$ 2,8 mil.
→ Fiz uma conta de padeiro comparando a diferença do preço nacional para o cobrado em dólar, lá fora, nos casos do Redmi Note 9S e do iPhone SE, da Apple. Na conversão para trazer esses celulares ao Brasil, o dólar Apple ficou mais barato (R$ 9,27) que o da Xiaomi (R$ 14,06). No exterior, o Redmi Note 9S começa em US$ 200.
O custo de ficar no chão
Operadoras aéreas do mundo inteiro estão passando por um grande aperto devido à desaceleração do setor, decorrência da pandemia do coronavírus. Deixar aviões no chão não sai de graça; pelo contrário, o custo é elevadíssimo. Esta matéria traz alguns deles [Folha]. Só a preparação de um avião de carreira de pequeno porte pode custar até R$ 120 mil por mês.
Tecnologias essenciais
A segurada nos gastos e o distanciamento social proporcionados pela COVID-19 podem servir para reavaliarmos a necessidade de certos aparelhos em nossas vidas, argumenta Brian Chen [New York Times, em inglês]. Ele cita caixas de som inteligentes e celulares dobráveis como exemplos de supérfluos, e exalta o bom e velho notebook, um celular decente e o roteador de internet, peça central para que a conexão ao mundo exterior seja boa, como itens essenciais.
→ Talvez os smartwatches caibam na lista dos supérfluos? A Samsung lançou uma função de “lembrete de lavar as mãos” para os relógios da linha Galaxy Watch [Samsung, em inglês]. Hm… ok?
Viajando com o Tinder
A gratuidade da função Passaporte do Tinder fez o app bater recorde de “deslizadas”em um único dia: mais de 3 bilhões. A cidade que mais visitou outra foi São Paulo conferindo os solteiros de Nova York. Chama a atenção, também, o interesse dos latino-americanos pela cidade de Madrid, na Espanha. O top 10:
- São Paulo para Nova York.
- Buenos Aires para Madrid.
- Nova York para Los Angeles.
- Londres para Reino Unido.
- Cidade do México para Madrid.
- Nova Deli para Mumbai.
- Toronto para Los Angeles.
- Istanbul para Kiev.
- Bangkok para Seul.
- Lima para Madrid.
Casinhas para gatos com TVs dentro
Foto: Samsung/Divulgação.
A Samsung redesenhou as caixas de algumas das suas TVs mais icônicas para serem reaproveitadas como casinhas de gato ou porta-revistas[Samsung, em inglês]. As embalagens vêm com marcações e pontos de dobra para facilitar o trabalho. Fica a dúvida se gatos preferem modelos sofisticados que simulam casas humanas ou se o lance deles são caixas comuns mesmo.
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Edição 20#13
- Dicas Guia despretensioso de como fazer um podcast
- Notícias Instagram não permite mais que pessoas sem conta vejam fotos e vídeos no computador
- Como eu trabalho Como o comunicador Thiago Romariz trabalha
- Guia Prático Produtividade (porém não muita), com Gislaine Bueno
- Vamos conversar? Post livre #218
- Bloco de notas Gatonet de live, pseudociência no Facebook e mais
O “dólar Apple” sempre oscilou pouco e sempre se manteve ao redor de R$10. Me lembro que no longínquo ano de 2007 eu e mais dois colegas fizemos tabelas com os custos dos aparelhos Apple para uma cadeira de Pesquisa Operacional (eu ainda cursava matemática aplicada na época) e chegamos a conclusão que a Apple sempre vai adotar esse valor de R$10 -> 1USD porque isso coloca ela numa posição “top” dentro do Brasil mas se concorrer com o mercado “super luxo” de outras marcas. Isso permite, principalmente, que ela venda o suficiente pra ser um item de desejo das classes baixas (existem muitas marcas do mercado “super luxo” que são desconhecidas das classes médias/altas e baixas, por exemplo) ao mesmo tempo em que se mantinha com apelo de produto premium.
Ou seja, a Apple não “nicha” como um Patek Philippe a ponto de ser ignorado por qualquer pessoa fora dos círculos do milionários, pelo menos, e ao mesmo tempo vende seus produtos caros mantendo um apelo em todas as classes.
Faz sentido esse raciocínio. Apple sempre foi cara, mas raramente cara a ponto de ser descartada pela classe média. Quando se aventurou nas águas do mercado de luxo, por exemplo com aquele Apple Watch de ouro, fracassou lindamente.