Como pai, é desconcertante ver como a discussão sobre crianças e tecnologia é negligenciada em todas as partes.
Enquanto a minha infância foi dominada por “algoritmos” como Bozo, Xuxa, Trem da Alegria, He-Man, Atari, Ducktales, Master System, Mega Drive e relógios Casio…
…As crianças de hoje tem acesso a um smartphone, com acesso direto ao buraco negro, sem qualquer curadoria.
Para quem tem crianças por perto, o que vocês fazem para proteger as crianças do “Vingador”?
Não tenho criança mas trabalho diretamente com elas e olha tem cada coisa acontecendo que prefiro nem me envolver ou saber mais.
O problema é além do acesso, msm com curadoria tem coisas que simplesmente passam pq nós adultos não estamos familiarizados. Por exemplo ASMR, parece algo muito simples e inocente mas tem criança fazendo vídeo e postando na rede aberta 🤢 (não achei as notícias mas foi pego uma rede de p3do q usava, acho que vi no manual msm)
Fora gírias que alguns usam como sigma, stonks que sabemos bem da onde vem.
É isso mesmo, Anon. E se pensarmos no potencial estrago que o uso da IA vai fazer sobre essas tendências que vc. descreve…é um buraco sem fim.
Obrigado pelos comentários até o momento.
Eu não tenho criança por perto, mas já fui criança com acesso ao computador da família desde cedo e notebook próprio desde os 10 anos em 2006, ou seja acessando internet irrestrita eu já podia, e sem limite de tempo ou vigilancia nenhum, então vou dar um pitaco.
Acho que o cuidado mais importante de todos é fazer educação e diálogo sobre tecnologia e internet (e sociedade) desde cedo e conversa franca, para que a criança e jovem lide com o mundo (que inclui a internet) do jeito que é, e saiba evitar os perigos e colher os benefícios.
Ensinar sobre falsas notícias (fake news), o que é propaganda e manipulação, sobre golpes e crimes virtuais (e reais), etc. Não falar com estranhos na internet (ou na vida real), não expor sua intimidade mandando fotos ou videos, etc e etc.
o resto são ferramentas de controle que os pais mais educados tecnologicamente (e com recursos para aprender isso, comprar equipamento, e que se importam com o assunto né) podem colocar, mas que provalvemente só uma minoria social usará. Mesmo com isso, eu pessoalmente fiquei pensando: Eu era muito teimoso e odiava ser vigiado pelos pais quando criança, então eu ia 1 reclamar muito o tempo todo, 2 tentar achar um subterfúgio ou alternativa (nem que fosse fazer um amiguinho sem restrições nas coisas dele-a kkk), e provavelmente 3 fazer tudo o que eles proibiam de raiva com mais intensidade assim que fosse possível (bomba para adolescencia).
Então eu não sei, muitos problemas devem ser resolvidos com regulação, com leis que retirem discursos de ódio, probir mecanismos exploratórios em jogos (como aqueles itens aleatorios comprados, que são um cassino digital), etc, coisas maiores que o ambito individual. E é a educação que molda a cabeça da pessoa, que inclui escola, amigos e comunidade, não apenas os pais.
O que fazemos quando são os próprios pais que precisavam de educação e regulação sobre tecnologia, internet e redes sociais então…
Direi o que eu faço para ter esse “controle” dos acessos e o que elas fazem na internet/rede social (zapzap).
Instalei no dispositivo da crianção o Google Family link. Para mim funcionou melhor. Tem mais controle do que é permitido por tempo, faixa etária e acesso a sites (coloquei os sites de educação).
Caso não queira o Family link tem uma opção que já usei anteriormente no antigo tablet que foi o Kids Place Parental Controls (tem versão paga, mas dá para usar muito bem sem pagar).
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Quanto ao acesso a sites. Utilizo na rede dois serviços que também servem para bloquear sites e propagandas indesejáveis que é o adguard home e o NextDNS.
O adguard home precisei colocar em um orange pi na rede (mini server) e com isso todos que estão nessa rede não verão propaganda. Funciona muio bem e serve de cache.
Já o NextDNS utilizo nos dispositivos para manter esse “controle” quando ela sai de casa. Mantendo assim a mesma restrição de acessos.
Só deixo o WhatsApp, pois é o meio de comunicação padrão por aqui. Então o controle e feito aos grupos e com quem fala.
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Esse controle não é 100%, pois ela tem amizades (escola/bairro). E todos têm um celular sem essa restrição. Cabe somente a ela decidir o que verá.
Entendi que fazer uma edução digital é importante. Como sou da área de tecnologia, eu costumo falar sobre os acessos a redes sociais e aos sites. É uma tarefa diária.
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Isso funcionou para a gente aqui em casa. Ela cresceu nesse meio digital e foi gradativamente exposta a YouTube, tablet e celular. Desde pequena já colocamos essa noção de controle e tempo de internet. Ainda debatemos em conjunto o que pode ser feito no celular e às vezes é aceito e em outras não :)
Cara, dá uma angustia enorme esse acesso direto a tudo.
Minha filha tem 12 anos. Eu limito o tempo de tela e pelo meu ios eu consigo controlar como ela anda gastando, dar mais tempo ou retirar.
Durante a semana ela so tem tempo para whatsapp que eu monitoro pelo whatsapp web no meu computador (ela tem liberado para conversar comigo, com a mãe e os colegas de sala) e para telefone.
Navegador so libero no computador e para pesquisas pois os recursos de controle de material explicito me parece melhor. O recurso de controle parental da microsoft também é muito bom e permite ver semanalmente com o que ela gastou tempo.
Além disso, muita conversa franca e aberta. Sem esconder ou romantizar as coisas. Ela precisa saber dos perigos do mundo e da vida em sociedade.
Apesar de pessoalmente não usar google, uso as ferramentas de controle parental deles para limitar o uso e o que as crianças tem acesso. De resto, muita conversa e conscientização sobre o que vale a pena e o que não vale. De certa forma é o que dá pra fazer. A gente cria as crianças pro mundo, então o ideal é dar um bom senso crítico desde o início.
Acredito que limitar o tempo de tela é essencial até para nós mesmos. Filtrar conteúdo, sobretudo nos dias de hoje, é indispensável. Só não dá pra pensar que dá pra criar uma criança igual fomos criados. A limitação/acesso a essas tecnologias simplesmente não existiam, então é impossível comprar. Gostei da analogia que o amigo fez com os “algoritmos” da época. Eu não comprava skin no Fortnite, mas pedia bonecos dos power rangers e cavaleiros do zodíaco.
Meus filhos estão com 8 e 12 anos e ainda não usam celulares sozinhos. Eles têm à 2 horas diárias de tela. O mais velho usa o tempo quase todo no notebook jogando Valorant. Quando não joga está vendo vídeos no youtube sobre o jogo. Até ano passado era Fortnite. Usa o discord para conversar com os colegas de sala. Grande parte dos colegas já tem celular.
A de oito anos está gradualmente trocando a TV (gloob) pelo youtube. Começou vendo Quintal da Cultura, mas já prefere “youtubers”,Jazzghost e Enaldinho (caditado_do_novo_que_tristeza.jpg). Mas assiste na TV. E conversa com colegas da escola pelo whatsApp da Mãe.
A ideia é evitar ao máximo o acesso ao celular. E manter o diálogo sobre o que eles assistem e também pelos temas de interesse.
Minha filha tem 8 anos e eu dou bastante autonomia para ela escolher o que quer assistir/jogar. De software, o Google Family Link num celular exclusivo para ela com uma conta de criança já faz um filtro considerável no conteúdo que ela pode assistir. Além disso, prestar bastante atenção no que ela assiste de vídeos.
O que eu acho mais complicado, na verdade, são as propagandas que popam do nada. Nunca se sabe o que pode vir nelas.
Então eu uso o Blokada pra inibir nos joguinhos que ela gosta e pago o Youtube Premium familiar para os vídeos incomodarem menos a gente.