Notas curtas e curiosidades do mundo da tecnologia que publicaria no Twitter se o Twitter fosse uma rede legal.
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O print que abre esta edição do Bloco de notas demonstra o desespero que se abate nos apps de entrega de comida quando você desinstala todos eles e fica mais de mês sem fazer pedidos.
→ Estudo da Associação Aliança Bike traçou o perfil do ciclista que trabalha para apps de entrega no Brasil [El País, em português]: “99% são do sexo masculino, 71% se declararam negros, mais de 50% tem entre 18 e 22 anos de idade, 57% trabalham todos os dias da semana, e 75% ficam conectados ao aplicativo por até 12 horas seguidas —sendo que 30% trabalham ainda mais tempo. Tudo isso por um ganho médio mensal de R$ 992 reais (seis reais a menos do que o salário mínimo, fixado em R$ 998).” Acrescente-se: sem qualquer benefício ou direito trabalhista e com flagrantes de menores de idade trabalhando. O gosto do hambúrguer pedido por app está insuportável [Manual do Usuário].
→ Para colocar em perspectiva: a Uber vale +US$ 70 bilhões, a Rappi recebeu investimento de US$ 1 bilhão em maio e o iFood, US$ 500 milhões em novembro do ano passado.
→ O valor de mercado da Uber é talvez o maior mistério do capitalismo tardio. Nesta quinta (8), a empresa divulgou seus resultados do segundo trimestre: ela amargou o maior prejuízo da sua história [New York Times, em inglês], de US$ 5,2 bilhões. Foi também trimestre de menor crescimento da empresa.
→ No Brasil, motoristas de aplicativos agora podem se regularizar como microempreendedores individuais (MEI) [G1, em português]. É a institucionalização do descaso das plataformas para com seus motoristas, mas a esses, (bem) melhor que nada — ser MEI custa pouco e habilita o profissional a alguns benefícios do INSS.
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Nesta semana, três novos leitores passaram a apoiar a campanha de financiamento coletivo: Leandro Barbosa Paganelli, Frederico Maranhão e Tiago Bungenstab. Obrigado!
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O Prime Video, da Amazon, ganhou sete temporadas do humorístico mexicano Chaves. (Eu nunca tinha visto a abertura original do programa.) E tem The Office. E custa metade do que a Netflix cobra no plano com características similares. Difícil resistir.
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O que teve de bom no Manual nesta semana:
- Os avanços e os problemas do Android Q em relação à privacidade, análise da Electronic Frontier Foundation (EFF).
- Casa Conectada na Eletrolar; os novos Galaxy Note 10, nosso podcast gravado em parceria com o Gizmodo Brasil.
- O que tem na mochila do Kleverson Marques. Duas mochilas seguidas, sem falhas. Deve ser um novo recorde!
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Até o ano passado, a Samsung tirava o maior sarro da Apple por ela ter tirado a saída de fones de ouvido do iPhone 7 (de 2016) e posteriores. Agora que o seu topo de linha, o recém-anunciado Galaxy Note 10, também perdeu o recurso, a Samsung excluiu os vídeos engraçadinhos do seu canal no YouTube [Business Insider, em inglês].
→ Mudança parecida ocorreu em relação ao entalhe do iPhone X, alvo de muitas piadas da Samsung e que tinha até um personagem com corte de cabelo no formato do entalhe dos celulares da Apple. Atualmente a Samsung comercializa diversos modelos com entalhes dos mais variados.
→ O Galaxy Note 10 se desdobrou em dois modelos — agora há um mais caro e melhor servido em recursos, o Galaxy Note 10+. Falamos desses novos celulares no último Guia Prático [Manual do Usuário].
→ As mudanças na linha não foram bem recebidas por todos. Com as remoções do Galaxy Note 10 “de entrada”, que além da saída de fones de ouvido perdeu também o suporte a cartão microSD, e o crescimento em tamanho do Galaxy S10, tem gente que não vê mais sentido na existência da linha Galaxy Note [Engadget, em inglês]
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Provando que tomar decisões ruins não é exclusividade de uma ou outra empresa, a Apple está dificultando a vida de quem deseja trocar a bateria dos iPhones mais novos por fora [iFixit, em inglês]. Mesmo quando são usadas baterias originais, se o reparo não for feito pela empresa o iOS diz não ser capaz de verificar a autenticidade da bateria e esconde informações da saúde dela, orientando o usuário a levar o aparelho a uma assistência autorizada da Apple.
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Sérgio Spagnuolo e Lucas Gelape estão preparando um estudo inédito sobre podcasts no Brasil. Spagnuolo antecipou um dado curioso: o volume de produção mensal de podcasts desde 2005 [@sergiospagnuolo/Twitter, em português] (gráfico acima). Tinha a impressão de estarmos vivenciando uma explosão em 2019, mas o crescimento tem sido gradual desde 2013.
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Faz algumas semanas, o Alcysio deu seu relato sobre a falácia da sustentabilidade dos patinetes elétricos de aluguel aqui no Manual. Agora, há embasamento científico para as alegações: pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte descobriram que os patinetes, considerando a fabricação e as recargas noturnas, são mais poluentes que andar de ônibus, bicicleta, ciclomotor ou a pé [The Guardian, em inglês].
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O app para Android LessPhone é um launcher minimalista criado por Aswin Mohan para ajudá-lo a combater o vício em celular [Medium, em inglês]. Após instalado e ativado, ele substitui a tela inicial do sistema por uma lista de aplicativos básicos — listas de tarefas, ligações e direções — e alguns poucos outros apps que o usuário pode incluir. Mohan bebeu do conceito de celulares minimalistas, como o Light Phone 2 [Manual do Usuário], só que com a vantagem de, caso necessário ou desejado, ter um smartphone completo no mesmo dispositivo — dá para acessar os apps instalados e a interface padrão, só que há um atrito para chegar a eles e isso talvez seja suficiente para desestimulá-lo a fazer isso toda hora. O LessPhone é gratuito.
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Para iOS, destaco o Lockdown, primeiro firewall de código aberto para a plataforma móvel da Apple. Ele cria uma VPN local e se baseia em listas para bloquear o acesso de domínios que coletam dados pessoais em excesso e de publicidade. Também tem uma lista para bloquear tudo do Facebook. Gratuito e com previsão de chegar a outras plataformas no futuro.
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Teve gente se empolgando deveras com o Apple Card. Calma, é só um cartão de crédito. Mas o processo de ativação dele [@ZachHonig/Twitter, em inglês], reconheçamos, é bem legal.
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nem precisa desinstalar os apps, só de não usar sempre eles já vivem mandando desconto
Costumo desativar avisos de sms quando me cadastro em algo.
Também me cadastrei na lista “não pertube”, este último me soou com resultados.
eu nunca instalei o uber eats e sempre recebo sms com desconto.
e sobre essa launcher, estou testando, mas se não for nenhum dos 4 apps que eu colocar na tela inicial, não consigo abrir de jeito nenhum os outros.
Provavelmente é por causa do Uber, que você deve ter seu número cadastrado.