Não é um texto apocalíptico, embora pareça. Mas é quase um texto em primeira pessoa de como a mídia social vai acabar.
Ellis Hamburger, o autor, foi repórter do The Verge e saiu de lá para trabalhar na Snap (a do Snapchat). De dentro de uma das redes mais influentes – sem o Snapchat não existiriam os Stories/Status das redes da Meta, o Fleets (RIP) do Twitter e, de certa maneira, até mesmo redes mais novas tipo o BeReal – pode ver de camarote a contradição fundamental da mídia social, seja ela qual for: ter que, ao mesmo tempo, satisfazer usuários (quem usa) e anunciantes (quem paga).
O argumento é ok, mas achei esse texto meio prolixo. Como um comentarista de lá disse, tudo se resume a “culpa do capitalismo”.
O que é o melhor resumo pra 99.99% dos problemas que são elencados aqui e em qualquer local social dessa sociedade.
Exatamente! Toda discussão sobre problemas frustrantes de tecnologia que tenho acaba no mesmo fim.
É um eterno conflito de interesses, e no fim só o dinheiro importa.
Se o produto é um MVP incompleto mas já conseguiu usuários e alguma rentabilidade, pra que melhorar? Não há pensamento a longo prazo, de tão fora de controle que o futuro anda sendo nesses contextos.
Fora que tem coisas que não afetam 80% dos usuários, a massa. Os 20% mais exigentes ou nerds não importam.
Outro dia postei algo sobre rede sociais, aqui no órbita, colocando minha experiência que é que a cada dia as pessoas usam menos as redes, se não houver recomendação de conteúdo ninguém vai usar porque as “pessoas comuns” não postam mais.
Meu amigos de face não postam mais nada, fora as recomendações só tem postagem novas de grupos que, a medida que o tempo passa, ficam repetitivas e chatas.
As redes estão se profissionalizando e virando emissoras de tv. Ou rádio, ou jornal ou que vc quiser. E assim voltamos ao início de tudo e o ciclo se fecha.
Me parece nesse caso o mesmo caminho do Youtube, começou com a ideia de vlog pessoal e hoje ser Youtuber é quase que sobre ter um programa de TV.
Não por acaso agora o termo é Produtor de Conteúdo e esse profissional está produzindo praticamente em todas as redes onde fizer sentido.
Bem isso aí. Eu raramente público coisas, menos ainda no Facebook que no fim só uso pra uns grupos. Instagram e tiktok viraram a nova TV. Minha esposa mostrou outro dia um reels de uma paciente vendo a própria médica pesquisando a doença no Google… Aí eu questionei ela: você realmente acha que isso é legítimo? Até que ponto você acha que as publicações são reais ou forjadas para garimpar visualizações?
Este cenário pra mim eh a verdadeira causa do fim das redes sociais, simplesmente pessoas comuns pararam de querer postar e so seguem emisores de conteúdo pasivamente. Tiktok ate se vende não como rede social, mas como uma Netflix de vídeos curtos. Nao se segue amigos la (apesar de ser uma opcao) , mas se segue canais e na aba principal eh pura linha de programação do algoritmo. Menos social que isso impossivel.
Nao sei quais seriam as causas profundas, talvez simplesmente a teoria dos círculos sociais prevaleceu, e a maioria das pessoas de verdade não quer interagir com milhões de outras , quer apenas manter interação com seu círculo pessoal de no maximo 150 pessoas (número máximo de pessoas que podemos ter algum grau de intimidade segundo o autor da teoría), consumir productos artísticos e informativos (entao mesma estrutura do tv e jornal, radio, etc), manter uma agenda de contatos estritamente profissionais etc, e pronto. Redes Sociais (vulgo Internet 2.0) perdeu sua razão de ser. Ficamos com as mesmas midias profissionais, em outras formas, e o maximo de interacao social digital são os fóruns, que são uma minoria hoje como nos anos 90 2000. Voltamos 20 anos mesmo, de uma certa forma.
Tomara que acabe mesmo.