Concordo com o Gary Marcus: “Nós temos uma tempestade perfeita de irresponsabilidade corporativa, adoção desenfreada, falta de regulamentação e uma série de questões desconhecidas.” – e acho que sempre foi assim.
Discordo do Sam Altman: “Não consigo imaginar um mundo onde a inteligência humana seja inútil.” Que falta de imaginação, Sam! Sua própria criação diz que o Exterminador do Futuro é um “exemplo de filme em que a inteligência humana pode ser considerada inútil”.
Meu instinto diz que vai dar m… , mas vamos nos adaptar, bem ou mal.
Menção honrosa: Bill Gates, por seu otimismo quase ingênuo.
Noam Chomsky, que tá na linha do Gary Marcus e Sam Altman eu concordo.
O que imagino é que como agora muitos sabem o que é uma IA (um computador que “cospe ideias” pré-fabricadas), não vamos exatamente confiar toda hora, tanto que não duvido que isso significará que qualquer atividade que use uma inteligência artificial poderão, querendo ou não, ser identificadas por padrões (Voltando a referência de Chomsky, pois as frases de um sistema GPT são geralmente bem polidas até demais) ou expostas por jornalistas e ativistas.
Uma disputa presidencial usando IA (como diria Yuval Noah) creio que será apenas só se for para um marqueteiro alugar um sistema e criar todo o trabalho de marketing nas máquinas (gerar frases e imagens) ao invés de contratar pessoas. Ou para planejadores políticos criarem sistemas de análise de dados, mas imagino que isso já seria mais difícil. Uma IA não vai conversar com grupos de interesse ou ir de “porta em porta” pedir voto.
Se um político não contrata pessoas, será mal visto (creio), pois apesar de estar supostamente economizando, não ajudará outras pessoas.
Uma coisa que me veio a mente após ver este post do Pedro Burgos no Twitter é o fato que a IA está facilitando o trabalho de criação de “mascaramento digital” (ou deepfake).
Pelo que entendi, trabalhos artísticos poderão mais para frente ter não só um “autotune” mas sim uma simulação completa digital de um artista. E não só na música, como é o caso do post em si, mas em trabalhos como dublagem (poderemos por exemplo imaginar um ator estrangeiro falando em nosso idioma sem precisar escutar a voz do dublador).
O Uberduck e similares trabalham com essa premissa, dá para simular a voz de quem foi “cadastrado” no sistema para dizer (ou até cantar) o que quiser. A se pensar que o Uberduck na verdade não é diferente das tecnologias “Text to Speech” usadas em aplicativos de fala, a questão foi o esforço que fizeram para por a voz de alguém de forma a criar a fonética possível para o sistema.