O ponto que quero traçar aqui é: Fediverso tem potencial e tem muito a crescer mais do que já está crescido. Mas o problema é que daqui a algum tempo as grandes empresas vão querer engolir e matar o projeto. Ou se for lucrativo monopolizar ele e transformar a plataforma num lugar fechado e para as empresas retornando ao modelo do Twitter.
A pergunta que traço é: Acham que é importante a questão dos usuários se organizarem ou até mesmo formarem organizações/fundações bem organizadas para manter estas redes vivas e fazer um processo mais forte de expansão ou até mesmo aprimorar as plataformas que ocupam o Fediverso?
Desculpem se escrevi de maneira confusa.
Penso que é uma boa. Isso precisaria de que usuários experientes e preocupados com o tema criassem instâncias que se tornassem grandes o suficiente para terem peso nas discussões globais em torno do ActivityPub, ombreando com as Big Techs. Penso que as instâncias maiores do Mastodon e mesmo organizações relacionadas com o tema da internet livre possam jogar esse jogo se conseguirem ter instâncias fortes.
Em termos de tecnologia, na história dos protocolos abertos temos dois exemplos que “deram” (entre aspas) errado e que os mantenedores do ActivityPub precisam aprender para não ocorrer em situações semelhantes.
Um é o e-mail, que por conta da “ação anti-SPAM” tornou-se hoje um oligopólio em que é bastante complicado manter um servidor de e-mail próprio e funcional. O ActivityPub precisa contornar situações em que um movimento de centralização possa servir de pretexto para “resolver um problema”.
O outro é o XMPP, que é tão fragmentado que as empresas acabaram utilizando-o apenas como base para seus próprios produtos que não são interoperáveis. O ActivityPub precisa consolidar funcionalidades padrão que atendam aos usuários e evite “forks” que ~expandem~ o padrão.
Concordo. Outra coisa também é, por exemplo, aqui nos fediversos Brasileiros teve aquela treta da Ursal.zone com algumas outras instâncias. Isso caiu muito mal e nesses tempos de início das comunidades, temos é que nos unir ao invés de nos separar. Eu só sei de uma coisa, a gente vai ter uma longa caminhada.
Esse é o ponto.
Não a toa falei do “consórcio de comunidades” abaixo. Brigas por ego no Fediverso mais dão munição para uma propaganda negativa e também para atitudes contrárias a comunidade do que ajudam em algo (o máximo que ajuda é a delimitar comunidades).
Quando houve a briga, também fui uma das pessoas que implicou com o método (e vi que tem a haver com algo que o Leonardo Rossato sofreu ontem no twitter após um comentário dele): a militância política estilo “Justiceiro Social”. Mas aí é um debate um pouco a parte disso, dentro do escopo mas deve ser feito por quem entende de ciências sociais e comunicação.
Alinhar pautas, achar consensos e procurar evitar atritos deveria ser uma métrica agora, ainda mais já que estamos com uma maré positiva a favor do progressismo. E quando falamos em redes sociais eletrônicas, evitar confusões e toxicidade deve também ser uma métrica, mas ao mesmo tempo achar tons que evitem atritos desnecessários deveria ser um mantra.
Senão no final o fediverso vai ser um arquipélago de ideias chateadas entre si mesmas.
Me veio a mente a questão jurídica também – a questão de processos e investigação de crimes de ódio/honra. Já vi discussões com ameaça jurídica e me perguntei como ficaria a situação em situações onde por exemplo a comunidade tenha algum problema com um grupo de membros e o resultado acaba em ações judiciais.
É algo a ser visto também por quem mantém grupos comunitários no fediverso, e o interessante é ver a busca por grupos juridicos que atuem meio que em consórcio de comunidades.
Eu acho que é inevitável, se realmente houver sucesso na adesão pelas grandes empresas, elas acabem sendo os grandes dominantes como é no caso dos serviços do e-mail.
Não acho que isso seja um grande problema: sendo pragmático, prefiro que sejam protocolos abertos dominados por implementação proprietárias, conquanto que os protocolos sejam bem geridos. Que seja mais um Linux do que um Chromium no caso.
Eu tenho mais uma preocupação de cunho técnico com o Fediverso. Não parece ser um protocolo fácil de escalar, usa filas ao invés de tópicos, para comunicação entre instâncias.
Imagino que a implementação do Facebook, poderia quebrar o Fediverso pelo simples volume, seja por custos excessivos ou gerando indisponibilidades.
lógico que vão tentar se apropriar e lucrar em cima, mas sendo aberta e descentralizada acho difícil dominarem por completo, e de qualquer forma, sempre estaremos há uma instância de privacidde e “liberdade”
Esqueceu da EEE da Microsoft? Hoje esse troço não está parado na Microsoft mais como antigamente. Muda-se o nome e empresa mas prática se mantem. Ou até é bem mais pior. Eu acho que é necessário o fediverso começar a montar linha de pensamento e cair pra cima pra se manter em onda contrária que as grandes companhias querem puxar.