A mesa de trabalho do Alessandro Scaduto
Nesta seção, leitores do Manual mostram suas mesas (e o que tem em cima delas), explicam o que usam e como, e nessa todo mundo aprende alguma coisa nova. Veja outras mesas e, se puder, envie a sua.
Oi, pessoal! Meu nome é Alessandro, e sou professor de Psicologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Eu acompanho o trabalho do Ghedin há muitos anos e finalmente tomei coragem para mostrar um dos meus cantos de trabalho.

Várias coisas da minha mesa são “da firma”: a mesa (uma escrivaninha bem antiga, mas grande), cadeira (uma dessas que dá para ajustar o braço e a altura), o computador, a câmera Logitech (uma intermediária que acho muito boa), e o monitor AOC. o desktop (um Dell Optiflex 3080, Core i5 10ª geração, 8 GB, do tipo “roteador”) tem um SSD a mais, para eu manter cópia offline dos arquivos que uso para trabalhar.
Todo o resto eu comprei à parte, para trabalhar com mais conforto. Um dos monitores é um AOC de 23 polegadas, que faz par com um monitor do mesmo tamanho da Concórdia (marca que me surpreendeu positivamente pelo custo-benefício, aliás). Para designers e quem trabalha com foto e vídeo, isso deve estar parecendo um pesadelo de não-pareamento e descalibração. Contudo, eu uso apenas suíte de escritório (como se dizia nos tempos Cenozoicos da informática), email e softwares de estatística e psicometria, então não percebo diferença de imagem. O suporte para dois monitores veio na Pichau (era o mais barato que encontrei na época, dessa qualidade); ele é simples e funcional.
O teclado é um Redragon Brahma Pro (ou algo assim), com switches marrons e do tipo óptico, algo que eu me lembro de ter lido que era melhor do que teclados apenas mecânicos, e que só falei “tá bom”. Ele está configurado para ficar com uma luzinha verde e só; apesar de gostar de jogar, não sou fã de teclado parecendo brinquedo de parque de diversões. Eu tive uma baita sorte: comprei ele usado e barato, quando eu estava procurando por um teclado mecânico que tivesse controle de volume, e acabei descolando esse, que tem umas teclas de macro, que são a principal utilidade que eu vejo nele hoje em dia (além do clac-clac muito agradável para gente “experiente” com computadores como eu).
O mouse é um vertical de uma marca que ignoro, comprado na Shoppee ou algo do tipo. Apesar do desprendimento com marca, eu gosto muito de mouses verticais (especialmente depois de uma tendinite), e tenho outros dois que uso com meus notebooks. (Tenho um Positivo Vaio de 14 polegadas, que uso para dar aulas e quando viajo, e um Acer Nitro com Core i5 de 8ª geração, que comprei achando que ia usar para jogar — quem dera ter tempo para isso!) Dia desses, eu quebro o porquinho e compro um Logitech vertical, ou um MX; por enquanto, esse e os outros me servem bem.
Já o conjunto de caixas de som é da Clone (marca antiga de periféricos; ainda existe?) que pertencia ao meu sogro, e que tem uma definição que não é horrível, especialmente para ouvir música em volume baixo. Como eu divido sala com outros professores, então ela só é ligada quando estou sozinho. Ainda, uso um fone de ouvido JBL Quantum 100 (que não está na foto), que é uma opção melhor do que qualquer desses fones de ouvido com microfone genéricos, e que uso para ouvir música e para reuniões desde 2020 (a almofada está descascando, mas isso ainda não me incomoda).
Minha mesa é cheia de badulaques, que ajudam a me distrair quando perco a concentração: tem lembranças de viagens e de trabalho em campo, carregador de celular, mini ventilador (que uso umas cinco vezes por ano aqui em Curitiba), um desses brinquedos para ficar amassando com a mão, até duas imagens de Oxóssi e Iemanjá (as quais eu admiro pelo que simbolizam, e que foram influência de um amigo meu que é do Candomblé). Ah, tem um apoio genérico de celular, que uso para deixar meu aparelho (um Galaxy M55, que tenho gostado muito, pois não me animo a gastar mais que isso num celular).

Eu uso Windows 11 e gosto muito de alguns softwares que instalo em todas as máquinas que uso (vou citar logo adiante). Apesar de ser simpático ao Linux, não me animei a trocar por gostar muito de usar Office (que bobagem isso de chamar Microsoft Um Ano!). Além de Word/Excel/PowerPoint, os outros softwares que gosto de usar são esses:
- Qttabbar: é um complemento para Windows Explorer que põe abas nele e existe há muito tempo (eu devo usar há pelo menos uns 15 anos). Acho que funciona muito melhor que o atual recurso de abas do explorer, principalmente por ser possível travar abas na inicialização. De vez em quando, uma atualização do .NET dá uma bugada, mas ainda não encontrei alternativa melhor (já tentei uns, mas eles não usam a shell do Explorer).
- Phraseexpress: é um gerenciador de blocos de texto (que você salva como atalhos) e de área de transferência. É uma das coisas mais úteis para aprender a usar se você escreve muito no computador, especialmente texto repetitivo (imagina meu caso, como editor de revista científica, professor e orientador de pesquisa!). Também uso desde o Windows 98, pelo menos (falei que sou “experiente” para quem tem 20 e poucos anos).
- WhatsApp: o típico mal necessário, que tenho instalado da Microsoft Store, por achar que funciona um pouco melhor que a versão web.
- Microsoft Teams: outro mal necessário, que passei a tolerar depois de parar de me preocupar. É uma boa alternativa para gerenciar salas de aula virtuais e reuniões da universidade, e só.
- Mendeley e Zotero: são gerenciadores de referências bibliográficas, uma mão na roda para quando estou escrevendo artigos. Admito que uso menos do que deveria, no fim das contas.
- Firefox e Thunderbird: o Firefox tem umas poucas extensões (NoScript, uBlock Origin, LocalCDN, TabSession Manager, em especial) e me atende muito bem, menos para sistemas da universidade e para o Lattes, que só funcionam sem substituir caracteres se eu usar o Edge. Já cheguei a usar uma versão do Chrome sem Google (SWIron), e gostava muito, até ver que, na prática, eu só uso Edge/Chrome para esse tipo de acesso. Já o Thunderbird virou opção no ano passado, quando notei que ficava tempo demais no Gmail, além de ter que gerenciar mais que uma conta de email. O Thunderbird (e o FairEmail no celular) são ótimos porque são espartanos e com proteções de privacidade (especialmente o FairEmail) que me deixam menos culpado em usar o Google e o Outlook.
- Search Everything: outro software que está no mercado há muitos anos. É excelente para encontrar arquivos no computador. É só começar a digitar o nome do arquivo, e a mágica acontece. É muito mais rápido que a busca do Windows (ainda mais chamando o programa com um atalho, como só aprendi a fazer recentemente).
- Deezer (usando o aplicativo da Microsoft Store): eu tenho uma sorte danada de poder trabalhar bastante tempo sozinho, então escuto música várias horas por dia. Eu assinava o Deezer desde quando ele surgiu no Brasil, e devo ser uma fonte de irritação para Tim de tanta banda que uso sem eles me cobrarem, pois eu uso Deezer no celular (incluso num plano controle) como se não houvesse amanhã.
- OneDrive/Dropbox: Como eu assino o Microsoft Um Ano (tá bom, M365 com Copilot e tals), o espaço em nuvem é muito prático para começar a trabalhar em uma máquina e sincronizar tudo em outra, além do backup de fotos do celular. Dentro da pasta do OneDrive, eu deixo a pasta do Dropbox também, no qual eu tenho uma conta gratuita, mas que tem uns 20 GB de espaço porque eu aproveitei quando a empresa começou e dava uns bônus de espaço com indicações ou promoções. Desse jeito, os arquivos sincronizam em dois serviços ao mesmo tempo (o Dropbox é mais rápido). Já tive um esquema de uma “cebola” com Google Drive sincronizando a pasta do OneDrive (com a pasta do Dropbox dentro dela), mas perdi o espaço ilimitado (!) que tinha numa conta do Google Workspace de ex-aluno da USP. De vez em quando, uns arquivos sumiam ou ficavam com cópia em conflito, mas funcionava direitinho na maior parte do tempo. Hoje, um pouco menos paranoico com o medo de perder arquivos, os dois serviços dão e sobram, além de backup offline completo num notebook e um HD externo.
- Jamovi, Jasp, Factor, R e RStudio: estou estudando psicometria (uma área da Psicologia que usa bastante estatística e análise quantitativa de dados), além de ter começado a ensinar estatística básica para o programa de pós-graduação em que estou vinculado. Para quem está nessa área, são tempos ótimos: esses softwares são excelentes para análise de dados numéricos em Ciências Humanas e da Saúde, e não sinto falta nenhuma do SPSS ou seus amigos caros e sem diferenciais que eu não consiga no R, em especial.
Bem, é isso! Eu gosto muito de ficar no trabalho hoje graças aos dois monitores (que são muito confortáveis para trabalhar — o que dizem por aí é verdade!) e à máquina e mesa do meu jeito. Meu canto de trabalho não é tão elegante como a de outras pessoas que já publicaram aqui, mas eu gosto muito dele assim.
legal seu cantinho
Gostei muito do papel de parede. Pena não tê-lo encontrado…
Por mais mesas assim – reais como nós! rsrs
Oi, bom dia! Está aqui:
https://www.dualmonitorbackgrounds.com/nature/earthmap.jpg.php
Obrigado pelo elogio!
Obrigado pelo link! 😊😊
A paz de espírito que uma mesa entulhada transmite… *-*
bah se tu visse a minha….
Isso porque eu dei uma arrumada antes de tirar a foto! Risos
Oi Alessandro! Caramba, falou do seu espaço de trabalho foi quase um tratado de metodologia e pesquisa, adorei! Elegância é como se sente, então tá tudo lindo no seu cantinho. Que bom que tem apoios no teclado e mouse, porque quem tem tendinite sofre, eu mesma não fico sem. Amei a 🐨 coala, que gracinha! Não sou do candomblé, mas respeito profundamente as religiões de matriz africana. Okê Arô e Odoyá, ainda mais sucesso e prosperidade para você!
Obrigado pelo comentário gentil! O coalinha é uma brincadeira que tenho com a Empresa Júnior do curso, que usa um coala como mascote…
Sobre Oxóssi e Iemanjá na mesa, eu sinto o mesmo que você. Okê Aro e Odoyá, sempre!
Olá Alessandro, espero que você veja essa mensagem.
Não sei se você já conhece, mas recente o JupyterLite adicionou suporte para a linguagem R.
É uma espécie de R-Studio, mas que os usuários não precisam instalar nada, tudo roda dentro do próprio navegador. Eu uso a versão com suporte para Python e C++ meus alunos têm adorado a experiência. Você pode testar nesse link: https://jupyter-xeus.github.io/xeus-r/lab/index.html
Uia, valeu pela indicação! Eu sou um iniciante no R, mas tenho muito interesse em aprender programação e ciência de dados!
O Google Colab (que é um Jupyter com skin) também aceita o R, mas é mais simples de usar (eu achei) do que nos outros ambientes.
REF: https://marcusnunes.me/posts/r-e-google-colab/
Mesa bacana, gostei da indicação (e preço) destes monitores concordia.
Muito obrigado pelo comentário gentil!
Voltando aqui pra elogiar o papel de parede.!
*Elegância* é superestimado.
Gostei do papel de parede e também sou fã dos mouses verticais, atualmente renho um Logi Lift (para canhotos).
Depois que eu mandei esse link pra meus amigos analistas de sistemas, tive que aguentar zoeira deles sobre isso!
E que bom encontrar mais gente fã de mouse vertical! Outro dia fiquei paquerando esse seu modelo…
Eu tenho o para destro. Ñ resolveu minhas dores no pulso. :/