Primeiras impressões do Android (e do Galaxy A55)
Meu salto do iPhone para o Android teve um empecilho: passar o eSIM de um para outro. É uma situação peculiar, pois tenho um plano Vivo Easy e, nessa modalidade, a operadora não oferece uma maneira de você mesmo fazer a migração.
Segundo a Aura, a “IA” (chatbot) da Vivo, preciso ir a uma loja física para fazer a troca. Como faziam os sumérios.
O entrave não me impediu de configurar o Galaxy A55. Comento as primeiras impressões em lista:
- É um celular grande e pesado. Não que eu não soubesse; é que, mesmo sabendo, fiquei surpreso com o tamanho e o peso. Para piorar, as bordas são afiadas. Em resumo, achei um aparelho desconfortável de usar. Deve ser por causa de telefones assim, gigantes, que os jovens estão usando aquela bolsinha com alça que cruza o peito, né?
- Já sabia, também, que celulares Android vêm carregados de aplicativos de terceiros. No meu caso, vários da Microsoft, Netflix, Facebook, Kwai, TikTok — só bola fora —, além de toda a suíte de apps do Google, duplicatas de apps da própria Samsung. A maioria dá para desinstalar sem problemas; os que não, o Universal Android Debloater resolveu.
- Isso é bem legal do Android: a certa altura, o sistema estava “pelado”, não tinha nem navegador web. Não sei até que ponto há vantagens objetivas em livrá-lo de coisas que não pretendo utilizar, mas a sensação é boa.
- Muito legal instalar aplicativos FOSS — que há muito admiro — com a expectativa de usá-los pra valer: AntennaPod, DavX5, Etar, F-Droid, Firefox, KeePassDX, Syncthing-Fork.
- Instalei o Olauncher, acho que o original daqueles lançadores ~minimalistas. É bonitão, mas achei a usabilidade ruim. Voltei para a OneUI — aqui, ainda na versão 6, ou seja, desatualizada.
- Bizarro ter três lojas de aplicativos — Play Store, Samsung Store e F-Droid. Cada uma oferece apps únicos, ou seja, preciso mantê-las todas.
- As diferenças para o iOS são inevitáveis e, espero, questão de costume. Em especial, sempre estranho a maneira como a tela responde aos toques. Não é algo específico deste modelo; é um negócio mais fundamental, do próprio sistema.
- Aliás, só lembrei-me da taxa de atualização da tela (até 120 Hz) quando passei pela opção nas configurações do sistema. Troquei para 60 Hz, voltei para a variável (padrão)… de verdade, meus olhos não conseguiram notar diferenças.
- Já disse que é um celular grande e pesado?
O teclado do Android é diferente do iOS. No Android existe tela dedicada para vírgula e ponto. Além disso, os números são exibidos numa linha acima das letras.
Sentiu diferença na digitação em questão de conforto e velocidade?
Achei o teclado da Samsung mais esperto e ágil que o nativo da Apple. Ainda não testei outros. O hardware do Galaxy A55, porém, é pior — ele é grande e pesado; digitei dois parágrafos, usando as duas mãos (só assim, haha), e elas já começaram a doer.
Eu admito que estou feliz do lado de cá, Ghedin haha
Só queria trazer uma “verdade inconveniente”, a de que o Android da Samsung é muito bom! Digo, em termos de experiência de uso, e à parte da questão ética com a big tech, os aplicativos nativos da Samsung (e da Google também, em certa medida) são bastante competentes. Daí, se jogar no mundo dos aplicativos alternativos pode aumentar a sua estranheza com o Android, porque as coisas ficam mais… descontínuas, menos fluídas.
Não é um desestímulo, mas achei importante pontuar.
não sei se foi por uma questão de orçamento, mas pessoalmente teria escolhido o motorola edge 50 neo, que é o melhor custo-benefício atual no mundo android. boas especificações, suporte de longo prazo, e android quase vanilla.
Eu ia comentar a mesma coisa! Na minha opinião, o Motorola edge 50 neo é bem melhor pro que o Guedin precisa. A tela de 6,4 é um tamanho ótimo e fica super confortável na mão. E o Android é quase puro, só com os apps do Google, que funcionam muito bem. E o design dos celulares da Motorola é bem mais bonito do que o da Samsung
Sugestão: trocar a F-Droid pela Neo Store (front-end pra F-Droid bem mais vistoso) e o Firefox pelo IronFox (fork do Firefox mais focado ainda em privacidade).
Eu gosto da carinha feia da F-Droid, hahaha! E quanto ao Firefox, acho que usá-lo é dar um apoio (não tão) tácito à Mozilla.
É curioso porque você saiu de um iphone para um mid-end. Eu jamais aconselharia a mudança dessa forma, seria muito mais proveitoso a aquisição de um s23 ou s24, por uns 300 reais a mais.
É um celular melhor acabado, mais leve, menor, com um processador muito melhor, cameras de melhor qualidade, bateria com melhores celulas (duram mais na longevidade) e que vem com menos bloatware.
Hoje a melhor experiência android é da One UI.
Daria (bem) mais que R$ 300 de diferença, infelizmente.
Tenho contato com o Android AOSP, do LineageOS, e acho que discordo dessa afirmação. (Tudo bem, é subjetivo.) A One UI é uma cópia barata da UI da Apple, muitas vezes uma cópia descarada. E bem confusa. Eu achava as configurações (o app Ajustes) do iOS confuso, mas nem se compara à bagunça das configurações de um celular Samsung.
Dica de quem tem o Vivo Easy: não precisa ir na loja. Abre uma reclamação no consumidor.gov e uma no reclame aqui. Em pouco tempo (2 dias, no máximo) um atendente da Vivo entrará em contato com você para fazer a migração pro eSim (vai ter uma série de validações de identidade e reconhecimento facial, mas eles vão fazer em alguns minutos a migração). Se você já foi na loja, fica de dica pra quem for novo na Vivo (principalmente no plano Easy)
Não sei exatamente qual é a vantagem comercial de ter que mandar alguém do plano mais básico pra loja para fazer algo simples assim.
Valeu pela dica, Paulo!
Tentei via WhatsApp e por algum motivo umas das fotos da biometria não ficava legível ao fazer o processo via Android. Tentei novamente via iPhone e deu certo, a Vivo resolveu rapidamente e só tentaram empurrar um combo de internet + celular.
Curiosidade: por que trocou o iOS prlo Android?
Curiosidade, vontade de usar algo diferente, diminuir a dependência da Apple. Uma mistura disso tudo.
vai ser interessante acompanhar esse downgrade.
podia virar uma série por aqui.
a parte ruim é que as dicas de apps de ios tendem a diminuir né… eu conheci muitos apps bons que uso diariamente por aqui!
Downgrade?
Mas por que mesmo você saiu de um iPhone para um Android? O seu iPhone não dava um bom gás ainda?
Vi que tem a exposição de motivos lá no Órbita 😂
Sobre a taxa de atualização, se eu ficar comparando 60 e 120 sinto uma diferença enorme na fluidez, mas se eu parar de comparar e deixar em 60 vejo que não faz nenhuma diferença no meu uso real.
Instale o New Pipe (youtube sem amarras)
Já deram essa dica (ótima!), mas não uso/acesso YouTube no celular.
Ghedin,
Se não for incômodo, você poderia nos contar quais aplicativos você instalou?
Outra coisa, qual modo você utilizou no Universal Debloater?
Desinstalei todos “Recommended” e alguns da lista “Expert” que não pretendo usar, como o Chrome. Ah, usei o UAD-ng — um fork que tem algumas atualizações em relação ao original.
Obrigado!
Qual teclado você está usando?
Tenho um Galaxy A35, por isso minhas dúvidas.
:)
O da Samsung mesmo. Pensei em instalar o FlorisBoard, mas achei o nativo bem decente. Recomenda algum outro?
Tenho utilizado o SwiftKey da Microsoft.
Esse aqui eu tô usando tem uns 6 meses. É open source e não tem tracker: https://keyboard.futo.org
Criado por ninguém menos que o Rossmann: https://www.youtube.com/watch?v=HWOWLmrUB_E
Não posso dizer que é perfeito, mas entre as pequenas limitações e abrir as portas pra big tech saber tudo que digito, bem, a resposta você já sabe :D
Recomendo o HeliBoard, 100% open source e com todos os recursos de um bom teclado. Com alguma configuração você habilita também a digitação por gestos e a correção ortográfica.
assim como o “fulalas”, eu também uso o FUTO, cheguei a testar o Heliboard mas não me adaptei, antes usava o swiftkey da Microsoft.
+1 que migrou do SwiftKey Keyboard da Microsoft pro FUTO Keyboard.
Rodrigo, daria muito trabalho em vc disponibilizar a lista de apps do Universal Debloater que você excluiu? Também tenho o A55 e quando conectei apareceu tantos apps na lista de recomendamos e mesmo assim fiquei em duvida em qual excluir com segurança kkkkkkkkkk.
Respondi ali em cima, no comentário do Lucas. Os Recommended acho que não tem problema tirar tudo. E se der problema, é só procurar os pacotes que têm nomes que lembram o recurso que deu ruim e restaurar. O legal do UAD é que tem volta, hehe.
Acho que dá pra traçar um paralelo entre o Android e iOS com as DEs do linux: KDE e Gnome, respectivamente. O OneUI da samsung permite muuuita customização (ver módulos GoodLock), o que pode ser bom ou ruim a depender da pessoa, enquanto o iOS traz um sistema mais fechadinho de início, às custas de modificar como você bem quiser.
Agora é usar e curtir a interface diferente. Tem algumas coisas que são melhores e outras piores e você vai se acostumar com isso – ou não. Atualmente eu não voltaria pro iOS já que sinto falta da customização do android, assim como prefiro o KDE ou o Cinnamon em comparação ao Gnome.
O goodLock realmente é um app que ajuda.
Eu nem uso ora criar muita coisa, só o fato de não ser obrigado a ter a barra de navegação aparente no sistema e poder ter os ícones redondos já valeria a pena.
Mas ainda consegui dar uma leve mexida na tela de bloqueio e melhorar, para mim, a tela da multitarefa.
Esse app ajuda mesmo.
Achei bizarro dizer que o fato de ter 3 lojas de aplicativos é bizarro… se muito, é algo incomum, principalmente para alguém que vem do iOS, que está acostumado apenas com uma loja. Aliás, eu diria que na maioria das fabricantes de celulares Android, o padrão é apenas a Play Store mesmo, a Samsung que é diferente e possui uma loja própria.
A questão é que a gente sabe que o Android permite (e se não estou enganado, sempre permitiu) múltiplas lojas. A Apple é que foi na contramão e fez o seu próprio cercadinho, impedindo apps de fora, o que é inclusive motivo de reclamações de usuários, entidades, governos e até da UE. Não seria isso o bizarro?
Ah sim, é só costume mesmo. Prefiro as três (ou mais) lojas no Android do que uma só do iOS.
Fico feliz de vc ter feito essa transição tendo em vista que estou em via de fazer a mesma — vai ser bom acompanhar o uso de alguém que tem valores similares ao meu no android.
Estou na mesma situação… Vou acompanhar também.
Não consigo mais usar o modo 60hz, é outra fluidez, não consigo deixar de notar a diferença.
Ressalto isso aqui! A percepção é especificamente na rolagem de textos.
Também não consigo. Acho estranho demais quando pego celular rodando a 60hz. Parece que tudo roda meio engasgado,, inclusive quando se alterna entre apps.
Será que esse “engasgo” não é outro fator? Hoje estava na loja da Vivo e vi um iPhone 16 e um 16 Pro, lado a lado. Mexi nos dois ao mesmo tempo, fazendo as mesmas coisas, e… sei lá, talvez sejam meus olhos, mas (repetindo-me) não consegui observar diferenças. O mesmo entre os dois celulares que tenho aqui, iPhone SE (60 Hz) e o Galaxy A55 (120 Hz).
Taxas de atualização menores que 60 Hz dão diferença. Quando peguei meu atual monitor, foi uma dor de cabeça encontrar um cabo e ajustar as configurações para fazê-lo rodar em 4K@60 Hz. Ficava só em 30 Hz, o que era bem perceptível — e incômodo.
É bem zoado mesmo pegar um celular com 2 gerenciadores de arquivos, 2 apps de fotos, 2 navegadores, 2 lojas… Mas, veja pelo lado bom, não veio nenhum app de apostas e cassino instalado por padrão :P
Isso é o que mais me irritava no Android.
Sempre que esbarro nessas limitações do Vivo Easy migro para o Controle sem fidelidade e depois migro de volta para o Easy.
Obviamente você perde seu estoque de dados e diárias, então dependendo da quantidade não vale a pena.