Este episódio é uma continuação do episódio anterior e o prelúdio para o próximo episódio.
Continue lendo “O papel da big tech nas eleições brasileiras de 2022, parte 2”
Este episódio é uma continuação do episódio anterior e o prelúdio para o próximo episódio.
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O acordo entre pessoas e empresas da chamada web 2.0 já não era dos melhores: em troca de espaço para publicar na internet, conexão e alcance, cedemos nossos dados mais íntimos para que elas lucrassem horrores direcionado anúncios invasivos.
A explosão da inteligência artificial gerativa, liberada pela OpenAI e seu grande sugador de dados da internet, piorou os termos para o nosso lado.
De maneira unilateral, as big techs que veiculam conteúdo gerado pelos usuários alteraram seus termos de uso, garantido a elas o direito de usar os nossos dados para treinar IAs.
Google, Meta e, em breve, X (antigo Twitter). Não houve grandes anúncios nem nada do tipo. Coube à imprensa e aos ativistas pró-privacidade jogar luz nessas alterações faustianas.
A Meta disponibilizou um formulário que (supostamente) permite às pessoas excluírem dados pessoais de fontes/conjuntos de terceiros obtidas ou comprados pela empresa para treinar IAs.
Note a engenhosidade do texto: em momento algum a Meta diz que os dados em suas plataformas abertas (Facebook e Instagram) estão no pacote. Você usa Facebook? Instagram? Parabéns, você está treinando as IAs da Meta.
Esse “trabalho forçado” invisível não é novidade. Há mais de uma década, o Google treina seus algoritmos de computação visual com CAPTCHAs — aqueles desafios que nos pedem para identificar pontes, faixas de pedestres e carros em pequenas imagens borradas.
Quando muito, essas empresas pagam uma mixaria a trabalhadores precarizados em países do Sul Global.
A diferença desta nova fase de exploração generalizada com a IA gerativa, é a (falta de) transparência, abrangência e escala.
Até então, as big techs “apenas“ lucravam com os nossos dados. Agora elas querem mais que isso; querem nos usar para criar novos produtos que, depois, pagaremos para usar.
Neste episódio do podcast, retomo o assunto de uma conversa animada no NúcleoHub, o servidor de Discord do Núcleo Jornalismo, sobre redes sociais “pós-Twitter”. Para qual iremos? Eu aposto no Mastodon, você já deve saber, e explico aqui o porquê. Se bem que… já dá para considerar o Órbita uma rede social?
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Em julho, conduzi um experimento: participei do maior número de redes sociais possível pelo Manual do Usuário.
Planejava fazer uma análise bem objetiva, pautada por dados e estatísticas, ao final desse mês imerso em uma parte da internet que não costumo frequentar.
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Neste episódio, recebo Iná Jost, coordenadora da área de liberdade de expressão do InternetLab, para falar do novo relatório de lá sobre sistemas de moderação em camadas para redes/plataformas sociais. O que são? Quais as vantagens e os desafios? Trata-se de uma lista VIP, onde já figuraram nomes controversos como Neymar e Donald Trump, ou é algo mais complexo, cujo potencial ainda não foi realizado?
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X (antigo Twitter), a rede social de Elon Musk, processou o Center for Countering Digital Hate (CCDH), uma organização sem fins lucrativos que analisa e publica relatórios sobre discurso de ódio, extremismo e comportamento nocivo em redes sociais. A empresa alega que o grupo de pesquisadores viola seus termos de uso ao coletar dados para análise e, sem provas, de que são financiados por governos estrangeiros e empresas concorrentes da X.
Desde que Musk assumiu o controle do Twitter/X, o CCDH publicou vários relatórios apontando pioras em indicadores da rede, como o aumento do discurso de ódio anti-LGBT+ e do negacionismo climático.
Dado o histórico recente de Musk e a postura da X em relação a temas delicados — como restaurar a conta de alguém que compartilhou imagens de abuso sexual infantil —, acho que já é seguro colocar a X no mesmo balaio de outras redes extremistas, como Gab, Truth Social e Gettr. Via Associated Press (em inglês).
Não é de hoje que o Twitter apodrece em praça pública, sabotado pelo próprio dono. A última grande ideia de Elon Musk foi jogar no lixo a marca “Twitter”, rebatizando o serviço de X. Sim, a letra X.
Fiquei incrédulo, como em muitas ocasiões desde outubro de 2022, ao saber disso. Hoje, gosto da mudança. Ela põe um fim à degradação agonizante do Twitter e ajuda a separar o legado de uma empresa imperfeita, mas que acertou bastante, do caos instaurado por Musk.
Continue lendo “Obrigado, Elon, por trocar o nome do Twitter por X”
Teorias da conspiração não costumam resistir aos fatos, por isso a ideia de que Elon Musk estaria destruindo intencionalmente o Twitter para livrar-se da dívida enorme que criou com a compra da empresa não me parece plausível.
A favor dessa postura está o fato de que não é a primeira vez que ele tenta emplacar um “app de tudo” chamado X — o novo nome do Twitter, já em processo de mudança com logo provisório em todo lugar e x.com redirecionando para o Twitter.
No final dos anos 1990, Musk tentou a mesma coisa com o PayPal. Na época, perdeu a disputa com um sócio. Walter Isaacson, que escreveu a biografia do bilionário que sai em setembro, compartilhou essa passagem no Twitter, digo, no X.
Hoje, a fortuna de Musk é maior e não há ninguém no Twitter (ou fora dele) capaz de tirar da cabeça que queimar a marca do Twitter, passarinho azul e tudo, é uma decisão estúpida. Via @lindayacc@twitter.com, @WalterIsaacson@twitter.com (ambos em inglês).
Um advogado do Twitter enviou uma carta à Meta ameaçando processar a empresa pelo lançamento do Threads. Diz o texto que ex-funcionários do Twitter, contratados pela Meta, teriam desviado propriedade intelectual para criar a nova rede social.
Só que, segundo Andy Stone, diretor de comunicação da Meta, ninguém da equipe de engenharia do Threads já trabalhou no Twitter. Via Semafor (em inglês).
Atualização (7/7, às 8h30): A fonte anônima do Semafor agora tem nome e cargo. A nota foi atualizada.
Como desgraça pouca é bobagem, o Twitter avisou que em 30 dias vai fechar o TweetDeck para assinantes do Twitter Blue (R$ 42/mês) e começou a forçar a “nova” versão (em testes há dois anos), que é basicamente um Twitter web com colunas — bem pior que a antiga. Via @TwitterSupport/Twitter (em inglês).
Não me surpreenderia saber que os eventos desastrosos do Twitter no fim de semana precipitaram o lançamento do Threads. Se sim ou não, não importa: ele vem aí. O novo app da Meta já aparece agendado para a próxima quinta (6) na App Store e na Play Store de alguns países, como a da Itália. Traz “Instagram” no nome e zero menção a ActivityPub ou Mastodon, como era de se esperar.
Ao rolar um pouco a página do Threads para iOS, chama a atenção o tanto de “dados vinculados a você” listados, bem como o tamanho do app (254 MB). É um contraste chocante com outros apps “first party” do mesmo tipo, como Bluesky (3 tipos de dados, 24,8 MB) e Mastodon (nenhum dado coletado, 57,9 MB).
Desde outubro de 2022, os fiascos do Twitter beneficiaram sobremaneira o Mastodon/fediverso. O último — limitação de posts nos feeds dos usuários — está ajudando o Bluesky a bombar. A rede teve que fechar para novos cadastros no domingo (2) e, ao reabrir, nesta segunda (3), a demanda por convites parece ter aumentado um bocado. Via @bsky.app/Bluesky (2) (em inglês).
Temos uma conversa no Órbita para distribuir convites. (Não é para pedir; é para distribuir.) Se você tem um sobrando aí, considere compartilhá-lo lá.
Em meados de 2019, publiquei algumas matérias em uma série que batizei de “Universo alternativo”. Eram histórias de aplicativos e ambientes digitais populares no Brasil, até então ignorados pela imprensa.
Em julho, farei um experimento no Manual do Usuário que me remete a algo de um universo alternativo: ao longo do mês, usarei todas as redes sociais, até as mais tóxicas, como Twitter, Facebook e Instagram, para espalhar os textos, vídeos e tudo mais que produzir aqui.
Elon Musk limitou a quantidade de posts que alguém pode ver no Twitter para combater a raspagem de dados da plataforma. Usuários não verificados (leia-se: não pagam a assinatura) podem ver 800 posts por dia. (Antes, o limite era 600.) Do ponto de vista do Twitter, é uma das decisões mais estúpidas que a direção poderia tomar — ver posts é a base de todo o negócio. Para os usuários, é uma boa notícia, meio que um tratamento de choque para reduzir o vício em um ambiente tóxico. Via @elonmusk/Twitter (2) (ambos em inglês).
O Twitter bloqueou o acesso a perfis e posts sem estar logado. Não houve comunicado algum da mudança, o que pode significar uma de duas coisas: é um erro/problema no site, ou apenas Elon Musk sendo covarde outra vez. (Em janeiro, o Twitter quebrou apps de terceiros sem aviso prévio.) Considerando que dia desses ele estava reclamando da Microsoft supostamente usar dados do Twitter para treinar IAs, talvez seja a segunda opção.
Com essa “mudança”, nossa instância do Nitter, no PC do Manual, quebrou. Vamos acompanhar a situação para ver o que fazer com ela.
Atualização (1º/7, às 8h46): De acordo com Musk, o bloqueio é uma medida temporária devido a “várias centenas de startups” coletando dados do Twitter para treinar inteligências artificiais.