Google barra chatbot Bard no Brasil e União Europeia.

No palco do Google I/O, o Google anunciou com orgulho que o Bard, seu chatbot concorrente do ChatGPT, fora disponibilizado em 180 países no idioma inglês. Brasil, Canadá e todos os países da União Europeia ficaram de fora, como se vê ao tentar acessar o site e nesta página de suporte.

A empresa não especificou o motivo. Lá fora, publicações especializadas especulam que a ausência do Bard nesses locais tenha a ver com cautela legal por parte do Google. A Itália, por exemplo, baniu o ChatGPT brevemente. No Brasil, como se sabe, o Google trava uma guerra contra o Congresso e o governo federal no momento em que essas instituições tentam regular as grandes empresas de tecnologia. Via 9to5Google (em inglês).

Você sabia que o Google é uma empresa de inteligência artificial?

O Google enfatizou muito que é uma empresa de inteligência artificial na abertura do Google I/O, seu evento anual para desenvolvedores.

A cautela de anos anteriores com a oferta de produtos de IA foi deixada um pouco de lado, graças à pressão que o Google tem sofrido de OpenAI e Microsoft, que tomaram o imaginário popular com ChatGPT e Bing Chat.

A abordagem do Google para a IA na busca, seu grande negócio, é mais cautelosa. Em vez de um chatbot, o Google desenvolveu o que chama de “AI snapshot”, uma versão mais robusta daquelas caixas que tentam responder a pergunta feita pelo usuário sem que ele saia da página de resultados da pesquisa.

Além de mostrar links para as fontes das informações trazidas pela IA (links em que dificilmente alguém clicará), os tradicionais dez links azuis de resultados continuam disponíveis, porém enterrados no final da página.

Esse recurso de IA na busca, chamado “Experiência Gerativa de Pesquisa”, ainda é experimental e “opt-in”. A exemplo de outros produtos e serviços do Google, ele recorre ao PaLM 2, o novo grande modelo de linguagem da empresa. (Pense no PaLM 2 como equivalente ao GPT-4 da OpenAI.)

O PaLM 2 também está por trás de uma nova versão do Bard, o chatbot do Google, e dos recursos de IA do Google Workspace, agregados sob o guarda-chuva/nome Duet AI.

Executivos do Google resumem a nova postura da empresa como “ousada e responsável”, ainda que menos responsável que no passado. Nada exemplifica melhor os riscos que o Google topou correr que o “Tradutor Universal”, um gerador de vídeos deepfake em múltiplos idiomas. O potencial de mau uso dessa tecnologia é gigantesco e o Google se ilude (ou tenta nos iludir) dizendo que terá salvaguardas e restrições para evitar abusos. Isso nunca funcionou e ficaria surpreso se funcionasse agora.

O Google segue investindo em hardware. Apresentou o Pixel Fold, celular com tela dobrável de US$ 1,8 mil (~R$ 8,9 mil) e o Pixel Tablet, ambos com a promessa, feita pela enésima vez, de que o Android para tablets finalmente ficará bom. Também anunciou o Pixel 7A, celular de baixo custo que não é mais tão baixo custo (subiu para US$ 499). Via The Verge, Google (2), TechCrunch (todos em inglês).

O que chamou a atenção no Google I/O 2022

Em software:

Em hardware:


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Google anuncia novos gadgets e recursos de inteligência artificial no Google I/O 2022

Google I/O ‘22 in Under 12 Minutes

Nesta quarta (11), aconteceu a abertura do Google I/O 2022, a conferência anual para desenvolvedores do Google, que a empresa aproveita para anunciar novidades.

Novo Android 13, um monte de celulares e outros gadgets que não chegam ao Brasil e vende pouquíssimo lá fora, recursos de inteligência artificial cada vez mais complexos e, paradoxalmente, cada vez menos impressionantes (e com aplicação limitada e/ou duvidosa), uma ou outra coisa realmente legal, mas… né, acaba diluída em meio a tanta coisa.

Destaques para o relógio inteligente (bonitão, mas será que vende?), um tablet que parece saído de 2014 e uma versão menos esquisita e capaz do Google Glass.

Além do vídeo acima, que condensa +2 horas de evento em 12 minutos, o blog do Google tem um espaço dedicado a todas as novidades anunciadas. Via Blog do Google (em inglês).

Android 12 e privacidade no Google I/O / Seus ouvidos estão preparados para o lossless?

Oferecimento: Revelo UP

No momento em que o Brasil bate recorde de desemprego (14,4%), um setor da economia está super aquecido, com vagas sobrando e salários crescentes: o de tecnologia. No Revelo UP, você pode financiar seu curso nessa área e ainda leva uma consultoria personalizada para buscar uma dessas vagas que estão dando sopa por aí. Conheça o programa e participe.

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Apoie o Manual: https://manualdousuario.net/apoie

No programa desta semana, Jacqueline Lafloufa e Rodrigo Ghedin começam falando de Google I/O: as novidades do Android 12, a nova linguagem visual Material You e os novos recursos de privacidade — sim, do Google, por mais estranho que possa parecer.

No segundo bloco, pegamos carona nos anúncios de Apple e Amazon, que oferecerão músicas em lossless sem cobrar a mais — e, no caso da Apple, a músicas em áudio espacial —, para entrar num dos debates mais inconclusivos da tecnologia: afinal, faz diferença ouvir música “sem perdas” (lossless)? Teste os seus ouvidos e equipamento neste site, ouça o nosso papo e depois dê a sua opinião.

Nas indicações, Ghedin indicou a série animada Love, Death & Robots [Netflix], e Jacque, o livro de quadrinhos Ninguém vira adulto de verdade [Amazon, Americanas, Magalu, editora]1, da Sarah Andersen.

  1. Ao comprar por estes links, o Manual do Usuário recebe uma pequena comissão das lojas. O preço final para você não muda.

Android 12 trará nova linguagem visual, a Material You

O Android 12 trará a maior reformulação visual dos últimos anos ao sistema do Google. Anunciado nesta terça (18), durante a sessão de abertura do Google I/O, o sistema traz uma nova linguagem visual, chamada Material You, uma “nova maneira radical de pensar o design”. A empresa diz que, nessa linguagem, a forma não segue apenas a função, mas também a sensação. Na prática, elementos visuais se adaptam à tela e as cores, ao papel de parede — um processo chamado de “extração de cores”. Parece bonito.

O Android 12 e o Material You chega primeiro aos celulares Pixel, no “outono” (lá; aqui, na primavera). Via Material.io (em inglês), Google (em inglês).

O Google quer tornar a humanidade obsoleta — e está conseguindo

Desde 2016, o Google é uma empresa que se pauta por inteligência artificial (IA). Na visão deles — e de boa parte da indústria —, IA é a pedra fundamental em cima da qual se constrói a próxima onda de tecnologia de consumo. Não por acaso, o Google está muito bem posicionado para essa nova corrida e, recorrentemente, demonstra essa vantagem com produtos inéditos, incríveis e que desafiam a nossa credulidade. Continue lendo “O Google quer tornar a humanidade obsoleta — e está conseguindo”

Google I/O, Kotlin e a fúria da Oracle

No I/O 2017, a Google fez o seu feijão com arroz de sempre: apresentou várias pequenas novidades para a próxima versão do Android, algumas coisas meio mirabolantes e uns números bem impressionantes.

Começando pelo que provavelmente mais interessa à maioria das pessoas que usam um smartphone hoje, o Android O (de Oreo?) e algumas novas funções. O Android O terá, por exemplo, uma nova forma de notificar o usuário que já é bem velha no iOS e até mesmo no Windows 10 Mobile: pontinhos nos ícones dos apps na tela inicial que indicam que há algo a ser checado. Bacana… Ano que vem a Google trará ao Android P o inovador counter dots, com números nos pontinhos ao melhor estilo iOS e Windows 10 Mobile (foi uma ironia). Continue lendo “Google I/O, Kotlin e a fúria da Oracle”

O futuro do Google depende de apps indexados e coisas como Now on Tap

Serviços na nuvem, ferramentas corporativas e invenções malucas (do Google Glass ao Project Loon) são quase startups autônomas dentro do Google se tomarmos o faturamento por referência. O que rende na empresa e paga o salário de todo mundo no fim do mês ainda são os anúncios contextuais, puxados em muito pela busca e a capacidade inigualável do Google em entender o que você está procurando na Internet.

Quando “Internet” era quase sinônimo de web (não confunda), antes da ascensão dos smartphones, o trabalho dos motores do Google era mais fácil. A natureza aberta da web permitiu a criação de robôs capazes de varrê-la e indexá-la. Com apps a história é diferente e, para se manter na liderança, o Google vem tentando saber mais sobre quais apps você tem no seu celular e como os usa. Continue lendo “O futuro do Google depende de apps indexados e coisas como Now on Tap”

O que chamou a atenção na Google I/O 2015

A apresentação de abertura da edição 2015 da Google I/O, a conferência anual do Google para desenvolvedores, repetiu a regra: demorou um bocado. Menos tempo que ano passado, e ainda que não tenha sido o caso, a sensação é de que mais coisas foram anunciadas.

Não farei um resumo como fiz em 2014. Em vez disso, colocarei aqui as coisas que mais me chamaram a atenção. Vamos lá? Continue lendo “O que chamou a atenção na Google I/O 2015”

Nem Material Design, nem iOS 7 são herdeiras da linguagem Metro

Toda vez que alguém mostra um retângulo de uma cor só ou uma tipografia grande na tela, em menos de três segundos alguém no fundo da sala grita “metro!” Com seu aspecto plano, bastante espaço para respirar e visual peculiar, a linguagem Metro (ou moderna, ou seja lá como chamam ela hoje) conseguiu um feito não intencional, não sei se desejável, mas digno de nota: ser atribuída como precursora de uma tendência da qual ela nem é parte.

Na Google I/O desse ano, a linguagem visual Material Design chamou a atenção. E com mérito: é uma proposta ousada, muito bonita e que consegue o feito raro de ser praticável na mesma medida em que é ambiciosa. É só ver as reações no Twitter e em blogs de tecnologia, incluindo aí a de muitos críticos contumazes do Google, para ver que o trabalho liderado por Mathias Duarte foi bem feito. Continue lendo “Nem Material Design, nem iOS 7 são herdeiras da linguagem Metro”

O guia rápido, direto e sem enrolação dos principais anúncios da Google I/O 2014

Se nas apresentações da Apple o “one more thing” é (ou era) um tipo de marca registrada, as do Google também estão ganhando uma espécie característica própria: a (looooooonga) duração.

Ano passado foi 3h30min de Google I/O; hoje, chegamos a 2h40. Para quem não tem tanto tempo disponível e largou a bets no meio do evento ou sequer se arriscou a ficar na frente do computador vendo demonstrações e comentando no Twitter, o Manual do Usuário traz um guia direto, sem enrolação e super rápido de tudo de relevante que foi anunciado. Foi sobre Android, múltiplas telas, Chrome(book|OS|cast), Google Drive… foi sobre bastante coisa, na verdade. Continue lendo “O guia rápido, direto e sem enrolação dos principais anúncios da Google I/O 2014”