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5 comentários

  1. O jeito mais fácil de compreender é pensar que sim, há gente que no final almeja estar em uma situação similar. Não temos a cultura francesa que gerou a Bastilha (e os carros queimados – o que acho meio estúpido, mas não vem ao caso neste debate).

    As vezes até leio alguns comentários tipo “como eu queria estar em situação similar”. E é difícil. Aquela frase do Paulo Freire “Quando a cultura não é libertadora, o desejo do oprimido é tornar-se opressor” acaba lidando com isso, mas não enxergamos a multiplicidade desta frase.

    Quando vemos as pessoas que são resgatadas muitas vezes de trabalho escravo, eles mesmos dizem que o problema é que eles se vem “merecedor” disso pois não conseguem algo melhor. Nossa cultura oprime, ou usa de artifícios para dividir as pessoas como se “mérito” fosse só questão de esforço.

    Agora, demonstrando um pouco do meu preconceito (por favor, entendam esta frase mais como uma depuração e não como uma afirmação ;), gostaria muito de contrapontos :D ), acho que diferente de muitos outros povos, o brasileiro meio que foge de problemas, evita guerras e atritos. Não vai brigar tão fácil, senão 2013 teria tido um resultado bem diferente (e não um salnorabo entre 2019 a 2022 e o golpe de 2016 – que também entendo que houve tiro no pé do PT, pois imagine se o PT fosse bem mais combativo?). Ou se há estas, são ocultadas pela imprensa mainstream (Pinheirinho é um dos maiores exemplos).

    As poucas pessoas de trato social – galera socialista, de esquerda – que vão para a rua e tentam mudar este tipo de consciência são poucas mesmo. Não conseguem “espalhar a palavra”, isso “Testemunhas de Jeová” conseguem bem mais fácil. }

    Enfim, isso falo admitindo meus preconceitos que precisam ser modificados, gerando novos conceitos. O ideal mesmo é galera letrada, cientista social/sociólogo.

    1. Não sei não… Os protestos dos 20 centavos lá não podem ser considerados como o fulcro que nos jogou no colo do bolsonarismo troglodita? Acho que se revoltar por revoltar só piora quando os revoltosos não sabem o que estão reclamando

      1. Tem razão. Esses protestos meio que negavam a política e também negavam a democracia, não existe democracia sem política e políticos.
        O povo meio que embarcou por causa da constante demonização que se faz dos políticos no Brasil (acho que não é só aqui), claro que os políticos ajudam bastante mas temos bons exemplos de políticos que negam a afirmação de que “todo político é ladrão”.

      2. Por isso o sentido da frase: Não vai brigar tão fácil, senão 2013 teria tido um resultado bem diferente (e não um salnorabo entre 2019 a 2022 e o golpe de 2016.

        Entendo que o mal aqui era a ausência de consciência política, e é algo que ainda temos, pois se não, provavelmente algumas coisas já teriam sido feitas de forma ágil, como a punição ao bolsonarismo e o fim do militarismo.

        Tenho muito na cabeça que 2013 só teve o que teve pois dois jornalistas foram alvo de policiais. Isso provavelmente pôs o jornalismo na roda política e expôs os problemas dos protestos que existiam até então. Haddad tentava levar sem violência, diga-se (até recebeu gente do Passe Livre para um debate). O problema foi a cabeça do militarismo paulista (por mais que eu entenda que sim, há dedo do Alckmin por ter sido governador, o problema era sempre os políticos mais “underground” e que tem ligação com as polícias).

        2014/2015 teve a ocupação das escolas (que tentava emular o Occupy Wall Street), sem tantos resultados práticos no final das contas. No final, é como falei, a sensação é que a galera luta mais para ser igual ao opressor do que apenas para ter os direitos básicos. E não tou falando da galera que já luta politicamente pelos seus direitos, se bem que tenho minhas ressalvas que não cabem aqui.