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15 comentários

  1. Outback é um restaurante que faz literalmente anos que não vou lá. Não entendo essa obsessão toda, e a matéria não explicou muito pra mim.

    Toda vez que eu passo por perto (pelo menos das últimas vezes) vejo uma fila enorme pra entrar. E se, assim, é um restaurante que eu não esteja fazendo MUITA questão de ir (o que é raro), prefiro ir pra algum outro que tenha menos fila (ou não tenha, de preferência). Quando sei que o restaurante tem fila, prefiro fazer uma reserva, ou chegar com antecedência.

  2. Foi um pouco estranho ler os relatos que comida brasileira é arroz feijão e carne todo dia, tem tanta coisa diferente e brasileira, mas o pessoal para variar vai numa fast food ou num Outback.
    tem a culinária nordestina inteira, desde um acarajé mocotó galinha da angola etc, tem a culinária nortista que é um poço desconhecido, tem a culinária dos imigrantes portugueses e italianos (massas, etc), e outros, tem as frutas brasileiras, tem muita coisa.
    Talvez alguém precise criar uma franquia com uma decoração exótica e chamar algum nome fantasia evocativo (incluindo os pratos e bebidas), aí iria ter um status social mesmo com culinária brasileira. Já que o consenso é que a comida é medíocre ou ruim e o que faz sucesso é a ”experiência”. Tipo um restaurante disneyficado.

  3. O que doi, de verdade, é que não sabemos aproveitar nada do que temos. Atravesso o mundo para comer massa e pizza em roma para descobrir que era apenas marketing, era armadilha para turista.

    A nível internacional: nossas pizzas baratas, as que atendem bairros, tendem a ser muito melhor que qualquer pizza de fora do país. Recentemente me surpreendi pouco ao descobrir que nossa massa – a barata mesmo, tipo da Usina das Massas – é melhor que… as 6 variações de massa que tentei em Roma antes de desistir. Nossa carne é deliciosa de bem feita, nosso Xis é sem igual. E francamente temos o arroz e feijão, a feijoada. Até o mocotó que detesto mas quem gosta na verdade ama.
    Tudo isso muito barato (nosso poder de compra é uma merda mas, em comparação a internacional…

    Isso apenas exemplos rapidos. A culinária brasileira é muito, muito boa.
    Mas hey, se eu gastar um monte de grife de gringo sou rico e melhor que minha sociedade pobre! Isso conta muito no paladar!!!

      1. Nunca tive sorte em SP com pizza – boas, mas não otimas como pego em Porto Alegre com mais facilidade. Claro, vou 1x a cada 2 ou 3 anos portanto minha experiencia é limitadíssima.
        Porém as 2 melhores pizzas que já comi foram no Nordeste, uma em Porto de Galinhas e outra em Salvador. Pareciam uma folha A4 cheio de recheio em ambos casos. Não sei se foi sorte, mas justamente por isso tenho a ideia que a melhor pizza é do nordeste.

        Agora, de qualquer forma, a pizza que comi no exterior, em alguns paises, é completamente diferente. Gostamos de recheios aqui no Brasil, caprichamos em recheios aqui.

      2. em termos de pizza, me descobri um napolitano (pelo menos um napolitano-brazilian style). Hj em dia prefiro esse estilo de poucos ingredientes, do que o jeito brasileiro.

    1. quando vou a locais diferentes (até mesmo dentro do Brasil) gosto de comer o que não tem na minha cidade. As vezes que eu pedi os mesmos pratos tenho bem essa impressão que tu coloca: nem sempre é bom e, mesmo sendo bom, nem sempre é “noooossa que maravilhoso, por isso é tão famoso”. claro que tem o componente cultural da nossa criação e dos costumes e do jeito que gostamos determinado prato. mas mesmo se houver algum grau de objetividade acho que o brasil ganha nesse quesito mesmo de qualidade e sabor.
      comi em florença (italia) um nhoque maravilhoso – mas nada que eu não encontre em um restaurante bom na minha cidade ou nos arredores.
      também tem a questão do acesso a bons pratos, que pode pesar nessa balança. A probabilidade de comer um bom pão de queijo em Minas é muito maior do que comer um bom pão de queijo em outro lugar. Um bom pão de queijo é um bom pão de queijo em qualquer lugar, mas a facilidade de acesso é maior em um lugar do que em outros.

    2. Complementando o seu comentário: me incomoda também uma espécie de “vira-latismo culinário”, como que só o que prestasse fosse a receita original lá de fora. Se a gente cria uma variação um pouquinho diferente, pronto, é motivo pra falar mal.

      “Ah mas porque pizza doce é um sacrilégio, e colocar ketchup numa pizza que já leva queijo e calabresa fariam um italiano enfartar”

      “Ah mas porque sushi frito é uma invenção brasileira, o tradicional no Japão é consumir cru, e essas invenções com cream cheese não prestam” — sem saber que o tradicional era o sushi grelhado e hoje em dia tem sushi de tudo por lá, até sushi de hambúrguer (link).

  4. Outback é para comida no Brasil o que a Apple é para telefone celular, a Harley Davidson é para motocicletas e assim por diante. Esse não é um fenômeno novo e também não é surpreendente.

    Por outro lado, não me incomoda tanto que as pessoas gostem de frequentar um restaurante ou consumir uma marca. Cada um come onde gosta, afinal. No texto, fala-se sobre o problema de consumir arroz e feijão menos de 5 vezes por semana: estão matando nossa cultura!

    Olha, a cultura brasileira é muito extensa e rica para ser ameaçada por um restaurantezinho meia boca. Ninguém precisa ser o guardião do arroz e feijão como se fosse uma religião. A culinária no Brasil foi muito influenciada e enriquecida pela culinária mundial, e isso nunca foi um problema. Pelo menos eu nunca ouvi alguém reclamar de comer estrogonofe (russo) ou lasanha (italiana). Fast food é uma história à parte, mas tem menos a ver com cultura e mais com imediatismo, economia e educação.

  5. Cafona e ruim. E cheio de aromas industriais.

    Mas além disso, aos curiosos quanto à ideia de comida como cultura, recomendaria o podcast Panela de Impressão e a obra do sociólogo da alimentação Carlos Alberto Dória. Amplia um pouco os horizontes do que é comida no brasil/brasileira.

  6. Deprimente. Isso é uma das coisas que mais me aborrece sobre o Brasil: é tudo sobre status.
    Comida comum não está na moda não por que é ruim, mas por que é simples demais, tipo ‘comida de gente pobre’. O mesmo ocorre com a cachaça, com nossa música, com nossa cor. As pessoas preferem manter distância das ‘brasilidades’ por que têm vergonha de ser brasileiros.