
Quando a web comercial surgiu as pessoas tinham dificuldade em encontrar sites. Até existia buscador, mas seus algoritmos eram simples e altamente sujeitos a fraudes, logo não entregavam resultados nem mesmo próximos dos de buscadores modernos. As melhores formas de descobrir sites eram ou por indicação de alguém, via e-mail ou boca a boca, ou através de links em outras páginas.
O Yahoo surgiu com outro nome, “Jerry and David’s guide to the World Wide Web”, em janeiro de 1994. Criador por Jerry Yang e David Filo, no princípio ele era um diretório, um site recheado de links que encontrados, revisados e categorizados por humanos. O buscador Yahoo só surgiu no início da década de 2000, e nem era próprio — ele usava os resultados do Google. Apenas em 2004 o Yahoo colocou no ar uma versão com índice e tecnologia próprios.
É por isso que o anúncio do fim do Diretório do Yahoo, marcado para 31 de dezembro de 2014, abre margem para a piadinha do título. É como se o Google acabasse com seu buscador, a Microsoft, com o Windows ou a Nokia com as fábricas de celulose. Hey, a Nokia não produz mais celulose! Ou seja, é um passo natural, mas não deixa de ser histórico.
A única parte chata disso (alguém ainda usa diretórios?) é que parte da memória da web se vai junto com esses serviços pioneiros. O comunicado do Yahoo não diz se o Diretório permanecerá online, como o Orkut, ou se terá o mesmo fim do Geocities, o primeiro lar online de muita gente e que o mesmo Yahoo descontinuou e apagou da web em 2009.
Pensei que esse serviço já havia sido descontinuado muito tempo atrás. Eu usava o Altavista e o “Cadê?”, que era uma cópia nacional do yahoo (até fui pesquisar no google para ver se ele ainda existia).
Realmente, notícias como essa nos fazem parar pra pensar que a evolução da tecnologia tem um lado ruim. Infelizmente quando uma empresa não tem lucro, ou a atenção necessária no mercado, ele acaba deixando apenas saudades pros usuários.
O chato mesmo é ser obrigado á largar o que você gosta pra usar o que dá.
Eu mesmo usava um app de anotações que eu amava: o Catch. Infelizmente o serviço foi encerrado por problemas financeiros, me restando o Evernote como melhor opção. Hoje ainda até dá pra usar o app, mas sem os serviços de nuvem. Tenho apk do app e faço o backup dos dados com o Helium… É o único modo de usar ele, e o único modo de manter a nostalgia viva… :/
Comecei a acessar a internet por volta de 1994/5 inicialmente através de BBS’s e depois via provedor de acesso. Usava o Yahoo! e Altavista no Netscape no Windows 3.1. Codificava MP3 então via programas DOS, quando ripar um CD levava quase a noite toda. Vi o nascimento e morte do ICQ, Napster, IRC, MSN, Cadê, disquetes de 3 1/4″, ZIP Drives entre tantos outros. O senso de história, de como a tecnologia muda muito e rápido é difícil de ser absorvido. Acho que notícias como essas é que acabam nos fazendo pensar no passado e em como as coisas eram mais difíceis e pouco práticas. De qualquer forma, é o progresso, essa abstração irrefreável.
E hoje se um aplicativo de celular demora 10 segundos para abrir algo o pessoal chora e reclama. Impressionante hein? :)
A gente estava acostumado em processos demorados, gravações de CDs demoradas.
Como tudo muda…
Já tinha passado da hora, mas realmente fica um sensação de nostalgia pra quem dependia de Yahoo e Cadê pra navegar na década de 90 =/