GENTE, ESSA MANCHETE É INTENCIONALMENTE FEITA PRA CONFUNDIR, ALÉM DE SER MORALISTA
o momento em que MENOS um parlamentar trabalha é quando ele está em plenário — o plenário só serve para confirmar acordos que já foram feitos fora dele
podemos até questionar a validade disso levando em conta a necessidade de aprovar mais ou menos projetos este ano, mas reduzir o tempo do parlamentar em plenário não quer dizer que ele vá trabalhar menos
até porque quem deve fiscalizar o trabalho dele é sua base: fora do plenário ele faz o quê? Visita a base? Faz reuniões com sindicatos, com empresários, com militantes, com profissionais? Participa de eventos, dá palestras?
é claro que existem parlamentares ruins. Bolsonaro era um deles.
mas fora esse tipo de escória bolsonarista, os parlamentares ficam trabalhando 24 horas
Gabriel, o ponto é o quanto o trabalho deles é realmente válido. Porque parlamentar fica em reuniões e tal, mas tipo, o que isso tem de retorno ao cidadão comum? Como já exemplificado, há países que este tipo de trabalho só ganha o básico para os custeios e ok. Muitos parlamentares são oriundos de famílias ricas (no BR), ou conseguiram fortuna de alguma forma.
Quem mais perde com as propagandas e matérias antipolítica são eles, que muitas vezes deixam isso passar para pagar de “idôneos”. Só ver o quanto que o Novo vive deste tipo de propaganda (e na verdade faz tudo o contrário).
Porque parlamentar fica em reuniões e tal, mas tipo, o que isso tem de retorno ao cidadão comum?
Tudo? É justamente para isso que eles são eleitos. A gente pode debater a remuneração e as regalias da classe política, mas reunir-se, debater, mediar, chegar a consensos, enfim, fazer política é, literalmente, a descrição do trabalho desse povo. A votação em plenário é apenas uma parte — que não existiria ou seria seriamente prejudicada sem todo esse esforço que acontece fora das sessões.
Toda experiência política que tive vendo esta de reuniões públicas por exemplo nunca foram das melhores experiências.
A sensação é que as pessoas falam, falam, falam, seja em reuniões, no cafezinho, etc… e o político ignora ou destrata.
Creio que é uma sensação comum diga-se. A frustração de ver político escutar você e não ser feito nada, ser ignorado ou até zombado. “Ah, mas depende de verba, depende de leis…” Caramba, então por quê raios vai a reunião com os cidadãos para anunciar algo e depois ir para o plenário para votar por este algo e no final não ter nenhum condição de fazer?
Creio que não a toa as pessoas cansam da política, não a toa (infelizmente) há títulos de matéria como essa.
Tou torcendo muito que 2023-2026 as coisas mudem um pouco. Noto que de fato algumas coisas que eram para ser vistas (como a questão de combate a preconceitos em um todo) estão sendo postas em prática – o conselho ministerial do Lula diz muito, diga-se.
Mas a sensação que tenho é que falta algo mais regional, pontual. Divago pelo meu ponto de vista, mas sei que há N outras experiências.
Olha, sendo advogado dos diabos, depois que conheci mais da política por dentro, o que tenho visto é que os políticos na verdade trabalham praticamente 7 dias por semana. É sempre alguém ligando, resolvendo algo, correndo atrás de algo… claro que nem sempre é trabalho legislativo, às vezes tá mais pra serviço particular ou trabalhar pros outros.
Concordo.
Sou servidor público do executivo federal, um TAE, e cara, vejo direto meus chefes trabalhando todos os dias e todas as horas, principalmente os chefes “maiores” (reitor, pró-reitores e superintendentes), os que mais fazem “politicagem” e organizam a porra toda. Além de ser super estressante toda essa função, todo esse corre.
Eu sou empregado de empresa pública, sempre achei chefes (exceto raríssimas exceções), bem incompetentes, mas mestres do QFM e da politicagem. Meu rendimento melhorou muito no HO pela ausência de chefe trabalhando, além das reuniões inúteis. Pra mim quase todo gestor tem um q de Michael Scott.
Confio plenamente no principio Dilbert: liderança é a maneira da natureza remover idiotas do fluxo produtivo.
Pergunta sincera, pois não sei sobre o dia de trabalho de um senador: a matéria está definindo o dia de trabalho como um dia de votar projeto, mas nos outros dias que não tem sessão plenária eles não estariam trabalhando em desenvolvimento de uma pauta, por exemplo, ou fazendo outras coisas que um senador faz?
Eu trabalho de HO, mas no meu caso, eu tenho que entregar uma produção de x, aí meu trabalho é mensurado.
Agora, como mensura o trabalho desses bostas? Os caras não vão ter nem ao menos o trabalho de ir no plenário mais?
Suécia é um sonho, e o livro que a autora da reportagem fez sobre isso é sensacional.
Hmmm, que mecanicista 😄 Quais parâmetros são levados em conta para determinar sua produção? (Só curiosidade.)
É realmente um desafio mensurar a produtividade de atividades intelectuais/sociais. E isso vale para o Congresso também.
Também não sei como mensurar a produção de um político, mas por isso mesmo acho que deviam se basear no padrão da população: 44 horas semanais. Afinal tem várias profissões que também são difíceis de mensurar e cumprem essa carga horária.
@ JoaoM
Puts, eu prefiro o caminho contrário: que menos cargos sejam pautados por jornadas de trabalho fixas/longas.
Em um cargo de senador ou deputado não faz muito sentido exigir horas trabalhadas. Não é bem “mão de obra” o que essa galera tem a oferecer para nós, né? Fazer política é uma parada muito (muuuito) diferente de apertar parafuso.
O problema @Ghedin é que as leis que os políticos BR produzem ainda fazem o cálculo de trabalho se basear em quantos parafusos são apertados…
@ Ligeiro
Sim. É um critério fácil de mensurar e compreendido por todos. Mudar isso vai muito além de leis; é preciso uma mudança comportamental/social antes.
@Ghedin
Eu também prefiro, mas é a realidade de vários trabalhadores brasileiros. Colocando os políticos sob as mesmas regras pode funcionar como um incentivo para melhorarem para todos e não apenas para eles
Eu concordo com a ideia de que menos cargos sejam pautados por jornadas de trabalho fixas/longas, mas é muito confortável para esses Senadores, que estão no topo da pirâmide social, criar esses benefícios justo para eles mesmos (e única e exclusivamente para eles mesmos)
Vamos ter que esperar um “trickle down” da redução de jornada de trabalho? Não é muito ético.
Talvez a melhor forma de mensurar o trabalho de um político é o quanto a base onde ele atua teve de benefícios. Creio que não tem outra forma de mensuração.
Tipo, o quanto de atos a favor da area política onde ele fica ganhou em verbas, obras ou até mesmo em ações articuladas pelo mesmo e/ou partido do mesmo ou representação.
É, realmente. Se não é estabelecida uma métrica real de quanto eles trabalham com o salário que recebem é putanagem
@Rodrigo
Eu tenho que fazer x análises por dia. Antes, eu nem precisava cumprir horário fixo, era uma maravilha, mas o sindicato fez a benesse de cortar isso, talvez para defender a galera de Gotham, talvez pra inviabilizar e dificultar o trabalho remoto (que foi a melhor coisa profissional que já me aconteceu, rs) e agora tenho que bater ponto.
Para mensurar qualquer atividade, mesmo atividades intelectuais/sociais, sempre tem um jeito. Por exemplo, no campo acadêmico, os professores universitários, não tem que bater ponto, não precisa estar na universidade mas tem que justificar uma certa carga horária, sendo que as aulas são mais objetivas, mas também tem orientações, deveres administrativos (cargos em departamentos, colegiados e centros), produção científica. Acho que pras nobres excelências, dava para fazer um esquema análogo a isso.
O debate e votação de projetos no plenário ou em comissões não esgotam o trabalho do parlamentar. Há atividades de gabinete – elaboração de projetos de lei, análise daqueles apresentados (se participante de comissões), além de reuniões com membros da sociedade, ocupantes de cargos públicos, representantes de empresas, partido político… O dia-a-dia de um senador ou deputado é bem atribulado, na real (gostando ou não dele e concordando ou não com a atuação – agenda é diferente de “qualidade de atuação”).
É difícil (quase impossível) para esse tipo de carreira ter uma jornada fixa, de 8 horas diárias. Geralmente fazem atividades de trabalho em qualquer hora do dia. O que se mudou aí foram os dias de realização de sessões. Minha opinião é impopular, mas acho razoável ser de terça a quinta-feira (tenho reserva a deixar uma semana do mês de fora da realização de sessões). Isso ocorre em diversos órgãos para otimizar a atividade. Onde trabalho só são feitas audiências também entre terça e quinta-feira, em regra pela manhã. Não adiantaria fazer audiência todo dia e não ter tempo para analisar processos e fazer diligências, nada andaria. Esse tipo de notícia, para mim, é superficial e só ajuda a demonizar mais o serviço público e a política.
Exemplo: “Os senadores também instituíram o mês de três semanas. Funcionará assim: na última semana do mês, o trabalho será remoto e “com pauta tranquila”. Na prática, o senador só precisará trabalhar nove dias num mês em Brasília”
Oras, trabalho remoto também é trabalho. Muitas vezes mais trabalho que o presencial. É contraditório e irresponsável, reputo.
Também achei o tom da notícia ruim, bem má-vontade mesmo. (Nada que surpreenda vindo do Estadão, porém.)
Estava pensando numa metáfora aqui, e achar que congressistas só trabalham nas sessões plenárias seria mais ou menos como dizer que um atleta só trabalha na competição. (Se pegarmos atletas olímpicos, então, os caras só trabalhariam de quatro em quatro anos 😄)
Tudo bem que a fama da classe política não é das melhores, mas vamos bater onde é justo. Bater por bater só piora a situação.
Achei legal essa analogia. Política bem feita é por ai: bons políticos sempre atuam enquanto buscam tudo o que precisam para a elaboração das leis e suas aprovações
O problema maior é que na prática a política ainda é feito por e para interesseiros, com foco em politicos que atuam para defender coisas escusas (politicos que apoiam e defendem o garimpo ilegal, ou que defendem trabalho escravo).
Os politicos infelizmente não apanham a toa, e mesmo os mais cidadãos sofrem poe causa dos maus politicos.
De pensar que muitos políticos tradicionais são até filhos de politico ou alguém de poder (“coronel” do mato, barão, etc…), com linhagem e tudo. E de que isso acaba refletido também na justiça e em pontos de interesse politicos…
é verdade, acabou que caí na inflamação da notícia que parece ter sido cuidadosamente elaborada pra ser compartilhada no zapzap.
Por estas e outras que a galera de Versalhes dançou. Depois o pessoal protesta e os políticos vêm com as frases prontas do tipo: democracia custa caro, não há saída fora da política, trabalhamos em nossas bases etc e tal.
É uma teoria entre muitas. Caio Prado Jr. concordava com você, numa bela explicação sobre o sentido da colonização. Mas já houve quem dissesse que não conseguimos superar essas dificuldades por formação étnica (Paulo Prado), pela configuração da sociedade (Buarque de Hollanda), pela natureza das instituições (Raymundo Faoro), pelos laços entre eleitos e eleitores (Victor Nunes Leal) e outros. Dá o que pensar.
Não bem assim não, esse raciocínio cai naquela de que o “povo tem o governo que merece” e tenho certeza que não é tão simples assim.
Temos uma classe política muito ruim sim, e boa parte – se não a maioria – deles são oriundos das classes dominantes, que tem todo interesse em manter a população despolitizada e alienada e consequentemente votando errado.
O problema do custa da democracia é quem paga conta.
Participei indiretamente de conselho estudantil, conheci gente de esquerda, de direita… trabalhei para alguns (e não vou negar, até por interesses)…
Cara, é uma situação que se falar que é só “a culpa de uma ‘elite’ que prefere manter despolitizada e alienada a população” ignora que a própria população tem moral também.
GENTE, ESSA MANCHETE É INTENCIONALMENTE FEITA PRA CONFUNDIR, ALÉM DE SER MORALISTA
o momento em que MENOS um parlamentar trabalha é quando ele está em plenário — o plenário só serve para confirmar acordos que já foram feitos fora dele
podemos até questionar a validade disso levando em conta a necessidade de aprovar mais ou menos projetos este ano, mas reduzir o tempo do parlamentar em plenário não quer dizer que ele vá trabalhar menos
até porque quem deve fiscalizar o trabalho dele é sua base: fora do plenário ele faz o quê? Visita a base? Faz reuniões com sindicatos, com empresários, com militantes, com profissionais? Participa de eventos, dá palestras?
é claro que existem parlamentares ruins. Bolsonaro era um deles.
mas fora esse tipo de escória bolsonarista, os parlamentares ficam trabalhando 24 horas
Gabriel, o ponto é o quanto o trabalho deles é realmente válido. Porque parlamentar fica em reuniões e tal, mas tipo, o que isso tem de retorno ao cidadão comum? Como já exemplificado, há países que este tipo de trabalho só ganha o básico para os custeios e ok. Muitos parlamentares são oriundos de famílias ricas (no BR), ou conseguiram fortuna de alguma forma.
Quem mais perde com as propagandas e matérias antipolítica são eles, que muitas vezes deixam isso passar para pagar de “idôneos”. Só ver o quanto que o Novo vive deste tipo de propaganda (e na verdade faz tudo o contrário).
Tudo? É justamente para isso que eles são eleitos. A gente pode debater a remuneração e as regalias da classe política, mas reunir-se, debater, mediar, chegar a consensos, enfim, fazer política é, literalmente, a descrição do trabalho desse povo. A votação em plenário é apenas uma parte — que não existiria ou seria seriamente prejudicada sem todo esse esforço que acontece fora das sessões.
fiz o questionamento meio que para provocar.
Toda experiência política que tive vendo esta de reuniões públicas por exemplo nunca foram das melhores experiências.
A sensação é que as pessoas falam, falam, falam, seja em reuniões, no cafezinho, etc… e o político ignora ou destrata.
Creio que é uma sensação comum diga-se. A frustração de ver político escutar você e não ser feito nada, ser ignorado ou até zombado. “Ah, mas depende de verba, depende de leis…” Caramba, então por quê raios vai a reunião com os cidadãos para anunciar algo e depois ir para o plenário para votar por este algo e no final não ter nenhum condição de fazer?
Creio que não a toa as pessoas cansam da política, não a toa (infelizmente) há títulos de matéria como essa.
Tou torcendo muito que 2023-2026 as coisas mudem um pouco. Noto que de fato algumas coisas que eram para ser vistas (como a questão de combate a preconceitos em um todo) estão sendo postas em prática – o conselho ministerial do Lula diz muito, diga-se.
Mas a sensação que tenho é que falta algo mais regional, pontual. Divago pelo meu ponto de vista, mas sei que há N outras experiências.
Olha, sendo advogado dos diabos, depois que conheci mais da política por dentro, o que tenho visto é que os políticos na verdade trabalham praticamente 7 dias por semana. É sempre alguém ligando, resolvendo algo, correndo atrás de algo… claro que nem sempre é trabalho legislativo, às vezes tá mais pra serviço particular ou trabalhar pros outros.
Concordo.
Sou servidor público do executivo federal, um TAE, e cara, vejo direto meus chefes trabalhando todos os dias e todas as horas, principalmente os chefes “maiores” (reitor, pró-reitores e superintendentes), os que mais fazem “politicagem” e organizam a porra toda. Além de ser super estressante toda essa função, todo esse corre.
Eu sou empregado de empresa pública, sempre achei chefes (exceto raríssimas exceções), bem incompetentes, mas mestres do QFM e da politicagem. Meu rendimento melhorou muito no HO pela ausência de chefe trabalhando, além das reuniões inúteis. Pra mim quase todo gestor tem um q de Michael Scott.
Confio plenamente no principio Dilbert: liderança é a maneira da natureza remover idiotas do fluxo produtivo.
E os assessores? Equipe de um senador é composta do quê, 15 pessoas?
Pergunta sincera, pois não sei sobre o dia de trabalho de um senador: a matéria está definindo o dia de trabalho como um dia de votar projeto, mas nos outros dias que não tem sessão plenária eles não estariam trabalhando em desenvolvimento de uma pauta, por exemplo, ou fazendo outras coisas que um senador faz?
Em teoria sim, mas como c vai mensurar isso? Se os caras tinham que estar disponíveis x tempo, e agora menos x, tinha que ter desconto do salário?
Se o conceito de trabalho = estar no local de trabalho, então sim deveriam descontar o salário se estão menos dias trabalhando.
Afinal, no Brasil ainda não temos jornada de trabalho reduzida sem redução de salário de forma oficial.
Eu trabalho de HO, mas no meu caso, eu tenho que entregar uma produção de x, aí meu trabalho é mensurado.
Agora, como mensura o trabalho desses bostas? Os caras não vão ter nem ao menos o trabalho de ir no plenário mais?
Acho que a melhor medida vem da Suécia :V https://www.bbc.com/portuguese/internacional-47198240
Suécia é um sonho, e o livro que a autora da reportagem fez sobre isso é sensacional.
Hmmm, que mecanicista 😄 Quais parâmetros são levados em conta para determinar sua produção? (Só curiosidade.)
É realmente um desafio mensurar a produtividade de atividades intelectuais/sociais. E isso vale para o Congresso também.
Também não sei como mensurar a produção de um político, mas por isso mesmo acho que deviam se basear no padrão da população: 44 horas semanais. Afinal tem várias profissões que também são difíceis de mensurar e cumprem essa carga horária.
@ JoaoM
Puts, eu prefiro o caminho contrário: que menos cargos sejam pautados por jornadas de trabalho fixas/longas.
Em um cargo de senador ou deputado não faz muito sentido exigir horas trabalhadas. Não é bem “mão de obra” o que essa galera tem a oferecer para nós, né? Fazer política é uma parada muito (muuuito) diferente de apertar parafuso.
O problema @Ghedin é que as leis que os políticos BR produzem ainda fazem o cálculo de trabalho se basear em quantos parafusos são apertados…
@ Ligeiro
Sim. É um critério fácil de mensurar e compreendido por todos. Mudar isso vai muito além de leis; é preciso uma mudança comportamental/social antes.
@Ghedin
Eu também prefiro, mas é a realidade de vários trabalhadores brasileiros. Colocando os políticos sob as mesmas regras pode funcionar como um incentivo para melhorarem para todos e não apenas para eles
Eu concordo com a ideia de que menos cargos sejam pautados por jornadas de trabalho fixas/longas, mas é muito confortável para esses Senadores, que estão no topo da pirâmide social, criar esses benefícios justo para eles mesmos (e única e exclusivamente para eles mesmos)
Vamos ter que esperar um “trickle down” da redução de jornada de trabalho? Não é muito ético.
Talvez a melhor forma de mensurar o trabalho de um político é o quanto a base onde ele atua teve de benefícios. Creio que não tem outra forma de mensuração.
Tipo, o quanto de atos a favor da area política onde ele fica ganhou em verbas, obras ou até mesmo em ações articuladas pelo mesmo e/ou partido do mesmo ou representação.
É, realmente. Se não é estabelecida uma métrica real de quanto eles trabalham com o salário que recebem é putanagem
@Rodrigo
Eu tenho que fazer x análises por dia. Antes, eu nem precisava cumprir horário fixo, era uma maravilha, mas o sindicato fez a benesse de cortar isso, talvez para defender a galera de Gotham, talvez pra inviabilizar e dificultar o trabalho remoto (que foi a melhor coisa profissional que já me aconteceu, rs) e agora tenho que bater ponto.
Para mensurar qualquer atividade, mesmo atividades intelectuais/sociais, sempre tem um jeito. Por exemplo, no campo acadêmico, os professores universitários, não tem que bater ponto, não precisa estar na universidade mas tem que justificar uma certa carga horária, sendo que as aulas são mais objetivas, mas também tem orientações, deveres administrativos (cargos em departamentos, colegiados e centros), produção científica. Acho que pras nobres excelências, dava para fazer um esquema análogo a isso.
O debate e votação de projetos no plenário ou em comissões não esgotam o trabalho do parlamentar. Há atividades de gabinete – elaboração de projetos de lei, análise daqueles apresentados (se participante de comissões), além de reuniões com membros da sociedade, ocupantes de cargos públicos, representantes de empresas, partido político… O dia-a-dia de um senador ou deputado é bem atribulado, na real (gostando ou não dele e concordando ou não com a atuação – agenda é diferente de “qualidade de atuação”).
É difícil (quase impossível) para esse tipo de carreira ter uma jornada fixa, de 8 horas diárias. Geralmente fazem atividades de trabalho em qualquer hora do dia. O que se mudou aí foram os dias de realização de sessões. Minha opinião é impopular, mas acho razoável ser de terça a quinta-feira (tenho reserva a deixar uma semana do mês de fora da realização de sessões). Isso ocorre em diversos órgãos para otimizar a atividade. Onde trabalho só são feitas audiências também entre terça e quinta-feira, em regra pela manhã. Não adiantaria fazer audiência todo dia e não ter tempo para analisar processos e fazer diligências, nada andaria. Esse tipo de notícia, para mim, é superficial e só ajuda a demonizar mais o serviço público e a política.
Exemplo: “Os senadores também instituíram o mês de três semanas. Funcionará assim: na última semana do mês, o trabalho será remoto e “com pauta tranquila”. Na prática, o senador só precisará trabalhar nove dias num mês em Brasília”
Oras, trabalho remoto também é trabalho. Muitas vezes mais trabalho que o presencial. É contraditório e irresponsável, reputo.
Também achei o tom da notícia ruim, bem má-vontade mesmo. (Nada que surpreenda vindo do Estadão, porém.)
Estava pensando numa metáfora aqui, e achar que congressistas só trabalham nas sessões plenárias seria mais ou menos como dizer que um atleta só trabalha na competição. (Se pegarmos atletas olímpicos, então, os caras só trabalhariam de quatro em quatro anos 😄)
Tudo bem que a fama da classe política não é das melhores, mas vamos bater onde é justo. Bater por bater só piora a situação.
Achei legal essa analogia. Política bem feita é por ai: bons políticos sempre atuam enquanto buscam tudo o que precisam para a elaboração das leis e suas aprovações
O problema maior é que na prática a política ainda é feito por e para interesseiros, com foco em politicos que atuam para defender coisas escusas (politicos que apoiam e defendem o garimpo ilegal, ou que defendem trabalho escravo).
Os politicos infelizmente não apanham a toa, e mesmo os mais cidadãos sofrem poe causa dos maus politicos.
Aí eu discordo e muito.
Classe política brasileira é um extremo abuso.
De pensar que muitos políticos tradicionais são até filhos de politico ou alguém de poder (“coronel” do mato, barão, etc…), com linhagem e tudo. E de que isso acaba refletido também na justiça e em pontos de interesse politicos…
é verdade, acabou que caí na inflamação da notícia que parece ter sido cuidadosamente elaborada pra ser compartilhada no zapzap.
Eu também defini, mas meu chefe não concordou 🥲
Fez eu rir alto. Parabéns. Você ganhou a internet de hoje.
AUSHAUHSUAHSHAUHSUAHUSHAUS
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Por estas e outras que a galera de Versalhes dançou. Depois o pessoal protesta e os políticos vêm com as frases prontas do tipo: democracia custa caro, não há saída fora da política, trabalhamos em nossas bases etc e tal.
Só que os franceses tem uma cultura política diferente da brasileira (lembrando que o país era -ou ainda é – colonizador…).
Sempre digo que o político é espelho de seus eleitores. Isso demonstra mais de nossas escolhas, diga-se.
É uma teoria entre muitas. Caio Prado Jr. concordava com você, numa bela explicação sobre o sentido da colonização. Mas já houve quem dissesse que não conseguimos superar essas dificuldades por formação étnica (Paulo Prado), pela configuração da sociedade (Buarque de Hollanda), pela natureza das instituições (Raymundo Faoro), pelos laços entre eleitos e eleitores (Victor Nunes Leal) e outros. Dá o que pensar.
Não bem assim não, esse raciocínio cai naquela de que o “povo tem o governo que merece” e tenho certeza que não é tão simples assim.
Temos uma classe política muito ruim sim, e boa parte – se não a maioria – deles são oriundos das classes dominantes, que tem todo interesse em manter a população despolitizada e alienada e consequentemente votando errado.
O problema do custa da democracia é quem paga conta.
Participei indiretamente de conselho estudantil, conheci gente de esquerda, de direita… trabalhei para alguns (e não vou negar, até por interesses)…
Cara, é uma situação que se falar que é só “a culpa de uma ‘elite’ que prefere manter despolitizada e alienada a população” ignora que a própria população tem moral também.