Uma crítica dura mas necessária sobre o estado atual da eletrificação dos veículos – e da indústria automobilística como um todo.
Escrita por Rowan Atkinson. Sim, ele mesmo, o Mr. Bean. Que, e eu só vim a saber lendo, que também é engenheiro elétrico e eletrônico.
Um colunista de assuntos climáticos do Washington Post rebateu o texto do Atkinson (sem paywall).
uma coisa idiota da cultura de uso do carro é isso de ficar trocando. a pessoa troca só pq sim, pq td mundo troca. compra não o que gosta, e sim o q vai revender melhor em poucos anos. até rola um papo de “não compre esse carro a pesar de ser bom pq vai ter q casar com ele”, como se isso fosse ser ruim. aí qdo bate, dão perda total em carros concertáveis só pq o seguro não quer cobrir e criam mais lixo com um carro q ainda seria util
Isso é bem maluco mesmo. Galera compra carro como se fosse investimento, não (só) pela utilidade, já pensando na revenda, na desvalorização etc.
Disso decorre o mar de carros brancos e pratas que a gente vê nas ruas: reza a lenda que são cores “mais fáceis” de vender.
Acho que com a insegurança e desigualdade financeira tão habitual do Brasil, é difícil demais você não considerar a chance de, no futuro se necessário, recuperar o dinheiro gasto antes de fazer uma compra de sei lá, 50/60 mil reais.
É que, racionalmente, não se leva vantagem nessa estratégia. Carro desvaloriza horrores e a revenda — salvo períodos excepcionais como o da pandemia, que fez o valor dos veículos subir, incluindo os usados — é perda de dinheiro.
É (bem) mais econômico estender a vida útil de um carro do que trocá-lo a cada três ou cinco anos.
O carro é um produto muito caro de comprar e manter. Muitos tratam como se fosse um bem então querem perder o mínimo possível de valor. Então carros de marcas mais conhecidas com peças originais em abundância no mercado e cores mais neutras (cinza, prata, etc) perdem menos valor na revenda.
Tem quem prefira trocar de carro antes de grandes revisões que envolve gastos maiores, então o valor que gastariam na manutenção, usam para trocar de carro.
Seja qual for a estratégia, carro dificilmente vai valorizar com o tempo. Na minha opinião, manter o veículo com boa manutenção e usar por maior período (entre 5 a 10 anos) pode ser mais vantajoso, desde que o veículo não esteja dando gastos muito excessivos ou falta de peças ao ponto de valer a pena vender e comprar outro menos problemático.
O impacto ambiental para a produção das baterias dos carros elétricos anula por si só a pseudo vantagem ambiental sobre os veículos com combustíveis fósseis. Simples assim.
Mas estão vendendo carro elétrico como solução.
É como reciclagem de plastico, onde a maioria nem é reciclável (o simbolo de reciclagem nos plásticos é “falso”, sabia?! BEM parecido, mas o simbolo real tem linhas diferentes e nunca tem numero) e os poucos que são podem ser reciclados 2 ou 3x e fim: o que os governos precisam fornecer é a ilusão da solução, pois a solução será muito desconfortável.
A população aceita, não importa onde tu nasceu: humano é burro e/ou simplesmente se nega a abrir mão de seus luxos.
tipo isso
“Currently, on average we keep our new cars for only three years before selling them on, driven mainly by the ubiquitous three-year leasing model.”
Simples. Estamos fud.
Não tem solução. Isso está cada vez mais claro.
“que também é engenheiro elétrico e eletrônico”
Engenheiro *eletricista* e eletrônico, por favor.
Tenho obrigação profissional de fazer essa correção. ;)
Tá certo. Por algum motivo cismei com “engenheiro elétrico” em vez de “engenheiro eletricista”. My bad.
Eu sei que o correto é “engenheiro eletricista” mas sempre falo “elétrico” porque acho mais divertido, já pedindo desculpas aos colegas engenheiros elétricos.
Acho que para o Brasil ainda seria mais jogo reapostar no etanol de cana para transitar a mobilidade para um biocombustivel de ciclo de carbono neutro, com tecnologia madura e Nacional (q ainda pode ficar melhor), e toda a infraestrutura estando pronta. Podemos voltar a ter Carro 100% a álcool, q eh mais eficaz, montar uma Etanobrás para fazer reserva estrategica e talvez ter uma produção própria, liberalizar o mercado de usineiros, plantar Cana em terras degradadas, exportar combustivel e tecnologia para outros em vez de importar, etx e a uma fração dos custos que os países centrais gastam com mobilidade elétrica e etanol de milho.
Ainda valoriza um projeto da ditadura militar, deve valer uns pontos de agrado com voce sabe quem.
concordo mas o brasil em vez de investir em tecnologia propria agora vai embarcar no auê do hidrogênio verde
Essa modinha liberal vai impedir qualquer tentativa do estado de investir em uma empresa de tecnologia. Como vem acontecendo nos últimos 20 anos estaremos a reboque do que o hemisfério norte fizer.
Para isso acontecer o etanol precisa ter um preço mais competitivo pois atualmente há poucas regiões no Brasil onde é mais vantajoso abastecer com etanol ao invés da gasolina.
Com carros cada vez mais globalizados indo na direção dos elétricos, preços altos e vendendo pouco no Brasil, creio que será difícil convencer as montadoras a voltar ter carros 100% etanol.
Eu li umas coisas pela internet que talvez seja errado ou certo, mas que daria pra fazer melhor. O etanol de Cana sofre porque o mercado eh muito cartelizado (entao vendedor faz preco fixo em 70% da gasolina, pra lucrar, em vez de competir pelo preço), a venda direta entre produtor e comsumidor eh proibido, existem inumeras barreiras regulatorias que praticamente impedem produtores em baixa escala e iniciantes, etanol pra carro tem que ser de um Tipo menos eficiente, etc. Um comentario dizia que etanol de anidro (?) pra aviação era totalmente diferente, era muuuito mais barato, tinha mais energia, nao tinha essas barreiras todas, e que podía dar certo se fizessen reformas fiscais, tributarias, liberalizassem mais o setor inteiro, entao isso me deixou com a impressão que daria para melhorar bastante se tivesse um projeto solido.
Mesmo sendo caro, o Brasil eh um dos maiores mercados de carro do Mundo, fora se desse certo Daria pra expandir.
Mais um produto do rol de enganações da tecnologia dos ultimos 10 anos.