Opa! Depois de dez anos sem carro, voltamos a ter um. Em 1 de maio de 2013, ao levar a esposa ao dentista, uma consulta de 20 minutos, não achamos mais o carro com o qual tínhamos ido. Evaporou! O furto do carro em si não doeu tanto quanto o fato de terem levado um suporte excelente que eu tinha para bicicletas, uma caixa de transporte dobrável, um guarda-chuva e algumas outras coisas. Por pouco não levaram meu equipamento fotográfico, que eu lembrei de ir buscar, com mendo que estourassem o vidro pra levá-lo, algo que já ocorreu em outro momento. O veículo tinha seguro e como estava enrolado de grana, não foi tão ruim qto parecia. Acabou aliviando as contas… Ficamos de comprar um outro depois, mas com a chegada do Uber e com a facilidade de alugar carros, tudo foi sendo adiado e, bem, passaram-se dez anos.
Andava bastante de bicicleta, mas com a chegada de João Doria JR à prefeitura de São Paulo (e depois como governador bolsonarista), que colocou fim a implantação das ciclovias, tb parei de usar as minhas bikes (um normal e uma dobrável que usava pra ir ao trabalho, fazer compras etc). Os motoristas que estavam sendo disciplinado pela política de desaceleração implantada pelo então prefeito Fernando Haddad se depararam com a promessa (realizada) do slogan ACELERA SÃO PAULO e passaram a voltar a tocar o terror em pedestres e ciclistas.
À época tinha 32 anos e agora tenho 42… Confesso que isso pesou tb. É muito cansativo todo esse processo de locomoção que antes a gente levava com mais tranquilidade… Tudo se desgastou tb um pouco. Motoristas de aplicativo estão mais precarizados do que nunca, as locadoras de carro viraram um negócio de venda de carro disfarçado de locadora, o transporte publico não piorou tanto (pelo menos o que eu uso), mas tb não melhorou como deveria nesses dez anos (sim, tem mais metrô, mas boa parte privatizado e agora estamos vendo o quão precário eles são). O custo do transporte público tb aumentou muito!
Não recomendo a compra de carro. Preferiria ter comprado um carro elétrico pra não poluir tanto, apesar dele tb não ser a solução (suas baterias vão poluir em algum momento, além de todo custo ambiental pra produzi-los). Mas tb não condeno mais, como fazia antes, quem tem um.
Preferiria que fosse tudo diferente por aqui e entendo quem muda de país especialmente por conta da mobilidade melhor resolvida em outros lugares. Que sonho poder fazer tudo de bike e ver os carros perdendo cada vez mais espaço e sendo cada vez menos desejados pelos mais jovens.
Ter um carro é caro (e agora é ainda mais) e mantê-lo é igualmente dispendioso. Além do custo do próprio veículo há uma série de outros que somados poderiam ser destinados a coisas muito mais proveitosas.
É isso… é bom voltar a ter um pouco de conforto nessa cidade caótica e, agora, sem prefeito (tem um, mas é como se não tivesse), mas não deixa de ser triste ver que o carro ainda é relevante por aqui.
O q eu penso mais sobre carro, tendo passado fases sem carro e fases com carro. Carro é legal e ajuda pra caramba. Mas carro deveria ser extra para conforto e não necessidade (nem deveria ser indicativo de sucesso). Infelizmente, morar perto de tudo e poder ter comércio local bom é privilégio (não deveria, assim como transporte público de qualidade é direito).
Julgar, eu só julgo quem tem carro enorme pra andar na cidade (especial qdo vejo senhorinhas madames estacionando caminhonetes cabine dupla em cima da calçada de pedra portuguesa pra ir ao médico/salão/restaurante e tirando o espaço do pedestre com o carro) e quem mora no bairro bom com comércio local mas poderia morar em qq lugar q não faz diferença pq só anda de carro.
Até o início da pandemia eu tinha carro e jamais imaginei minha vida sem ele. Acho que nossa cultura coloca o carro como símbolo de “vencer na vida”, ou algo que todos deveriam desejar.
Em 2022 eu vendi e sinceramente, não me arrependo.
Eu so usava carro para ir trabalhar e pegar minha filha na escola. Após a pandemia, trabalho remoto e so vou na empresa 2x por semana. E nos finais de semana mal usava pq não dirijo depois de beber. So sinto falta para visitar minha mãe no interior, mas nesse caso, alugo carro sem problemas. Quanto a minha filha, contratei um escolar.
Pra mim não justifica a grana gasta para manter o carro na garagem para sair 2x por semana para o trabalho enquanto tem um ônibus que passa ao lado da minha casa e me deixa em frente ao trampo.
Quando tomei essa decisão fiz os calculos que entre os gastos e o que eu deixo de ganhar com investimento (considerando a selic alta), ter um carro significa um prejuízo mensal de 2.7k.
Mesmo quando vou muito na casa da minha mãe, meus gastos não ficam nem a metade disso.
Ótimo relato. Meu pensamento, foi fazer 18 anos e cai dentro de um CFC para pegar minha CNH, amo dirigir, gosto de carro como diversão. Porém, após alguns anos de faculdade, estudando mobilidade urbana e 10 anos trabalhando com transporte público, vivenciando a rotina do caos de uma metrópole, muito deste caos por causa do volume de carros… Carro pra mim é só para lazer e viagem, dia-a-dia eu uso trem, ônibus coletivo, seletivo, lotação, táxi, uber, bike Itaú, bicicleta.
Bom texto.
Minha experiência atualmente são 6 anos sem carro/moto, graças ao home office não faz diferença.
Mas como moro no interior as x não tem Uber e nem táxi, o que acaba sendo péssimo, bem que a maioria das coisas são pertos.
Além do mais, faz falta para viajar, pois locadora só na cidade ao lado e é um transtorno para ir buscar. Tenho planos de pegar um carro futuramente.
31 anos de idade e nunca tive carro, sequer tenho CNH e sempre me virei muito bem sem. Meu pai mesmo só veio possuir um carro quando tinha 40 anos. Sinto falta de carro para fazer minhas saídas fotográficas para o interior, mas resolvo isso contatando amigos e organizando previamente. Também sinto falta quando quero levar meu cachorro pra algum lugar, como uma praia, ou outra cidade, mas novamente resolvo isso indo com amigos ou parentes.
Nunca tive ambição de ter um carro, pelo contrário, fico sempre me organizando e pensando em como levar a vida sem precisar de um. Acho muito caro. Mas entendo quem gosta e quem tem esse sonho.
Acho muito estranho não ter carro, é como ficar pelado.
Acho mais estranho ainda a “não ambição” de ter um carro. Ter um carro significa poder viajar a hora que quiser, sair a quando houver oportunidade e voltar quando der vontade.
Não há troca para a liberdade que um carro oferece, existe pragmatismo, que as vezes é bom e as vezes é chato, como tudo na vida, aliás.
Em outro tópico perguntaram “qual o sonho de consumo”, acho que não foi com essas palavras, pois bem, para mim é sempre um carro melhor. Minha juventude não teria sido tão divertida se eu não tivesse um carro, acampei, pulei carnaval, passagem de ano, feriado e etc. eu estava na estrada com meu fiat 147.
Para mim, a “não ambição” de ter carro é, também, uma rejeição à ideia do carro particular em si e a todos os impactos ambientais, urbanísticos e sociais que ele causa. E é mais barato não ter. A grana que manutenção, impostos, gasolina etc. é muito maior do que pagar Uber, ônibus e passagens de ônibus e avião.
Não culpo quem tem carro — entendo que existem casos e casos, necessidades, preferências etc. Só estou justificando a minha “não ambição”. Talvez um dia, mudando as circunstâncias da minha vida, eu tenha que ter um de novo. Quem sabe!? 😄
E mesmo essa dita liberdade do carro é bastante relativa, né? Acho que o carro é mais útil na cidade, porque em viagens você está limitado a um raio curto (qualquer lugar acima de 500 km é cansativo demais dirigindo e compensa ir usando outros modais, em especial avião) e ter o carro não é, a princípio, garantia de muita coisa — trabalho, compromissos e falta de grana são outros fatores tão ou mais relevantes que o carro na hora de viajar.
As melhores praias de SP, na minha opinião, ficam a menos de 300 km de onde moro.
Em duas pessoas dá para chegar em 1000 km, seguindo seu critério, e de onde moro chegaria no Rio de Janeiro, fácil.
entendo que nossa ambição coletiva devia ser um país com uma ampla oferta de transporte ferroviário de passageiros e cidades compactas e densas em que seja possível fazer tudo a pé, com o apoio de amplas redes subterrâneas de metrô
ou seja: em vez de importar o absurdo american way of life (que colabora decisivamente para destruir o planeta) podíamos implantar o que de melhor há no estado de bem estar social europeu (apenas para ficar no países do norte global)
O povo ficou bravo!!!!
Povo, ter um carro não implica em usar o carro para ir na padaria, vc pode ter um carro e usá-lo só em finais de semana ou quando houver necessidade
Ter carro não implica em poluir – muito, só um pouco – e nem em abraçar um estilo de vida que não funciona, ter carro, para mim, é ir e vir.
Gastos sempre há, quem não tem carro depende de uber, que não é gratuito. Ou transporte coletivo, é mais barato mas ainda não é gratuito.
Meu estranhamento com quem não quer ter um carro é pelo significado que o carro tem, é como se a pessoa abrisse mão de um direito. Espontaneamente.
Hehehe, não fiquei bravo, não. É que, embora o carro tenha sim vantagens e seja (no geral; nem sempre) mais cômodo, ele não é tão vantajoso em áreas que geral acha que é.
Gasto, por exemplo, foi algo que pesou muito quando me desfiz do meu carro e a menos que você tenha uma rotina muito louca ou trate seu carro como lixo (sem manutenção, sem seguro), dificilmente um carro próprio será mais econômico do que usar outros modais.
Na época escrevi uma materiona falando disso.
E abrir mão de direitos… é bonito, não? Porque carro próprio não é bem um “direito”, é um gasto que é incentivado por uma indústria gigantesca que ganha muito mais do que a gente (quem tem carro e quem não tem) com a perpetuação de que o carro próprio é um direito de todos.
Não é o direito de “ter” um carro – vc foi espertinho 😲- acho que a palavra certa é possibilidades.
O carro oferece possibilidades que sem carro são impossibilidades. Pode ser carro usado ou pode ser carro velho – como tive a até bem pouco tempo atrás.
Carro é um gasto proibitivo para a maoiria da periferia.
Gasto de comprar o carro, fazer CNH, alugar uma garagem (ou deixar na rua), IPVA (ou seguro obrigatório se você tiver um carro antigo), manutenção (motor, pneus, etc) e gasolina.
O que mais retira o acesso ao carro não é não querer, é não poder. E normalmente quem pode ter um carro, pode não ter também, porque tem como bancar ambos os estilos de vida.
>Ter carro não implica em poluir
O maior impacto do automóvel não é no uso, mas em sua fabricação.
Isso não é bem verdade, lembro de ter lido aqui no manual mesmo a respeito (uma resposta que deram a materia do “mr Bean”)
Esse é um dado de um estudo que vi pela primeira vez no livro Apocalipse motorizado, da Editora Conrad. Leva em conta a extração dos metais, produção do plástico, consumo de água etc… Não o tenho aqui.
concordo contigo Juarez. Muitas vezes parece que está sendo confundido “ter carro” com “ir na padaria de carro”. Concordo principalmente com a liberdade de ir e vir e com a flexibilidade.
Também acho que o modelo mais sustentável de mobilidade urbana é o transporte coletivo. Mas até chegarmos lá, vou fazer meu esforço para sempre ter um carro modesto à disposição.
O conceito de liberdade ser vinculado a um automóvel já fez mais sentido, até porque esse foi o tema da maioria das fabricantes nas suas campanhas publicitárias há algumas décadas. Mas, ao meu ver, já não é bem assim. Eu acho que o carro acaba te deixando preso a custos que mesmo parado precisam ser pagos. Fora o constante medo de ter o carro roubado, bater o carro, bater no carro de outrem, etc. É lógico que tem milhares de vantagens: fazer compras em volume no mercado, ir a um hospital as 4 da madrugada, principalmente se você não mora em uma capital. No entanto, não vejo o carro, hoje, como um “símbolo de liberdade”.
Só tive um carro, um Fusca herdado em vida do meu pai na separação dos meus pais. Aprendi a dirigir nele e foi o único carro que eu dirigi na vida. Quando eu namorei, era ela que dirigia. Eu detesto dirigir em qualquer momento, então Uber é uma benção.
Porto Alegre, que na época dos governos petistas era a modelo de transporte público, com a onda da direita conservadora, virou um *caos planejado* nessa área e o carro passou a ser privilegiado pra tudo (longas avenidas que cortam a cidade, sem calçada ou ciclovia, viadutos destruindo praças centenárias, centro da cidade aberto para trânsito etc).
Como eu sempre morei na periferia, a cultura do carro sempre foi forte (primeiro em Gravataí e depois no Sarando, extremo norte da cidade). Sofri muito (ansiedade, depressão, crises de pânico) e nunca parei em nenhum emprego quando tinha que ir presencialmente pro serviço. Hoje em dia eu trabalho de casa faz 1 ano (mais, se contar os anos de freelas) e isso acabou diluindo a necessidade de um carro. Eu sinto mais falta em emergências (como ter de ir até um pronto-socorro) ou na hora do mercado (eu faço compras no Atacadão porque o preço é muito mais baixo e a empresa me da VA).
Sonho com dias de PT no poder de novo em Porto Alegre. Sonhava com a Manuela D’Ávila, mas ela foi v’;itima de uma campanha muito sordida em 2020. Ano que vem eu acho que POA consegue emplacar um governo popular de novo e poderemos, talvez, ter um embate sobre transporte público.
Aliás, para quem se interessa, esse documento da Câmara de Vereadora de POA sobre a intervenção necessária em 1989 pelo Olivio Dutra mostra o que era (e o que voltou a ser) o transporte aqui.
as áreas centrais de PoA são razoavelmente bem caminháveis, mas é realmente impressionante como algumas obras de infraestrutura rodoviária parecem ter sido feitas para destruir as conexões para os pedestres (e não só para facilitar a vida dos motoristas) — lembro especialmente de como é difícil atravessar algumas ruas e avenidas ali nas imediações do campus central da ufrgs
e felizmente agora ao menos uma parte da orla do guaíba ganhou qualificação paisagística (mas seria lindo se esse “calçadão” fosse ainda mais ampliado, embora ainda esteja longe dos bairros populares)
a sensação que tenho é que é urgente pensar em uma boa rede de metrô com malha aberta em PoA: para além dos bairros centrais a mobilidade realmente é terrível e os ônibus não dão conta
como metrô é caro, só mesmo um alinhamento muito especial entre prefeitura e governo do estado pra conseguir levar isso adiante
Tem um problema de solo em POA que encarece o metrô. As solições sempre foram pro bonde, como tem em locais da Europa. Mas o lobby das empresas de ônibus é muito forte. A máfia que elas comandam ditam toda a malha de avenidas da cidade e da região metropolitana.
O problema da orla, além de ser uma obra que precisa de 45 minutos de deslocamento da periferia da cidade pra lá, é que ela é absurdamente quente no verão, exatamente porque é mais concreto do que verde. De resto é o melhor local de POA hoje, seguido pela Redenção.
Você morar no Centro Histórico, BomFim, Independência e Cidade Baixa te possbilita não ter carro. Morar na periferia só te possibilita se você morar em locais que tenham um comércio local aquecido (onde eu moro hoje é assim, mas antes era um local “de passagem” apenas). A pandemia e o Home Office melhoraram essa oferta de reastaurantes, praças e comércios menores na Zona Norte da cidade, inegavelmente (o que causa o efeito de que os locais que antes viviam de prédios gigantescos de escritórios estejam perdendo o atrativo e, por isso mesmo, um lobby dessas incorporadoras começou a se formar, mas isso é outro papo).
Notícia relacionada ao tema do post:
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/06/28/mar-de-carros-patio-da-volkswagen-no-abc-paulista-fica-lotado-de-veiculos-empresa-suspendeu-temporariamente-producao.ghtml
Parece que mais que cada vez mais pessoas estão optando por viver sem carro próprio.
comprar carro usado é caro, zero é mais ainda… tem o lance da opção, mas tb da impossibilidade. não tem crédito e as pessoas estão sem grana pra comprar carros novos. os preços aumentaram muito… o carro novo mais barato tá 60 mil, né? cara… 60 mil!!!
Optando ou não tendo opção em virtude dos preços caríssimos?
Nem é isso, pega o valor de um Fiat Mobi no começo de 2021, e olha o valor agora.
Isso porque usei 2021 como base porque o dólar já estava nessa época acima de 5 reais, mas se olha em 2019 é surreal o aumento dos preços.
Não tenho carteira, mas precisei comprar um carro há um ano atrás. Voltei a morar no meu estado natal (BA), depois de nove anos e meio morando em SP, sem necessidade de ter carro, já que morava perto de metrô, tinha ônibus e usava muito Uber. Moro em uma cidade fora da capital e por necessidade de logistica (ir ao médico, visitar parentes, supermercado, minha namorada ir trabalhar) o carro foi muito necessário.
Ñ vou mentir que na hora de comprar (paguei à vista), deu uma dor no coração (rs), mas no final compensou.
Ah! Continuo sem carteira de motorista, com isso minha namorada é a motorista das rodadas.
Também tinha esse pensamento de não ter carro. Até começar a namorar e a casa da minha namorada levar 2:30 pra chegar(São Paulo ZN pra ZS), onde ela morava pegava a M’Boi Mirim e cara como era horrível a condução pra lá, praticamente em qualquer horário o ônibus era lotado.
Fora que tenho cachorros que passam no veterinário então o carro vem a calhar.
Eu só fui aprender a dirigir “depois de velho”, até então não tinha condições de comprar carro. Acabei comprando em boa hora, um ano antes da pandemia. Assim deu para evitar a condução nesse período. Apesar do trânsito caótico (tem gente que parece o Pateta naquele desenho dele no trânsito), ainda tenho preferido o carro pela facilidade/liberdade/independência, ainda mais porque tenho cachorro (e para coisas como fazer mercado). Depois de décadas de perrengue com transporte público (bem que eu merecia umas medalhas de corrida atrás do busão que passou reto no ponto), aplaco um pouco da minha culpa colocando etanol ao invés de gasolina.
e quando vc corre atrás do ônibus e o motorista olha pra vc e diz que não vai abrir a porta, pq ele está alguns metros distantes do ponto? o transporte público precisa ser integralmente repensado por aqui. fizeram os corredores de ônibus em sp, que ajudou muito. outro dia andei de troleibus (saindo do metrô jabaquara) indo de são paulo pra diadema e, cara, como funciona bem. mas peguei ele em horários não muito cheios. enqto não tiver uma política pública robusta e série pra mobilidade, as pessoas vão optar pelo carro tão logo elas possam.
e, sim, merecemos umas medalhinhas haha!
moro no centro de são paulo há mais de dez anos e nunca tive carro: faço tudo à pé e quando preciso me deslocar mais uso metrô ou uber
odeio dirigir, aliás (e já não devo dirigir faz uns quinze anos)
o preço dos imóveis no início da década passada, estava super inflacionado, era uma época de bolha nos preços dos imóveis, e isso nos empurrou pra mais distante (no caso, guarulhos). ainda é bem perto de sp (zona norte, especialmente). dá pra fazer muita coisa sem carro, mas não tudo, infelizmente…
Eu amo dirigir…. fora da cidade. Detesto encarar o trânsito de cidade. Mas hoje eu trabalho a 1km de casa e vou a pé. Não paga tão bem e não tem carreira promissora, mas as vantagens de logistica compensam.
Concordo com a parte de gastos, pois recentemente gastei uns 4k pra deixar o Uno (2013) em dia e ainda falta revisar a flange de combustivel. Só tenho esse carro por que meu pai insiste muito, ele é de outra época, quando carro era ainda mais importante dado ao fato que eles moram na roça.
tb gosto de dirigir, mas só quando não tem trânsito haha!
custo de carro é bem por aí. comprei um simples achando que a manutenção seria barata, mas acho que isso não existe mais. é só papinho furado desses youtubers que falam de carro (fui na onda deles…).
Todo dia eu agradeço pelo meu trabalho em TI permitir que eu vá trabalhar presencial apenas 1x por semana, digo que é o dia da prova de vida e também o dia que passo alguma raiva no trânsito de SP.
Onde moro estou bem servido de comércio local, posso comprar muita coisa a pé ou de bicicleta, o mercado próximo pode entregar em casa ou faço compras grandes pelo site do mercado e vou de carro só para retirar, tem terminal de ônibus e estação de trem próximos, até então tinha carro mais por comodidade, algumas viagens e nos dias que preciso ir ao trabalho que é um pouco afastado.
Agora que temos uma bebê de 5 meses, ter carro virou essencial, seja levar ao médico ou na escola. Notei que a qualidade e pontualidade do Uber e do transporte na região caiu muito, com bebê é complicado.
eu só aprendi a dirigir para emergências (aconteceu uma vez de precisar levar minha noiva no hospital, eu era o único sóbrio, então dirigi) e comodidades, como por exemplo, alugar um carro pra viajar.
mas tirando dirigir eu entendo de nada, não sei modelo, ano, não entendo de peças, funcionalidades, até pq nunca fiz questão e ter um carro nunca foi um desejo (fora que como contador, olho logo o preço e gastos mensais), porém final do ano estarei de mudança, meu trajeto continuará tranquilo por transporte público, mas pra minha noiva, que mora 15 minutos do trabalho esse tempo vai multiplicar em 6, então estamos pensando em ter um, pra dar mais comodidade e segurança pra ela, fora que no futuro pretendemos ter filhos, então carro é um pré-requisito, pois depender de uber pra levar bebê (ou ela grávida) em tal lugar não rola.
Aprendi a dirigir qdo tinha 7 anos! Anos 80… Coisas estranhas aconteciam e todo mundo achava normal. Haha agora pra quem tem filhos, dependendo de onde mora, é muito complicado ficar sem carro.
Eu trabalho de casa e nem sonho ter que ir ao escritório, se tivesse que ir, todo dia de carro. É muito trânsito!
Estou sem faz uns três anos. Onde moro, hoje, é bem tranquilo. Tem algumas chateações (compra de mercado é sempre “pingada”, às vezes tenho que ir duas vezes por semana), mas, no geral, tem sido tranquilo. O fato de trabalhar em casa também ajuda bastante a passar sem.
É chato mesmo. É tem o lance do veganismo… A gente precisa irem mais lugares pra achar o que precisa, pq cada supermercado vende uma coisa que o outro não vende. E isso Tb pesou, pq até deixamos de comprar certas coisas pela distancia entre os mercados…
Eu sou a privilegiada que prova a teoria/utopia: incentivar comércio local + abundância de transporte público = zero necessidade de carro (jamais aprendi a dirigir). Tem absolutamente tudo ao meu redor.
Nos mudamos pra uma cidade próxima a SP qdo do furto do carro, Guarulhos. O carro foi furtado em SP mesmo… Onde estamos é bem servido Tb, o que ajudou a atenuar a ausência do carro. Tb alugamos nossa vaga de garagem por muitos anos e isso até rendeu uma grana extra. Mas
O comércio local REDUZIU minha qualidade de vida significativamente. Meu bairro era relativamente tranquilo há dez anos. O comércio local o transformou em um barulho sem fim de caixas acústicas em todo lugar, quantidades imensas de lixo espalhado pelos quatro cantos, calçadas desrespeitadas por motos estacionadas ou circulando sobre elas, carros e bugigangas das lojas. Carros de som anunciando a inauguração (até aos domingos) de um novo açougue (e outros) como se fosse a quintessência do universo; caminhões das lojas parando onde bem entendem para carregar/descarregar.
Acredite, daqui eu não compro nem mesmo pão e leite: a calçada está tomada pelas motos de entregas.
Não, eu não incentivo o comércio local e não recomendo que incentivem… aqui, no bairro da minha mãe, na cidade da minha irmã, enfim… ele se alastrou como uma praga, desrespeitando e muito os moradores.
Cada caso é um caso, né? Porque ordenamento é necessário em qualquer lugar. O bairro onde eu moro e aqueles no entorno o comércio local é incrivelmente abundante e diversificado, ciclovia passa por todos eles, tem 4 estações do metrô, linhas de ônibus pra todos os cantos da cidade, de universidades a loja de varejo de grãos e restaurante peruano – e não há esse horror de que você fala. Abriu um novo supermercado a um quarteirão no último dia 20 e ele foi interditado na véspera pela prefeitura porque descumpriu a ordem de abrir baias para os carros pararem na porta sem atravancar a ciclovia. Cumpriram o pedido de manhã e a inauguração aconteceu no fim do dia.
Julia, observe que o supermercado teve que ser interditado. Se assim não fosse, ou se a prefeitura não tivesse agido, como você acha que estaria a ciclovia? É a falta de respeito do comércio de modo geral que está errada: o supermercado nem mesmo deveria ter cogitado em se apropriar de bem público, mas o fez! É lógico que há honrosas exceções e, como você disse, cada caso é um caso.
Meu caso abrange a capital de São Paulo e cidades adjacentes, as cidades de Mairiporã, Atibaia e Bragança Paulista (todas próximas da capital), a cidade de São Carlos e São José do Rio Preto (SP), Rio de Janeiro e a cidade de Natal (RN). Em todas há ótimas exceções, mas são apenas isso. Infelizmente, a diminuição da qualidade de vida é objetivamente mensurável e está fortemente relacionada à intensificação do comércio, “densificação” e verticalização habitacional, além da óbvia falta de investimentos em infraestrutura, fiscalização e outros fatores.
Com o devido respeito, penso que seu caso é uma exceção, e… que bom! Do lado pessoal, tenho aqui alguns casos (vários) que não são. Por exemplo: duas demandas simples (uma contra uma hortifruti e outra contra uma loja de materiais de construção) relatadas no serviço sp156 da prefeitura de São Paulo estão “atrasadas” 463 e 228 dias. O prazo inicial (50 dias), por si só, já é um desrespeito ao cidadão.
Um passeio pelo centro de São Paulo, ampliando cada vez mais o raio em direção às periferias, ilustra de modo bem didático o que estou dizendo e não fico feliz com isso :(
A inauguração ficou suspensa por 14 horas. O super foi inaugurado, tá bombando (até bar tem, da Stella Artois) e trazendo movimento pra uma rua que era deserta e propensa a assaltos. Como apontei, ordenamento urbano é tudo – o que obviamente falta onde você mora. E como eu disse no meu primeiro comentário: “Eu sou a privilegiada que prova a teoria/utopia” que ordenamento + comércio local + transporte público farto e eficiente = diminuição dos carros. Aqui é fundamental, porque somos bairro de passagem entre quatro túneis que ligam as zonas sul e norte do Rio.
na condição de doutorando em arquitetura e urbanismo (e embora planejamento urbano não seja minha área tenho mínimas condições para falar a respeito) eu preciso alertar que as evidências anedóticas a que você se refere não encontram respaldo em estudos sérios — não só não há correlação entre aumento de comércio local e diminuição da qualidade de vida como também não há qualquer possibilidade de se afirmar que uma coisa leva à outra
ao contrário, a literatura urbanística há pelo menos meio século vem apontando que cidades mais saudáveis, alegres e com maior qualidade de vida dependem de ruas vivas e animadas: não por acaso uma das diretrizes do plano diretor de 2014 em são paulo foi o estímulo às chamadas “fachadas ativas” a fim justamente de evitar um modelo de cidade repleto de muros e calçadas inseguras
os famosos “olhos para as ruas” sobre os quais falava jane jacobs nos anos 1960 ainda permanecem um dos mais importantes elementos de garantia de qualidade de vida urbana
entendo que sua experiência pessoal possa ter sido negativa, mas note que uma cidade monofuncional em que se depende do automóvel para chegar a um comércio que devia ser local não só é insustentável como é puramente egoísta com o planeta: vivemos em cidades para compartilhar recursos e porque, afinal, cidades deviam ser espaços da alegria, do encontro (mesmo que em meio ao anonimato da metrópole) e (por que não) da felicidade associada à baderna
ao contrário do que você disse, todos os estudos apontam para aumento da qualidade de vida justamente em situações urbanas caracterizadas pela mistura de usos (habitação, comércio e serviços tudo junto e misturado) e pela mistura de perfis demográficos
precisamos de cidades mais alegres e vivas — e não de guetos, como são os bairros ricos em que os ricos tentam se esconder dos pobres
ainda sobre o assunto: como é possível medir objetivamente a qualidade de vida na cidade? Precisamos explicitar de que critérios estamos falando — e esses critérios necessariamente são atravessados por recortes de classe
por exemplo, podemos tomar um dado bastante objetivo: tempo de deslocamento cotidiano (para o trabalho, para o estudo, para o lazer)
todos os estudos apontam para uma maior quantidade de tempo gasto com deslocamento por parte das camadas mais pobres. Será que não devíamos investir fortemente em cidades mais democráticas e mais densas (com bairros onde vivam pobres e ricos) a fim de diminuir esses tempos e onde todos possam fazer a maior parte de seus percursos a pé ou usando o mínimo possível o transporte público e onde os carros sejam desnecessários?
há uma série de ilações extremamente problemáticas no que você apontou, como por exemplo o suposto aumento de densidade com a verticalização. O modelo de verticalização predatória de nosso mercado imobiliário é conhecido por REDUZIR densidades e não em aumentá-las, porque ele exclui populações de baixa renda e as expulsam para bairros mais longínquos
estamos, afinal, falando sobre a qualidade de vida de que grupos sociais?
e, finalmente: moro no centro de são paulo, perto da câmara municipal
faço tudo a pé (ou acrescido do eventual metrô ou ônibus ou uber): trabalho, mercado, vendinhas, farmácia, médico, teatro, cinema, museu, restaurante, padaria, etc
tudo o que eu não quero é depender de carro
em dias de descanso posso até mesmo ir caminhando ao parque da aclimação ou a lugares mais distantes
se esse comércio não existisse tão próximo, minha qualidade de vida seria muito pior
são cidades assim (compactas, democráticas, com mistura de perfis demográficos e com tudo à disposição a pé) que precisamos para um futuro climático menos desastroso
o problema é que o mercado imobiliário se apropriou do discurso da cidade compacta e o transformou em mote de venda de condomínios verticais que apenas colaboram para expulsar populações de baixa renda e a dificultar o acesso à cidade — é essa verticalização predatória que devemos combater e não as altas densidades urbanas
me parece justamente o oposto, não? qto mais dessa oferta, melhor pra vida local, que não precisa ir aos shoppings ou locais específicos sempre de carro ou moto. acho que o pega mais aí pra vc é uma mudança no ritmo da sua vida. entendo que as mudanças não agradem a todos, mas comércio local é bom demais!
exato!