Open finance: por que não decolou no Brasil?.

O Banco Central está desapontado com a falta de criatividade dos bancos na exploração do open finance, o sistema que permite aos clientes movimentarem seus dados bancários entre instituições. A declaração foi feita por Matheus Rauber, assessor sênior de regulação no BC, no evento setorial Febraban Tech. Os bancos, de seu lado, se justificam com o “dilema tostines”: não entregam produtos melhores porque os clientes não compartilham dados, e esses não compartilham dados por falta de produtos interessantes. Via Convergência Digital.

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10 comentários

  1. Uma vez andando no r/investimentos eu vi um cara q trabalha com isso dizendo ser muito burocrático e engessado os trâmites

  2. Acredito que o assessor do BC tenha razão. Até onde entendi, o Open Finance permite muito mais coisas do que apenas “compartilhamento de dados”. Controle central de diversas contas é algo muito interessante pra quem tem várias contas, por exemplo. Apps poderiam ser criados para esse gerenciamento. Automação de transações dessas diversas contas, etc. Tá faltando criatividade, sim.

    E não precisa ser voltada às pessoas físicas necessariamente. No ambiente de negócios isso certamente ajudaria em diversas situações. Então o ponto de dificuldade com tecnologia não deveria ser o motivo principal da falta de adoção.

  3. Acho que o BC não conhece o país. Explico. Tomemos como exemplo o pix, que apesar do sucesso de uso, ainda é fácil encontrar pessoas que não o usam. E por quê? Por causa da dificuldade tecnológica. (Existem outros em minha modesta opinião, mas vou me limitar só nesse por estar na minha área de conhecimento). Meus pais, por exemplo, acham uma tarefa difícil e árdua abrir o app do banco e fazer um pix. Muita mais fácil, na visão deles, usar o cartão de débito e/ou ter dinheiro vivo. Me arrisco a afirmar, que esse é a dificuldade da maioria das pessoas acima dos 60 anos, que são uma expressiva fatia da população brasileira e economicamente ativa. Então, vejo com naturalidade que tais inciativas, como o open-finance, não tenham tração no Brasil pelo simples fato que tais iniciativas requeiram um bom e um completo entendimento ou um tempo maior de maturidade. Vejo aqui uma oportunidade para uma startup (se é que já não exista) explorar esse vácuo do open-finance para atuar como um “despachante” bancário: Quer baixar os juros do seu financiamento? Pergunte-me como (e forneça todos os seus dados).

  4. Para a pessoa física, que mantém um equilíbrio financeiro, com as contas em dia, não há vantagem em compartilhar esses dados. O Open Finance parece estar voltado ao empreendedor que, eventualmente, precisa de melhores taxas de empréstimos.

    Não é verdade que as instituições não estão sabendo aproveitar. Recebo frequentemente e-mails e pop-ups nos apps solicitando o compartilhamento em troca de melhores taxas e “outras vantagens” que não são mencionadas. Apenas vejo que não terei benefício algum.

  5. Por que um banco daria taxas melhores para um cliente de outro banco *apenas* a partir do acesso aos dados dele se, para ter a tal taxa, ela pode *exigir* que o cliente abra uma conta com eles?

    Pelo que vejo sobre empréstimos esse é o caso padrão. Acho que essa é a questão do open finance, os bancos querem mais clientes ligados diretamente a eles, não os dados deles.

    1. Você precisa ter uma conta no banco para acessar crédito. A promessa do open finance é que, quando você abre uma conta em uma instituição, pode trazer os dados/histórico financeiro de outras para facilitar a análise de crédito e, com isso, obter condições melhores.

      E esse é só um dos casos (talvez o mais famoso) em que o open finance pode ser usado. A crítica do BC, pelo que entendi, é justamente aí: os bancos não estão aproveitando essa troca de dados para oferecerem produtos e condições criativas aos clientes, hehe.

      O Bradesco, por exemplo, tem uma parte no aplicativo que permite concentrar dados de várias instituições para fazer uma espécie de controle financeiro. (Por que alguém faria isso naquele aplicativo horrível, aí são outros quinhentos…)

      1. Exatamente, foi o que disse tmb.

        Por exemplo, empréstimo imobiliário na Caixa. Se você for correntista com eles tem uma taxa muito menor, mas essa mesma taxa não é ofertada caso você compartilhe os dados com o banco.

        No fundo o que os bancos querem é que os clientes estejam vinculados a eles, com contas correntes pagando taxas, anuidades, e outros produtos.

  6. Na minha antiga empresa que era Itaú, provavelmente veio ativado por default a opção de compartilhar os dados.

    Mesmo não tendo mais a conta, de vez em quando o Nubank manda a seguinte notificação “traga seu salário do Itaú pro Nubank e tenha benefícios melhores”

    Acho uma puta falta de privacidade isso.

  7. se eu precisasse de empréstimo, compartilharia os dados.
    Como não preciso de serviços financeiros, não tenho pq compartilhar.