Teste a velocidade da sua conexão pela linha de comando

Vez ou outra precisamos testar a velocidade da conexão à internet. Nessas ocasiões, muita gente (eu também fazia assim!) abre o buscador, pesquisa “teste velocidade internet” e entra no primeiro resultado que aparece — com frequência, em sites esquisitos e/ou cheios de anúncios.

Há uma maneira mais elegante e fácil de testar a velocidade da conexão: com um aplicativo de linha de comando.

Ele se chama Speedtest CLI, é fornecido pela Ookla, do site e aplicativos Speedtest, e tem versões para FreeBSD, Linux, macOS e Windows. (Embora não esteja mencionado ali, também é possível instalá-lo via MacPorts no macOS.)

Na página oficial do Speedtest CLI há instruções para instalá-lo em cada sistema.

Depois de instalado, basta invocar o comando no terminal digitando speedtest ou speedtest-cli e dando Enter.

O comando oferece alguns argumentos interessantes. Um legal é o ‐‐simple(são dois hífens), que diminui a quantidade de informações na tela e deixa as que sobram mais legíveis.

Outro legal é o ‐‐share, que gera uma imagem com os resultados do teste para você compartilhar por aí. Veja um exemplo:

Imagem dos resultados do Speedtest, mostrando uma taxa de download de 196,44 Mbit/s, de upload de 97,97 Mbit/s e Ping de 59 milissegundos.

É possível combinar dois ou mais argumentos — por exemplo, speedtest ‐‐simple ‐‐share.

Digite speedtest ‐‐help para ver a lista completa deles.

O Speedtest CLI tem outras utilidades em contextos e aplicações mais complexas, como verificar a velocidade da conexão de computadores remotamente, gerar arquivos *.csv e *.json e incluir o teste em scripts.

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19 comentários

  1. Instalei no windows e algumas opções não estão disposições tipo o simple e o share, será que a versão pra mac/linux tem mais opções?

  2. Uso já há algum tempo. Aliás, foi bem engraçado uma vez que acompanhei uma visita de um técnico da operadora na casa dos meus pais para verificar justamente o não cumprimento da velocidade contratada. O cara pediu um computador já que precisava fazer o teste conectado por cabo ao modem. Eu entreguei uma máquina rodando Linux em modo texto e o cara me disse que não era possível fazer o teste naquele equipamento. Eu questionei o porquê e ele me disse que essas coisas antigas tipo DOS não funcionam na rede deles. Eu peguei o computador, liguei pelo cabo, chamei o speedtest-cli e mostrei pra ele a metade da velocidade contratada e ele, claro, não acreditou na informação, afinal aquela solução não era homologada pela empresa, só o teste da ookla que era… Depois disso devo ter gastado uns 30 minutos explicando que o computador não rodava DOS, que boa parte da infra do provedor para o qual ele prestava serviço rodava exatamente aquele mesmo sistema e que o teste era o mesmo que ele rodava no Chrome dentro do Windows.

    Fico de cara em como esse pessoal de suporte é mal preparado!

    1. Normal, não tem como pagar 100 reais por mês pelo serviço não dá pra querer ser atendido por expert em casa, afinal esse valor não pagaria nem a visita de um profissional altamente qualificado.

      E não é porque eles sabem menos que você, que são mal preparados. Com o conhecimento que eles tem eles conseguem resolver a grande maioria dos problemas básicos dos clientes.

      Atendimento de primeiro nível vai na casa do usuário pra verificar os problemas mais comuns, rompimento de cabo, troca do modem, ou outros problemas de usuários que sabem muito menos que eles e só querem a internet funcionando pra ver YT e usar o WhatsApp.

      1. Marlon, a questão é essa: Nem sempre os problemas são básicos. Se o cara é mal remunerado, esse é um problema entre a operadora, a prestadora de serviço e seus funcionários. Não do cliente. Independentemente do valor da tarifa, se são R$100 ou se são R$500. Pago o que a operadora cobra, se ela está cobrando pouco pelo serviço (e na época não estava!), é algo sobre o qual o cliente não tem qualquer gerência.

        No mais, os instaladores e reparadores deveriam sim ter o mínimo conhecimento de redes, de TCP/IP, etc. e de sistemas operacionais. Nem todo mundo usa Windows, o que era o meu caso e do meu pai
        Fica difícil quando, meses antes e por causa da negligência do instalador que não instalou um antisurto no cabo (coisa que ele era obrigado a fazer), um surto de tensão frita o modem da operadora, o roteador e o computador que estava conectado por cabo a ele e a operadora se exime de sua responsabilidade. Fica difícil quando, depois de várias visitas de técnicos mal educados, você tem que levar a empresa na justiça para ser ressarcido do prejuízo. Fica difícil ser simpático quando, no meio de um feriadão o serviço é interrompido e, quando é restabelecido, volta com metade da velocidade contratada e o atendimento da operadora põe a culpa no seu equipamento.

        Piora pra caramba quando o técnico que chega para conferir a instalação já é arrogante desde a hora em que você o recebe em casa. Realmente eu não tinha, naquela ocasião, nenhuma máquina com Windows, mas poderia ter carregado o X e aberto um navegador, mas se ele chegou se achando o gás da última coca-cola do deserto, por que eu teria que facilitar?

        Em outra ocasião, não lembro se antes ou depois dessa visita, recebo uma ligação do meu pai, num começo de semana, me dizendo que estava sem internet em casa e que, ao ligar para operadora, eles identificaram que o problema era no roteador dele e que se uma visita fosse feita, ela seria cobrada. Eu só pude ir lá no final de semana, ou seja, durante quase a semana inteira ele ficou sem internet em casa.

        Quando cheguei lá, notei que a luz que indicaria a atividade do link estava apagada. Liguei na operadora e a conversa foi a mesma: O problema está no seu roteador. Eu questionei a moça que me atendeu sobre como ela sabia que eu utilizava um roteador. Ela disse que estava vendo no sistema dela (sem me falar como ela sabia). Eu questionei de novo: E como você sabe que o problema é no roteador? Porque eu estou acessando o seu modem e estou vendo que ele está operacional. Eu respondi: Como você está acessando meu modem? A operadora tem um sistema que permite que acessemos os modems na casa do cliente, disse ela num tom de voz como se estivesse explicando o óbvio a uma criança. Eu disse: Eu sei que vocês fazem acesso remoto aos modems do clientes, um recurso que chega a ser óbvio, o que eu quero muito entender é como você está acessando o meu modem e constatando que ele está 100% operacional se o cabo está arrebentado no poste! Ela ficou completamente muda do outro lado e eu dei aquela descascada na qualidade do atendimento, em como a operadora sempre encara que o problema é sempre do lado do cliente sem jamais admitir a remota possibilidade de que ele esteja na rede dela, com quilômetros de cabos passando nos postes na rua…

        Daí reforço meu ponto: Se o valor que a operadora me cobra pelo serviço (e não favor) não cobre os custos dela e não me garante um bom atendimento, esse é um problema que é literalmente dela, não meu! Tanto a empresa quanto o técnico não estão ali me fazendo favor nenhum, o mínimo que eles devem garantir é a qualidade do serviço que eles me prestam. Mais uma vez: Não estão me fazendo favor, eu pago pelo serviço.

        1. Não concordo com seu ponto em relação ao valor do serviço, é notório que o valor do atendimento/produto/serviço é proporcional ao valor.

          Novamente, os atendentes e técnicos devem resolver mais de 90% dos casos. Para chegar a 100% e ter todo o conhecimento técnico que você acha que deveriam ter, o valor seria muito mais alto, e com certeza eles teriam muito menos clientes, diminuindo o faturamento. Os 10% que eles não conseguem resolver, a empresa tem que ter um atendimento de segundo nível, escalando esses problemas.

          Mas concordo com você que o técnico deveria ter um notebook ou algo do tipo para fazer o teste.

          1. “Não concordo com seu ponto em relação ao valor do serviço, é notório que o valor do atendimento/produto/serviço é proporcional ao valor.”

            acesso à internet deve ser um direito básico de cidadania

            essa sua defesa intransigente de empresas capitalistas não faz o menor sentido

      2. sério que você está defendendo uma grande empresa capitalista em um ramo notório pela imensa quantidade de reclamações por serviço mal prestado?

        claro que a culpa não é do coitado do trabalhador, mas a obrigação da empresa é cumprir com seus deveres públicos — existe regulação estatal pra isso e ela não está fazendo nenhum favor pra gente

        1. Só estou explicando que a gente recebe pelo que paga. Quer fazer uma limpeza de dente com um dentista recém formado, é um preço, quer fazer com um cirurgião dentista? É muito mais caro.

          Se paga pelo valor hora do profissional.

          1. Aí que está, Marlon: um técnico que não sabe aferir a velocidade de conexão é aquém do que está se pagando. (Note que o problema, em essência, não é o técnico, mas a empresa que não ofereceu treinamento adequado.)

            Mesmo num cirurgião recém-formado, qualquer paciente tem a expectativa de ter um trabalho minimamente bom. Existe regulação justamente para isso. Não fosse o caso, imagine o caos?

          2. A comparação é entre um dentista recém formado (não necessariamente um cirurgião) com um cirurgião.

            Trazendo o exemplo mais para o caso em questão. Eu gostaria que o técnico da Vivo que viesse aqui em casa sempre fosse um bacharel em infraestrutura de redes ou algo equivalente? Gostaria, claro.

            Mesmo que na maioria dos casos esse profissional estivesse vindo aqui em casa para trocar um cabo de rede com defeito, ou simplesmente trocar o modem, ou então conectar no wi-fi certo porque meu celular conectou no wi-fi do vizinho que estava com a senha salva e eu não notei? Gostaria, claro.

            Gostaria de ainda sim pagar o mínimo possível para a empresa, mas que ela remunerasse extremamente bem esse profissional? Gostaria, claro.

            Mas não é assim que funciona. Se fosse simples qualquer um já teria aberto uma empresa que atendesse dessa forma, com profissionais mais que qualificados e cobrando preços baixos.

            Mas podemos continuar aqui nos comentários defendendo ideais de que as empresas são más, falando como seria bonito o mundo se ele se moldasse aos nossos desejos, que a Apple deveria vender os iPhones por 2000 reais, e dormindo felizes por termos feitos nossa parte em ser descontentes com o sistema.

          3. @ Marlon

            As pessoas não são más, mas tenho minhas desconfianças com executivos de grandes empresas e grandes acionistas.

            A Telefônica/Vivo lucra centenas de milhões a cada trimestre. Pagar uma merreca aos técnicos é decisão de negócio, não é necessidade.

            Se fosse simples qualquer um já teria aberto uma empresa que atendesse dessa forma, com profissionais mais que qualificados e cobrando preços baixos.

            Justamente por não ser assim que o escrutínio deve ser maior. E é ainda mais delicado nas telecomunicações. As operadoras exploram o espectro eletromagnético e usam a infraestrutura das cidades. O mínimo que podem (ou deveriam) fazer em troca é prestar um bom serviço.

          4. Serviços públicos como os de telecomunicações deveriam ser agressivamente regulados justamente para evitar situações desse tipo.

            E todas as pessoas deveriam ter direito ao melhor cirurgião dentista de graça.

            Sabe o que o empresário tem mais que a gente? Tem mais é que se ferrar.

    2. anos atrás, tive um problema com a então telefonica (ou vivo — não sei se já tinha mudado) e o atendente pediu para que eu conectasse o cabo de rede no computador para ele “rodar uns testes”

      já era uma época em que eu não tinha mais nenhum computador com conexão ethernet em casa e quando disse isso a ele a resposta foi algo como “o protocolo é esse, se você não quiser seguir o problema é seu”

      foram várias ligações seguidas até que alguém resolvesse o problema

      1. (ele alegava que “não existe computador sem entrada para o cabo” e que eu estaria me recusando a colaborar)

        1. Pois é! Inacreditável! Na ocasião em que o surto fritou modem, roteador e computador, era fácil entender a situação, já que tudo continuava ligando normalmente, mas o modem não respondia na entrada de sinal, a porta ethernet também não dava sinal de vida, o roteador levantava o WiFi, mas a porta WAN e as LAN não davam sinal de vida, o computador ligava a fonte e o HD, mas a placa lógica não dava sinal nenhum.

          O surto evidentemente veio pelo cabo coaxial e não da rede elétrica, como a operadora insistia em afirmar, para não ter que pagar com o prejuízo.

          Numa das ligações, uma atendente me solta a pérola de que o cabo deles só carregava sinal, ele não conduzia eletricidade. Aí eu propus a ela um experimento simples: Pegue o cabo, descasque as pontas. De um lado enfie a alma num buraco da tomada e a malha no outro buraco. Agora vá até a outra ponta descascada e segure a malha com uma das mãos e a alma com a outra e me conte o que acontece!

          O que seria engraçado, não fosse revoltante, é que tanto atendentes como técnicos estão dispostos a comprar briga com o cliente para defender a empresa em situações em que estão flagrantemente errados.

          Numa dessas ocasiões, não me lembro se no caso do surto ou do cabo partido, educadamente chamei a atenção do técnico para um detalhe na instalação. O cara, sem pedir autorização, pegou uma furadeira e já ia abrindo um buraco na parede, quando bastava que ele retirasse o cabo que já passava antes e substituísse pelo novo. Ele levantou a voz e me deu uma resposta de forma tão grosseira, que igualmente levantei a voz e pedi a ele que saísse da casa dos meus pais.

          Lembro de termos aguentado essa operadora por mais alguns anos porque era o que havia disponível na região. Assim que tivemos disponibilidade de outro serviço, que não era lá essas coisas também, migramos. Na outra operadora, na única vez em que tivemos problemas, o atendimento automaticamente assumiu que o problema era na rede deles e um técnico foi enviado. Um cara tão educado e atencioso, que separei um tempo e o ajudei a conduzir os testes, conversando ao telefone enquanto ele estava no poste. Lembro que o técnico era tão mal treinado quanto os demais, gastou uma semana para diagnosticar o problema, mas foi atencioso como ninguém da outra operadora jamais tinha sido.