No último sábado (2), a jornalista Gabriela Valente tomou um susto ao abrir o aplicativo da Grin, marca de aluguel de patinetes elétricos da empresa Grow, e descobrir uma corrida em curso que já estava em mais de R$ 110 mil. Seu comentário em uma rede social com um print da cobrança ainda em andamento viralizou. O Manual do Usuário conversou com a Grow para saber o que aconteceu.
“Não existe a menor possibilidade de alguém ser cobrado nesse valor”, disse Luiz Motta, chefe de comunicação da Grow no Brasil. Ele explicou que o problema, inédito, provavelmente decorreu de uma falha de conexão entre o app no celular de Gabriela e a Grin. A corrida que no celular da jornalista já computava quase 3.700 horas, durou nos sistemas da Grin apenas 31 minutos. E nem essa será cobrada, porque Gabriela afirmou à empresa não ter usado o app na data em que a corrida foi registrada. O Manual tentou falar com ela, mas até a publicação desta notícia não havia recebido retorno.

De qualquer maneira, abrir um app de aluguel de patinetes elétricos e deparar-se com uma “dívida” de R$ 110 mil é, no mínimo, inquietante. Segundo a postagem, Gabriela acionou um funcionário da Grin que estava próximo e ele, em seguida, remeteu a demanda a seu imediato superior, mas ambos disseram que não podiam fazer nada. Motta disse que em algumas regiões a Grin emprega funcionários que organizam os patinetes e orientam consumidores em aspectos práticos do serviço, mas que não estão aptos a resolverem problemas de cobrança. Há outros canais, dentro do próprio app, mais adequados para lidar com eles.
Evidentemente, foi uma falha que a Grin/Grow está investigando. “Por algum problema que eles [a equipe técnica] estão tentando identificar — até porque nunca aconteceu —, o aplicativo dela não estava recebendo as informações do nosso sistema”, disse Motta. “Então a corrida aqui já estava encerrada depois de 31 minutos. Apesar de ela ter ficado assustada pelo valor, ela não seria cobrada por R$ 110 mil”.
As corridas com os patinetes da Grin têm um limite de duas horas, o que inviabiliza valores exorbitantes de dezenas de milhares de reais. Fazendo uma simulação rápida, se somarmos o preço do desbloqueio do patinete (R$ 3) ao do uso dentro do período máximo possível (R$ 0,50 por minuto em duas horas, ou 120 minutos), a maior conta que alguém pode pagar à Grin, em tese, é de R$ 63.
Após a mensagem viralizar impulsionada pelo youtuber Whindersson Nunes, a Grin entrou em contato com Gabriela e resolveu o mal entendido durante o fim de semana. Bastou reinstalar o app para a corrida de R$ 110 mil sumir. De quebra, a cobrança no sistema da corrida de R$ 31 também foi apagada e, pelo susto, a empresa ofereceu a Gabriela dois cupons de cortesia de R$ 15 cada.
Eu ia dar era risada, meu cartão não tem esse limite mesmo…
Além disso, procurar um funcionário que organiza patinete pra responder isso é como pedir pro motorista do Uber ou pro entregador do Rappi resolver né, essas empresas não usam esse canal “tradicional”de atendimento que é a pessoa física. Pra alguém descolado que anda de patinete, ela foi muito conservadora antes de procurar um canal de contato no site.
Que bom que no fim deu certo, mas eu ia levar um susto FUDIDO se fosse comigo
Como estaria a moça agora se não tivesse o alcance que possui contra essa startup moderna outsider?
Fica a dica: Se tiver problema com alguma startup quântica modernosa disruptiva de transporte ou entregas, apele pro Whindersson. Porque se depender só do suporte deles, você tá na merda.
O valor absurdo ajudou na repercussão e solução do problema. Agora imagina a dor de cabeça pra provar um erro de um valor não tão absurdo…
EU IA ARMAR O MAIOR BARRACO
O manual da empresa moderna é resolver tudo com cupons…
Pois é. Quem vai pagar pelo quase infarto da menina?