Tempo de tela não importa muito.

Isto pode soar óbvio, mas vamos lá: nem todo tempo gasto com telas é ruim.

Uma pista de que essa métrica talvez não seja das melhores é o fato dela ter sido abraçada com entusiasmo pela indústria.

Há alguns anos, Apple e Meta enfiaram “medidores” de tempo gasto em celulares e aplicativos em resposta às críticas crescentes ao vício causado por seus produtos.

É quase consenso que passar horas rolando feeds no TikTok ou Instagram faça mal. Por outro lado — e pegando exemplos pessoais —, aquelas dez horas que passei com o tablet ligado lendo um livro, ou o tempo no celular ligando/conversando com pessoas queridas? Zero arrependimento.

Pensata inspirada neste post (em inglês), que propõe uma abordagem qualitativa em vez de quantitativa para o lance das telas.

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5 comentários

  1. É interessante a provocação, mas a grande maioria das pessoas não usa o telefone dessa forma, muito menos analisa ou avalia o próprio tempo de tela. Essa métrica é útil pra gente entender a importância de ações de alfabetização e letramento digital, educação midiática, cuidados digitais e afins, até porque, pra gente ter longos tempos de tela que foram aproveitados com qualidade, vamos precisar de muito trabalho educativo no Brasil. A grande maioria não faz isso, e sequer temos dados pra entender como isso rola por aqui. Lembrando também que seu tempo de tela significa lucro pra alguém que definitivamente não é você.

  2. Quando aqueles que precisam ser regulados se regulamentam espontaneamente, você sabe que o usuário não está sendo protegido, mas sim, sendo alvo de piada.

  3. Parei de acompanhar essa métrica quando notei que mais da metade do meu tempo de tela é no Waze. Esse é um período onde eu não estou ativamente dando minha atenção ao celular, e sim o utilizando como ferramenta para me ajudar a fugir do trânsito. A partir dessa constatação, acompanhar o tempo de uso parou de fazer sentido para mim.