Desde segunda (5), tenho lido meio que tudo que saiu na imprensa sobre o Vision Pro e muitos comentários em sites e fóruns especializados em tecnologia. Noto um consenso de que o Vision Pro é muito bom no que se propõe e vejo divergências no campo da futurologia — se será um sucesso ou um fracasso —, com pouca gente se arriscando a fazer apostas mais firmes (uma exceção na Wired).
Dito isso, estou muito curioso com a percepção de gente de fora desses círculos, de gente que não acompanha o noticiário de tecnologia, que não viu a apresentação da Apple na WWDC, que soube do Vision Pro pela repercussão. Aqui em casa, a reação foi um misto de indiferença e rejeição, por exemplo.
Vocês conversaram com pessoas “normais” a respeito do Vision Pro? Qual a impressão delas?
Pessoas “normais” é ótimo!!! 😂
Algumas pessoas “normais” que conheço nem sabem que o produto existe e as poucas que ouviram falar acham que é um VR para jogar. Porque ninguém “normal” consegue ver utilidade em um óculos de esqui a não ser que seja para esquiar.
Creio que a maioria que comenta sobre VR não teve a chance de usar um óculos ainda, pq no momento imediato em que vc coloca um… tudo muda em relação ao que se presumia sobre essa tecnologia. Desde o mais simples até o mais sofisticado, todos eles têm um super potencial de criar uma experiência diferente da qual estamos acostumados com as telas normais. Desde os primeiros experiemntos até hoje e levando em conta as discussões que disputavam qual melhor termo que definiria esse tecnologia, a falta de adesão em massa, como é no caso dos smartphones, tem muito a ver com a velha convergência. Hoje smartphones são usados pra todos os campos sociais da vida (trabalho, estudo, relacionamento, diversão, etc). Com os Oculus da MEta eu não me vejo fazendo tudo isso. Com o equipamento da Apple isso parece, apens parece, mais tangível. Se vai rolar e vai ter adesão, são outros quinhetos.
Escrevi e pesquisei bastante sobre realidade virtual pensando mais em museus por estar nessa área, mais ainda, mesmo com pouco uso ainda, me parece questão de tempo pra eles serem mais populares (preço e usos).
Especialmente quando deixarem de ser incomodos e ficarem tão simples de usar como as outras telas.
MAs com outra big tech na parada… é um tanto desanimador. Todos esse dados que eles vão coletar da gente, vai resultar em quê?
Deixo aqui o link para o que escrevi sobre. É o quarto capítulo (tem muita referência bibliográfica boa): https://1drv.ms/b/s!Amamvd96SDBmhuQEOx8V_ElkudhdFw
… e depois de 60 minutos tudo fica “normal”. E depois de 1 semana não tem nada demais. E depois de 30 dias não tem motivo convincente para usar.
Anos atras, quando comprei meu oculus, era tão incrível por tão pouco tempo…. eu estava em Londres, que nunca tinha visto!, e tudo que eu queria era voltar para o hotel para usar!
Cara… que coisa que morre rápido. Quem não teve a chance de usar ainda nem imagina…
Esse texto da Wired pode servir como um bom template pra cada novo lançamento da Apple
Quando o iPhone foi lançado em 2007 — dando início de fato ao mercado de smartphones de massas — acredito que ninguém imaginava que dez anos depois pessoas que àquela época eram consideradas supostamente “avessas” a tais dispositivos (como trabalhadores domésticos, esteticistas, cabeleireiros, etc, entre outros prestadores de serviços precarizados) viriam a utilizá-los como o meio preferencial (se não exclusivo) para marcar seus serviços com clientes via WhatsApp. Quero dizer: adotamos as tecnologias mais avançadas de miniaturização de componentes e de comunicação digital para reiterar formas arcaicas e precarizadas de trabalho.
O sucesso dos smartphones, é claro, envolve muitos fatores. Do zero rating no uso do WhatsApp ao fato de que as pessoas já possuíam telefones móveis há duas décadas. Além disso, trata-se de um aparelho que, ainda que tenha tido um impacto gigantesco em nossas vidas, à primeira vista parece “inofensivo”: você simplesmente o tira do bolso por alguns instantes para verificar mensagens, etc, como se ele não causasse interrupções significativas no seu dia-a-dia. Sem falar no imenso barateamento que ocorreu com os smartphones de entrada em seus cinco ou seis primeiros anos de vida (Moto G e Samsung A, estamos olhando para vocês).
Enfim: nenhum desses fatores parece coincidir com os casos de uso previstos para óculos como esse — mesmo que se trate da melhor e mais satisfatória implementação já feita desta categoria de produto.
É algo que demanda uma atenção específica para ele: você precisa parar, sentar, vestir e se conectar — algo como eram os PCs nos anos 80 e 90 e ainda são, em alguma medida, os consoles de videogame. Ou seja: ele demanda tempo, diferente dos smartphones. Além disso, é MUITO caro e não há qualquer horizonte de barateamento próximo.
E fora do mundo profissional (como designers, arquitetos, publicitários, engenheiros e outros profissionais que certamente terão usos importantes para estes produtos) quem hoje, fora dos países centrais do capitalismo, tem TEMPO para dedicar a um produto como esse?
Longe de mim afirmar que isso será um grande fracasso ou um grande sucesso. Airfryers que o digam. Mas por ora os fatores não parecem muito positivos.
Olha, como entusiasta de tecnologia que tem vários conhecidos que não dão bola pra essas coisas, eu posso afirmar: nenhum novo lançamento (iPhone, iPad, AirPods, Watch, M1, etc.) nunca gerou nenhum tipo de reação que não fosse indiferença ou deboche.
E isso dura até o momento
em que tais tecnologias começam e se provar, ganhar mercado e a serem adotadas seja pelo público geral ou pelo nicho para qual o produto é destinado.
Meu palpite é de que o Vision vai seguir um caminho semelhante ao do iPad ou do Apple Watch: vai ser alvo de piadas enquanto a Apple busca o nicho adequado do produto (que aparentemente ainda não tem), mas que a partir de uma segunda geração deve se tornar um produto de desejo do nicho em questão.
Eu particularmente achei um produto bem interessante. Seria perfeito se não fosse a questão da bateria (e o preço, obviamente).
Se tivesse dentro das minhas possibilidades financeiras eu consideraria substituir meu monitor de trabalho por um Vision.
A retórica predominante ate o presente entretanto é que os oculos seriam um produto «revolucionário», que iria mudar os paradigmas digitais de Todos. Tal como apenas o iPhone de fato foi na sua lista. O preco do iGlass esta sendo justificado com o argumento que uma pessoa pode substituir Todas as telas com ele. Isso sim seria revolucionário, para todos. A resposta do público esta sendo ao discurso e aparelho tal como sao no presente.
Se dissessem que iria ser um aparelho de nicho, para públicos muito especificos, Como o PSVR2 eh pra jogadores, ai nao teria 10% do hype.
Sobre o resto da lista: Airpods e similares Bluetooth so comecaram a explodir quando a Apple e as outras retiraram as entradas P2 de audio (Se elas tirarem os smartphones e só venderem óculos talvez aconteça o mesmo), IPad nao vingou nos termos que afirmaram, as pessoas continuaram usando Notebooks desktops e etc, e ainda sofre concorrência dos leitores de eink e smartphones, provavelmente seu major uso eh pessoas vendo Youtube e streaming no aviao, sofá e cama, smartwatches é quase sem Real uso innovador (exceto medições corporais) e eu diria o menos espalhado dos aparelhos Apple, trocentas pessoas usam relogios antigos e digitais classicos ainda.
Entao, eu vou sim aguardar uns anos antes de tachar alguma coisa, mas o ceticismo eh forte com boas razoes.
Apesar do meu Irmão gostar de tecnologia, ele não acompanha de perto tudo que tá rolando. Mostrei pra ele e ele não curtiu. Disse: “esse dispositivo tem o propósito de isolar, não acho que seja convidativo pra muita gente. Eu mesmo não usaria. Não vejo um propósito claro pra esse dispositivo”.
Eu ainda não estou convencido, mas como assíduo em eletrônica e computação, achei a tencologia bem avançada.
A tecnologia é bastante avançada, mas como o teu irmão muito bem mencionou: é um gadget que tende ao isolamento e que não caberia muito bem em relações sociais de caráter presencial.
Sem contar o fator mais decisivo, que é a curtíssima bateria do aparelho. Isso, sem dúvidas, será um implicador de viés bastante negativo para o desenvolvimento comercial do produto.
Acredito que, a partir da segunda geração e com um público mais direcionado, a coisa muda. À priori, será um entrance market inicial discreto.
Não vi ninguém do meu círculo que não seja mais ligado em tecnologia falar sobre.
Considerando o preço disso, mesmo nos EUA, não consigo ver coo um produto que será para todos. E digo todos nós EUA como iPhone.
Dito isso, não sei para onde vai direito. Não acho que as pessoas estão muito interessadas em usar no dia a dia.
Tenho a impressão que o público desse equipamento será, além dos fanáticos da seita dos adoradores da apple, quem busca entretenimento com possibilidade de interação a distância. Ou seja, a turma dos jogos com VR, e assinantes do onlyfans.
Empresas e desenvolvedores de software também devem gostar.
As reações que notei das pessoas sobre o Vision Pro são parecidas com a do Playstation VR2. Para quem pode avaliar e testar de perto o VR2 adorou a imersão e a qualidade do produto, porém, o preço do VR2 que é o preço de um Playstation 5 mídia física (e é obrigatório ter esse console para usar o VR2) e o preço dos games é totalmente inviável para a grande maioria de nós brasileiros e no mundo tanto que a Sony reduziu a expectativa de vendas.
Será fracasso realisticamente. “Nós” (fazendo de conta que vivemos na europa ou USA, pois nós brasileiros estamos completamente excluídos desse dispositivo) dificilmente conheceremos uma pessoa normal que terá esse treco.
A apple porém vai vender a ideia como se fosse sucesso. E em parte será: venderá pouco, mas com grande lucro em cada dispositivo, compensando manter.
Agora que é um pedaço de tecnologia impressionante, é. Acho que o André americano vai comprar. Tenho inveja dele…
adorei o video do casey neistat
Nem eu que sou da área de tecnologia vejo utilidade nisso.
Utilidade existe. Imersão em games e conteúdo diretamente nos olhos. Mas soa como algo para entusiastas.
Fui contar pra minha esposa agora:
Eu: “Você viu que a Apple lançou o seu próprio óculos de realidade virtual?”
Ela: “Sério?? Que ano é hoje? Kkkkkkkk” [no sentido de que já deu dessa história]
Ela e outros familiares e amigos que não são da área de tecnologia não vêem utilidade nem futuro nisso.
Sabe qual é o real problema desse gadget? O TRAMBOLHO na cara das pessoas. Equipamento pesado e nada intuitivo pra quem não é um entusiasta de coisas como games ou imersão interativa ou pra quem enxerga como possibilidades de aumento da produção na indústria.
Agora, quando chegar o momento em que esse trambolho será uma espécie de LENTE PEQUENA que você apenas insere no olho, e que pode combinar com outros gadgets menores e vestíveis…. Aí a onda vai pegar forte.
Mas não vejo possibilidade disso em larga escala antes de trinta anos.