Filipeflop agora é MakerHero

Yahoo Brasil é reduzido a um campo de busca

Print do Yahoo Brasil em 1º de abril, mostrando apenas um “Bom dia”, data e campo de busca, com um aviso embaixo sobre o fim da publicação de conteúdo.
Print: Manual do Usuário/Reprodução.

No final dos anos 1990, um site novo chamado Google revolucionou o mundo ao apresentar apenas um campo de busca como porta de entrada para a web.

Na época, a lógica vigente era a dos grandes portais, onde o campo de busca dividia espaço com manchetes, serviços e anúncios. O Yahoo era o maior expoente desse modelo.

Corta para 31 de março de 2023. Após uma demissão em massa que dizimou a subsidiária brasileira do Yahoo, o site local agora exibe apenas um campo de busca, sem qualquer conteúdo. Tal qual o Google sempre fez.

Embaixo do campo de busca, lê-se a mensagem:

A partir de 31 de março de 2023, o Yahoo Brasil não publicará mais conteúdo. Todos os outros serviços não serão afetados por essas alterações. Agradecemos a todos os leitores pelo apoio.

O mundo não dá voltas; o mundo capota.

Governo apresenta sugestões ao PL das fake news; STF faz audiência sobre artigo 19 do Marco Civil da Internet

O governo federal entregou, na quinta (30/3), suas sugestões para o projeto de lei 2.630/2020, o PL das fake news, relatado na Câmara pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Leia a íntegra (PDF).

O texto propõe a criação de uma entidade autônoma de fiscalização, prevê a responsabilização das plataformas por infrações (o chamado “dever de cuidado”) e mexe (mas não exclui) na imunidade parlamentar nas plataformas digitais.

Inspirado na regulação europeia da matéria, o texto acabou em cima do muro no que diz respeito à constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet (MCI), que isenta as plataformas digitais de serem responsabilizadas por não removerem conteúdo salvo por decisão judicial.

Também nessa semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) fez uma audiência pública para ouvir especialistas antes de julgar a constitucionalidade do artigo 19 do MCI. A maioria dos quase 50 expositores manifestaram apoio à legalidade do dispositivo. O ITS-Rio acompanhou os debates e montou um “placar”.

Os links ao lado trazem análises e detalhamentos desses eventos: Aos Fatos, Poder360, Núcleo (2)

Alarmismo e inteligência artificial

Mais de 1 mil personalidades, de Elon Musk a Steve Wozniack, passando por Yuval Harari e Tristan Harris, publicaram uma carta aberta pedindo a suspensão de “grandes experimentos com inteligência artificial (IA)”.

A presença proeminente na lista de figuras como Harari, que tem difundido um alarmismo incompreensível em jornais de grande circulação, e de Musk, que dispensa comentários, já seria sinal de alerta.

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Papa de casacão estiloso; seu backup está em dia?

Neste episódio do Guia Prático, Rodrigo Ghedin e Jacqueline Lafloufa comentam a foto viral do Papa Francisco vestindo um casacão estiloso. Ela foi feita com inteligência artificial, não existiu, mas enganou muita gente. No segundo bloco, aproveitamos a deixa do Dia Mundial do Backup para debater boas práticas e soluções para facilitar a manutenção de backups — não dá para deixar esse assunto para quando for tarde demais.

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Na última semana, o Manual do Usuário — e, por consequência, o Guia Prático — ganhou três novos apoiadores: Daniel Pelegrini, Fabiana von Sydow e Ian Fernandez. Obrigado!

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Indicações culturais

Música de abertura: Free Jazz, de Steve Combs.

Google dará alertas de ondas de calor extremo em seu buscador

O Google anunciou que, nos próximos meses, passará a dar alertas de ondas de calor extremo em seu buscador.

Pesquisas pelo termo também retornarão dicas para se refrescarem e informações gerais a respeito do impacto na saúde das ondas de calor extremo.

A empresa cita uma pesquisa que constatou que 500 mil pessoas morrem por ano em decorrência dessas ondas de calor e o fato de que julho de 2022 registrou o recorde de interesse pelo assunto na internet. (Julho é verão no hemisfério Norte.)

Sinal (do fim?) dos tempos. Via Google (em inglês).

Disney abandona o metaverso

Primeiro foi a Microsoft, agora é a vez da Disney dar para trás em seus planos para o metaverso.

Na demissão em massa anunciada nesta segunda (27), toda a equipe de 50 funcionários que explorava oportunidades no metaverso para a Disney foi mandada embora. O executivo que a liderava, Mike White, ficou, ainda sem outro cargo para ocupar.

É bem verdade que o assunto nunca teve muita atenção na Disney e a criação da equipe especializada em metaverso foi obra do ex-CEO. Não deixa de ser sintomático que a Disney, uma das empresas que melhor sabem contar histórias, esteja pulando do barco do metaverso. Via Wall Street Journal (em inglês).

A “classe média” dos desenvolvedores de aplicativos

Em 2022, baixamos pouco mais de 140 bilhões de aplicativos em nossos celulares1. Em termos financeiros, gastamos US$ 129 bilhões tocando em botões virtuais na tela de aparelhos que cabem no bolso.

Nem o mais otimista executivo da Apple poderia imaginar em 2008, no lançamento da App Store do iOS, que esse negócio de aplicativo em celular poderia ser tão rentável. E tão útil. De atividades triviais dos primórdios daquela época, como ler o e-mail e abrir sites, passamos a fazer meio que tudo no celular, de pagar por coisas e investir até “invocar” carros e comida.

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Para aumentar receita, Twitter de Elon Musk vai restringir engajamento a contas pagas

Incentivos são vitais em um contexto onde todos têm o poder de se manifestar livremente, como em uma rede social. Por isso é tão óbvio o erro da última peripécia de Elon Musk no Twitter: restringir a recomendação algorítmica na aba “For You” a quem paga o Twitter Blue (R$ 42/mês).

Aqueles posts engraçados, espontâneos, de gente comum que vez ou outra explode e gera engajamento? Esqueça. A barreira (assinatura) só será ultrapassada por quem tem algo a ganhar ali (ou seja, a quem o investimento se justifica).

No mínimo, a aba “For You” virará um shopping. É provável que também atraia golpistas, oportunistas e exibicionistas. É quase unânime a opinião de que, ao contrário do que prevê Musk, o Twitter não virará “a única plataforma confiável”, mas sim um lixão radioativo ainda pior do que já é.

A quem Musk quer enganar quando afirma que essa é “a única maneira realista de combater a tomada por exércitos de robôs de IA” quando, na real, trata-se de um ato extremo para estimular vendas do Twitter Blue?

Esse rei, que sempre esteve nu, está agora esfregando sua genitália na cara de todo mundo. É preciso um grande esforço para não ver (ou fingir que não vê). Via @elonmusk/Twitter (em inglês).