Em meio ao crescimento da iniciativa chinesa de cibersegurança, no domingo (3) começou a circular o boato de que uma base de dados da polícia de Shanghai (vinculada ao Ministério da Segurança Pública) foi hackeada, segundo os supostos invasores.
O preço pedido pelos hackers no Telegram é de 10 bitcoins ou cerca de 200 mil dólares, segundo matéria da Reuters, que não conseguiu verificar a autenticidade dos dados. A base contém informações pessoais (nome completo, endereço, número de identidade, registros policiais e de saúde) de cerca de um bilhão de pessoas — quase toda a população do país, incluindo menores de idade.
O CEO da corretora de criptomoedas Binance mencionou no Twitter que seus analistas já haviam identificado dados de um bilhão de residentes de um “país asiático” sendo vendidos na dark web. Lembrando que em abril entrou em vigor a lei de proteção de dados pessoais, o que gerou comentário do analista Roger Creemers sobre o uso da lei neste caso.
As autoridades não se manifestaram, mas se confirmado, seria um dos maiores vazamentos de dados da história. Os brasileiros não estão sozinhos.
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Mas o que a venda de dados acarreta a parcela pobre de um país? Tipo, entendo ser um risco para pessoas mais ricas e famosas, mas e pra pobres?
Facilita a aplicação de golpes. Essa epidemia que estamos vivendo no Brasil, por exemplo, começou com o mega-vazamento de dados do início de 2021.
Existem outros efeitos, esse é só um dos mais evidentes.
Uma coisa que me veio a mente é pensar sobre como o “partidão” lida com as informações por lá. Usar um dado roubado imagino que será bem mais difícil do que usar em outros lugares. As matérias sobre vigilância estatal são exemplos disto: um vazamento de dados para uso em golpes por lá implicaria em pensar que existe uma tolerância similar aos usados no Brasil por exemplo para cadastro e uso das informações.