Reportagem da ProPublica errou ao questionar a criptografia do WhatsApp; ainda assim, é um importante alerta.
A ProPublica publicou uma longa reportagem mostrando os bastidores da moderação no WhatsApp. O assunto nunca está presente no marketing e nas manifestações públicas do Facebook, afinal, o WhatsApp é criptografado de ponta a ponta, certo? Sim, mas isso não significa que seja à prova de bisbilhoteiros. O Facebook contrata pelo menos 1 mil revisores/moderadores para analisar conteúdo do WhatsApp denunciado por usuários, além de sistemas de inteligência artificial que analisam os meta dados (que não são criptografados de ponta a ponta) em busca de comportamentos suspeitos.
A reportagem da ProPublica apanhou por, a princípio, sugerir erroneamente que o sistema de moderação do WhatsApp implicava em uma quebra da criptografia de ponta a ponta. Não é o caso. Quando se denuncia uma mensagem, ela e as quatro imediatamente anteriores (incluindo fotos e vídeos) são encaminhadas ao sistema de moderação, que atua como uma ponta, como se fosse um contato qualquer do aplicativo.
Tecnicalidades à parte, o alerta é importante. Ativistas, insurgentes, jornalistas e outros perfis sensíveis correm riscos ao confiarem irrestritamente na alardeada privacidade do aplicativo do Facebook. A reportagem da ProPublica cita o caso de uma ex-funcionária do Departamento do Tesouro norte-americano que vazou dados de transações suspeitas com a Rússia ao BuzzFeed News, pelo WhatsApp, e acabou identificada pelo FBI graças aos meta dados. Via ProPublica (em inglês).
Sim. O Whatsapp é privado e criptografado sim. Facebook não vê suas mensagens não! Imagina! O Zuckenberg pagou bilhões no app e tem milhões de dólares de despesas com servidores e estrutura porque é bonzinho e filantrópico, só quer prover um serviço de mensagens pras pessoas. Acredite sim.
Me espanta a ingenuidade das pessoas, viu.
Droga, vou colocar meu chapéu de alumínio novamente.