No último dia 16, o YouTube atualizou sua política de informações médicas incorretas relacionadas à COVID-19 e passou a prever a exclusão de vídeos que defendam o chamado “tratamento precoce”. (Via Época.) O documento cita diretamente medicamentos populares, ainda que ineficazes e potencialmente danosos à saúde de infectados com a COVID-19, e exige que os usuários da plataforma não publiquem vídeos, entre outras coisas, que sejam:
- Conteúdo que recomenda o uso de Ivermectina ou Hidroxicloroquina para o tratamento da COVID-19.
- Afirmações de que Ivermectina ou Hidroxicloroquina são tratamentos eficazes contra a COVID-19.
A nova política levou à primeira exclusão de um vídeo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), segundo o levantamento da Novelo: uma live de 14 de janeiro de 2021, em que Bolsonaro aparece junto ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e ambos desatam a propagar mentiras sobre o “tratamento precoce”.
Foi dia foi marcante: era o ápice da crise em Manaus (AM) e, finalmente, os grandes jornais adotaram o verbo “mentir” para se referir às mentiras letais que o presidente conta. Confira a checagem da Agência Lupa do vídeo agora indisponível.
O pessoal politiza essa questão. Muitos são contra o tratamento precoce, mesmo que ainda não comprovado, mas fazem seu uso de forma velada, se necessário. Muita hipocrisia.
Se há quem faça isso, é só mais uma consequência negativa da política perversa e letal do governo federal, o único que politizou o “tratamento precoce”, de endossar drogas sem eficácia comprovada contra a COVID-19 e potencialmente lesivas à saúde dos infectados. Recomendo a leitura desta reportagem da BBC.
Fora Bolsonaro