Lauro Jardim, na Veja:
Nada como um ano eleitoral para aguçar a criatividade das pessoas. Se o eleitor já era importunado com mensagens eleitorais no celular, agora as empresas miram o WhatsApp para oferecer planos mirabolantes aos candidatos. A última oferta irrecusável foi enviada por e-mail aos gabinetes da Câmara dos Deputados.
A empresa que presta o (des?)serviço tem sede em Belém e cobra de sete a onze centavos por mensagem, dependendo do volume contratado — de 500 mil até 10 milhões. A oferta chegou por e-mail aos gabinetes da Câmara dos Deputados com a garantia de listas de números atualizados em todos os estados. O objetivo é servir de reforço para as campanhas eleitorais.
Dada a popularidade do WhatsApp não é de se espantar que ferramentas do tipo existam. Na verdade demorou para elas aparecerem. Elas provavelmente burlam os termos de uso do serviço; o WhatsApp até oferece um mecanismo de broadcasting, mas ele é limitado a 50 destinatários (no smartphone, pelo menos). Pela rápida pesquisa que fiz aqui, os spammers usam um software chamado WhatsApp Panel, WhatsApp Bot ou WPanel e confiam em proxies para atingir o objetivo.
Pensando pelo lado positivo, de repente esse spam via WhatsApp pode ser uma boa para escolher em quem não votar.
Atualização (20h30): É assim que o spam de um candidato ao governo do Rio de Janeiro chega ao WhatsApp dos eleitores:
https://twitter.com/vinnysacramento/status/494241313559433217
E não é só no whatsapp! Trabalho numa empresa pública e essa semana fui surpreendido com um email de candidato no nosso email corporativo (que deveria ser fechado, a início). Vamos ver aonde isso vai chegar.
Me veio a mente que esse mecanismo poderia ser utilizado pelo governo pra viralizar alertas. Tipo o Alerta Amber dos EUA. Poderia servir pra enchentes, deslizamentos e outros tipos de avisos de utilidade pública.
Seria útil se o governo usasse o mesmo mecanismo dos alertas Amber e WEA — acho que é assim que deve ser, não algo atrelado a um app que, mesmo muito popular, nem todo mundo usa.
Sim claro, mas acho um meio mais imediato de conscientização. Afinal todo mundo tá com o celular na mão. Quando falei do app não pensava nele exclusivamente, mas sim pra somar nessa equação. Não se acontece nos EUA, mas Twitter, Facebook e Google são algumas plataformas que poderiam ajudar e muito nisso.
Elas ajudam :-) O Google, pelo menos, tem um programa para catástrofes que entra em ação nas mais delicadas — de cabeça, me lembro do terremoto no Haiti, em 2010.