Teriam os anunciadores do fim do Twitter se precipitado?

Que o Elon Musk é um idiota, fez uma série de trapalhadas que tem piorado o Twitter tanto na experiência do usuário quanto na posição sociopolítica do site, acho que pouquíssima gente aqui vai discordar.

A questão que eu queria levantar, no entanto, é outra: será que existe qualquer chance do fim do Twitter (ao menos da fase “mainstrem” dele) estar à vista, como alguns tentaram cravar?

Digo isso porque, por mais que tenha se falado muito no surgimento de alternativas e em um êxodo de usuários, a impressão que eu tenho é que em nada mudou o status de rede social de massa que atinge muita gente, inclusive fora das “bolhas” de usuários mais “crônicos”, e da qual uma boa parte dos grandes perfis só tem a perder (em audiência, cliques, leitores, conexões) ao buscar alternativas que não chegaram (e provavelmente não chegarão) a se firmar como alternativas de fato grandes ao Twitter.

O que acham?

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6 comentários

  1. Não achei que iria acabar, mas que ia ter uma debandada muito maior de usuários, eu achei que teria. Pelo visto, as pessoas não estão muito preocupadas se o novo dono é um completo biruta que está mais preocupado com o próprio ego e os próprios interesses, do que com bom funcionamento da plataforma.

    Acho que, pelo tempo que existe, e pela praticidade em transmitir informações rápidas, o Twitter ainda vai ficar muito tempo com relevância. Ainda não apareceu nada tão fácil, simples e rápido como o Twitter. De certa forma, é só instalar o app e sair usando. Acho que essa questão da praticidade ainda é o que mantém a relevância do Twitter.

    Sem esquecer que, se pensarmos em notícia rápida e em tempo real, a primeira rede que lembramos é o Twitter. Um certo “prestígio” e falta de alternativas reais para o grande público (aqueles que só querem instalar o app, criar uma conta rápido e sair usando) também são fatores importantes.

    Tem também um terceiro fator, que é o nicho. As grandes redes sociais, a partir de um certo momento, ficaram cada um no seu quadrado. O Twitter se beneficiou disso e só foi crescendo. O Facebook, hoje em decadência, embora ainda muito usado mesmo depois tudo o que aconteceu, deixou a Meta desesperada para achar soluções. Soluções para mudar a imagem da empresa e para tentar viabilizar o a própria rede social nesses tempos sombrios para ele. O Instagram deu uma boa suplantada no Facebook. Enquanto o Twitter, não raro, vemos usuários usando Instagram e Twitter ao mesmo tempo.

    Em resumo, o que estou tentando dizer é: o Twitter tem seu público e seu uso bem delimitados e dentro do seu próprio nicho. E, como no caso do Instagram que tirou muitos usuários do Facebook, o Twitter ainda não teve nenhum concorrente que conseguisse algo semelhante, porque seu “quadrado” ainda está bem delimitado e sem alternativas reais.

    P.S: eu uso o Mastodon, mas como já foi dito aqui no Manual, a forma como ele funciona, principalmente em relação a cadastros, inviabiliza para o grande público. As pessoas querem, quase que na totalidade do tempo, o mínimo de esforço e trabalho possível.

    1. Exatamente!

      Não tenho conta no twitter, mas acompanho @ via Nitter, que por incrível que pareça ainda funciona mesmo com as questões de API.

      O Twitter de certa forma ainda tem uma credibilidade, mas nem por causa dos donos, mas sim por causa das pessoas que estão por lá. Ou melhor, das “personas”.

      O Twitter permitiu que existisse o “anônimo famoso”, ou seja, a pessoa que não expõe sua identidade real, mas interage tal como alguém de relevância. E isso também contou de certa forma durante os últimos anos em relação a política no Brasil (e no mundo).

      O nicho do Twitter é da turma que gosta de discutir o assunto do momento e gerar algum pensamento que viraliza fácil. E quando falo assunto, não é só a notícia mas também algo que viralizou em outras redes. As redes meio que “depuram” algo que viralizou em uma ou mais redes, e com isso algo que ganha notoriedade ganha algum respaldo quando caí no Twitter e/ou Instagram. Noto que o jornalismo em si curte a mecânica do Twitter e até prefere estar por lá devido a dinâmica que permite que um URGENTE chegue em segundos para ser viralizado em outras redes.

      O mastodon não é nem só a questão de cadastros. Existem instâncias que são públicas, de fácil cadastro e mantidas para realmente terem um número maior de pessoas. O problema maior é o sistema federado mesmo. Como já disseram por aí, um dos maiores males é a questão do “Ditador Benevolente”. O responsável (ou responsáveis) pela instância é quem muitas vezes dá a palavra final sobre alguma atitude que recaia na moderação ou na construção das regras de uso.

      Outro ponto também é como se construiu as comunidades federadas. No final, são bolhas mais interconectadas na própria instância e/ou vizinhas de federação. Em qualquer desculpa de atrito, uma federação pode ser desfeita e com isso pessoas que interagiam entre si abruptamente perdem comunicação, as vezes sem anúncio imediato.

      A maior vantagem do Mastodon é poder apagar toda a conta quando se vai embora. O twitter bloqueia isso (e alguns lugares por aí também). Gosto desta função pois se me sinto irrelevante em algum lugar, me pergunto se os assuntos que ponho também são irrelevantes e deveriam estar naquele local.

  2. Eu não acho que foi precipitado, porém eu imaginei que aconteceria muito mais rápido. Não tanto pelas pessoas saindo de lá, mas mais por tanta gente ter sido mandada embora e a complexidade de manter algo tão grande e complexo ter virado responsabilidade de poucos. Ou a galera construiu tudo de uma forma muito bem resiliente ou os que ficaram estão apagando fogo o tempo todo e não ouvimos falar.

    O lance é que ainda não existe uma alternativa boa* o suficiente. Se tivesse, muito mais gente teria pulado fora. Eu acho que essa nova rede do Instagram, infelizmente, tem o maior potencial de preencher esse papel.

    * Fácil de usar, todo mundo no mesmo lugar, etc.

  3. Minha opnião varia entre “o twitter não está perto de acabar” e “o twiter não é isso tudo que acham ser” de tempos em tempos.

    Acredito que quem realmente usa o twitter, quem acompanha essa rede “social” é uma bolha. Quem está fora dela acompanha só o eco dessa bolha.

    E dentro dessa bolha tem uma outra bolha menor, de quem propaga que o twitter está com os dias contados. Mas essa bolha menor já acho que é uma especifica do pessoal que gosta de anunciar o fim das coisas. Fim do twitter, fim do netflix, fim do google, etc.

  4. Com certeza. O pretenso fim do Twitter foi o “não vai ter Copa” ou o “não vai ter golpe” das redes sociais, em 2023. Só serve para mostrar o nível de dependência que criamos ao aderir maciçamente a estes serviços centralizados e monopolistas.

    1. mas adesão aconteceu por, em tese, oferecer um ‘melhor serviço’? um exemplo que o google tá bobeando em relação do bing, mesmo que o google tenha uma maioria e um monopolio por oferecer o serviço de qualidade e o bing está botando ia na internet (só por causa do nome da microsoft) e não nego que tinha outras soluções que foram primeiro em adotar o uso da ia em responder as buscas da internet, usava o You.com e isso me interessava pela novidade