Por Emily Canto Nunes e Rodrigo Ghedin.
Existem termos que caem no gosto dos publicitários após funcionarem numa campanha e, em pouquíssimo tempo, são tão usados que perdem o significado. “Gourmet”, por exemplo. De cachorro-quente a varandas (?), ele está tão batido que quem diz que algo é gourmet, hoje, corre o risco de gerar aversão em vez de atrair o cliente. Ainda que num menor grau, o mesmo vem acontecendo com os smartphones premium. Modelos completamente diferentes em especificações, materiais e preços estão sendo chamados de premium pelas fabricantes, sem que um critério definido e objetivo explique essa escolha. Afinal, o que é premium?
Isso pode não parecer um problema para você, que só quer comer um dogão honesto, ter uma churrasqueira decente para fazer o churrasco do fim de semana e um smartphone que dê conta do recado. Mas embora seja um termo marqueteiro, a categoria “premium” influencia na precificação dos produtos e nem sempre traduz os benefícios que se deve esperar de um do tipo. A banalização desse adjetivo pode, nesse sentido, implicar em alguns ruídos na comunicação que resultarão em insatisfação do consumidor.

O questionamento sobre smartphones premium ganhou força com a chegada do LG G5 SE ao Brasil, a versão capada com preço de topo de linha, de R$ 3.499. Apesar de visualmente idêntico à versão que se apresenta como o primeiro modular do mundo, lançada na MWC 2016, em março, o G5 SE traz diferenças internas que não passaram despercebidas pela mídia especializada e pelos fãs de tecnologia no Brasil: o SoC é diferente (Snapdragon 652 contra o 820) e há menos RAM (3 contra 4 GB lá fora). Seu concorrente mais direto, o Galaxy S7, da Samsung, desembarcou no Brasil sem esses comprometimentos, exatamente como é vendido em outras partes do mundo, por R$ 3.799.
Segundo Bárbara Toscano, gerente de marketing da LG, o G5 é uma evolução do G4, que era o topo de linha da LG até então e, como tal, é premium porque a experiência é premium. “Estamos trazendo o primeiro celular modular do mundo, no qual se pode acoplar esses ‘Friends’ [acessórios], e que funciona muito bem. Essa é uma decisão de cada mercado, e mais de 30 mercados estão apostando nessa mesma versão que nós. Estamos confiantes de que será um sucesso”, disse, em conversa com o Manual do Usuário. “A estratégia da LG é apresentar custo-benefício e a melhor experiência; por isso, estamos trazendo inovações em câmera como essa de lente grande angular, que é incrível. Quando você mostra isso para o consumidor que nem entende de processador, que usa o smartphone para tirar fotos, ele fica encantado. O processador também faz parte da decisão, mas existem outras funcionalidades que estão à frente”, justifica a executiva. Ainda de acordo com ela, também entra nesse pacote do custo-benefício trazer para o país um produto em uma faixa de preço que o mercado vai responder, ou seja, uma mais acessível. Se o SE está custando R$ 3.499, um LG G5 convencional sairia ainda mais caro. “Não adiantava apostar em um produto que viria num preço muito distante do que o consumidor pode desembolsar”, afirma.
Premium, importante dizer, é um termo do marketing e é usado à exaustão para adjetivar não só smartphones mas outros produtos e serviços com mais benefícios — é bem comum, por exemplo, apps gratuitos oferecerem versões premium (pagas) com mais recursos que as gratuitas. O que um produto, no caso o smartphone, oferece ajuda a determinar se o rótulo “premium” lhe é adequado. A LG aposta que hardware é apenas um dos fatores que compõem a experiência de uso de um smartphone. Ela não está sozinha nessa.

A Sony, uma das marcas que mais se posicionam como premium no Brasil, trouxe, poucos dias depois do anúncio do G5 SE no Brasil, dois smartphones também categorizados como premium, o Xperia X e o Xperia XA. O primeiro vem com Snapdragon 650 e 3 GB de RAM e custa ainda mais caro do que LG G5 (R$ 3.799). Já o Xperia XA, com preço sugerido de R$ 1.799, tem processador MediaTek Helio P10 e 2 GB de RAM, configuração no patamar do Moto G4 Plus — que custa R$ 300 a menos. Ambos, segundo a Sony, têm “design premium”, de metal e fino. (O rival da Motorola ainda usa plástico.)
Samir Vani, da MediaTek, acredita que o fato de um smartphone não ter um determinado recurso não quer dizer que ele não seja premium. A linha de SoC1 Helio, composta pela série X e pela série P, é tida como premium dentro da MediaTek. “Premium é uma percepção de valor criada pelo marketing, diz respeito ao conjunto da obra. O processador é um dos elementos. Um produto pode ser premium, mas não é o melhor. O iPhone não tem recursos lançados há dois anos no Android e é tido como premium”, explica Samir.
A Qualcomm, rival da MediaTek, também adota a nomeclatura premium para suas categorias de chipset. Neste caso, a linha premium é a 800, enquanto a 600, que equipa o G5 SE e o Xperia X, é considerada de alta performance. Porém, segundo explicação de Roberto Medeiros, da Qualcomm, as linhas são próximas e sempre que há uma transição de geração cria-se uma área cinza do que é mais avançado e do que é menos. “Quando você seleciona o chipset, você está otimizando para algum lado: performance ou outros recursos. O ponto de otimização é a fabricante quem escolhe. Esse chipset que saiu agora pode ser uma oportunidade para a fabricante fazer uso de um conjunto de recursos que é muito parecido com o que tinha na geração imediatamente anterior, a qual tinha uma percepção de ser mais alta”, explica Roberto. Ainda de acordo com ele, o que costuma ocorrer entre processadores é um efeito cascata: o que é premium na geração anterior passa a ser high-end na atual; mais tarde, vira mid-range e, por fim, low-end. Câmeras frontais, 4G, até coisas hoje triviais como telas multi-touch, hoje presentes em qualquer smartphone, já foram em algum ponto no passado recursos exclusivos dos mais caros.
Ainda de acordo com o especialista da Qualcomm, os grandes saltos no Snapdragon 820 são a CPU, o modem e os gráficos. Com o 625, a LG parece ter conseguido dar destaque para outros recursos que são interessantes, talvez até mais chamativos ao consumidor: câmera dupla, áudio de alta resolução e gravação de vídeos em 4K. Segundo ele, o chipset não é um dos componentes mais caros de um smartphone; a tela ainda é o principal. Roberto ainda ressaltou: “por vezes, uma fabricante que não usa tudo que um processador premium tem a oferecer pode fazer um smartphone abaixo desse com o 625”.
Um equívoco muito comum — e que, suspeitamos, acaba caindo num ponto cego de quem acompanha tecnologia de consumo muito de perto — é associar especificações à qualidade de premium ou não. Nessa primeira década de existência do segmento, os saltos em desempenho e recursos em intervalos pequenos foram enormes; havia espaço para grandes evoluções entre uma geração e outra e, com o anseio do público por comprar aparelhos melhores ano após ano, esse ritmo encontrou respaldo comercial. Lançar um smartphone mais rápido servia de chamariz para fazer as pessoas comprarem um novo. Mas estamos num momento em que um SoC de dois anos atrás ainda responde bem e os novos de categoria inferior são, da mesma forma, bons o bastante. Em testes sintéticos um intermediário certamente será mais lento que o Snapdragon 820; dentro de um smartphone, na mão do usuário que abre o Facebook, lê e-mails e posta umas fotos no Instagram, a diferença tende a ser menos perceptível — Não à toa os reviews ainda fazem sucesso; o consumidor quer saber como foi a experiência de quem testou. Bons reviews vão além das especificações.

Aqui cabe citar o iPhone, historicamente tido como “lento” por parte desse público aficionado por números, que observa exclusivamente especificações na hora de escolher um smartphone. Até hoje o aparelho da Apple usa um SoC com processador dual-core e até a geração passada ele vinha com 1 GB de RAM — no mesmo período já tínhamos smartphones Android com chips octa-core e até 4 GB de RAM. Nada disso importa muito porque, apesar dos números menores na tabela de especificações, a experiência de fato sempre foi satisfatória. Quando o básico é suprido (e é um reducionismo dizer que o iPhone faz o “básico”), não há muita vantagem em ir apenas pelos números. Talvez exista, mas é difícil encontrar alguém que tenha comprado um iPhone porque ele fez 30000 pontos no Benchmark Super Top+. E, especialmente nesse caso, mas não só nele, vemos que isso diz pouco na hora de posicionar um produto como premium.
O iPhone 4, de 2010, com acabamento em metal e vidro e uma identidade visual inspirada na escola de design Bauhaus, tornou-se imediatamente um produto icônico. As versões subsequentes tiveram o design levemente alterado, mantendo os aspectos fundamentais daquele projeto que, combinados com a faixa de preço, marketing (de novo!) da Apple e outros detalhes mais subjetivos, posicionam o produto como premium. Não se questiona as especificações porque, adivinhe?, elas não importam.

A maior rival da Apple encontrou nesse cuidado com materiais uma saída para restabelecer o interesse em sua principal linha de produtos. A Samsung sempre teve ótimos smartphones, mas pecava por não fazê-los premium. Em outras palavras, o acabamento de plástico do Galaxy S era um ponto fraco, talvez o maior deles. Tudo mudou com o Galaxy S6: os materiais nobres e o design de primeira mudaram a percepção do produto e, enfim, fizeram dele algo definitivamente premium.
A Asus, com a família Zenfone 3, caminha na mesma direção — e faz sentido, já que bom desempenho é algo esperado em smartphones topo de linha e essa expectativa começa a descer para linhas mais baratas. Há uma movimentação no mercado, tanto que, recentemente, a IDC, principal consultoria do mercado de tecnologia, criou uma categoria de smartphones chamada “ultra high end”2. É o crème de la crème, uma nova categoria para diferenciar produtos que ficam cada vez mais parecidos. Até onde ela terá relevância? Não sabemos, mas o nosso palpite é de que esse período seja curto.
O principal aspecto desse debate é que ser premium, mais do que um artifício marqueteiro, é um atributo subjetivo. Existem subsídios para se tentar atingir esse status (no momento, o tipo de material usado no acabamento parece ser o mais importante), mas no fim tudo se resume à experiência e à percepção que o público tem do produto. Nesse cenário, especificações tendem a perder relevância porque deixam de ser diferenciadores. Quando todos os smartphones são rápidos, ser mais rápido não é tão importante.
Se há dúvidas quanto a isso, basta olhar para os notebooks: Ultrabooks e MacBooks são rápidos na medida do necessário. A maioria não vem com o melhor processador, vem com Core i5 que é bom o bastante; eles não têm GPU dedicada que, embora notadamente melhor, traz comprometimentos graves em autonomia da bateria e no próprio projeto se comparadas às integradas no SoC. O consumidor de notebook premium prioriza leveza, autonomia, qualidade de construção e os materiais usados no acabamento. Espere ver isso se repetir, sem muito prejuízo, no mercado de smartphones, inclusive entre os premium.
Revisão por Guilherme Teixeira.
Foto do topo: MacDX1/Flickr.
Sei que estou meio atrasado pra discussão, mas;
Não se trata apenas de ligar ou não pra processadores, cãmera, quantidade de PPI na tela ou similares. É sobre o conjunto da obra, sobre o que faz ou não um bom aparelho.
Os galaxy a5 e A7 2016 por exemplo são bons exemplos disso. São smartphones de desempenho ok, com qualidade de construção premium e alguns toques a mais. Tanto que em especificações são bem parecidos com seus irmãos pobres J5 e J7, exceto por construção, 512 MB de RAM e detalhes menores como leitor de impressões melhores, tela com maior definição, etc. E veja bem, eles custam em média 600 a 700 reais a mais que seus irmãos menores. Isso eu acho justo.
Agora, dizer que um smartphone lançado por 3800 reais pode se dar ao luxo de não cumprir com o desempenho esperado dessa faixa de preço é no mínimo sacanagem.
Ninguém pagaria o peço que custa um carro esportivo se o motor não voasse baixo. E não há sentido em comprar um smartphone que se vende como melhor em tudo, por uma faixa de preço que se espera que ele seja melhor em tudo mas que ofereça em algumas áreas algo próximo ao suficiente.
Quem quer o suficiente não paga 3000 reais num smartphone.
Tem outro aspecto importante, que diz respeito a preço, nessa questão. Um incentivo forte às fabricantes para posicionarem seus smartphones como premium é cobrarem mais por eles. As margens são curtas e é caro manter tudo funcionando (suporte, atualizações, ecossistema). Nesse sentido Samsung e Apple estão num patamar superior, de vender produto e serviços premium. As outras não podem se dar a esse luxo.
Por essas e outras (é uma discussão relativamente antiga já) que pagar pouco por um bom smartphone nem sempre é bom negócio, por melhor ou mais bonito ou pelos materiais usados em seu acabamento. Vide: http://www.androidpolice.com/2016/06/22/has-the-affordable-smartphone-let-us-down-opinion/
Um incrível malabarismo de marketing para disfarçar o óbvio: querem empurrar aparelhos capados (e de custo reduzido) com preço de premium. Não caio nessa pegadinha não.
Só queria entender: a discussão nos comentários é para decidir o que é ou não premmium ou ficar preocupado que as fabricantes de Smartphone tornem nosso mercado mobile igual ao automotivo onde um carro novo e literalmente pelado é vendido por 30 mil Temers e com juros que dobram o valor final do carro se parcelar ele em 48x.
Para mim o conceito de Premium é muito simples…. Em uma sociedade de produção em massa de bens de consumo, produto que poucos tem são definidos como Premium…
Independente de especificação e etc…. ou seja, pague mais para menos terem e isso gera “status”, pois isso o diferencia…
Agora não entendo porque esse sofrimento todo com as versões rotuladas de capadas…. Esse tipo de procedimento existe em todos os outros ramos da indústria…. Carros, eletrodomésticos, roupas… ou sinceramente alguém acha que todos os modelos de carros (da GM, por exemplo) lançados nos EUA e são lançados aqui?
Outro exemplo… Porque as grandes operadoras (Vodafone, DT, BT) de telefonia não vieram para o Brasil??? Economicamente não era interessante….
No caso dos fabricantes de smartphone, eles optaram por versões mais simplificadas do que terem modelos exclusivos para determinados mercados…. A Samsung por enquanto ainda não adota esse modelo de negócio, mas acho que não vai durar muito…
Infelizmente isso é capitalismo… E não acho que elas estejam erradas…
A saída????
Maior poder consumo….Uma economia que permita termos consumidores com maior poder aquisitivo ou um estado menos usurpador (menos impostos)… Infelizmente um quadro que fica cada vez mais distante…
“Agora não entendo porque esse sofrimento todo com as versões rotuladas de capadas…. Esse tipo de procedimento existe em todos os outros ramos da indústria…. Carros, eletrodomésticos, roupas… ou sinceramente alguém acha que todos os modelos de carros (da GM, por exemplo) lançados nos EUA e são lançados aqui?”
E quem disse que a população brasileira não se revolta com os outros casos? No caso dos carros o lobby fez com que todas as fabricantes praticassem esse modelo (carros piores+precos abusivos). Oq não quer dizer que vamos deixar o mercado de smarthphones seguir pelo mesmo caminho, e qual seria a solução? Não comprar esses modelos capados, ja que o mercado é competitivo e outros modelos superiores pelo mesmo preço ainda existem.
o que eu quis dizer é que ninguém reclama dos modelos que são topo de linha não serem lançados aqui de outros produtos…
Por exemplo o HRV mais completo vendido aqui é versão de entrada nos EUA. Nunca vi ninguém cobrando a Honda por não lançar a versão top americana por aqui…
As pessoas reclamam que nossa versão básica de carros é um lixo (o que tem toda razão) e que nem existem por lá…
Você, eu como consumidores podemos escolher o que quisermos, mas não tem como negar que é uma prática adotada em todos os mercados que as empresas consideram pouco lucrativos para determinados modelos… E acho que logo será adotado por todas…
Eu trabalho na área regulatória de produtos médicos… Quem trabalha nessa área sabe a quantidade de empresas com equipamentos médicos (desde ressonâncias até oximetros) incríveis que não tem o menor interesse em vir para o Brasil ou fazem como a Xiaomi… Vem se deparam com a zona que é esse país e quando colocam na balança acham que financeiramente não compensa ficar aqui….. ou ainda trazem modelos antigos que são mais competitivos com relação a preço… Com isso todos perdem…
Pode ser uma visão pessimista? Talvez…. Eu gosto???? Com certeza não, mas acho que é isso que acontece.
Esse é realmente o post mais comentado dos últimos tempos aqui no Manual do Usuário.
Que legal isso.
Já estou vendo saindo do forno um “Guia Prático” comentando o mesmo e explicando sobre o que foi escrito e a posição do site a repeito disso :)
Parabéns Emily e Ghedin!
Já tinha lido há muitos anos sobre essa questão do premium e, à época, era uma questão de ter acesso a produtos de entrada de marcas de luxo. Talvez com o tempo isso tenha se vulgarizado um tanto pelas áreas de marketing, mas um iphone 6 se, por exemplo, eu poderia classificá-lo como premium pelo menos no brasil, em q um iphone é caríssimo, mas não chega a ser um produto de luxo. enfim, deixo uma parte da leitura q fiz e q talvez possa interessar a alguém.
apenas um (irrelevante) preciosismo:
é um pouco de exagero dizer que a apple teria se inspirado na bauhaus para a identidade do iPhone 4 (pois, se disséssemos isso, teríamos que dizer o mesmo de praticamente qualquer outro produto industrial contemporâneo… ou de nenhum). Mesmo as mitificadas relações da apple com os produtos da Braun e com o ideário do Dieter Rams (http://www.cultofmac.com/188753/the-braun-products-that-inspired-apples-iconic-designs-gallery/ ) são meio questionáveis, mas visualmente mais fáceis de explicitar e conectar.
Mas, sem dúvida, o desenho do iPhone 4 certamente ainda ajuda a encontrá-lo por até uns R$ 800, 900 por aí, apesar de ser um aparelho obsoleto de 2010… (nem que seja pela fácil conexão visual com à marca Apple, independente de qualquer outro atributo). Não creio que qualquer concorrente consiga reunir em um produto tal aura que evoque ao mesmo tempo tanto ideias de distinção quanto de massificação.
Bem, não sou consumidor de smartphone premium. Até achei que fosse, quase comprei um S7 Edge mas no final comprei um Moto G4+ mesmo, mais barato de repor no assalto.
E sem querer consegui entender um pouco mais desse foco na experiência em smartphones em detrimento de especificações top. Porque é meio isso que a linha Moto de certa forma entrega, e mesmo não sendo um flagship o G4+ não tem decepcionado nem um pouco – arrisco dizer que é o melhor que já tive.
Mas já cansei de ver produto capado por aqui. É desgastante. O Brasil é tratado como a terra do dinheiro fácil pelas empresas estrangeiras.
Na verdade, o grande culpado de ter colocado essa visão de terra aonde todo mundo paga por muito pouco está relacionado ao consumidor. Isso acontece há muito tempo, vide a indústria automobilística, que cria duas versões de carros, sendo que a mais cara e sem “bônus” fica no país e a outra vai embora.
Não sei se entendi certo, mas vamos lá, de acordo com o texto um produto premium não necessariamente tem que ter seu SOC sendo os melhores dos melhores e não necessariamente seu preço tem que ser o maior dos maiores, tanto que foi usado o exemplo do Zenfone 3 que todos nos esperamos vir por uns 1700, em terra onde os tops vem por 3500. Nessa parte do texto, eu consigo concordar, se realmente a Asus conseguir lançar um produto ótimo, com qualidades impares (para sua faixa) e mostrar para o que veio, até aceitaria o marketing dele usar a palavra premium (apesar que para mim premium sempre será o end do end). Agora, quando a LG ou Sony lançam um aparelho que não faz sua presença, como pode ser considerado premium? Na entrevista com o diretor da Asus ele mesmo falou: muitos vendem como se fosse premium, mas o consumidor entender que é realmente premium é outra coisa. E o consumidor (pelo menos nos que lemos sobre tech) sabemos que não podemos considerar esses produtos como premium, pois premium não é apenas também não é apenas acabamento, é ele está de acordo com o seu preço. Um Zenfone 3 por 1700 poderá ser premium em terra onde um XPlay é esse valor, mas um Sony X não pode ser premium quando concorre com um S7.
“E o consumidor (pelo menos nos que lemos sobre tech) …”
O Marcel também diz que o consumidor não sabe o que está comprando, que pega o celular na mão, liga, rola a tela duas vezes e fecha negócio. Para esse cara, não importa se vem Snapdragon 820 ou 652, importa que o celular seja responsivo e funcione bem. E esse cara é a maioria; o consumidor que lê sobre tecnologia, eu e você, somos exceções.
Mas até que ponto esse consumidor que vai olha, acha bonito e talz se enquadra no grupo de consumidores que podem gastar 3 mil reais em um celular? Porque tem muita diferença, esse consumidor que não sabe e pode vai no mínimo comprar um celular como o do amigo, Iphone ou Galaxy S7, ele não vai sair disso, porque o amigo dele tem isso. Lembro de um video do Android Authority que mostrou para donos de Iphone a Galaxy S7, o G5 e acho que o HTC 10 e a galera falando que o G5 tinha cara de produto barato. Ou seja, a LG e a Sony não conseguem vender o peixe dela, nem a HTC consegue vende. Então sorry, isso é só marketing, porque o consumidor não está aceitando, então LG sorry, vai continuar a receber 0,16cents de lucro de celular mesmo, não foi dessa vez. Um produto premium é mais que um SOC, e é mais que material, tanto que um Iphone 5c para muitos deve ser considerado premium, mesmo de plástico.
Eu leio sobre tech e não posso pagar 3 mil reais em um celular.
Muita gente compra por ostentação, parcelado em 12 vezes sem juros nas promoções dos cartões de lojas.
Mas falei desse consumidor que pode pagar, ele vai comprar o que os amigos que como ele podem comprar um celular de 3mi,l sem problemas, que no final a grande maioria vai ser Iphone e um Galaxy, sendo o Iphone a realidade. E até que ponto ele vai ser como esse consumidor que o Marcel disse que vai chegar na loja sem nenhum em mente, ele vai ficar nesses.
Depois pensando, acho que o problema dos textos é simplesmente os exemplos que foram colocados, ele trata como se o o G5 ou o Xperia X realmente fosse visto como um produto premium e infelizmente não é essa a realidade, por isso todo mundo não está concordando com o texto.
Acho que seu argumento confunde preferência do consumidor com posicionamento de produto. O fato do iPhone e do Galaxy S serem os mais vendidos numa faixa de preço maior não significa que eles são os únicos daquela faixa (e aí reside o grande problema de toda fabricante que não é Apple ou Samsung).
O barateamento dos componentes, o uso de materiais nobres no acabamento e o desempenho satisfatório aproximam celulares caros, que sempre foram premium, dos intermediários que agora são posicionados como tais. Esse é o ponto do texto. Não tem a ver com quem vende mais ou qual é melhor.
Entendi o que voce disse e realmente fiz essa analogia, mas até que ponto podemos fazer essa separação de um para outro? Porque eu fazer um produto e não vender não vai da em nada no final das contas. Um celular como o One Plus 3 é premium, pelo seu conjunto de preço e SOC e porque também fez com que as pessoas procurasse por ele, acabando com os estoques do produto. Acho que é o que disse, usar exemplos de premium para o G5 e X como premium não colocou para nos, porque vemos só um produto que está nos roubando hahaa. O Zenfone 3 por 1700 seria premium.
E você usou o ponto de intermediário e me veio a dúvida, o G5 SE no Brasil é intermediário? Porque por SOC é, mas por preço não é. Ou agora é a categoria premium? hahahaha
Imagino a cara dela da gerente de marketing da LG falando “acoplar esses ‘Friends’” , totalmente estranho isso.
Eu acho que dois fenômenos paralelos reduziram a importância das especificações na segmentação dos produtos, além de não ser mais um ponto crucial para a experiência em um smartphone já que a maioria é aceitável como o texto pontuou.
Primeiro, o fato de que um smartphone ou notebook depende de muito mais variáveis além de seu poder de processamento para ser um bom produto, enquanto nos desktops o poder de processamento sozinho explicava 90% da sua experiência com o dispositivo, em um smartphone há vários outros aspectos envolvidos.
Segundo, é que as especificações se tornaram muito mais complexas de se analisar dada a grande variedade de arquiteturas e sistemas operacionais disponíveis (Android conta como vários, já que o kernel do sistema é desenvolvido pelo fabricante e impacta no desempenho do hardware). Os números pouco refletem no desempenho real, o que me faz discordar do ponto de que a Apple não oferece hardware premium: as especificações não chama atenção, mas o desempenho é ótimo por ser uma arquitetura melhor que dos concorrentes. O número de núcleos e o clock estão há anos estáveis, mas isso não significa que eles não tenham desempenho melhor ano a ano dado os avanços nas arquiteturas.
Acho que a definição de premium muda de acordo com o que o mercado está oferecendo. Para ser premium, tem que ter um nível de qualidade mínimo em vários aspectos chaves que são oferecidos por concorrentes premium. Design em metal era algo bem mais valorizado antigamente, agora virou o padrão de qualquer high-end. Na época que apenas o iPhone usava esses materiais nobres, a Samsung vendia horrores com aqueles acabamentos paupérrimos comparado aos smartphones atuais e na época era premium porque todos faziam o mesmo.
A Apple de fato oferece hardware premium (no sentido de ser o melhor do mercado). Usamos o iPhone como exemplo devido a isso nem sempre se refletir em termos com apelo no marketing, tipo quantidade de núcleos e frequência do processador.
Mas é uma comparação meio esdrúxula. A plataforma da Apple é altamente customizada e adaptada ao seu hardware, fazendo com que mesmo com componentes “não-high end” obtenha-se alta performance. No caso do Android, isso não se aplica.
Você está dizendo então a culpa é do Android?
Que o Android é mal programado para atender para o que ele é feito?
Não.
Não.
O desempenho de um processador tem muito menos a ver com quantidade de núcleos e clock do que o marketing propõe, existem vários outros números e informações relevantes que são ignoradas como tamanho do cache, tipo de cache, quantidade de registradores, arquitetura utilizada, etc…
http://www.anandtech.com/show/9686/the-apple-iphone-6s-and-iphone-6s-plus-review/15
Meus tops dos sonhos: HP Elite x3 e Xperia Z5. Um BlackBerry Priv cairia bem também pra mim, mesmo não tendo a última palavra em processador
mmmmmm…
Ótimo texto, mas não me convenceu.
Eu sou o típico comprador de celulares high end. Acho que sim, experiência é um dos fatores mais importantes na hora de escolher um celular, assim como qualquer coisa. Mas o que estou vendo é a simples redução de material sem mudança de valor final.
Eu saí do iPhone 6 Plus, fui pro Galaxy S7 Edge e sim, queria um SOC topo de linha. Paguei bem caro, esperando ter de tudo e questão de componente no topo de linha. Se eu quisesse desempenho “satisfatório”, comprava um Moto S Style.
Oras, quer reduzir o SOC, tá tudo bem, mas cadê a redução de preço? Bem cômodo correr para o argumento de “premium é uma questão subjetiva”, mas quem compra um Jaguar não quer um motor de Chevrolet mesmo que a “diferença seja imperceptível”.
Pra mim, é só uma questão de economia, no caso de LG e Sony. A Asus pelo menos faz um aporte de valor mais honesto.
Que alguém vai preferir deixar de comprar um S7 com processador Exynos octacore pra pagar o mesmo por um Qualcomm 652, boa sorte. Mas eu não caio nessa.
É difícil falar em preço porque não temos o modelo com 820 no mesmo mercado. É bem provável que a LG tenha esticado um pouco a margem de lucro nesse G5 SE, e isso é um risco. Mas creditar ao SoC um preço “injusto” ignora totalmente o argumento do texto. O G5, com Snapdragon 6xx ou 8xx, é o topo de linha da LG e ela cobra como tal.
A discussão se é justo ou não e, principalmente, a comparação com o Galaxy S7, são totalmente válidas, mas questionar o “premium” dele (e isso inclui o preço), não acho que faça sentido. Se viesse com um Snapdragon 820, mas… sei lá, uma câmera meia boca, seria injusto? A HTC sempre fez com os seus topos de linha (apesar das promessas, as câmeras são medíocres). A diferença é que SoC é objetivamente mais fácil de comparar do que câmera.
LG G4, processador Snapdragon 810 (topo de linha à época), acabamento em couro. Preço de lançamento: R$ 3.099,00
LG G5 SE, procesador intermediário, acabamento de metal (que me falaram
ser meio porquinho, mas não vi). Preço de lançamento: R$ 3.499.
Eu entendi o ponto do texto, mas o preço aqui não reflete essa “tendência”. Olha o Xperia X, que lá fora tem duas versões, uma com 820 e outra com 652, mais barata. Aqui não. Aqui vem o mais barato e com preço mais alto.
Legal falar de outro ítens como câmera, mas não conheço um aparelho que o fabricante fez uma câmera melhor pros EUA e uma pior pra terceiro mundo.
A “tendência” pode pegar consumidor que não entende disso, ok. Mas eu, como consumidor de high end, acho isso um estelionato.
Se vou pagar mais de 3 mil num celular, quero o top shelf mesmo, igual lá fora.
É normal isso de sempre vir a pior versão para cá com o valor sempre mais caro. Todos os últimos smartphones que passaram por isso foi assim.
Estou enganado?
G4 808, campeão! Capado que a LG adora desde o G3 nacional.
O G4 vinha com o Snapdragon 808, aqui e lá fora. O G5 SE, concordo, é uma estratégia arriscada. O Xperia X é igual o de fora (o X Performance é outro aparelho, não entra no mérito).
Não há nada errado em querer o smartphone com o melhor desempenho. Voltando à analogia dos notebooks, alguns prefere carregar 5 kg nas costas para ter notebooks “gamers”. Atente ao “alguns”; não são todos, quiçá a maioria. As fabricantes tentam atender as demandas da maioria e, olhando de fora, parece-me que uma câmera melhor e um esquema modular chamam mais a atenção do consumidor médio do que um processador super rápido.
O “consumidor que não entende disso” não vai ficar furioso em descobrir que com um processador mais rápido ele abriria o Facebook 0,2 segundo mais rápido se, com o que ele está usando, o Facebook abrir quase que instantaneamente. Esse é o meu ponto. O desempenho está tão nivelado e alcançando camadas “inferiores” dos SoC que não é mais fator de diferenciação.
Saí de um Note 2 com experiência porca, travando, péssimo gerenciamento de memória. Peguei um A5, com a mesma ram. Parece outro celular, o Lollipop deu outra cara, o gerenciamento de memória me permite abrir apps como se não houvesse amanhã. É um intermediário, mas como disse o Ghedin, a experiência conta. E, na boa, o público em geral nada entende de specs. Nem os vendedores.
Ah, para quem falou de motor, um dos carros mais caros do Brasil, o Evoque, usa motor 2.0 da Ford. E aí, vale? Outro. O HRV é montado na plataforma do Fit. Vale?
Octacore, impressionante. Nem meu desktop tem tudo isso.
Acabei de me desfazer, feliz, de um Xperia T3 octacore. Muitos cores já disseram mais sobre a qualidade de alguma coisa…
Processadores multi-core são um dos artifícios de marketing mais lamentáveis da indústria.
Já era ruim em PCs, imagina em Smartphone
Na realidade Xperia T3 é um Quadcore 1.4GHZ e não um octacore.
Verdade. Me confundi com o G4+ que substituiu o T3.
A quantidade de core é tão “relevante” que você tinha um celular e imaginava que o mesmo era octacore esse tempo todo.
É isso, LG, Sony, e agora a motororola e a Samsung adoram trazer para o Brasil modelos capados pelo preço original, claro quando falamos de premium eu só posso pensar no mercado Europeu e Americano que são os únicos que interessam para todas elas. E podemos citar varios casos de desleixo por parte dessas fabricantes: LG desde o G3 só trouxe celulares capados, Sony com seus preços astronômicos porque aqui é marca de luxo (PS4mil reais), Moto Z com clock inferior (e acho que com menos memoria tb) e oq seria o meu próximo celular pq tem uma das funções mais interessantes quando foi anunciado, o Galaxy S6 brasileiro, não tem o MST, que simula uma tarja magnetica para o Samsung pay (nos EUA isso seria motivo para processo).
Essas mudanças, para mim, descaracterizam completamente o sentido de premium desses aparelhos, pois são as funções que me fariam pagar a mais por eles aqui no Brasil.
E a comparação com os ultrabooks e Macbooks é esdruxula, eles perdem funções (processador, video dedicado e dvd/bluray) para introduzir features que o tornam oq são: Mais finos, mais leves, maior duração de bateria, mais compactos…….. que ganho tivemos com a mudança de cpu do Lg g5? Se for o preço nós a mencionamos o samsung S7 (até que se descubra que ela capou algo nele assim como no S6).
O S7 de fato é a pedra no sapato do argumento do texto. Aliás, inclusive o iPhone 6S, que tem o processador apesar de dual core, avançadíssimo, porque poder de fogo ainda importa em smartphones. Quem diz que seu processador é fraco por ser dual core não entende do riscado. São pornograficamente caros, mas são de fato topo de linha.
A LG tá jogando um verde super criativo. Lança no mesmo preço pornografico, mas com recheio capado lá pro terceiro mundo. VAI QUE COLA. Espero do fundo do meu coração que naufraguem fragorosamente.
Foi doloroso de se ler a tergiversação épica desses executivos. Ligeiramente decepcionante também que esse site, sempre excelente em suas análises, tenha comprado essa narrativa.
Não é tergiversação, é uma aposta do mercado. É um costume nosso olhar só especificações para precificar smartphone. Se fosse assim os Windows Phone topo de linha, sempre com o Snapdragon mais rápido do momento, venderiam bem. Não basta. Entra software, entra acabamento, entram outros aspectos que, juntos, fazem o produto.
Talvez o consumidor responda negativamente a essa estratégia da LG e Sony. Talvez não. A nossa aposta é de que, não, ter o processador mais rápido não é um fator tão preponderante na hora da compra. E está tudo bem, porque, hoje, a qualidade dos componentes mid-range é boa o bastante.
A partir do momento que têm concorrentes com conceito “””””premium””””” por dentro e por fora cobrando preços parecidos, desculpa, pra mim chamar de estratégia de mercado é normalizar malandragem. Quer lançar corpo premium com interior capado, por um preço sensivelmente melhor? ÓTIMO. Talvez eu inclusive considerasse a compra. Mas como está é estelionato, tergiversação, malandragem, o que preferir.
“Estelionato” é meio pesado, não? Afinal, as empresas não estão escondendo as especificações, nem mentindo aos clientes. Compra quem quer.
Compra quem quer. Cabe a quem entende do assunto, você entre eles, apontar o absurdo do fato frente à concorrência. Estou usando linguagem carregada porque estou puto da vida, sei que não estão fazendo nada ilegal. Só acho que são malandros querendo tirar o couro do nosso mercado, coisa que vem acontecendo a séculos. Não me peça pra achar bonito.
Eu não acho absurdo. Podemos discutir se o preço, isolado de qualquer aspecto objetivo como o SoC usado, é caro (é), mas isso vale para Galaxy S7 e iPhone também, que vêm com um SoC melhor.
Puto da vida?
Brasileiro sempre vai curtir pagar caro para se sentir parte de uma classe. E as empresas apostam nesse comportamentos de consumo.
Ponto me parece,que por pensamento em vendas,algumas marcas estão deixando de lado o Brasil,espero que a Samsung continue com a estrategia de aparelhos com construção premium definidas como linha A e linha S sem restrição de hardware no Brasil,aposto que S7 vai ter venda ainda.
Ah, Ghedin, me desculpa.
Mas, caramba, os caras capam specs, cobram a mais e vão lá dizer que é tendência?
Sony nua quer trazer o Xperia X Performance? Beleza.
Pô, mas traz o modelo simples e cobra 2700, né?
“ah, estamos trazendo um modelo com excelente custo desempenho blablabla a experiência mantém a qualidade da linha Xperia X blablabla e o preço está de acordo com a realidade do país…”
Mas cobrar preço de S7 num celular mediano é desonestidade, pra mim, sim.
Por que é “simples”, “mediano”? Só por causa do SoC? É isso o que apontamos no texto: SoC, por si só, não determina a qualidade do aparelho.
Por que é CARO, mano.
No final das contas, ele é caro. E não sei por que preço é sempre um elemento deixado de lado nesse debate, especificamente.
Não é deixado de lado, tampouco é fator determinante. Se esse Xperia XA custasse R$ 1k ainda seria, para mim, premium (e um excelente negócio).
Como já disse para outros leitores, a gente pode questionar o preço, mas acho que ele não pesa tanto no debate. E, no caso do Xperia XA, ele até que está de acordo com o histórico da Sony por aqui. O modelo anterior mais próximo dele, o Xperia M4 Aqua, foi lançado por R$ 1.499 (acabamento em plástico e tal). Considerando a variação do dólar e as melhorias no acabamento, R$ 1.799 de partida parece condizente. O mesmo vale para o Xperia X em comparação aos Z5.
O que você disse está correto. Mas o que o texto não está considerando é que não estamos falando da nova categoria de preço “Moto G das antigas” mas acabamento e experiência melhores e custando até 2k…2.5k. Estamos falando de preços que superam 3k fácil.
As fabricantes são sim muito, mas MUITO, suspeitas dos produtos que lançam no Brasil. De novo fica a comparação da LG com sua compatriota Hyundai/CAOA e suas ações no Brasil de vender experiência premium, a preço premium mas utilizando motores de versões mais fracas e básicas.
Não embarco nesse discurso. Pro consumidor final que não entende disso faz diferença? Quase nenhuma. Mas está comprando algo que se pressupõe utilizar os melhores componentes possíveis. (algo que vc tem quando compra o iPhone e o Samsung mais caro)
E não duvido que esse “Premium-Brasileiro” não seja uma escadinha para ultrapassar com mais facilidade a barreira dos 4k….quiça 5K com o Premium de verdade, o tal Ultra-High-End
Já tivemos smartphones acima de R$ 4k antes dessa nova leva de modelos premium (Xperia Z5 por R$ 4,3k e o Z5 Premium por R$ 4,7k). É difícil dizer por quanto modelos superiores (Xperia X Performance) ou variações mais potentes (G5 normal) chegariam aqui se os tivéssemos em nosso mercado ou se tivessem sido trazidos no lugar dos modelos superiores/variações menos potentes que foram de fato lançados no Brasil. Em se tratando de mercado, tudo é possível.
Não quero que o nosso texto seja visto como uma defesa das empresas (eu jamais poria a minha mão no fogo), mas sim como uma argumentação de que há espaço para modelos premium que não tragam configurações de ponta. No estágio atual dos smartphones, isso deixou de ser um fator determinante.
“Não quero que o nosso texto seja visto como uma defesa das empresas ”
Claro….. isso já é minha premissa inicial. Estamos argumentando sobre os pontos mesmo.
…
…
seu…seu… seu blog vendido para as grandes corporações e os illuminatti e…
XD XP
Ghedin,
Aposta de mercado é algo subjetivo, também. É uma aposta, em fim, mas contem riscos calculados. Nunca saberemos ao certo quais são as variáveis desses riscos, que não devem ficar totalmente as claras para o consumidor. Devem vir maquiados em estratégias de marketing.
Em qual outro lugar no mundo, no entanto, as empresas fazem esses tipos de apostas?
Arrisco me dizer – tentando me isentar da natural síndrome de vira lata brasileiro – que é mais em países “emergentes”, onde há uma nova classe ávida por consumir.
O texto é ótimo e eu concordo que experiência de uso premium não tem haver com bench e modelo de processador. Mas tem um contraponto importante. Daria mais validade a todos os argumentos se essa tendência fosse no mundo todo. Mas não é novidade que recebemos um produto capado em relação ao exterior. Se o argumento da LG fosse de fato válido, porque o G5 europeu não leva o Snapdragon mais fraco? E se a Samsung trás o S7 que o ultra high end dela, qual o problema da LG fazer o mesmo? (ok, é modular e no frigir dos ovos pode ser até superior ao s7). Ainda assim…. É estranho.
E vemos exatamente o mesmo movimento no mercado automobilístico. Produtos premium capados em sua versão brasileira.
Claro, a nossa renda per capita não é a mesma e a balança do dólar, crise econômica, política e moral atrapalha muito. Mas ainda que o argumento das fabricantes seja justificável, temos um produto não tão premium a preço de ultra premium.
A crítica é realmente válida, mas ignora as outras duas fabricantes. Xperia X e Zenfone 3 terão o mesmo SoC em todos os mercados.
Xperia X terá dois modelos. O X e o X Performance, este último mais caro e com Snapdragon 820. :-)
Mas aí são modelos diferentes, não entra no mérito.
Ué, mas o G5 SE é outro modelo também, não? O G5 que tem lá fora não é esse SE. Logo a comparação é válida.
Faz sentido. Os dois pares, da LG e da Sony, são ruins para discutir preço porque falta um modelo das duplas aqui no Brasil. Sem isso, ou seja, sem saber quanto custariam aqui, a gente acaba patinando em achismos.
Mas o Xperia tem uma versão melhor lá. Aqui teremos a mais simples a preço da melhor. Ou seja, Premium aqui não é o Premium de lá. O Asus, ok….. *(e salvo engano temos um capado na Motorola em comparação com uma versão americana, mas não lembro onde vi)
Vale lembrar que a Apple usa menos RAM pela otimização do iOS, mas coloca seu melhor SoC possível em seus flagships. No Android, estão diminuindo o o SoC (já que a linha 600 da Snap está ficando boa o suficiente). A novidade é que perceberam que com muita RAM e uma boa velocidade de leitura e escrita na memória, até um Snap 4xx fica usável.
Enfim, eu entendo o que o texto disse. Mas diria que seria perfeito e encaixaria melhor se fossemos um país de primeiro mundo. A minha visão continua que aqui o conceito de premium é deturpado e sempre parece em desvantagem com o premium de fora.
Essa comparação que você e outros estão fazendo é difícil porque não temos o Xperia X Performance no mercado brasileiro para comparar preço de fato, sem ficar na suposição.
Aliás, se olharmos para os topos de linha imediatamente anteriores da Sony (Z5 e Z5 Premium), o preço do Xperia X na verdade baixou:
Xperia Z5: R$ 4.299
Xperia Z5 Premium: R$ 4.699
Xperia X: R$ 3.799
Mantendo a mesma diferença entre os dois topos de linha da geração anterior, o Xperia X Performance deveria chegar aqui por R$ 4.399. (Tudo isso desconsiderando inflação e a flutuação das moedas no período.)
Como disse ali em cima, esses preços são caros? São, e discuti-los é super válido. Mas compará-los com modelos que não foram lançados no Brasil e, portanto, não sabemos quanto custariam aqui é esticar muito o argumento.
Acompanho o mercado de tecnologia e ainda fico super empolgado com os lançamentos mas não compro um high End, fico nos intermediários. Não sou um heavy user mas para redes sociais e fotografia um bom intermediário dá conta. Ótimo texto.
Kinda Off-topic: comprei um OnePlus 3… É magnífico e estou amando ?
Se me permite perguntar, onde/como comprou?
no país que moro está vendendo. 399€ :)
Estamos regredindo,daqui pouco TOP será smartphone com lantena .
Ah bom, achei que morasse no Brasil.
Nada melhor que sair de um Android e ir para um iPhone.