Spotify começa a dublar podcasts usando IA.

O Spotify vai “dublar” podcasts, com a ajuda de inteligência artificial para manter a voz dos apresentadores, em outros idiomas. O projeto começa com episódios de três podcasts em inglês, dublados para o espanhol e, depois, francês e alemão. Não deve demorar muito para estar ao alcance de qualquer pessoa interessada. Via Spotify (em inglês).

Em nova fase, Matrix quer fazer frente a WhatsApp e afins

O Matrix, padrão para troca de mensagens de maneira descentralizada e com criptografia de ponta a ponta, deu início a uma nova fase.

De acordo com um (longo) post no blog dos desenvolvedores, até então o objetivo era demonstrar a viabilidade do projeto. Agora, eles querem jogar pra valer e fazer frente a aplicativos comerciais centralizados, como iMessage, WhatsApp e Telegram.

Para isso, estão focando em quatro grandes áreas, com destaque para uma nova API, chamada Sliding Sync, que agiliza algumas ações básicas e triviais em soluções centralizadas, porém desafiadoras no modelo descentralizado.

Coisas como sincronizar o estado das conversas ao abrir o app e manter as conversas atualizadas de modo transparente ao usuário final, por exemplo.

Embora a nova abordagem do Matrix 2.0 ainda esteja longe de estar finalizada, já é possível usufruir do trabalho sob algumas condições:

  • Estar em um servidor que tenha a API Sliding Sync, como o dos desenvolvedores do protocolo (matrix.org); e
  • Usar o novo aplicativo Element X (Android, iOS), que usa exclusivamente a API Sliding Sync.

Tenho feito isso, e o resultado é digno de nota. O Element X ainda carece de alguns recursos, mas é bonito, tem uma interface limpa e está bem rápido.

Desde que abordei o Matrix neste Manual, temos migrado aos poucos os grupos do site para lá.

No último fim de semana, criei um “espaço” para nosso site. Funciona como uma espécie de “servidor” do Discord, com salas temáticas.

Se você já usa o Matrix ou quer dar uma olhada, conheça o nosso espaço (#manualdousuario:matrix.org).

AirTag para gatos, organizar fotos no celular e outros links legais

Um amontoado de links curiosos, divertidos e/ou interessantes acumulados ao longo da semana. Leia as edições anteriores.

A mesma galera do app Halide, para iOS, lançou o Orion, um monitor de câmeras para iPad com USB-C. Destaque para a apresentação do app (em inglês), toda oitentista (e de muito bom gosto!).

Diz a Meta que mudou o logo do Facebook (em inglês). Eu vi, vi de novo e não notei nada de diferente.

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WhatsApp está virando uma mistura de shopping com SAC

O marketing do WhatsApp é todo voltado às relações próximas, pessoais.

No site do aplicativo da Meta, uma mensagem grande diz que “com mensagens e chamadas privadas, você pode ser quem realmente é, conversar com liberdade e se aproximar das pessoas mais importantes da sua vida, não importa onde estejam”.

Quase escapou uma lágrima aqui.

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A vez em que tive prejuízo por proteger meus dados

Neste episódio do podcast, falo dos canais do WhatsApp (siga o do Manual), explico por que decidi criá-lo, falo das redes que abandonei e conto a história da vez em que tive um pequeno prejuízo por proteger demais meus dados.


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Mastodon 4.2.

Sempre é um bom dia para experimentar o Mastodon, mas hoje é um especial: foi lançada nesta quinta (21) a versão 4.2, com busca textual completa, melhorias no fluxo de cadastro e em outros detalhes que costumam afugentar curiosos. Via Mastodon (em inglês).

Com Flows, WhatsApp dá um largo passo para virar “super app”.

De todas as empresas ocidentais que tentam recriar aqui o modelo chinês do WeChat, de “super app”, o WhatsApp é o melhor posicionado para tornar isso realidade.

Nesta quarta (20), a Meta anunciou o “Flows”, uma ferramenta para grandes empresas — clientes da API Business do WhatsApp — que permite criar formulários personalizados para transações das mais diversas, de escolher o assento ao comprar uma passagem de avião a fazer reservas em restaurantes, sem contar o bom e velho varejo. Será que vinga?

A melhor novidade do iOS 17.

A Apple liberou a versão final do iOS 17 nesta segunda (18). Entre os recursos, há uma nova imagem em tela cheia para ligações (espero que o pessoal do telemarketing curta a minha) e um modo “Em Espera” que transforma o celular em um monitor bonitão que não verei, pois estarei dormindo quando (se?) ele for ativado. De todos os recursos, o que mais gostei é dos mais simples: finalmente é possível ativar dois ou mais timers ao mesmo tempo. Via Apple.

Revelações no julgamento que acusa o Google de monopolizar o mercado de buscas

Começou, nos Estados Unidos, o julgamento antitruste mais importante desde o da Microsoft, no final dos anos 1990.

O Departamento de Justiça (DoJ) acusa o Google de práticas abusivas para estabelecer e manter o monopólio do seu buscador web. (Um bom resumo no The Verge, em inglês.) O julgamento deve durar 10 semanas.

O foco do DoJ está nos acordos que o Google mantém, desde pelo menos 2010, com empresas como Apple, Mozilla e fabricantes de celulares Android, a fim de garantir que seu buscador seja a opção padrão em navegadores web.

É um caso difícil. A lei antitruste norte-americana prioriza o não prejuízo ao consumidor, em especial o financeiro. E o Google é, para esse público, gratuito.

Além disso, em pendengas recentes que chegaram aos tribunais norte-americanos envolvendo big techs, como o caso Apple vs. Epic Games (de Fortnite) e a compra da Activision Blizzard pela Microsoft, as grandes saíram vitoriosas.

Ainda que não dê em nada, o caso importa por colocar o Google sob os holofotes e na defensiva, o que ajuda a desnudar detalhes suculentos de como a empresa age de má-fé.

O DoJ trouxe conversas internas do Google em que executivos orientam e são orientados a evitarem termos que sugiram o monopólio nas buscas online. Em outra conversa, foi solicitado que o histórico de mensagens fosse desativado para tratarem do assunto.

Atitudes normais de negócios, nada suspeito… né.

Por coincidência, o Wall Street Journal divulgou, na mesma semana em que teve início o julgamento do Google, documentos internos da ExxonMobil, a petroleira norte-americana que descobriu e negou, por décadas, a emergência climática decorrente, em grande parte, da queima de combustíveis fósseis.

Neles, Rex Tillerson, ex-CEO que em 2006 que reconheceu o papel da empresa e das petroleiras no aquecimento, parece outra pessoa, muito diferente da sua persona pública. Ele conspira para desacreditar e atrasar pesquisas contrárias aos interesses da Exxon.

E ainda tem gente que acha que corrupção é uma mazela exclusiva do setor público…

Melhorias e novo visual do Órbita

O Órbita ganhou diversas melhorias, resultado do trabalho do Renan Altendorf:

  • Agora, links publicados de sites que adotam paywall ganham, automaticamente, um link à parte que remove o paywall (exemplo).
  • Conversas com links “puxam” a imagem de compartilhamento do link original, salvam ela no servidor do Manual e usam-na no link do Órbita (exemplo no Mastodon).
  • Links de conversas agora exibem uma imagem de compartilhamento própria, com a marca do Órbita.
  • Além dos comentários, agora é possível usar Markdown para criar posts/conversas no Órbita.

O visual da listagem de posts passou por um refinamento. Trocamos o emoji de votar (seta para cima) por um ícone decente, puxamos o contador de votos para baixo do ícone e simplificamos a exibição dos meta dados (autor, data e comentários). Código e várias ideias do Renan também.

Recorte da listagem de conversas no Órbita, mostrando três delas, com o novo visual.
Ficou bonitão!

Por fim, aumentei o peso dos votos na listagem de conversas populares.

O poder de votar é um dos poucos recursos exclusivos para leitores cadastrados. O cadastro é rápido e gratuito, ou seja, não tem desculpa para não fazer o seu. O caminho é por aqui

Eleições e política no TikTok, com Lux Ferreira

Neste episódio do podcast, converso com Lux Ferreira, pesquisadore que publicou, via InternetLab, uma netnografia do uso do TikTok para comunicação política na campanha eleitoral de 2022, no Brasil. Leia o relatório na íntegra.


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Canais do WhatsApp impõem novo desafio no combate à desinformação online

A Meta lançou os “canais” do WhatsApp no mundo inteiro (+150 países), incluindo o Brasil.

O recurso é muito similar a um homônimo do Telegram. Trata-se de uma área, dentro do app, para distribuir conteúdo em formato de mensagens em larga escala (de uma para muitas pessoas).

Não há limites para o número de seguidores que um canal pode ter. As mensagens veiculadas somem depois de 30 dias. E, ao contrário de listas de transmissão e grupos, ninguém pode ver o número de telefone de ninguém, nem seguidores, nem administradores.

As similaridades com os canais do Telegram poderiam ter ligado o alerta da Meta à instrumentalização da novidade para fins… menos nobres, um problema que acomete o Telegram e, arrisco dizer, será inevitável no WhatsApp.

A princípio, apenas canais chancelados pela Meta estão disponíveis, de “organizações, equipes esportivas, artistas e formadores de opinião” — entre os destacados estão Luciano Huck, CONMEBOL Libertadores e Ministério da Fazenda.

A restrição à criação de canais nesta fase torna trivial manter a plataforma livre de polêmicas, mas é algo com os dias contados. No comunicado oficial, a Meta informou que “nos próximos meses, também permitiremos que qualquer pessoa crie um canal”.

iPhone 15 chega mais barato e mais caro no Brasil

A Apple anunciou nesta terça (12) o iPhone 15 com uma “revolucionária” porta USB-C, cortesia da União Europeia. Como faz desde 2021, a loja virtual da Apple já mostra os preços dos novos produtos para o mercado brasileiro. Vamos ver quão mais caro (ou mais barato) o novo iPhone ficou por aqui, na terra do iPhone ostentação?

Em termos absolutos, o iPhone 15 (128 GB, modelo básico) ficou 3,9% mais barato, com preço de R$ 7.299.

Os dois modelos anteriores custavam R$ 7.599 no lançamento, seguidos do iPhone mais caro da história, o iPhone 12 de 2020, que chegou custando R$ 7.999.

Gráfico da variação de preços do iPhone no Brasil, 2011–2023.

Esses preços são os sugeridos pela Apple e não levam em conta descontos, promoções ou variações em outras lojas do varejo, onde costuma ser mais barato adquirir iPhones.

A inflação oficial medida pelo IBGE, o IPCA acumulado dos últimos 12 meses até agosto, foi de 4,61%.

A análise que faço leva em conta, também, o preço em dólar, que costumava ser estável até 2022, mas que ainda assim ajuda a colocar os preços brasileiros em perspectiva.

No intervalo de um ano, considerando a cotação fechada de 12 de setembro, o dólar comercial desvalorizou 5,4% em relação ao real, de R$ 5,238 para R$ 4,953.

O preço do iPhone brasileiro, convertido pelas respectivas cotações nos dias de lançamento, aumentou 1,6%, para US$ 1.473,65. É, pelo terceiro ano consecutivo, o iPhone “dolarizado” mais caro que já desembarcou por aqui.

Nos Estados Unidos, o iPhone 15 desvinculado de operadoras manteve o mesmo preço de 2020, US$ 829. Naquele ano, porém, o então lançamento iPhone 12 disparou 18,6%. No mesmo período, entre 2019 e agora, o iPhone brasileiro “dolarizado” aumentou 20,3%.

Tabela com variação de preços do iPhone no Brasil, de 2011 (iPhone 4S) a 2023 (iPhone 15).

Para quem não se importa em adquirir o último modelo, os das linhas iPhone 13 e 14 tiveram reduções de preços significativas com o anúncio do iPhone 15, de até 24,4%. O único contra é que apenas os modelos padrões e Plus sobreviveram, ou seja, a versão mini já era…

Anos anteriores: iPhone 5S (2013), iPhone 6 (2014), iPhone 6S (2015), iPhone 7 (2016), iPhone XR (2018), iPhone 11 (2019), iPhone 12 (2020) e iPhone 13 (2021). Não teve post em 2017 porque estava fora do site na época e em 2022 porque… sei lá, acho que esqueci?