Vi isso no Instagram hoje e aparentemente isso procede. As pessoas que trabalhavam com prensas tinham dois “cases” onde guardavam as letras, o compartimento de cima tinha as letras maíusculas e o de baixo as minúsculas. Daí os nomes em inglês, uppercase e lowercase.
Também tem aquela história do “freelancer”, que originalmente eram os cavaleiros mercenários que não eram leais a nenhum senhor e tinham a lança livre (daí o “freelance”), e por isso eram livres para oferecer seus serviços a quem quisesse pagar. Hoje em dia, se refere a um trabalhador que não tem contrato fixo com nenhuma empresa e oferece seus serviços sem exclusividade.
Fonte: Merriam-Webster
Isso me lembra de uma discussão que foi levantada aqui no Órbita a respeito de uma melhor alternativa do ícone do botão “Salvar”, já que as gerações atuais não sabem o que é um disquete. No entanto, com tantos exemplos na própria língua (imagino que hajam mais) com origem em termos antigos e que pouca gente acaba reparando, o botão Salvar é o menor dos problemas.
Link do Merriam-Webster que não funcionou no post: https://www.merriam-webster.com/words-at-play/freelance-origin-meaning
Na Wikipedia tem uma foto das “cases” de tipos das prensas: https://en.wikipedia.org/wiki/Letter_case#Terminology
Sim, era literalmente a caixa alta e a caixa baixa das tipografias de tipos de metal.
sobre o ícone de salvar: é interessante que a Apple já aposentou o botão de salvar há pelo menos uns dez anos, mas ele permanece recorrente no windows.
no entanto, parece não haver qualquer desejo de abolir o ícone de telefone no iphone
Eu não sei falar inglês, sempre associei “freelance” a “lance livre” (????). Poderia se referir até a solteiros se relacionando de forma ocasional, olha a viagem.
Diogo, a história é essa mesma. E entre profissionais de imprensa mais velhos, ainda usa-se a expressão “caixa alta” e “caixa baixa” como sinônimos de letras maiúsculas e minúsculas.
Bem lembrado! Já ouvi umas pessoas (mais velhas por sinal) dizerem “caixa alta” e “caixa baixa” algumas vezes. E faz sentido se originar na mesma coisa sendo o equivalente às palavras inglesas. Por algum motivo, essas duas expressões em português não pegaram aqui no Brasil.
Claro que pegaram. As marcas de revisão, pro exemplo, são Ca (caixa alta), cb (caixa baixa) e CAb (caixa alta e baixa). Todo mundo que trabalha com tipografia ou na imprensa fala assim, não são só (rs) as “pessoas mais velhas”.
Manual de estilo Ed. Intrínseca:
“1. Destaques gráficos: itálico, negrito ou aspas
[…]
* Itálico, CAb: embarcações, jornais e revistas; títulos de obras de arte em línguas
germânicas.
* Itálico, só 1ª inicial em CA: títulos de obras de arte em línguas latinas.
* línguas germânicas, CAb. Ex.: “A Hard Day’s Night”.
Grafar entre aspas, CAb, redondo: nomes de poesias (independentemente da língua).
2
CA para a primeira letra dos nomes dos acidentes (serra da Mantiqueira, rio Nilo, rua
Sete de Setembro).
Nomes de povos, tribos, grupos e nacionalidades deverão ser grafados em cb:
brasileiro, xavantes, hunos, socialistas etc.
Nomes de disciplinas, matérias e ciências em cb: matemática, biologia, história.
Nomes de astros devem ser grafados em CA quando específicos — “A temperatura do Sol é de X°C” — e em cb quando em geral — “Os raios de sol”.
Dias da semana, meses e estações em cb.”
Ah não, quis dizer que não se popularizaram a nível de todo mundo saber/conhecer. Todo mundo conhece como “maiúscula” e “minúscula”, mas “caixa alta” e “caixa baixa” parece mais um termo técnico, algo de nicho.
Na verdade, a modinha entre os xófens é “capslock” – só que “capslock”, como minha caçula (22 anos) bem lembrou, não tem o contrário.
@Julia Marinho
O pior é que tem gente que para escrever a primeira letra no início de uma frase aperta o capslock, digita a letra, aperta o capslock novamente e segue escrevendo. Dá um nervoso de ver essas bizarrices, vontade de pedir para a pessoa parar e mostrar o incrível shift para ela.
PS: sério que os xófens estão se referindo as maiúsculas como capslock? OMFG!
Julia! Quando fiz referência aos “mais velhos” fiz referência ao cotidiano de quem trabalha em redação. Em faculdades de comunicação, exceto aulas de tipografia ou história, o termo “caixa baixa” é mais raro (mas pode ser uma visão distorcida da minha bolha). Por favor, não se ofenda!
E fiquei curioso para saber que manual de estilo é esse que você trouxe. Procurei por manuais da Editora Intrínseca e não encontrei. Adoraria saber mais!
Editoras e jornais têm manuais de estilo/redação – uso de CA e cb, itálico, como grafar nomes estrangeiros, escrever porcentagens, traduzir ou não nomes de obras e de personagens históricos etc. As editoras mantêm para uso dos profissionais (contratados ou prestadores); o dos jornais são públicos.
(Um que sempre me divertiu é o do Estado de S. Paulo, tão anticomunista:
“Campesinato, campesino. Campesinato não existe em português (use categoria rural ou os trabalhadores rurais) [SIM, EXISTE, É PALAVRA DICIONARIZADA] e campesino deve ser substituído por agrícola, rural ou campestre, conforme o caso.
Camponês. Quando se tratar do Brasil, substitua a palavra por lavrador, agricultor, trabalhador rural, plantador, cortador de cana (se for o caso), etc.”)
Nunca vi falar caixa baixa (só em cidade de deus, nada a ver com o contexto dessa conversa), mas caixa alta vejo com certa frequência as pessoas falando na internet.
Noooooooossa 🤯 🤯 🤯
pôxa, eu falo assim 👴