Instagram e Facebook começam a vender selo de verificação nos moldes do Twitter.

Durante anos, a Meta encheu o saco dos usuários para que eles usassem apenas uma conta e tivessem suas identidades verificadas. Os comentários desta matéria do nosso arquivo dão uma amostra desse “cuidado”.

Por isso estranha a novidade anunciada por Mark Zuckerberg neste domingo (19): uma assinatura paga para garantir a identidade de alguém e evitar a clonagem de perfis.

(Estranha também que alguém tenha achado o plano de Elon Musk no Twitter, de vender selos de verificação, tão boa ideia a ponto de copiá-la.)

A assinatura “Meta Verified” vale para Facebook e Instagram. Ela garante o selo azul e a confirmação de que sua conta foi autenticada com um documento oficial. Em outras palavras, você paga para dar mais dados — cópias do seu RG ou CNH — à Meta.

Fora o absurdo do arranjo no âmbito individual, esse arranjo abre margem para questionar os números de usuários que a Meta se gaba ter (+2 bilhões!).

Por ora, em testes na Austrália e Nova Zelândia. O custo do Meta Verified é de US$ 12 se assinado pela web, e US$ 15 por aplicativos móveis, no que parece mais um ataque da Meta esfregar na cara o “Custo Apple” que recai em produtos e serviços digitais. (Embora o valor extra também valha no Android, Zuckerberg só falou em “iOS” em seu post.) Via Meta, @zuck/Facebook (ambos em inglês).

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16 comentários

  1. Ao menos está sendo feito de forma organizada, diferente de como foi no twitter, que pra mim, acabou totalmente com a credibilidade das contas verificadas pra sempre. E com verificação de dados.. Por mais que seja irônico, com o próprio Ghedin comentou, pagar para ceder ainda mais informações para a Meta, ao menos eu terei certeza que uma conta verificada de Joao Silva, pertence à Joao Silva, algum sistema verificou a identidade para ceder isso e não simplesmente um pagamento confirmado.

    No twitter é apenas um pagamento e um selo que não serve para absolutamente nada.

    1. Tem essa diferença. A Meta é uma empresa melhor estruturada, com gente suficiente para fazer a coisa acontecer.

      O que me deixa intrigado é que esse “recurso” agora colocado atrás de um pagamento era gratuito e, não só, era um recurso da Meta, não dos usuários, porque a Meta se gaba(va) de conseguir atribuir a identidade a seus usuários, evitando duplicatas e perfis falsos. É… estranho. Soa como uma admissão tácita de que a Meta não tem capacidade de garantir que somente pessoas reais usam seus sistemas.

      1. Eu vejo mais como:

        a. As pessoas realmente querem pagar por esse selo, que dá certo status. 🤷
        b. Estamos precisando de mais fontes de renda, porque não cobrar.

        Não imagino que eles conseguissem escalar isso no modelo gratuito sem que o custo de verificação (mesmo se altamente automatizado) extrapolando orçamentos. Ainda mais em um momento que toda a industria de TI parece estar cortando custos para sobreviver à uma possível crise econômica.

        1. As pessoas querem, isso é fato, mas não sei se concordo com suas outras premissas.

          Ainda não há recessão nos Estados Unidos. O movimento das empresas é de antecipação, e periga resultar numa profecia que se autorrealizável. (E, convenhamos: elas não precisam ainda, no sentido de não estarem cobrindo custos ou gerando lucro. Capitalismo, blablablá.)

          Quanto ao “por que não cobrar”, vejo aí um precedente perigoso, de cobrar por segurança e outras garantias que eram dadas como básicas — a segurança de que ninguém vá se passar por você, por exemplo. Daqui a pouco alguém vai cobrar para oferecer o segundo fator de autenticação… ops.

          E é meio absurdo também, o que me leva de volta ao paradoxo já mencionado nestes comentários: se a Meta não consegue garantir (sem que eu pague por isso) que eu sou eu e ninguém mais está se passando por mim, como ela pode alegar ter 2 bilhões de usuários?

  2. Ele já tem um mercado fidedigno: os egolatras e vaidosos influencers do Instagram que gostam de posar de ricos. As empresas também acabam por aderir. Quanto a mim, relés anônimo não vejo vantagem alguma.

    1. Copiar não é roubar
      O roubo tira sem somar
      Copia trás um algo a mais
      O que era um serão doi…..

      Pera aí, pelo qual raios de motivo eu estou usando a música do copiar não é roubar pra empresa que desenvolve plataformas proprietárias?? Sai pra lá Marcos Sucoberg

  3. Luz e água já são por assinatura a anos. Só não criaram um nome chique em inglês, como “Water as a Service” ou “Light as a Service”

    1. Mas nos casos que você citou, existe um serviço sendo provisionado. Qual seria o serviço provisionado no caso de uma rede social que pede para você pagar para que possa enviar seu documento comprovando identidade?

    2. Me lembro de ficar confuso no ano passado com uma propaganda de “moradias por assinatura” em um novo condomínio que construiram aqui na minha cidade…

      …os caras acham que são inovadores pq tem um app pra pagar o aluguel kkkkkkkk

  4. Como diz o Medo e Delírio BR, “que quadra da história!” Rsrs
    Precisamos pagar para provar nas redes sociais que somos de verdade.