Bancas de jornal ou estão desaparecendo ou se transformando em banquinhas de doces, cabos para celular, fones de ouvido e quinquilharias similares.
Estamos testemunhando o fim de uma prática que deve ter surgido há uns cem, cento e cinquenta anos.
Tendo crescido na periferia de São Paulo numa época sem internet, sem TV a cabo e longe de outras formas de diversão, as bancas de jornal na minha infância eram o meu “Google” possível (junto da velha enciclopédia Barsa em casa).
Mais uma vez, este é um daqueles casos em que o saudosismo é ruim — longe de mim querer voltar àqueles tempos. Mas é triste pensar num futuro em que essas referências urbanas no dia-a-dia da cidade que são as bancas vão desaparecer.
Lembro em 2009 quando comprei meu primeiro macbook que recorri à finada revista Mac+ para entrar nesse universo e descobrir revendedores.
Alguém mais também gostava de bancas de jornal?
Qdo eu era criança/adolescente, o tipo de coisa q eu queria ser dona era justamente o q não vale a pena mais: locadoras, livrarias, bancas de jornal. Bom, meu pai trabalha com loja de revelação desde q eu tenho uns 4 anos, então está aí um gosto por coisas ficando obsoletas.
Aqui tem um fenomeno curioso de bancas q estão mais fechadas do que abertas. Elas ainda funcionam, mas eu não entendo qual o critério pq eu até estranho qdo vejo aberta e descubro que ainda vende revistas. Tem uma aqui do lado que noto que só abre de quinta, sexta e sabado de manhã, as vezes nem isso, é meio freestyle. E noto que focaram mais em gibis, mangás e aquelas coleções tipo da planeta (carrinhos do mundo, pedras, coisas para montar).
Da minha parte, as últimas vezes que fui comprar alguma coisa foram todas cruzadinhas coquetel. Eu gosto para passar o tempo em situações mais longas ou sem internet quando o celular não dá conta de preencher o tempo todo. Comprei pra ir para a praia e mais recentemente para minha mãe passar o tempo no hospital.
Hahaha caramba, achei que só eu era estranho. Lembro claramente de um dia chuvoso em que eu criança olhei pra dentro da banca, vi o vendedor lá no quentinho lendo uma revista e pensei: “Que vida! É isso que quero pra mim quando crescer.” 😂
Imagina ficar lá lendo todas as revistas “de graça” que beleza
Adorei o “freestyle”. É exatamente como várias das bancas que frequento funcionam. Sim, em plena década de Dois Mil e ChatGPT sou comprador de revistas, especialmente quadrinhos.
Acredito que os pontos não irão acabar, mas se adaptar e vender coisas que são mais úteis para nós no dia a dia. Como você mesmo citou, acessórios para celular/computador e etc. A última vez que comprei algo em banca de revista foi em 2022, uma água mineral, no Rio de Janeiro, próximo a estação Jardim de Alah.
Em São Paulo tem algumas bancas que viraram livrarias, como a Banca Tatuí e a Banca Curva. A HG Publicações também começou em banca, costumava ir lá no começo da pandemia, uma boa opção a lugares fechados. Eu mesmo tinha vontade de abrir algo nessa linha, mas tenho medo do negócio não dar certo.
Vai ser igual as Lan Houses. Pode até continuar, mas vai se tornar algo secundário de um outro negócio.
Antigamente tinha uma locadora de vídeo que ocupava um andar inteiro de um prédio. Hoje se tornou um negócio secundário de uma loja de produtos pra pet.
Isso mesmo, você não leu errado.
La em Tapera não tinha banca, mas tinha um bazar que vendia revistas e eu comprava aquelas de cifras. Não sinto falta ou nostalgia disso, hoje é tudo muito melhor.
Lá pra 2010, um amigo arrendou uma banca de jornal, num ponto excelente, e se arrepende até hoje de ter feito isso, pq ninguém mais comprava revista, já naquela época. Eu que era tido como esquisito por comprar muita revista, já nessa época tinha parado de comprar, pela falta de publicações que me interessavam.
vamos de enquete no twitter: https://twitter.com/arrobapaisagem/status/1667619113890373637
Na minha cidade eu frequentava muito uma banca que tinha um serviço incomum: permitia trocar gibis. Passei muitas horas lá escolhendo.
Curioso que nessa mesma época eu viajava às vezes pro interior de Mato Grosso e me chamava atenção que banca não existia por lá. Mal tinha um jornal local, das capitais chegavam muito atrasado, não havia interesse ou sentido.
Acho que se essas bancas sobreviverem de alguma forma como ponto de referência na comunidade, algum serviço material ou social (ponto de encontro) acho que ainda estarão cumprindo um papel tão importante quanto na época que vendiam jornais e revistas
Jogo do bicho. Aqui qualquer das 2 bancas aberta faz jogo do bicho.
Pior que eu quase comentei que foi isso que aconteceu num caso que eu conheço hahaha
Aqui no meu bairro & cercanias ainda tem muita banca de jornal, e muitas estão se especializando em mangás, revistas importadas, livros e publicações específicas – além, claro, de oferecer os usuais biscoitos, carregadores, sorvetes, chocolate, charutos (dos bons) e cigarros e material de papelaria. As do Centro do Rio são quase que minilivrarias.
Na pandemia elas viraram o ponto de socorro de muita gente, passando a trabalhar via WhatsApp.
as aqui do centro realmente se consolidaram dessa maneira, como minilivrarias e com esses produtos, mas mesmo no centro tenho visto esse efeito de esvaziamento de bancas ou de transformação em banquinhas que vendem de tudo