Preços das passagens aéreas

Ao longo desses últimos anos de bolsonaro, de inflação acelerada e de desvalorização do real a gente assistiu ao aumento significativo dos preços de passagens aéreas.

Além disso, ao longo dos anos de pandemia também assistimos à redução da oferta em função da inevitável redução do número de voos.

A sensação* que tive voando agora em janeiro e em março (e no ano passado), contudo, foi de que os aeroportos voltaram aos níveis de lotação pré-pandemia. Num cenário de alta demanda obviamente a tendência obviamente será o aumento de preços ainda mais forte (ou pelo menos a não redução).

Enfim: será que temos alguma esperança de voltar ao cenário pré-pandemia, em que as passagens estavam num nível mais tolerável?

Dito isto, parece-me bem oportuna a iniciativa do governo em tabelar o valor de acentos ociosos para certas categorias.

*: obviamente esta sensação é anedótica e circunstancial. O quadro estrutural pode ser outro.

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17 comentários

  1. Pois é, o preço está mais caro agora do que no governo bolsonaro.
    Mas acho que a tendência é cair, com a tabelação pelo governo Lula.

  2. Olha, em dezembro comprei uma passagem ida-e-volta POA-BH para viajar em maio/2023. Super barata. Coisa na faixa de 170 o trecho. Semana passada tive que remarcar um dos trechos e ainda estava o mesmo valor. Por ocasião da semana do consumidor ainda tive desconto em cima do valor que já era baixo e paguei somente 99 (+ multa de remarcação).

    Então acredito que a situação está bem louca mesmo nas passagens. Ano passado procurei POA-BH e estava mais de 700 reais.

    Mas saindo do meu exemplo anedótico, acredito que seja uma mistura de:
    – descompasso demanda-oferta com reabertura pós-pandêmica
    – custos crescentes
    – lucros gordos; com a confusão da pandemia, vimos todos os preços serem ajustados – de modo justo ou injusto. Mesmo quem não tinha motivo reajustou junto e aproveitou para recuperar a grana que (não necessariamente) perdeu ali atrás.

    Vi um vídeo da VOX que trata do assunto e de onde tirei esses bullet-points: https://www.youtube.com/watch?v=qlKx8uc_ppU

  3. Além dos preços terem subindo bastante, do número de voos terem reduzido, agora serviços básicos são cobrados e com uma lógica totalmente aproveitadora, exemplo: a marcação de assentos não é mais possível de forma gratuita na compra da passagem, somente no momento do checkin, então você precisa ter sorte de ter dois assentos juntos disponíveis, por exemplo. Ao marcar o assento no momento da compra da passagem, você tem preços distintos para cadeira conforto, cadeira normal mais a frente do avião, cadeira normal mais lá atrás do avião, e a cadeira da saída de emergência, que era gratuita e agora é cobrada também. Sem falar na enganação de que tirando a bagagem despachada gratuita os preços iriam melhorar. Tá cada vez mais difícil viajar de avião.

    1. Tu falando sobre isso, me lembrou que em ônibus agora também meio que “cobram” por escolha de poltronas.

      Mais exatamente, o que ocorre é o seguinte: em sites de “promoções de passagens”, a passagem mais barata dá uma poltrona aleatória. Durante a compra é possível somar um valor para escolher uma poltrona.

      Pelo visto, as empresas estão querendo ganhar o máximo com o direito de escolha…

      1. Eu acho isso muito zoado, bicho, e detalhe, poltronas mais a frente do avião, mesmo as que não são mais espaçosas, são mais caras que as poltronas lá de trás. Deve ser porque quem está na frente desce primeiro do avião, puta vantagem hahaha

  4. Cara, qualquer futurologia de como estará tal mercado é sempre complicada, né? Mas como a galera já comentou aí embaixo, o cenário mais provável é ficar do jeito que está, “caro”.
    Custo de aviação é combustível (petróleo * dólar) e o leasing dos aviões (estamos num momento de alta dos juros). Fora que com a pandemia as companhias aéreas levaram um tombo grande, a Avianca saiu do mercado, teve aquela encrenca com a ITA, a Latam pediu recuperação judicial. Os que sobreviveram estão pagando as dívidas daquele momento, especialmente com a volta dos clientes corporativos, que de fato estão lotando os aeroportos.

    Então, assim, num horizonte curto, tipo próximo ano chuto ser bem improvável qualquer disputa de preços entre as companhias ou queda geral de preços.

  5. Me veio a mente duas coisas:

    – Nos anos em que a Azul entrou no mercado, houve uma renca de promoções (consegui viajar com uma dessas). Imagino que na época era um pouco mais fácil a possibilidade de viajar barato.

    – Não muito a haver com preço se passagem, mas sim uma dúvida: o “Correio Aereo” (serviço da FAB que permitia viagens em aviões da Aeronáutica) ainda existe ou só falam dele depois que citam um politco que usa avião da FAB?

    1. E em tempos: já vi passagens em torno de R$ 300 no Skyscanner. Isso com uns 2 meses de antecedência.

      O problema aqui não seria também o mecanismo de milhagem ou o incentivo a compra por antecedência?

  6. Mesmo sendo beneficiário da pretensa bolsa avião, esse valor que vão abater dos tais acentos ociosos, vai ser diluído nas outras passagens.

    1. a sensação toda é a de formação de um oligopólio no mercado brasileiro: há margem para que as cias aéreas pratiquem preços mais competitivos mas as margens de lucro atuais estão satisfatórias

      a proposta dos 200 reais para trechos ociosos atenua isso e é bem vinda, mas não resolve

      precisamos de uma quarta companhia urgentemente

      1. A cabeça de gente da área é a mesma do Paulo Guedes. Se os caras quisessem, eles abririam o mercado. Só que se até você ir em um aeroporto é proíbido se não atende o que eles esperam (lembre-se que fui expulso “pq aeroporto não é shopping”), eles querem só para “quem pode pagar”.

        O ponto aqui é que isso também influencia nos preços dos ônibus, pois se a aviação fica mais barata, os ônibus são forçados a baixar seus valores.

      2. Mas não é simples assim a formação de uma companhia aérea.
        A barreira de entrada, mesmo com o mercado 100% aberto, é muito grande. Os custos de operação são muito altos, além de serem dolarizados.
        A abertura de mercado possível, seria a permissão de empresas estrangeiras operarem voos locais, só que há convenções internacionais proibindo esse tipo de coisa, com o Brasil sendo signatário.

      3. Aviação civil é um negócio muito complexo, com margens curtas, consumo intensivo de capital e tudo mais. Competição ajuda, mas não é bala de prata; não me parece que é esse o problema, ou o que explica os preços altos do momento.

        Essa proposta de R$ 200, à parte o aspecto social (que me parece acertado), sei lá se ajudaria a baixar preços. Capaz das companhias compensarem a perda cobrando mais do resto da galera. (Sem falar na bateção de cabeça no governo.)