É só o povo conseguir uma folga que já ficam de olho grande!
Impressionante, a única solução dos caras é bloquear o consumo, nunca é diminuir o lucro ou aumentar a produção, sei lá!
Não sou economista mas deve existir outro jeito de lidar com a situação.
É um assunto muito complexo, mas que precisa ser debatido. O problema não é a Havan, a Multilaser, ou essas grandes empresas, mas sim os pequenos comércios de bairro. As lojinhas de shoppings menores, pessoas que viajam para comprar seus produtos para revender, e os que fazem importação por meios legais. Tem que ser feito algo de uma forma justa, mas que não prejudique também o consumidor, que tem acesso a produtos em lojas chinesas como Shein e Aliexpress que não encontram aqui no Brasil, ou se encontram, muito mais caro.
A propósito, se isso for feito de qualquer maneira e simplesmente começarem a taxar tudo que for comprado em lojas chinesas, isso vai repercutir muito negativamente pro governo, e pode até inviabilizar uma possível reeleição. O público que faz esse tipo de compra domina a internet, sejam usuários comuns ou influencers com milhões de seguidores em redes sociais. O barulho vai ser gigantesco.
uma coisa é certa: nenhum governo abriria mão dessa verba. pode colocar até o Paulo Kogos como presidente, em poucos dias ele estaria dobrado pelos varejistas.
O importador legal paga impostos (muitos) para manter a isonomia com o fabricante nacional (e não funciona, maioria dos produtos industrializados ainda vem mais barato).
Aí brotou essa de crossborder com varejistas chineses dominando o mercado BR. Agora além da indústria nacional, o importador legal também está ferrado.
Shein vai matar muita loja de roupas de cidade pequena e média, desempregando gente a rodo.
As coisas serem caras no Brasil é errado. Mas o caminho não é deixar entrar toda quinquilharia sem pagar imposto. Isso é maluquice.
Pros otimistas a reforma tributária é o primeiro grande passo. Reduzir a insanidade pra quem sabe se torne um pouco mais fácil arriscar produzir algo no país. Mas nesse meio tempo tem que taxar shein shopee e outros sim.
O mais engraçado é ver gente que é a favor do Estado reclamando dos impostos :)
Ser a favor do Estado não significa concordar com tudo. A questão dos valores abusivos de impostos no Brasil não é de hoje, somos explorados há décadas, séculos na verdade.
Tem que taxar os ricos que não pagam imposto, tem que ter uma carga de impostos justa para que as pessoas possam empreender. Mas não fazer o que a ditadura militar fez , não se podia comprar nada importado.
Tem que taxar mesmo, imposto não é várzea e as nacionais estão em desvantagem competitiva. (Por mais que eu compre roupas na SheIn tbm)
As nacionais que corram atrás!! Sempre jogam o peso da solução para o estado, livre mercado é isso! Então não é tão livre assim, privatizam o lucro e socializam os prejuízos.
A proteger a indústria nacional taxando a importação é um furo porque deixa as nacionais acomodadas. Os preços sobem e as perdem acesso a bens de consumo.
Juarez, “livre” não é sinônimo de “desregrado”. Sei que é uma contradição (é uma das que o David Harvey cita neste livro), mas o capitalismo (e o livre mercado) dependem do estado para manter a ordem e o ambiente concorrencial funcionando.
Isso que você alude ao livre mercado é baderna, e acho que ninguém — nem os capitalistas — são afeitos à ideia, rs.
Não estou me ligando muito se existem regras ou não, só expressei revolta com um liberalismo fajuto que só aparece para prejudicar os mais pobres.
Porque esses empresário não se unem para ter mais eficiência? Por que não investem em inovação ao invés de correr atrás do estado, que criticam sempre que podem?
Várias empresas brasileiras utilizando trabalho escravo e nada acontece. As regras só existem quando tá ruim pro liberal?
Cara, não dá pra empresa competir quando a empresa estrangeira vende sem imposto pra gente. E impostos em si não são errados, o principal imposto que essas estrangeiras pulam é o ICMS que, pelo menos em são Paulo, é usado para financiar a USP e Unicamp. O certo certo no largo prazo é tabela progressiva de imposto de renda, imposto nos dividendos e redução de imposto no consumo, aí tô contigo.
Quanto aos influencers, eu sinceramente gostaria de saber como funciona a tributação de receita oriunda de YouTube, TikTok, etc. Poderia apostar que eles recebem em contas no exterior livres de impostos.
Salvo engano, se alguém recebe dinheiro das Big Techs, creio que já é compensado como valor em real mesmo dependendo da fonte (mais fácil influencer ganhar dinheiro de publicidade do que dos streamings em si. Se for em dólar, converte e cobra IOF. E não duvido que na verdade a receita bate na porta e por mais que eles tenham contas no exterior, influencer geralmente deve cair na malha fina.
Youtuber paga imposto de renda. Pode até parecer que é várzea pelo lado deles, mas lembre-se que do outro está o Google, que tem representação no Brasil e adere às nossas leis, incluindo as tributárias.
O ideal seria reduzir a carga tributária dessas empresas (brasileiras) para importação ou criar benefícios fiscais para aquelas que instalarem seus parques fabris aqui em substituição à importação da China.
Mas parece que nem os empresários querem isso e nem o governo diminuir impostos. Então fica cada um tentando levar vantagem.
A se pensar:
Como posto pelo “Anon Cadastrado”, a gente desconfia de “trabalho escravo”. Não duvido de nada, mas lembremos também que as taxas de cambio para alguns países Asiáticos é baixa em relação aos países “Ocidentais”. Isso é um fator que contribuí para preços baixos não só de roupas mas de eletroeletrônicos, diga-se. Lembrando também que a China tem um parque fabril gigantesco, e que com o conceito de “globalização”, o custo produtivo deles é teoricamente mais barato do que no ocidente.
Para um país como o nosso que outrora tinha um parque fabril bem amplo e exportava, perdemos muito nos últimos anos com a concorrência chinesa.
Creio que o ideal é achar formas de reativar o parque fabril brasileiro para poder produzir nossas próprias roupas a preços que compense.
Lembrando que aqui no Brasil também há questão de trabalho escravo na área têxtil – basta lembrar dos peruanos que vem para São Paulo e acabam em fábricas de roupas clandestinas no Brás para abastecer a região.
Isto é uma defesa do livre mercado?
Pois é! Empresário brasileiro é cheio de defender o livre mercado. São todos liberais até aparecer alguém com o pé no pescoço, aí todo mundo quer ajuda do “estado mínimo”, e a solução é sempre a mesma: aumentar imposto.
Olha shopee desandou muito nos últimos anos, então por mim fogo neles. Só uso para comprar papelaria e penduricalhos pra gadgets.
Agora shein é algo que precisava ver direitinho pois roupas tão baratas assim só me levam a pensar em uma coisa: trabalho escravo
Acho que esta é uma pequena fração de algo que deveria ser maior, como o debate sobre impostos e quais produtos importados o governo deveria taxar ou até subsidiar (vide exemplo da Suécia nos anos 1990 com computadores). Mercados fechados têm dificuldade em prosperar. Se o exemplo do Brasil não for suficiente, a literatura demonstra isso com facilidade.
Cara imagina tu ser uma empresa que sempre teve um lucro de 200% ou mais, vida toda, e agora precisa diminuir isso porque vem alguém de algum lugar do mundo com essas ideias de livro “oferta e procura”. Impensável.
Se tu é uma Garoto ou Nestle tu pode claro diminuir em 50% (e mais) a embalagem, cobra o mesmo preço e teus consumidores nunca notarão. Todos estão felizes. Mas em roupas? Unica solução que vejo é chorar para o governo mesmo….
De onde saiu esse dado “sempre teve um lucro de 200% ou mais”?
Chute e bom senso.
Sei que em moveis é tipo estupido assim, ou era quando trabalhei no comercio, a margem de desconto que poderiamos dar era insana. Em roupas… se nao é então é por isso que essas lojas estão tudo falindo, pois em promoção normal ver roupas remarcadas de mais de 100 por 49, menos até. Necessita muito esforço imaginar que mesmo em 49 eles não estão com prejuizo?…
Só não me vem com “oferta e procura” pois se todos cobram mais caro todos lucram mais. Isso também não é difícil de perceber.
A genialidade está na real no tipo de produto: a mesma TV tem em 15 lojas, portanto tu pode comparar. A mesma roupa? O mesmo móvel?
Arrisco dizer que o setor moveleiro (ou parte dele; zero conhecimento do setor) só tenha essas margens gordas em alto padrão, com móveis de grife/com assinaturas.
No caso das grandes varejistas que estão reclamando da Shein, várias têm o capital aberto e, portanto, são obrigadas a prestar contas aos acionistas. O que nos permite saber a margem com que estão trabalhando. E… olha, fiz uma pesquisa rápida aqui e elas estão (bem) longe de 200%.
Em 2022, a margem líquida da Renner, por exemplo, foi de 13,6%. A da Arezzo, 9,1%. A margem Ebtida do Grupo Soma (Hering) foi de 15,5% no quarto trimestre de 2022 (ou seja, a margem líquida foi menor que esse percentual).
Eu também adoro comprar coisas pagando pouco, mas o que as varejistas nacionais estão reclamando não é do preço baixo da Shein; é do desequilíbrio competitivo.
Se elas são obrigadas a pagar impostos aqui, como competir com uma rival de fora que importa para cá sem tem esse encargo? É tipo apostar corrida com Usain Bolt (o que já seria difícil) com as pernas amarradas (inviável).
É tipo entrar no mercado de trabalho tendo estudado a vida inteira em escola pública, se formado com nota C na faculdade porque tinha que trabalhar no turno inverso, morar a 4h do escritório e competir com pessoas que estudaram a vida toda em escola privada, só estudaram na época da faculdade e tiveram nota A em quase tudo e moram (num AP comprado pelos pais) do lado do escritório (e mesmo assim vão de carro, ganhado dos pais também).
Se chama capitalismo. As lojas brasileiras estão corretas em reclamar porque, sem elas, perderemos os empregos que formam a base da nossa MdO periférica. Mas, o que elas estão experimentando é basicamente uma dose de capitalismo, apenas isso. Talvez a Renner ache isso horrível, mas ela pode operar abaixo do preço de custo por um tempo para, por exemplo, quebrar/comprar uma pequena confecção que esteja enchendo o saco dela na região (ela fez isso em Porto Alegre com uma malharia em 2010 ou 2012, inclusive).
Mas @Paulo, o ponto também é que o empresariado consegue meio que ser pior, pois acaba pegando mão de obra mal remunerada ou até escravizada (como citei, só lembrar do caso dos peruanos no Brás).
Algo que não vejo muito é tipo o que ocorreu este ano com as vinícolas: quando foi divulgado a questão do trabalho escravo, o MST aproveitou o vácuo e fez propaganda do seu produto, destacando a origem da mão de obra (cooperada) e da qualidade da produção.
Ausenta-se um pouco deste tipo de atitude por estas bandas. Lá na China, pelo pouco que sei, a regulação trabalhista é mais feita pelo governo / partido, então tem menos riscos (teoricamente) de ter trabalho escravo (há mais trabalho desvalorizado, mas é outra história).