No podcast Guia Prático, Jacqueline Lafloufa e Rodrigo Ghedin falam, é claro, do zine do Manual. Além de dar detalhes e abordar algumas curiosidades do lançamento, aproveitamos o gancho para debater o nosso consumo de informações à luz da dualidade físico–digital. O livro digital (e-book) não acabaria com o papel? Ainda não, e provavelmente nunca acabará.
O zine Outros jeitos de pensar a tecnologia: Textos selecionados do Manual do Usuário (2021–2022) já está em pré-venda no site da Casatrês.
Kindle com caneta e suporte a escrita na tela é anunciado pela Amazon
Foto: Amazon/Divulgação.
A Amazon anunciou um punhado de novos produtos nesta quarta (28). Destaque para o Kindle Scribe, nova versão do tablet de leitura da Amazon que permite escrever na tela — ainda e-ink, com 10,2 polegadas, 300 pixels por polegada e iluminação.
Segundo a Amazon, o Kindle Scribe recebe documentos de celulares e computadores, faz anotações em PDFs e deixa comentários em documentos do Word. A partir de 2023, será possível enviar documentos a ele a partir do Word.
Lá fora, o Kindle Scribe custará US$ 339, valor que o coloca no terreno do iPad de entrada (US$ 329 sem caneta, US$ 428 com a caneta). Um concorrente mais direto, como o reMarkable 2, é um pouco mais mais caro (US$ 378 com a caneta “básica”).
Amazon mudará política de devolução de e-books Kindle devido a abusos de tiktokers.
A Amazon mudará a política de devolução de e-books Kindle até o fim do ano, segundo a Authors Guild, espécie de associação norte-americana de escritores independentes.
A mudança ocorre a pedido desses autores, que vinham sendo afetados por uma prática, digo, uma “trend” no TikTok que estimula as pessoas a lerem os livros digitais em até sete dias e solicitar o reembolso integral à Amazon.
Até o fim do ano, pedidos de reembolso de e-books Kindle que o comprador já tenha lido pelo menos 10% serão analisados caso a caso, por um funcionário da Amazon. Via Authors Guild, TechRadar (ambos em inglês).
O novo Kindle básico é quase tão bom quanto o Paperwhite.
A Amazon atualizou o Kindle de entrada e, talvez eu esteja perdendo algum detalhe, mas eliminou os principais motivos para alguém pagar mais caro no modelo Paperwhite e superiores?
O novo Kindle ganha a tela de alta definição (300 PPI), dobra a memória interna para 16 GB e troca a velha porta microUSB por uma USB-C. Está disponível em duas cores, o tradicional preto e um azul “calça jeans”.
Os únicos diferenciais do Paperwhite, um produto R$ 200 mais caro, são a tela ligeiramente maior (6,8 polegadas contra 6 do Kindle comum), resistência à água e o sistema de iluminação melhor, com mais LEDs e sensor que ajusta automaticamente o brilho.
O novo Kindle ficou um tiquinho mais caro, saindo a R$ 499 — o modelo anterior, de 10ª geração, continua à venda por R$ 449. A pré-venda já começou, com entregas previstas para 13 de outubro. Via Amazon.
Kindles antigos perderão acesso à loja de e-books em agosto.
Os(As) donos(as) dos modelos Kindle (2ª geração) internacional, Kindle DX internacional, Kindle Keyboard, Kindle (4ª geração) e Kindle (5ª geração) vão perder o acesso à loja de e-books da Amazon em agosto, impossibilitando a navegação, compra ou aluguel de e-books pelo próprio Kindle. A Amazon está avisando quem tem um desses modelos por e-mail.
Ainda será possível comprar no site da Amazon e enviar o e-book ao Kindle defasado.
A Amazon não informou o motivo da baixa. Especula-se que seja devido à falta de suporte a novos protocolos de criptografia na web, necessários para transações sensíveis como as que envolvem pagamentos, e à dificuldade ou mesmo impossibilidade de atualizá-los. O modelo mais novo dos afetados, o Kindle (5ª geração), foi lançado em setembro de 2012.
No nosso grupo do Telegram (para assinantes), pelo menos um leitor relatou que seu Kindle DX já não acessa mais a internet, que nele funcionava via conexão 3G. Via Good e-Reader (em inglês).
Atualização (14h20): A primeira versão desta nota informava que os Kindles antigos perderiam acesso à internet. Na realidade, eles só perderão o acesso à loja de e-books da Amazon.
A Amazon atualizou uma página de suporte do Kindle que, agora, informa que o serviço de documentos pessoais consegue lidar com e-books em EPUB, o formato mais popular do mundo, até então sem compatibilidade com o e-reader mais popular do mundo.
Há relatos de que o serviço de documentos pessoais do Kindle já conseguia lidar com EPUB antes da alteração na página de suporte. (No último registro válido do Archive.org, de setembro de 2021, ainda não exibia a menção ao EPUB.)
Na página de suporte, a informação de que “[a] partir do final de 2022, os aplicativos do Serviço de documentos pessoais do Kindle serão compatíveis com o formato EPUB (*.epub)” aparece no tópico dos aplicativos, ou seja, não diz respeito ao envio por e-mail, que já traz o EPUB no rol de formatos compatíveis.
De qualquer maneira, não é como se a Amazon estivesse abraçando o EPUB. O serviço de documentos pessoais consiste em enviar um documento/arquivo à Amazon ou passá-lo via aplicativo para tê-lo disponível no Kindle. Nesse caminho, a Amazon converte o EPUB para um formato próprio. Se você conectar o Kindle com um cabo USB e arrastar arquivos EPUB, por exemplo, o Kindle não conseguirá abri-lo.
Outra mudança prevista para o final do ano é o fim do suporte a arquivos MOBI (*.azw, *.mobi) no serviço de documentos pessoais e a menção, da Amazon, de que ele “não é mais compatível com os recursos mais recentes do Kindle”. Via Amazon.
Levantamento do Manual do Usuário detectou que sete livros (ou 14% do total) mencionam o cargo executivo máximo em empresas no título, quase sempre em alusão a situações sensuais e/ou com outros termos inusitados recorrentes no ranking, como grávidas e babás virgens.
São livros baratos, com preços entre R$ 1,99 e R$ 5,99, e todos integram o Kindle Unlimited, o programa de assinatura de e-books da Amazon. E são bem avaliados, com notas acima de quatro estrelas (de um total de cinco) decorrentes de centenas ou milhares de avaliações.
Os livros são assinados por autores(as) diferentes, o que indica uma tendência. Eles parecem influenciados pela trilogia Cinquenta tons de cinza, o mega-sucesso de E.L James, mas não deixa de ser curiosa a fixação com CEO, um termo um tanto específico e que, no geral, só é lido nas páginas de negócios dos jornais e em publicações especializadas. Fetiche é uma coisa maluca.
Abaixo, a lista dos títulos, com a posição no ranking e autor(a), nesta terça (5):
#2. CEO Blackwolf: A vingança do lobo negro de Wall Street, de Lettie S.J.
#8. O filho que o CEO não conhecia, de Renata R. Corrêa.
#9. Grávida do CEO que não me ama, de Aline Pádua.
#13. O pai dos meus bebês é o CEO, de Aline Damasceno.
#18. A influencer que conquistou o CEO, de T. M. Kechichian.
#31. Apenas me ame: Um amor para o CEO, de Thais Oliveira.
#47. Coração rendido: A babá virgem e o CEO viúvo, de Kevin Attis.
Atualização altera a interface e muda comportamento do Kindle.
O leitor Andre Nakano chamou a atenção à atualização 5.13.7 do software do Kindle, disponibilizada há poucos dias. Ela alterou o desenho da página inicial e do menu rápido, no topo do aparelho, aproximando a interface da dos aplicativos para celulares e tablets. Nessa, a setinha “Voltar”, que retrocedia à tela imediatamente anterior, sumiu.
Embora o ícone da seta tenha sido preservado, sua função não foi. Ele virou o que na interface anterior era o ícone da casa, ou seja, ao ser tocado, leva o usuário de volta à tela inicial do Kindle.
Andre conversou com o suporte da Amazon, que reconheceu o deslize: “Lamento informar que você tem razão, isso é parte da nova atualização em que a antiga opção de voltar à página/tela anterior não está mais disponível e [agora] te leva ao início/biblioteca.”
Em comunidades no Reddit, onde reclamações apareceram, alguém deu a dica de que arrastar o dedo de baixo para cima, no rodapé da tela, revela marcações do texto e permite navegar entre elas. Não é como o antigo botão “Voltar”, mas é algo similar.
Cada vez mais os livros não têm capas: o rápido crescimento de tablets e e-readers fez com que mais livros fossem lidos em telas que não enfatizam a capa como um identificador visual e um delimitador físico. Uma capa já representou a individualidade tangível de um livro, sua discrição. Agora, nas telas, as capas persistem como imagens retangulares vestigiais, ornamentando de maneira supérflua resultados de busca ou PDFs. Essa mudança de ênfase significa que os leitores se envolvem mais diretamente com os próprios textos, em vez de julgar os livros por suas capas, como adverte o clichê? Cinquenta Tons de Cinza e livros de autoajuda ganharam popularidade em aparelhos pós-capa. Estamos finalmente livres para ler o que realmente queremos, seguros em saber que ninguém pode nos julgar?
Um app que te redireciona ao Kindle toda vez que você tenta abrir o Twitter
Ideia de app: “Reroute” — toda vez que você abrir o Twitter, Instagram ou Facebook no celular, ele te redireciona para o livro que estiver lendo no [app do] Kindle.
A ideia lançada por Alexia Bonatsos virou um app real, desenvolvido por Dave Schukin, ex-engenheiro do Twitter. Veja ele em ação:
Pena que, por ser um app que infringe as diretrizes da loja de apps da Apple, ele não possa ser distribuído por lá, o que torna a instalação um tanto complexa: ela envolve o uso do Xcode e procedimentos nada amigáveis, como compilar o código-fonte (que está no GitHub).
Dizer que há uma lacuna no mercado de tablets é minimizar o problema. O que existe é um Grand Canyon. Em uma das pontas, temos o iPad Pro e o Galaxy Tab S3, produtos impecáveis que não saem por menos de R$ 2,5 mil. Na outra, um mar de aparelhos de qualidade duvidosa, custando até R$ 300. Se aqui no Brasil o intervalo entre elas é um vácuo, nos Estados Unidos existe um pontinho laranja, bem ali no meio, chamado Kindle Fire, a linha de tablets da Amazon. Continue lendo “Uma olhada rápida no Kindle Fire HD8 — e como é usá-lo no Brasil”
Um Kindle é um pequeno dispositivo com tela de E Ink, ou seja, um tipo que não emite luz — e que, portanto, consome pouca energia — destinado à leitura de livros preferencialmente comprados na livraria da sua fabricante, a Amazon. Ao longo dos anos várias versões foram lançadas, todas com pequenos diferenciais, mas mantendo formato e finalidade praticamente intactos. O Kindle Voyage, objeto da análise de hoje, é o modelo mais caro da linha. Ele vale o que custa? Continue lendo “[Review rápido] Kindle Voyage, o e-reader mais caro da Amazon”
Para quem é o novo Kindle Voyage?.
Ontem a Amazon anunciou a pré-venda de dois novos Kindle no Brasil, o Voyage, que já havia sido lançado lá fora em outubro do ano passado, e a terceira geração do Kindle Paperwhite. Salvo engano, é a primeira vez que um novo Kindle é lançado no Brasil ao mesmo tempo que nos EUA. (mais…)
Em um mundo dominado por smartphones, dispositivos portáteis e multifuncionais, a única saída para seus opostos, ou seja, aqueles que desempenham apenas uma função é serem excelentes nela. É essa diferença qualitativa que garante a sobrevivência de câmeras dedicadas e e-readers, por exemplo, e a falta dela que sepulta coisas como players de música (RIP iPod) e despertadores (alguém ainda usa?)
O Kindle nasceu quase na mesma época em que o iPhone foi anunciado. A exemplo do smartphone da Apple, ele não foi o primeiro da sua categoria, mas foi o que a definiu graças a uma execução impecável e à criação de um ambiente em torno do produto capaz de fazê-lo brilhar. Com a força da Amazon, especialmente nas áreas de logística, preço e ecossistema, o Kindle foi o primeiro e-reader com apelo junto ao público.
Anos depois, ele continua a ser o melhor. Só que para equilibrar o máximo da qualidade com o menor preço possível, a família teve que crescer. Se em uma ponta temos agora Kindle Voyage e Paperwhite com o melhor que a Amazon consegue produzir, na outra aparece o Kindle básico, este que será nosso objeto de análise hoje. Lá fora custa US$ 79; no Brasil, R$ 299. Nessa última encarnação a maior novidade é a presença de uma tela sensível a toques que aposentou quase todos os botões físicos. Foi uma boa troca? Descobriremos agora. Continue lendo “[Review] Kindle (2014): o e-reader mais barato da Amazon agora é touchscreen”
Tem um novo Kindle nas lojas — não na brasileira, por enquanto. O Kindle Voyage é uma evolução do Paperwhite grande o suficiente para que a Amazon a tenha lançada com novo nome e em uma faixa de preço superior.
As diferenças do novo modelo são:
Tela com definição maior — 300 pontos por polegada contra 211 PPI do Paperwhite.
Brilho automático.
Botões sensíveis a pressão nas laterais.
Novo design mais fino — apenas 7,6 mm, o Kindle mais fino já fabricado.
Como outros já notaram, os botões físicos para avançar e retroceder páginas têm uma função importante em usabilidade: com eles ali a leitura transcorre de maneira mais natural. A sensibilidade da tela é surpreendentemente boa, mas obriga o usuário a (literalmente) movimentar um dedo, ao passo que com botões físicos bastava descansar o polegar sobre um deles e aumentar a pressão na hora de passar para a próxima página.
É um detalhe, mas em um equipamento tão refinado como o Kindle Paperwhite, os detalhes, para o bem ou para o mal, se notam mais facilmente.
Problema resolvido.
Nos EUA, o Kindle Voyage custa US$ 199 na versão Wi-Fi com anúncios. Fazendo a conversão para cá, quer dizer que ele sairá bem caro. Para colocar o valor em perspectiva, o Kindle Paperwhite, que continua à venda, começa em US$ 119 lá e é vendido aqui a partir de R$ 479. Se a mesma diferença valer para o novo modelo, uma regra de três nos leva ao valor de R$ 801. Ouch.
O Kindle básico também mudou: ficou 20% mais rápido, tem o dobro de espaço interno e perdeu todos os botões em prol de uma tela sensível a toques. Só ficou um pouco mais caro, US$ 10 para ser mais preciso. Agora custa US$ 79.
O site brasileiro não apresenta nem o Kindle Voyage, nem o novo modelo básico. Entrei em contato com a assessoria da Amazon para saber se e quando eles chegarão aqui e recebi aquela resposta padrão: “A Amazon não comenta planos futuros”.