Bloquear JavaScript em sites selecionados torna a web mais rápida e agradável

Estou meio obcecado em tornar a web um lugar mais agradável — não num sentido amplo, mas aqui, no meu computador e celular.

Há anos uso e recomendo bloqueadores de anúncios. Eles tornam a web um lugar habitável. Muitos sites entraram numa briga de gato e rato e, de tempos em tempos, conseguem burlar os mecanismos mais simples usados para impedir o carregamento de elementos nocivos.

Quando esses sites ganham, eu perco. A derrota se materializa em lentidão, celulares e computadores quentes e baterias derretendo.

Enquanto preparava a gravação daquele vídeo em que ensino a burlar paywalls (outra chateação moderna), notei que tudo fica muito mais rápido sem JavaScript. Existem casos em que JavaScript é necessário; em muitos, porém, é uma linguagem de excessos, para funcionalidades que me são irrelevantes ou indesejadas.

Desativar o JavaScript por completo não é uma saída. Como disse, muitos sites dependem dessa linguagem para serem usáveis.

No Safari do macOS, é simples ligar e desligar o suporte a JavaScript. No iOS, não. Será que existe algo tão intuito quanto a extensão NoScript (Firefox e sabores Chromium, gratuita)?

Infelizmente, não. Existem, porém, duas extensões legais que amenizam um pouco o problema.

Uma delas, exclusiva para macOS, chama-se JavaScript Blocker. Ela permite bloquear o carregamento de JavaScript de maneira seletiva, ou seja, em sites específicos. Ótimo!

Com uma compra dentro do app de R$ 14,90, consigo escolher quais scripts bloquear. É algo que meu bloqueador de conteúdo/anúncios, o 1Blocker, já oferece, mas que este JavaScript Blocker torna mais fácil ao identificar e listar todos os scripts presentes em uma página.

Print do popup da extensão JavaScript Blocker exibindo os scripts carregados pela capa do site do New York Times, parcialmente visível ao fundo.
Não quer pensar muito? Marque a caixa “Scripts are active” para bloquear todos os scripts da página.

No iOS/iPadOS, há outra extensão, a StopTheScripts, que adota a mesma abordagem, embora seja menos granular que a JavaScript Blocker do macOS. Já resolve bastante, porém.

Também testei a extensão JavaSnipt, que funciona nos três sistemas e até sincroniza as configurações entre eles. Infelizmente, o funcionamento foi bem irregular, a ponto de não sentir confiança em adotá-la em definitivo.

Nessas incursões para domar a web contemporânea, notei que posso bloquear a criação de cookies de maneira seletiva, o que é ótimo para impedir que paywalls porosos baseados em consumo, como o do Medium, sejam ativados. Basta incluir o domínio na lista de bloqueio e pronto. Tanto a 1Blocker quanto a JavaScript Blocker oferecem esse recurso.

Para quem usa Firefox, além da já citada extensão NoScript, indico também a uBlock Origin. Ela é recheada de opções, muito poderosa, e até substitui a NoScript (embora essa seja mais fácil de usar). As duas são gratuitas.

Para quem usa Chrome, minha dica é trocar de navegador.

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17 comentários

  1. Ghedin, o navegador Brave tem a opção nativa de bloquear scripts. Não cumpre a tarefa com a mesma riqueza de opções do JavaScript Blocker, mas cumpre de forma honesta.

    1. Legal, Rogério! Não curto muito a proposta do Brave, porém — do fato de ser baseado no Chromium às iniciativas deles com criptomoedas e de publicidade.

  2. No Edge (presumo que no Chrome também) é muito fácil de desativar o JavaScript e ativar para sites específicos. Infelizmente, no Firefox não consigo fazer tão isso facilmente sem extensão.

  3. Para quem usa Firefox seja no Windows como Android, o botão modo leitura na barra da URL é a minha função favorita!
    O site está cheio de javascripts chatos? Muita propaganda? Paywall impedindo a leitura do texto?Mensagem chata sobre cookies? Modo leitura do Firefox é a solução.

  4. Curiosamente estava pensando nisso ontem enquanto usava meu Android.

    Não consigo mais viver sem o AdGuard. Tem 10 dias que troquei de aparelho e ele já filtrou mais de 40K de propaganda/rastreadores, além de ter economizado quase 3GB de banda.

    Parafraseando o post do órbita, é disso que eu sinto falta na Internet das antigas. Ser um ambiente minimamente navegável e simples rs.

  5. Eu tenho usado uma extensão que é bem antiga, e tem versões para Firefox e outros baseados em Chromium, se chama Web Developer. Além do bloqueador de JS, oferece outras ferramentas interssantes.

    1. Bom, eu uso Invidious no PC e o Newpiper no celular para assisti vídeos no Youtube hoje em dia, então não me importo com isso. Mas pelo que li no Reddit isso parece ser apenas uma experiência da Google para ver qual e a reação dos usuários. Não acredito que a Google seja tão ousada para aplica isso.

      1. Firefox no modo Rigoroso + uBlock Origin com todos os filtros ativos tem feito um excelente trabalho. Só que vídeos de sites como do Grupo Globo não consigo assistir.

      2. Se der certo o que o Google quer fazer no YouTube, logo, logo a ideia será replicada por muitos sites e serviços. :(

        1. Já existem alguns sites que fazem isso. Geralmente recorrem a um script para detectar o bloqueio e bloquear o bloqueio — vira uma espécie de briga de gato e rato.

          1. Existem, sim, mas, com o YouTube fazendo isso, a opção se “popularizaria”.