O Estadão conseguiu acesso ao GPT-3, um tipo de inteligência artificial (IA) desenvolvida pelo OpenAI e tida como o que há de melhor na redação autônoma de textos. O jornal colocou a IA para escrever o review do iPhone 11 Pro e… ok, é legível, mas parece ter sido escrito por alguém embriagado, além de conter erros factuais como dizer que o celular tem uma entrada USB-C (não tem) e que ele tem apenas uma câmera (tem quatro, três traseiras e uma frontal).
Review de celular é um tipo de texto que pode ser adaptado para modelos automáticos, porque os dados elementares, que guiam a redação, podem ser estruturados. A brincadeira de 1º de abril deste ano aqui no Manual é um rascunho rudimentar nesse sentido, embora não tenha nada de IA. O desafio do Estadão/GPT-3 é de outra natureza, e talvez a melhor saída esteja num meio termo entre as duas coisas — por exemplo, imagino que se incluirmos as tabelas de especificações do GSMArena na “receita”, os erros factuais básicos teriam sido evitados. Nas eleições municipais deste ano, o G1 adotou um modelo do tipo para produzir notícias de cada um dos 5.568 municípios brasileiros.
O Google demitiu Timnit Gebru, cientista de dados com um amplo trabalho na crítica a vieses discriminatórios em sistemas de inteligência artificial. A demissão ocorreu por um artigo, que ela assinou com outros cinco pesquisadores, a respeito das limitações e impactos dos modelos de linguagem de inteligência. O MIT Technology Review deu uma olhada no artigo; especialistas acreditam que o artigo traz verdades inconvenientes relacionadas à atuação do Google. Um abaixo-assinado em apoio a Timnit já conta com +1,6 mil assinaturas de funcionários do Google e +2,5 mil de acadêmicos e profissionais. Via Estadão, @timnitGebru/Twitter (em inglês).
Mais um exemplo de que o termo “algoritmo”, às vezes, também pode ser traduzido como “decisões baseadas nos vieses de quem tem poder decisório nas empresas.”
https://www.youtube.com/watch?v=9zoJP2FkpgU
O Inverness Caley Thistle, time de futebol da segunda divisão da Escócia, protagonizou um episódio paradigmático das consequências acidentais do uso de inteligência artificial. Em meados de outubro, a equipe anunciou o sistema de câmera Pixellot, uma inteligência artificial “camera man”, que substituiria operadores humanos atrás das câmeras nas transmissões das partidas do time pelo Escocêszão. A lógica desse trabalho, afinal, é relativamente simples: basta que a câmera acompanhe a bola, certo?
Só não contavam com a careca do bandeirinha no jogo do Inverness contra o Ayr United, no dia 24 de outubro. Aos “olhos” da inteligência artificial, a cabeça do auxiliar de arbitragem era interpretada como uma bola de futebol e… bem, isso meio que arruinou a transmissão robótica. Via IFLScience (em inglês).
Tal qual o mapa de Borges, o novo “Flight Simulator” da Microsoft promete ser um mapa em tamanho real da Terra. A tradução algorítmica, porém, revela falhas.
“Imagine que vocês sejam outras pessoas”, começa alguém. Não aguento mais essa brincadeira, mas é melhor entrar na onda do que questionar, como da última vez…
Neste podcast, falamos do escândalo das empresas donas de assistentes de voz que repassavam algumas conversas para seres humanos transcreverem e dos valores absurdos de startups sem modelo de negócio lucrativo que estão abrindo capital.
Eduardo Suplicy e o Vale do Silício veem na renda básica universal a saída para mitigar os estragos da inteligência artificial no mercado de trabalho, mas a solução não é tão simples quanto parece.
O P30 Pro, da Huawei, traz uma câmera com zoom de até 50 vezes e o “Modo Lua”. Graças à inteligência artificial, as câmeras viraram caixas pretas, como dizia Flusser.
No primeiro podcast de 2019, nada melhor que nos debruçarmos sobre o que especialistas apontam como tendências na área de tecnologia para o ano que se inicia.
Desde 2016, o Google é uma empresa que se pauta por inteligência artificial (IA). Na visão deles — e de boa parte da indústria —, IA é a pedra fundamental em cima da qual se constrói a próxima onda de tecnologia de consumo. Não por acaso, o Google está muito bem posicionado para essa nova […]