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Write e outros editores de texto “zen” para Windows

Screenshot do Write.

O Word é um dos programas mais fascinantes já criados. Num belo texto publicado ano passado, o jornalista Paul Ford o colocou (o Office, na verdade) ao lado de outros grandes, como Photoshop e Unix, no rol dos cânones do software. Apesar disso, eu não o uso. Não é a qualidade do Word que está em questão aqui, mas sim a sua aplicação. Ele faz coisas muito legais, só não é lá muito bom para o meu tipo de escrita.

Mesmo reconhecendo suas virtudes, não costumo usar o Word com tanta frequência. A saída quase perfeita que ele tem no papel não se repete na web. O texto copiado do Word e colado num editor online costuma vir carregado de código desnecessários. As ferramentas de formatação, tão poderosas para compor documentos elaborados para impressão, beiram a insignificância quando o fim é publicação online. Isso se faz com CSS, não no conteúdo.

No fim, acabo quase sempre escrevendo diretamente no editor do WordPress, o CMS que uso no Manual do Usuário. Não é o ideal, mas funciona bem. E, ao longo dos anos, ele evoluiu um tanto: tem salvamento automático, corretor ortográfico, é totalmente WYSIWYG, inclusive com a formatação do próprio tema e, recentemente, até passou a lidar melhor com texto importado do Word, removendo aqueles códigos inúteis já mencionados.

Mesmo satisfeito, fico sempre atento a editores de texto. Uso Windows, então algumas pérolas do OS X, como o Notational Velocity e o iA Writer estão fora do meu alcance. É estranho que, com toda a fama que tem, a de que existem apps para tudo, o Windows careça tanto de software bem acabado. A proporção de apps de qualidade no OS X em relação ao total parece ser muito maior. Existe software feio para OS X? Provavelmente sim, mas são tantos os bem apresentados que aqueles acabam ignorados.

É por isso que bate uma alegria quando vejo coisas legais saindo para Windows. O Alison materializou meu sonho ano passado: um app de textos leve, sincronizado com a nuvem e de acesso instantâneo. O Notation é uma das coisas que mais uso no dia a dia. Mas há espaço para outras. Recentemente descobri o Write!, assim mesmo, com exclamação no final e a promessa de ser um “editor de textos livre de distrações e que não é uma droga.”

O Write ainda está em beta, mas já é bastante funcional e conta com algumas soluções espertas, como uma barra de comandos suspensa ativável via Ctrl + Barra de espaço (ou Ctrl + Tab), corretor integrado, modo em tela cheia (F11) e abas. O app ainda mostra estatísticas em tempo real, tem suporte para Markdown e atalhos no teclado personalizáveis.

Menu suspenso do Write.

Longe de ser um produto final, ainda existem arestas a serem aparadas. Em certo sentido, quase que literalmente: as bordas são brancas e com pouco contraste, então se você colocar a janela sobreposta a uma página web branca (não por acaso, a maioria), é fácil “perdê-la” na tela. O Write também não segue as convenções de interface do Windows; não existe barra de título, os elementos de interface são personalizados etc. Particularmente acho um pecado, mas mesmo fugindo do padrão é um app bonito.

Os desenvolvedores têm liberado novas versões beta praticamente todo mês, é um projeto novo e ativo. Tem futuro. Outros, já estão na luta há mais tempo e provam que, apesar de rarefeito, o cenário de editores de texto “zen”, ou descompromissados com o papel no Windows tem vida. Confira alguns outros que conheço e/ou já usei no passado são:

WriteMonkey

Screenshot do WriteMonkey.

Personalizável até a espinha, portátil (dispensa instalação) e com suporte a plugins, mas só para quem fizer uma doação aos desenvolvedores. O WriteMonkey é um dos editores de textos mais consistentes e estáveis para Windows.

Q10

Screenshot do Q10.

Criado e mantido pelo espanhol Joaquín Bernal, o Q10 está há quase quatro anos sem atualização, mas oferece um leque de recursos completo e, a exemplo do WriteMonkey, configurações finas para deixar a tela de edição ao gosto do usuário.

FocusWriter

Screenshot do FocusWriter.

Este eu nunca usei, mas ganhou um espaço nesta lista por conta da sua natureza (open source, com licença GPL 3) e disponibilidade (Windows, OS X e Linux). O FocusWriter, como diz o nome, tem uma proposta mais específica, a de remover distrações e potencializar o foco na escrita. Do site oficial:

“O FocusWriter é um ambiente de escrita simples e livre de distrações. Ele usa uma interface que some acessível ao movimentar o mouse nas extremidades da tela, permitindo que o programa tenha um visual familiar ao mesmo tempo em que some da sua frente, de forma que você possa mergulhar em seu trabalho.”

Dark Room

Segue a linha do FocusWriter e é, declarado, uma releitura do WriteRoom, esse exclusivo para OS X. “Diferente de outros editores de texto que focam em recursos, o Dark Room é só você e seu texto.” Problema? Em 2011 o desenvolvedor meio que largou o projeto e embora ele tenha dito que o código foi liberado no GitHub, não consegui encontrá-lo por lá…

Você usa algum editor de textos diferente? Se sim, diga qual nos comentários.

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35 comentários

  1. Hello,
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    Joy

  2. Fuçando nos arquivos do Write! descobri uma forma de usar o corretor ortográfico em pt-BR.

    O Write! usa a mesma engine de verificação ortográfica do OpenOffice (hunspell), então basta baixar o dicionário pt_BR.zip em http://archive.services.openoffice.org/pub/mirror/OpenOffice.org/contrib/dictionaries/ e descompacta-lo na pasta c:Program Files (x86)Write!dictionary. O único problema é que parece que o Write! não lida muito bem com dicionários instalados “por fora”, então aqui entra uma pequena gambiarra: devemos apagar os arquivos de algum dicionário padrão e renomear os arquivos do dicionário brasileiro com os mesmos nomes dos originais apagados. Exemplo: no meu caso eu substituí o dicionário de português de Portugal pelo Brasileiro, então eu apaguei os arquivos pt.dic e pt.aff, e em seguida renomeei o arquivo pt-br.dic para pt.dic e pt-br.aff para pt.aff. Pronto, basta abrir o Write!

  3. Menção honrosa ao Jotterpad, um dos melhores editores nesse estilo pra Android (tanto pra smartphone quanto tablet).

  4. No meu trabalho de revisão editorial, que vai desde montagem de bonecos até revisão ortográfica, o Word é imbatível pra mim. Remover espaçamentos duplos, triplos e outros erros comuns é muito fácil. Aplicação de estilos fica fácil de formatar e navegar no documento. Só é ruim quando alguém usa o sistema de revisão embutido dele: até acho interessante, mas fica uma lerdeza que só.

  5. Uso o editor de textos do Google Drive para praticamente tudo, de posts no Mente Sem Fio a trabalhos para a faculdade. Muito mais leve e limpo que o Word, além de poder fazer edições em qualquer lugar.

    Já no trabalho (sou jornalista) uso o Word 97 (acredite se quiser). Como o OS da máquina que uso aqui é o Windows 2000 (!!!), não posso instalar outros editores mais atualizados.

    E para quando estou em casa e a internet a cai, vou de Apache OpenOffice.

  6. O Notation já tentei usar, mas simplesmente não deu. Às vezes foi questão de configuração que passei desapercebida, mas me incomodou o fato dele não aparecer aberto como os post-its do windows, que passei a usá-lo pra lembrar das coisas.

    Lá pro Colchões eu tenho usado muito o notepad.cc enquanto jogo alguma coisa pra facilitar a vida na hora de resenhar. Puta interface limpa, salva quase na hora. Tá sendo uma verdadeira mão na roda pra mim. Aí faço que nem você e estruturo o texto principal pelo próprio WP mesmo. Esse Write me interessou, vou testá-lo =) antes cheguei a experimentar um editor que o Burgos recomendou no livro dele, me fugiu o nome. Não é uma boa ideia quando você precisa ficar consultando N coisas no chrome, heh.

  7. Já tentei muitos OPEN SOURCE,mas ñ tem jeito.Essa suíte OFFICE é insubstituível. Até agora nenhum concorrente faz melhor.Por isso tem esse tamanho prestígio até hje.
    Agora o Google tá com planos de acabar com essa hegemonia,mas tá looooonge…

  8. Já tentei muitos OPEN SOURCE,mas ñ tem jeito.Essa suíte OFFICE é insubstituível. Até agora nenhum concorrente faz melhor.Por isso tem esse tamanho prestígio até hje.
    Agora o Google tá com planos de acabar com essa hegemonia,mas tá looooonge…

  9. No PC eu uso uma extensão do Chrome chamada Writebox. Tem sincronização com o dropbox e é bem simples e leve. No tablet eu uso um teclado Bluetooth combinado com o app do Evernote. Acaba que no meu caso, a primeira versão do texto sempre é escrita no tablet e no PC eu só faço a revisão final. Se for texto para ser impresso finalizo no Libre Office ou no Google Drive

  10. Eu uso o app do Simplenote para Mac e Android.

    Para trabalhos da faculdade, se são individuais eu uso o Word. Quando são em grupo, compartilhamos um documento no Google Drive.

    1. O texto do Burgos ficou muito ruim. Ele, assim como o Ghedin ou alguns leitores daqui são minoria frente aos milhões que tem suas necessidades completamente atendidas pelo Word. Querer ditar quase um regra com base na bolha em que vive é falta de bom senso.

      1. Os caras simplesmente estão mostrando alternativas, tipo, há vida fora do word. O que pega é o comodismo do usuário médio. Ele vê aquilo funcionando (mesmo que manco as vezes) e não se interessa em procurar outro, ou tem preguiça de procurar outro editor de texto.

        É bem complexo.

  11. Editores de texto acabam sendo algo bem importante no meu dia-a-dia, mas acabo usando um para cada necessidade.

    Programação: eu estava usando o Sublime para programar em Python e R, mas ontem eu baixei o Atom do GitHub para experimentar. Tem praticamente os mesmos recursos do Sublime e está muito mais rápido e bonito que nas versões iniciais.

    Texto impresso: para coisas simples uso o Google Drive, mas para as coisas sérias eu uso LaTeX mesmo. No começo é chato, mas depois de um tempo é libertador escrever sem se preocupar com formatação e acabar com um documento com cara de profissional. O editor que uso é o https://www.texpadapp.com, outro app muito bem acabado mas exclusivo para Mac.

    Texto online: eu uso apenas o Medium para escrever, então uso o editor deles que é bastante prático e atende bem a essa necessidade de não precisar se preocupar com formatação.

    1. pra programar (quando arrisco algo) eu uso só o sublime. gosto bastante. antes usava o notepad++ ..hj acho bem simplório pra proposta e não consigo mais usar.

      1. Eu fiquei impressionado com o tempo que demorou para aparecer um editor de verdade no Windows. Sempre houve os editores tradicionais com alta curva de aprendizado como VI e Emacs, mas sempre faltou uma solução intermediária que o Notepad++ nunca atendeu bem comparado ao TextMate do Mac por exemplo.

        Novamente o problema de apps de qualidade: sempre houve ótimos editores de texto no Mac, apenas com o advento dos multi-plataformas esse mundo chegou ao Windows.

    2. Caramba, você tá achando o Atom mais rápido que o Sublime (ノ゚0゚)ノ Um das minhas maiores reclamações do Atom é só o tempo de abrir dele. A ideia dele ser modular é ótimo, mas tem praticamente um browser ali

      1. O Atom está bem mais rápido em comparação as versões iniciais dele mesmo, mas o Sublime ainda é visivelmente mais rápido. Para abrir demora, mas usando é parecido com o Sublime. Apenas baixei para ver como evoluíram e está promissor, em um futuro próximo pode ser uma ótima plataforma. Hoje não recomendo a troca, mas é legal ficar de olho.

  12. Tenho usado o Write também, mas o autocorretor deles em português de Portugal me incomoda um pouco. Inclusive, o único motivo para eu continuar a preferir o Word a qualquer outro é o autocorretor dele, que é o mais parrudo. Eu gosto de escrever no Evernote, que também tem integração com nuvem e um autocorretor razoável, além de todas as ferramentas de organização.

    Pergunta: desses outros indicados, algum tem um um bom autocorrretor em português?

    1. O Q10 tem, WriteMonkey também (usa o do OpenOffice). Não testei, mas acredito que o app moderno do Evernote deva ser compatível com o corretor system-wide do Windows 8+.

  13. Se alguns desses oferecer integração com a nuvem e salvamento automático, já supre a minha demanda.
    O interessante é que o Medium oferece uma experiência de edição bem parecida com esses programas.

  14. Comento aqui o mesmo que comentei na página do Facebook: tem vez que eu prefiro escrever textos no Drive em tela cheia. Em casos de maior concentração e menor demanda pela personalização do texto, o escrevo direto no Medium mesmo.

    Para textos em que a via impressa é a finalidade, o Word é que assume a preferência. :)

  15. Comento aqui o mesmo que comentei na página do Facebook: tem vez que eu prefiro escrever textos no Drive em tela cheia. Em casos de maior concentração e menor demanda pela personalização do texto, o escrevo direto no Medium mesmo.

    Para textos em que a via impressa é a finalidade, o Word é que assume a preferência. :)

  16. Tenho usado a suíte libre office no windows e me atende muito bem. pra texto que será publicado na internet, uso o bloco de notas mesmo.

    Quando estou sem o laptop, uso o evernote online mesmo.

    E gostei desses 2 (notation e write!). Vou dar uma chance. :)