Leio um texto desses e digo “graças a deus não entrei na área de programação”.
Me lembro que conheci uma pessoa que entendia de Cobol. Só que dado o fim do uso do sistema, ele até pensou em mudar de área na programação, mas acabou desistindo.
Uma coisa engraçada é que há ainda sistemas que usam programação antiga. Java que o diga.
E esse é um ponto a ser pensado: se a pessoa / empresa / governo tá lá rodando o sistema, e (na cabeça deles) funciona, para quê mexer? Ter trabalho de pagar programador, teste, etc? E o medo de perder tudo?
Não a toa prefiro consertar PCs. Apesar de que aos poucos já está obsoleto isso também… (Escutei de um que é mais barato comprar PC velho de lote do que mandar formatar).
Não é meio natural que toda a carreira que se alongue por um bom tempo acabe virando “dívida técnica”? Pergunto pensando no meu pai que trabalho a vida toda em área comercial, é um cara 100% old school, não aplica muita tecnologia no dia-a-dia do trabalho e mesmo assim, as coisas que fazia no trabalho há 20 anos não cabem mais no trabalho de hoje. O mesmo acho que dá pra dizer sobre outras profissões como publicitário, mecânico, etc.
Se um desenvolvedor vê as coisas dessa forma, imagine um jornalista.
Quando terminei o curso, há uns 25 anos, a Web engatinhava e era movida à conexão discada. Não havia “plataforma de rede social”: os poucos nerds que se aventuravam naquela seara entendiam de HTML e fincavam sua bandeira no Geocities.
Qual é o equivalente técnico dessas traquitanas em 2023? Visão de produto? Mediação algorítmica? Metodolgias ágeis? Cultura data-driven?
Palpite: existe um lugar, na esquina entre a obsolescência e a “dívida técnica” (não tinha ouvido essa ainda), onde dá para cravar um poste bem fundo e se segurar enquanto essas ondas passam. Prefiro isso a surfar em cada novidade.
A diferença, acho eu, é que as mudanças no jornalismo foram mais no ferramental do que no núcleo do ofício. A nossa geração teve que aprender novas tecnologias num ritmo insano (ferramental) e se adaptar a pelo menos uma grande (gigantesca) mudança de paradigma (a transição para o digital), mas o nosso “poste” é bem mais visível que o da galera de TI: os princípios, práticas, o fazer jornalístico não é muito diferente do que sempre foi.
Em TI deve ser uma insanidade. O “poste” deles (as partes imutáveis), imagino, são coisas realmente básicas — lógica de programação e… não consigo pensar em mais nada. Todo o resto está posto à mesa e sob o risco de se tornar obsoleto.
Esses dias fui atrás do Rodolfo Viana, que era jornalista premiado e começou em 2019/20 a trabalhar com dados como fonte de pesquisa para as matérias que escrevia. Ele saiu das redes e hoje trabalha na farfetch com big data, pivotou completamente do jornalismo.
Acho que essa adaptação da carreira às novas tecnologias podem abrir portas diferentes na carreira, o que era débito técnico vira oportunidade dependendo do setor.
me lembrou da minha faculdade. eu fiz publicidade, formei em 2005. o orkut apareceu qdo eu estava no meio do curso. o que tinha de internet era falando dos formatos de banners e popups q apareciam no uol, terra e cia, além dos sites proprios.
Leio um texto desses e digo “graças a deus não entrei na área de programação”.
Me lembro que conheci uma pessoa que entendia de Cobol. Só que dado o fim do uso do sistema, ele até pensou em mudar de área na programação, mas acabou desistindo.
Uma coisa engraçada é que há ainda sistemas que usam programação antiga. Java que o diga.
E esse é um ponto a ser pensado: se a pessoa / empresa / governo tá lá rodando o sistema, e (na cabeça deles) funciona, para quê mexer? Ter trabalho de pagar programador, teste, etc? E o medo de perder tudo?
Não a toa prefiro consertar PCs. Apesar de que aos poucos já está obsoleto isso também… (Escutei de um que é mais barato comprar PC velho de lote do que mandar formatar).
Não é meio natural que toda a carreira que se alongue por um bom tempo acabe virando “dívida técnica”? Pergunto pensando no meu pai que trabalho a vida toda em área comercial, é um cara 100% old school, não aplica muita tecnologia no dia-a-dia do trabalho e mesmo assim, as coisas que fazia no trabalho há 20 anos não cabem mais no trabalho de hoje. O mesmo acho que dá pra dizer sobre outras profissões como publicitário, mecânico, etc.
Se um desenvolvedor vê as coisas dessa forma, imagine um jornalista.
Quando terminei o curso, há uns 25 anos, a Web engatinhava e era movida à conexão discada. Não havia “plataforma de rede social”: os poucos nerds que se aventuravam naquela seara entendiam de HTML e fincavam sua bandeira no Geocities.
Qual é o equivalente técnico dessas traquitanas em 2023? Visão de produto? Mediação algorítmica? Metodolgias ágeis? Cultura data-driven?
Palpite: existe um lugar, na esquina entre a obsolescência e a “dívida técnica” (não tinha ouvido essa ainda), onde dá para cravar um poste bem fundo e se segurar enquanto essas ondas passam. Prefiro isso a surfar em cada novidade.
A diferença, acho eu, é que as mudanças no jornalismo foram mais no ferramental do que no núcleo do ofício. A nossa geração teve que aprender novas tecnologias num ritmo insano (ferramental) e se adaptar a pelo menos uma grande (gigantesca) mudança de paradigma (a transição para o digital), mas o nosso “poste” é bem mais visível que o da galera de TI: os princípios, práticas, o fazer jornalístico não é muito diferente do que sempre foi.
Em TI deve ser uma insanidade. O “poste” deles (as partes imutáveis), imagino, são coisas realmente básicas — lógica de programação e… não consigo pensar em mais nada. Todo o resto está posto à mesa e sob o risco de se tornar obsoleto.
Esses dias fui atrás do Rodolfo Viana, que era jornalista premiado e começou em 2019/20 a trabalhar com dados como fonte de pesquisa para as matérias que escrevia. Ele saiu das redes e hoje trabalha na farfetch com big data, pivotou completamente do jornalismo.
Acho que essa adaptação da carreira às novas tecnologias podem abrir portas diferentes na carreira, o que era débito técnico vira oportunidade dependendo do setor.
me lembrou da minha faculdade. eu fiz publicidade, formei em 2005. o orkut apareceu qdo eu estava no meio do curso. o que tinha de internet era falando dos formatos de banners e popups q apareciam no uol, terra e cia, além dos sites proprios.