Chegou a hora de sair do Twitter

Dava para prever que o Twitter de Elon Musk se tornaria um ambiente insalubre, mas surpreendeu a velocidade com que aquilo se deteriorou. Isso, somado às ideias desprezíveis, por vezes criminosas do novo dono, nos leva ao único desfecho possível: chegou a hora de pular do barco, de sair do Twitter.

Os motivos são muitos, alguns documentados aqui, todos (em inglês) no ótimo Twitter is Going Great, uma cobertura em tempo real, formato linha do tempo, da catástrofe permanente em que se transformou o Twitter.

No último fim de semana, Musk conseguiu a façanha de ofender, com apenas um post, a maior autoridade sanitária dos Estados Unidos na luta contra a COVID-19 e todas as pessoas trans.

Em outro momento, fez acusações infundadas de que Yoel Roth, executivo que liderava a área de moderação e segurança do Twitter, havia defendido pedofilia em sua tese de doutorado. (Não é a primeira vez que Musk acusa desafetos de serem pedófilos sem qualquer indício de prova.) Era mentira, uma retaliação. Dias antes, Roth havia pedido demissão e criticado Musk publicamente.

Nota-se, por essas e outras notícias, que o Twitter é controlado por um lunático extremista, de ego inflado, alguém perigoso e mal intencionado e que, por acaso, é a pessoa mais rica do planeta. Não tem como isso dar certo.

Não que eu creia que todos os serviços e produtos que uso sejam controlados por pessoas bem intencionadas ou, no mínimo, alinhadas às minhas convicções. É que, no caso do Twitter, a podridão ficou explícita; o cheiro rançoso, insuportável.

Há quem diga que é válido engolir o orgulho e permanecer em ambientes hostis, para “ocupar espaços” e não cedê-lo ao “outro lado”. Isso é balela. Na briga entre progressistas e conservadores — em qualquer disputa que acontece no Twitter, na real —, há somente um vencedor possível: o próprio Twitter, agora indissociável de Elon Musk, seu único dono.

Por isso, estar ali é, por si só, uma derrota para nós, uma vitória para Musk e sua agenda errática. Não quero ser parte disso.

Faz uma semana que escrevi uma despedida do Twitter. Estava na dúvida. Aí leio que a newsletter Platformer, veículo que tem dado o maior número de furos na cobertura da era Musk do Twitter, decidiu abandonar o Twitter. Era o empurrão que faltava.

Em janeiro de 2008, quando me inscrevi no Twitter, meu primeiro post lá foi algo na linha “Se não pode com eles, junte-se a eles…”. Não mais.

O perfil do Manual do Usuário no Twitter volta a ser automatizado e será mantido assim, sem receber muita atenção. Nossas outras redes — LinkedIn, Mastodon e Telegram — seguem sendo alimentadas por mim. Siga-nos nelas. Sugiro, em especial, que se inscreva na newsletter — são duas edições semanais, bem completas. Para facilitar, o formulário:

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55 comentários

  1. Na minha opinião, Musk é alguém que levou o “não fale mal, faça melhor” a sério. Mas na tentativa de fazer melhor, ele não se cansa de abusar do erro.
    Enfim, eu até gosto de alguns dos recursos introduzidos com a nova era – particularmente os selos variados, especialmente os secundários que indicam vínculo a uma outra organização. Porém, esses são poucos dos destaques de um processo cheio de decisões péssimas, que colocam interesses pessoais acima da experiência de usuário.

    Apesar de tudo, por enquanto eu fico no Twitter pelas seguintes razões:
    1. Ainda é a melhor rede para acompanhar eventos em tempo real;
    2. Vários indivíduos e grupos que eu sigo estão concentrados na plataforma, embora alguns tenham se dissipado ao longo do tempo. É até similar ao meu motivo para usar WhatsApp;
    3. Minha experiência não sofreu grandes alterações até o momento, parece tudo igual para mim.

  2. O Twitter ainda é a mídia em que a informação se propaga (p2p) de forma mais rápida.
    Não sairei do Twitter pelo motivo da nova direção ter orientação conservadora. A divulgação da caixa preta (Twitter Files) é importante para entender a lógica da sensura utilizada pela gestão anterior.
    É interessante acompanhar todas as vertentes políticas, até o Manual do Usuário que tem um direcionamento “progressista” é importante acompanhar.

    1. Estou acompanhando e ainda não vi nada novo ou digno do estardalhaço que Musk tem feito em cima desse “Twitter Files”. Sim, decisões de moderação são difíceis de tomar e o Twitter se bateu em alguns casos super delicados. E daí? O que ele quer provar? As “revelações” não têm nada a ver com vieses partidários. Coincidência ou não, conservadores norte-americanos (e brasileiros) tendem a ser mais mentirosos que a média nas redes sociais nos últimos anos. Vai deixar barato só por serem conservadores?

      Que preguiça. Musk já se provou alguém nada confiável e esse Twitter Files é mais um abalo na imagem já ruim dele. Fala muito, faz pouco e, quando faz, faz tudo errado.

      1. “…decisões de moderação são difíceis de tomar e o Twitter se bateu em alguns casos super delicados…”

        Para quem ainda não sabe, já foi divulgado na thread do Twitter Files que equipes de moderação do Twitter na época, não permitiram que mensagens com teor conservador se propagassem, criaram blacklists e ativamente limitaram a visibilidade de contas e trend topics, tudo de forma secreta, sem avisar os usuários afetados.
        Realmente decisões de moderação são difíceis de tomar, mais fácil bloquear a maioria das mensagens e usuários com pensamentos conservadores!

        “..As “revelações” não têm nada a ver com vieses partidários…”

        Viés partidário têm sim plena relação com as decisões de moderação, vide meu comentário acima.

        “…conservadores norte-americanos (e brasileiros) tendem a ser mais mentirosos que a média nas redes sociais nos últimos anos…”

        Interessante essa afirmação, qual a fonte “progressista” que a embasa?
        De qualquer forma, não defendo desinformação, sou a favor da divulgação das ideias, independente do espectro político.

        1. Você está confundindo correlação com causalidade. O Twitter (e outras redes sociais) agem mais sobre perfis ditos conservadores não por eles serem conservadores, mas por eles violarem mais as diretrizes dessas plataformas — incidentemente, propagarem mais mentiras.

          Qual a fonte “progressista” que a embasa?

          Uma, dois, três, quatro, cinco… eu poderia continuar aqui, mas você também tem acesso ao Google, ao DuckDuckGo. Recomendo usá-los.

          Eu também sou a favor da divulgação de ideias, mas o que essa galera extremista faz é propagar ódio, ofender os outros gratuitamente, delinquir. Disso eu não sou a favor, não.

          1. Não estou confundindo correlação com causalidade, na gestão anterior do Twitter havia um viés de moderação baseado na orientação política (conservadora), independente de violação de diretrizes da plataforma, e isso está sendo claramente demonstrado com a divulgação dos Twitter Files.

            Quanto às fontes, abri o primeiro link, realmente a fonte é “progressista”, mas o título não corrobora com sua afirmação anterior:
            “Fake news is fooling more conservatives than liberals. Why?”
            Esperava que iria encontrar algo relacionado a conservadores mentirem mais, e o artigo não pode ser aberto por inteiro sem ser assinante da revista, próximo.

            Abri o segundo link é da respeitável (e que admiro) revista Nature.
            Estava lendo a Introdução, depois os resultados, quando cheguei no gráfico 2 com a descrição:
            “Fig. 2: Exposure to elite misinformation is associated with sharing news from lower-quality outlets and with conservative estimated ideology.”

            Será que “lower-quality outlets”, são as notícias que NÃO são veiculadas pela grande mídia, conhecida globalmente por ser “progressista”?

            Abaixo, no trecho:
            “(a) the quality of the news outlets they shared content from, as rated by professional fact-checkers21”

            Aqui, fact-checkers, as famosas agências checadoras da verdade, possui um link para um artigo que vai explicar o que são essas agências, e quais são os “lower-quality outlets”.

            O título do artigo é:
            “Fighting misinformation on social media using crowdsourced judgments of news source quality”

            Explicam a metodologia utilizada pelo artigo:
            “We ran two preregistered experiments… from three categories: (i) mainstream media outlets, (ii) hyperpartisan websites, and (iii) websites that produce blatantly false content (“fake news”).”
            E na conclusão desse artigo, identificaram que as informações mais confiáveis são as propagadas pela grande mídia (quem diria que chegariam à essa conclusão?).

            Depois desse link, nem precisa mais ler os próximos né, claramente estão enviesados com a visão “progressista”, mas de qualquer maneira obrigado pelos links, sempre bom agregar (e filtrar) conhecimento!

            Adoro usar o Google ou qualquer outro indexador para pesquisar na Internet, mas como visto acima é preciso tomar cuidado com a informação que encontramos, questionar, pesquisar, pois infelizmente em muitos blogs da internet há um viés político declarado (ou não), por isso é importante também tomar cuidado com textos que o incentivem à tomar alguma ação (p. ex. abandonar uma plataforma), é importante sempre se questionar qual o intuito do autor do texto, se as motivações são técnicas, políticas e se fazem sentido para você.

          2. @ AT~InDaHause

            Você está vendo pêlo em ovo e nada do que eu disser te fará mudar de opinião. Pena, porque esse viés é perigoso — disso para ficar na frente de quartéis pedindo intervenção militar, é um pulo.

            Encerramos por aqui a conversa.

          3. “Você está vendo pêlo em ovo e nada do que eu disser te fará mudar de opinião. Pena, porque esse viés é perigoso — disso para ficar na frente de quartéis pedindo intervenção militar, é um pulo.”

            Não, Rodrigo, temos opiniões distintas, não estou tentando lhe convencer, estou expondo minha opinião.
            Ficar na frente de quartéis pedindo intervenção militar, está muito longe de meus ideias, sou à favor da democracia e um regime militar é o oposto de uma democracia.
            Ok, encerramos por aqui!

  3. Uso o Twitter e tenho 3.400 seguidores atualmente. Tudo que se se refere à extremista e desinformação escrachada eu o bloqueio o perfil criminoso, calunioso. Já bloquiei muitos. Se ajuda não sei, mas é o mínimo que posso fazer.

  4. Opa, Ghedin… Acordei aqui pronto pra ir pra academia e tomei café lendo os seus haters (dizem que são os primeiros sinais da fama, será?). Bom, tô guardando dois segundos aqui pra dizer que fodam-se muuuito os fãs de Elon Musk e esse jorrar de comentários infames. Não pretendo sair do Twitter por enquanto, porque é a única rede social que realmente gostava de estar, mas está claro que ela degringola mais a cada dia. Me resta agora encontrar (cultivar?) um bom lugar pra estar na internet.

  5. Na verdade, isso aqui e uma opinião sua, tentando influenciar os outro, agora que o Twitter ficou melhor, assim como vc vai falar, por que leu e deixou uma opinião, o mesmo serve vc pra outro tipo de app. O Twitter está bem melhor.

  6. O grande X da questão é: se vc tem motivos pra usar o Twitter, o que te leva a procurar uma alternativa?

    Eu não uso mais o Twitter ativamente faz anos, mas tem amigos e páginas que não saem de lá, tanto que perdi contato com muita gente quando dei um tempo na plataforma anos atrás. Por melhores que as alternativas possam ser, de nada vale se o meu “ninho” não estiver lá. E tem gente de todo tipo, brasileiro e gringo, famoso ou não, então é difícil chegar num consenso. Chega a ser pior que a guerra dos messengers (onde o WhatsApp segue na frente, infelizmente).

    O Hive tem um grande potencial, mas é mobile-only e o app para Android trava bastante (reinstalei o app esses dias e não consegui sequer logar). O Koo já está caindo no esquecimento, na mesma proporção do hype das últimas semanas. Não cheguei a me cadastrar em nenhuma instância do Mastodon, mas pelo pouco que acompanho ele é complicado demais pra galera abraçar (e sim, eu li os artigos do Manual). Nem mesmo o Zuck e cia conseguiram fazer frente.

    Quando teve o “apagão” do Twitter eu peguei a pipoca e abri o feed pra ver o que os amigos falavam. Tinha gente chamando pro Discord, Instagram, Mastodon e em alguns casos até o Tumblr (!). Mas cada um pra um lado. E como eu mencionei acima, é difícil chegar num acordo quando o seu grupo é tão disperso.

    A transição é muito mais fácil quando vc não tem nada que te prenda ao Twitter (ou a uma plataforma específica), mas se for este o caso, o que vc está fazendo em uma rede social?

  7. Dessas alternativas ao Twitter a única que consegui usar foi o KooApp, Mastodon não é intuitivo.
    Ou o Telegram mesmo. Seguir o canal por lá.

  8. Ontem, dia 12/12/22/, cancelei minha conta após uns 12 meses sem usar o Twitter.
    Sem ler as notícias, só com as manchetes, achei que não ia poder voltar .
    Sou assinante do Manual Do usuário e ouvinte assíduo do Tecnocracia, e as informações que recebi me ajudaram a decidir pela exclusão da conta

  9. Vou continuar. Para o que eu uso que é: notícias, shitposting e falar de futebol, é imbatível. Não tem plataforma que faça a informação fluir mais rápido.

    E no final das contas, o Twitter é um nanico. Uma bolha. Em 99% do tempo o que é polêmica lá ninguém tá dando bola na vida real – só quem tá lá acha que é importante.

  10. Acabei de descobrir que as minhas credenciais do navegador Vivaldi já servem para a instancia do mesmo (que era justamente a que eu queria).
    E parece que o Vivaldi teve a adição de um recurso para o Mastodon.

  11. “Liberdade de expressão” é um dos argumentos mais desvirtuados de sua originalidade que possam existir hoje em dia. Discurso de ódio não é liberdade de expressão, preconceito, antissemitismo, xenofobia, racismo, idem. A “liberdade de expressão plena” é perigosa, e o oposto disso não é censura, mas sim moderação e regulamentação.

  12. Eita, o cara tá combatendo a pedofilia na plataforma e dando mais espaço pra ideias sem afrouxar as regras contra discurso de ódio real.
    Parece q isso incomoda alguma pessoas aqui

    1. Acusar um ex-funcionário de ser pedófilo sem ter qualquer indício não é “combater a pedofilia na plataforma”. Isso é assédio, crime.

      Na vida real, fora dos delírios da cabeça do Musk, o Twitter desmontou o conselho de segurança e confiança, que auxiliava a tomada de decisões de moderação, e, pela primeira vez em uma década, não enviou representante ao encontro com líderes de tecnologia promovido pelo National Center for Missing & Exploited Children, maior organização de proteção à criança dos Estados Unidos.

      O que incomoda é isso. O resto, em especial o feed de Musk no Twitter, é propaganda de um lunático extremista.

  13. se for uma escolha pessoal quanto ao musk principalmente, aí não importa a plataforma, não importa o que for feito, não importam as alternativas

    porém quanto à plataforma, achei melhor, possibilidade de notas, mudanças constantes, velocidade de evolução muito maior, vejo um presente igual e um futuro promissor.

  14. Gostaria de saber qual é a censura que tanto incomoda o Musk e essa turma. O que eles querem tanto falar que não podiam antes?…

  15. Pelo que parece o Twitter está ficando melhor agora não o contrário. Foram encontradas ferramentas feitas para censurar o direito de expressão de algumas pessoas e vários outros problemas.
    Na verdade nunca tive paciência pra twitter, sempre achei meio chato e um ambiente que a galera ficava mais reclamando do que fazendo algo útil. Vamos ver agora, pode ser que melhore

    1. Qual a fonte dessa informação de que “foram encontradas ferramentas feitas para censurar o direito de expressão de algumas pessoas e vários outros problemas”?

      Se estiver se referindo ao Twitter Files, é um papelão que não prova nada e expõe desnecessariamente pessoas que eram responsáveis pela moderação no Twitter.

    2. Ferramentas de moderação sempre existiram, a diferença é que agora elas só são usadas contra progressistas, gente que reclama do Musk e quem anuncia o mastodon. Nazistas e antivacinas por outro lado agora são recebidos de braços abertos

    3. Cara, o twitter não é a representação do direito de expressão, é só uma plataforma onde é publicado aquilo que elesquerem que seja publicado, não o que vc quer.
      É uma ignorância seletiva que é difícil de entender, se vc quer se expressar livremente precisar conquistar seu espaço ou pagar por ele. Até onde lembro o twitter é gratuito para os usuários, então quem está pagando decide o que é publicado.

      1. Em nenhum momento falei de crimes. Só pelo fato de não ir de acordo com a pauta progressista e todo conteúdo de esquerda já rolava boicote. E foi provado isso.

        Se for algo criminoso ok, tem que agir de forma dura contra. Agora achar que tudo que é diferente do que vc acha certo ser algo criminoso aí é tenso.

        1. Você repete que “foi provado”, mas não apresenta prova alguma. Pelo contrário, há provas de que o algoritmo do Twitter favorece perfis conservadores/de direita.

          Existem regras do Twitter, que não são lei, mas têm força de lei porque são apresentadas e aceitas pelo usuário no momento do ingresso na plataforma. Em momento algum foi dito que o Twitter deveria agir contra “tudo que é diferente do que vc acha” — essa é uma inferência, estúpida e equivocada, que você fez por conta própria. A minha crítica é em relação às violações das diretrizes do próprio Twitter, o que às vezes se sobrepõe à violação legal, mas não necessariamente.

        2. Não foi provado coisa alguma, foi cuidadosamente selecionado todas as vezes que a moderação agiu corretamente contra perfis conservadores. Curiosamente não foi exibido as vezes que perfis progressistas foram suspensos…
          Mentiram pra você.

  16. Todo apoio deste leitor que já te segue há um tempo via newsletters, Telegram e Mastodon. Somos habitantes e usuários do ambiente online, uma condição que cresce dia a dia e não tem volta atrás. Mas isso não quer dizer que temos de nos conformar e virarmos servos da vontade dos poucos (cada vez mais poucos) senhores da grana global. Se a internet é a nova rua, vamos sair à rua e inventar o nosso espaço nela.

  17. acreditam que eu tô usando LinkedIn?? que fase. pelo menos por padrão já me motiva a evitar o oversharing.

    1. inclusive, se puderem fazer um post de outras publicações que geram debate interessante no LinkedIn, seria legal

        1. Se o Ghedin me permitir um react sobre este comentário:

          – a primeira vez que li (sem ver o link), ri alto.
          – a segunda vez (abrindo o link), tou me segurando no trem para não rir alto.

  18. Fico até triste o que está acontecendo com o Twitter sob comando de Musk.

    O Twitter sempre me ajudou neste quesito: informações e vídeos legendados.

    Sou surdo. Quando vejo um vídeo que viralizou e causou revolta, geralmente sempre não tem legenda. Porém, sempre tem alguém que legenda ou transcreve o vídeo no Twitter o que me ajuda a saber porque o tal vídeo viralizou, assim entender porque as pessoas ficaram revoltadas, por exemplo.

    O Twitter sempre foi meu lugar para me informar melhor, e agora, acho que o Reddit vai ocupar este lugar.

    Uma pena.

    1. Acho legal que on Twitter tenha criado um espaço um pouco mais acessível, Douglas.
      No Mastodon onde estou, principalmente nas instâncias mais próximas que interajo mais há bastante essa preocupação na descrição de midias. Já até tá virando meme, pois não estamos mais dando boost (similar ao retweet) em mídias sem descrição.

      Inclusive eu criei um bot para qualquer que ver uma publicação com mídia sem descrição e por ventura queria muito compartilhar o conteúdo, a pessoa que marca esse bot na publicação e escreve a descrição, ele lê a postagem original, copia ela e adiciona a descrição indicada. Aí a pessoa pode dar boost e divulgar o conteúdo.

      Queria poder criar mais bots e ferramentas pra acessibilidade. Vou pensar em outras soluções que ajudem nisso.

  19. “Há quem diga que é válido engolir o orgulho e permanecer em ambientes hostis, para “ocupar espaços” e não cedê-lo ao “outro lado”. Isso é balela. Na briga entre progressistas e conservadores — em qualquer disputa que acontece no Twitter, na real —, há somente um vencedor possível: o próprio Twitter, agora indissociável de Elon Musk, seu único dono.”

    AQUI VOCÊ FOI CIRURGICO, GHEDIN!

    1. Pior que tenho minhas ressalvas.

      Acredito que no final as pessoas ficam onde podem estar pois é mais desconfortável a mudança e a pessoa teme em mudar e ir para algo pior.

      Quando saí do Twitter e fui para o Mastodon, é ok no primeiro momento, mas o problema é a “patrulha”, algo que terá em qualquer lugar, mas no Mastodon, dependendo da instância ou das ligações entre instâncias, acaba sendo estúpida tanto quanto um policial embriagado pelo poder (as vezes acho que a pessoa que está em uma posição de poder muitas vezes se aproveita disso para abusar – o velho “pequeno poder”, mas divago, não nego que também escrevo isso com algum ressentimento). Na verdade, é um comportamento comum em antigos fóruns – e como sempre digo, no final, redes sociais ainda replicam este conceito de fórum em suas estruturas, só mudando alguma de suas dinâmicas.

      O Twitter – não importa os males – (infelizmente) se consolidou como plataforma de comunicação. E é bom ver que as pessoas que defendem software livre e comunicação aberta fazem os devidos esforços para que as comunicações como Mastodon e similares se consolidem de forma a combater o Twitter.

      Mas muitas vezes nem é as plataformas os problemas. São as pessoas. Não adianta sair da megalomania do Elóin Tosco e cair em uma instância que se diz progressista, mas qualquer falha que a pessoa cometer em sua comunicação, vão nem apontar dedos mas a mão inteira e falar mal de ti? Para qualquer outro sem tanta bagagem de conhecimento social, ou para alguém que se irrita fácil com apontar de dedos (como eu), muito mais fácil ficar no Twitter (pois só basta não falar mal do Tosco) ou nem ter rede social do que entrar em uma comunidade simples do Mastodon, falar algo não aceito por uma terceira instância federada em outro país e depois levar broca por algo que nem deveria.

      1. Ligeiro, o Mastodon não é uma cópia do Twitter. É natural que ele tenha outras regras, outra dinâmica. Sinto que sua experiência lá foi ruim, por N fatores, mas daria para contrapor seu relato com outras tantas experiências ruins que outras pessoas tiveram no Twitter, por N fatores.

        Esse lance de que é “muito mais fácil ficar no Twitter (pois só basta não falar mal do Tosco)” é análogo àquela ideia do “bom ditador”. Para muita gente, funciona — é o mesmo povo que diz que na época da ditadura militar as coisas eram melhores.

        1. Entendo um pouco o que o Ligeiro quis dizer, mas na verdade não me importo tanto com as pessoas no Mastodon tentando guiar alguém que não seguiu as regras ou que postou de uma forma não compreendida, pois isso é natural da comunicação.
          O que me incomodou foram esses bloqueios sem fundamento, que inclusive me impedem de seguir o perfil do Manual e do próprio Ghedin (uma das pessoas que acabaram me levando para o Mastodon), o que é uma pena.
          Esse motivo me fez parar de tentar convencer meus amigos que seguiram no Twitter a migrar e por isso permaneço nas duas redes por enquanto.

          1. Também dei uma desanimada com o Mastodon por isso, eu sei que dá para mudar de instância, mas se for preciso fazer isso cada vez que rolar uma treta dessas complica demais.

        2. Pior que o seu último parágrafo não está errado, creio que no final é a melhor analogia: em uma situação de atitudes simples, mesmo em um espaço onde há uma ditadura, as pessoas acabam estando lá por alguma conveniência. é um assunto que não domino, então pulo. talvez quem entenda de sociologia pode explicar melhor.

      2. Desculpe se fiz parte do seu ressentimento na plataforma. Mas não acredito que ofender ou propagar uma ideia que mal sabe o problema deva passar sem no mínimo uma repreensão. Você busca ser sempre sentado quando vejo seus comentários aqui, e isso é legal. Mas não sempre que é, e no caso em específico foi um ataque que você não se deu conta. Enfim, eu esperava que pudesse entender e aceitar o apontamento do erro, pois não fiz ataque pessoais para ti.
        No mais, apontar erros não é nenhuma ação policialesca.

        1. Não vou tornar este espaço de comentários um espaço para um debate amargo. Penso se podemos fazer isso por e-mail (o que acharia meio receoso e chato pois fecharia a conversa) ou se abro uma nova conta em alguma instância e assim conversariamos por lá.

          Em respeito, por enquanto fiquemos assim. Me sentindo confortável, conversaremos.

      3. Eita!!!
        Bom já imaginava que seria assim esse lance de instâncias. Bom em todo caso eu estou no meio de um detox de rede social, mas é sempre bom ter um contraponto.

      4. Acho que é meio sem solução por enquanto. Redes sociais hoje só nas mãos de big tech e/ou megalomaníacos ou dos admins mão pesada do mastodon. Não gosto, mas fico com a segunda opção até surgir algo melhor

        1. De fato, noto que agora o Mastodon começa a lidar com seus problemas de crescimento. E ok, “é da natureza”, diz o velho chavão.

          Na verdade até admiro em partes este esforço em moderar, mas ao mesmo tempo noto que quem está acostumado a ausência de moderação oculta, se incomoda com as “patrulhas”. Outro temor foi o que ocorreu tempos atrás: por causa de um misto de briga de egos e mal entendidos, instâncias “progressistas” censuraram-se uns aos outros.

          Se a mecânica das instâncias valoriza as relações entre elas, as brigas sejam por regras mal entendidas entre pares ou por pura e simples birra geram uma espiral que atingem as próprias comunidades. Não vou além disso pois não entento tanto da dinâmica, só falo bonito para parecer inteligente. 😁