🔗 Catraca Livre criou agência e tenta se reposicionar [2019]propmark.com.br

Li o artigo da Newsletter deste fim de semana e a recomendação do livro “Tráfego” (obrigado!). Eis que uma pergunta surgiu: o que rolou com o exemplo brasileiro de busca safada de cliques, o Catraca Livre?

Breve contexto: no início dos anos 2010, o portal Catraca Livre, fundado por Gilberto Dimenstein, se posicionou como uma “máquina de gerar tráfego, com centenas de milhões de envolvimentos em redes sociais, visualizações, visitantes únicos…”. Produziam loucamente textos cortados pelo botão “continuar lendo” identificando as ondas, caprichando nas palavras-chaves e investindo em divulgação persuasiva (ou “memorável”) nas redes.

A fórmula sofreu um baque duro em 28 de novembro de 2016, terça-feira, quando o avião da Chape caiu na Colômbia. Naquela manhã, o expediente em busca de clique foi destrutiva. Antes de uma “notinha de desculpas”, chegaram a se justificar: “ustificaram a escolha dos temas ao considerarem importante “é importante mostrar outros aspectos como os mitos e os medos de voar blablablá”.

O legado da marca se mantém com o filho, Marcos Dimenstein, que mantém relação com parceiros comerciais por meio da da C-Hub, agência de conteúdo e experiência construída a partir das experiências do Catraca Livre. No link que compartilhei (de 2019), além de oferecer novas cartadas (como “marketing baseado em causas” e afins), ele faz menção ao episódio.

Foi um episódio de muito aprendizado, que gerou uma série de discussões internas de como a gente lida com situações com catástrofes e assuntos delicados, como o acidente com o avião da Chapecoense. À época perdemos um patrocinador ou outro, e houve uma reação grande do público. Faltou sensibilidade nossa. Isso gerou protocolos internos para ter cuidado e ajudou no processo de reflexão. Ficou para trás do ponto de vista do acontecimento, mas não dos aprendizados.

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1 comentário

  1. É um bom análogo local às ideias do BuzzFeed e Gawker. Não o único: vários sites apostaram tudo em tráfego, e alguns deles continuam por aí. Na área de tecnologia, é a regra ainda hoje — sites como Gizmodo, Tecmundo e Tecnoblog apelam para generalidades, respostas ao Google e outros artifícios para gerarem tráfego e ganharem com anúncios ou links da Amazon.

    É palpável como o modelo de negócio afeta a cobertura. Esses sites ainda publicam um ou outro material interessante, mas é preciso escavá-lo em meio a um atoleiro de posts meio caça-cliques.