Desde que a “pandemia acabou” pro capitalismo, mais e mais empresas estão forçando (ou tentando) um modelo híbrido de trabalho (3/2) ou completamente presencial. A grande desculpa é que temos mais contato humano e conseguimos alinhar e resolver coisas mais rapidamente presencialmente do que pelo Slack ou Meet/Zoom/Teams.
Primeiro, atacando a questão do contato humano: de fato, muitas pessoas são solitárias e não gostam (exluirei as que gostam) e o esritório premite que essas pessoas tenham contato humano de fato. Não irei entrar, hoje, no mérito que isso é um sintoma do capitalismo *per se* (o isolamento dos nossos pares nos torna mais suscetível a relações frígidas de trabalho que se encerram no próprio ambiente) e não um problema do home office/remoto. Pessoas solitárias vão enfrentar 2h de ida e mais 2h de volta pro escritório para poder falar com colegas de trabalho sobre temas sobre trabalho, ter conversar irrelevantes em frente do canto do café e serem vigiadas de perto por gerentes que gostam de microgrenciamento. Se isso trás uma certa disicplina para essa pessoa e ela gosta, acho ok que esse modelo seja adotado *por essa pessoa* e quem mais quiser. Mas não existe a desculpa ou a ideia torta de que é melhor pra produtividade, geralmente falando, que se esteja presencialmente. As interrupçõs que poderiam ser 3 linhas no slack, as reuniões/paradas pro café que poderiam ser um chamada do meet de 15 minutos, os relatórios apresentados em PPT que poderiam ser um share no Google docs. Tudo isso é i) mais produtivo, ii) mais transparente e iii) menos invasivo pessoallmente.
Entrando no segundo ponto: humanos são seres sociais. Claro. Mas sociabilidade no ambiente de trabalho é algo restrito e quase sempre artificialmente construído sobre uma base de bolachas cream-cracker. Quantos colegas de trabalho que saíram (demitidos ou não) vocês mantém contato frequente? Eu chuto que quase zero, porque a relação se inicia e se encerra naquele espaço de trabalho (remoto ou presencial), para bem ou para o mal. A sociablização do ser humano deve ser com pares que são fora da sua rotina de trabalho – que já conssome 44h semanais para quem é remoto – e não com pessoas que você se dedica intensamente ao stress do trabalho diário. Família, relacionamentos, amigos, vizinhos, sua comunidade em geral. Essa é a sua sociabilização, não o o gerente, o engenheiro senior ou qualquer colega de trabalho. Esses são elementos cada vez mais pontuais na sua vida (com a rotatividade) que vão desaparecer assim que a sua conta do Slack for desabilitada.
TL;DR > se você tem problemas de solidão, se sente sozinho, o problema é o modo como você encara a vida e as pessoas, procure terapia se tiver como. Se o seu problema é não ser produtivo em casa, arrume isso com um escritório decente, uma rotina de entrada saida do trabalho e alterna com momentos de lazer e descompressão. Se você gosta do barulho, do deslocamento, da interrupção, das fofocas e dos ambientes impessoais so escritório (aqui estou falando de gosto mesmo) vá para o escritório e não reclame de quem prefere ficar em casa, trabalhando ao lado da família (tomando café com a mãe e o irmão, tendo contato com seus pets e não tendo que tomar um ônibus lotados e demorado que come 4h do seu dia).
Parece aqueles textao do LinkedIn mas de forma tiltada.
Eu prefiro home-office já estou acostumado com ele, na minha antiga empresa tive oportunidade de ir umas 3 vezes num período de 5 meses, e olha até que foi legal encontrar pessoalmente com o pessoal, embora se fosse no formato híbrido iria me estressar indo todo dia.
Nessa nova empresa estou de home, mas confesso que pelo menos nos primeiros meses não veria problema em ir lá presencialmente umas 2x pra conhecer a galera e ir me familiarizando mais com o projeto, porém como a equipe fica no RJ e sou de SP, se me chamarem pro presencial acharei totalmente sem nexo e discordo de ir lá.
Sobre o chefe que quer presencial eu vejo muito o caso do cara que gosta de ficar vigiando o funcionário, o bancao espanhol vermelho já queimou dois conhecidos da minha antiga empresa por estarem “sem fazer” nada.
Eu sou contra o retorno 100% presencial e não vejo problemas em quem queira trabalhar no escritório. Como seres sociais que somos, acho válido encontros esporádicos com a equipe, pessoas próximas do trabalho, aquelas conversas no café podem valer mais que reuniões tediosas no Teams.
Trabalho em uma grande empresa do setor bancário e na minha equipe e comigo foi estabelecido o trabalho híbrido, sendo apenas 1x por semana o trabalho presencial, enquanto gestores tem que ir 3x/semana. No dia que estou presencial interajo mais com os colegas no escritório, almoçamos juntos, falamos dos mais variados assuntos de família, bem estar, cultura geek e, por último, trabalho.
A alta direção da empresa relatou que tiveram aumento na produtividade durante a pandemia, então não seria muito popular tomar a decisão de trabalho 100% no escritório.
Toda essa discussão, que não é de hoje, me fez ver que sou muito sortudo, e hoje sei que faço parte da excessão, pois fiz amigos de verdade nas poucas empresas que trabalhei, mesmo não trabalhando mais juntos, mantemos contato, e inclusive conheci minha esposa trabalhando na mesma empresa que ela.
Se acho que por causa disso o trabalho presencial deve ser obrigatório? Claro que não, tanto é que hoje estou remoto por opção, mas EU teria perdido muito se sempre tivesse trabalhado remoto desde que iniciei na profissão.
Tenho a mesma experiencia e opinião.
Conheci meu marido no trabalho, e tanto eu quanto ele temos bons amigos que conhecemos na empresa. E mantivemos contato mesmo quando paramos de trabalhar juntos, e em outros casos até indicamos amigos de fora para lá e acabou sendo mais um amigo dentro da empresa.
Eu tbm sou contra sair forçando as pessoas, mas realmente eu não vejo ir para a empresa com toda essa negatividade. Fora a parte da socialização, eu acho que treinar alguém pessoalmente é bem mais fácil. Eu odeio ficar presa em call por horas com uma pessoa enquanto ela vai fazendo as coisas devagar. É mais facil sentar do lado e ir fazendo suas coisas e ela ir perguntando conforme precisa.
Dito isso, eu estou indo uma vez só por semana e não gostaria de aumentar. Estão insistindo pra ir duas ou 3 só pq um executivo deu piti com uso baixo do escritório. Não tenho problema de microgerenciamento pq meus gerentes estão em outros países.
Acho que entendi onde tu quer chegar.
Nas vezes que eu trabalhei em uma “clausura” (escritório ou fixo para alguém), ficava agoniado. E de fato, a rotina de pegar o transporte público, conversar com pessoas no trabalho, ter que se atentar seja as normas do trabalho ou com a convivência com as pessoas no arredor, são muitas vezes até trabalhosas mesmo para alguém melhor sociável – afinal, as pessoas em si são variáveis.
Hoje trabalho por conta. Ganho menos mas aparentemente tenho menos problemas de ansiedade por causa de estar com alguém que não gosto do lado. Minha ansiedade é outra – dinheiro, pois dependo de clientes (que são também agora dezenas de chefes ao mesmo tempo) para me sustentar.
E ter um trabalho que pague bem e ao mesmo tempo seja menos desgastante socialmente é só para quem, ironicamente, tem ou melhor contato social (pois precisamos de contatos para poder elevar a cargos melhores) ou ter um tino social (e talento) elevado que permita trabalhar por conta e as pessoas lhe chamarem por isso.
Fora isso, entra no vídeo que você cita nos comentários: o mecanismo social hoje exige total atenção sua (será que dos chefes e lideranças também?). E esse é o ponto: trabalhar em casa ou “na empresa”, ter colegas bons de trabalho ou não, no final, estamos em uma roda que ainda não saímos. Ideal, éramos ter condições de saúde melhores (mental inclusive), respeito, e tudo isso sem precisar do que “é vendido na prateleira do merchan psicológico”.
A mecânica social acaba sendo o triste bonus nesta história – quem ganha pouco provavelmente vive ou com algum conforto e “corda no pescoço” com as contas, ou vive em local distante do trabalho e tenta ter uma folga nas contas ao mesmo tempo que gasta mais com mobilidade, saúde mental e bem estar.
E isso óbviamente é um ponto de vista meu, não uma visão completa de um estudioso – este que não duvidemos também sofre dos mesmos males…
Quem está no EA (espectro autista) ou tem alguma TAG (transtorno de ansiedade generalizada) ou PTSD (stress pós-traumático) tá muito ferrado com essa história de ida ao escritório.
Eu nunca tinha passado de 1 mês de carteira assinada no presencial. Hoje eu estou 100% HO e ontem recebi o feedback mais positivo da minha visa profissional (excedi as expectativas da empresa comigo). Em 3 meses eu fecho um ano de empresa, algo completamente inimaginável pra uma pessoa como eu.
Escritório me destrói emocionalmente, trânsito, sair de casa às 7h e chegar depois da 19h.
Não tem como se manter saudável em uma rotina dessas. Tudo isso em troca de uma conversa no café e um almoço caro com alguns colegas? Não parece ser uma troca que valha a pena.
Claro que se hoje a empresa me chamar pra 1x por semana, eu vou, as contas estão aí e eu tenho que pagar. Mas mais do que isso eu já começo a pensar.
Mas como eu disse, e acho que todo mundo passou por cima: **quer ir no escritório o tempo todo? Vai. Só não pode existir uma política de obrigação**
A verdade é uma só: empregados em casa não produzem como no escritório.
Qualquer coisa que desminta isso é falso. O interesse do capitalismo é o lucro. Se o empresário lucrasse mais com funcionários em homeoffice, ele seria o primeiro a exigir isso. Mas é bom só para o funcionário, que tem mais liberdade, é mais feliz, etc.
“Ah mas EU produzo mais e melhor em casa”.
Sim, cara pálida, mas você não é todo mundo. Talvez seja a exceção da exceção.
Prove o seu ponto de que produzimos menos em casa (e de forma geral). Estudos, dados não enviesados, pesquisas isentas (não comprometidas com empresas e incorporadoras) e eu inicio uma discussão sobre isso. Senão, é só achismo e agressividade sua.
Muita gente citando problemas emocionais/sociais como possíveis pontos positivos para a volta ao trabalho presencial (para quem queira, até agora 100% do MDU defende que isso deve ser uma opção, que fique claro).
Sobre as questões emocionais., eu convido quem quiser a ver esse vídeo que eu recebi (é do TikTok, já faloa antes) sobre adoecimento e capitalismo. Longuinho mas trás alguns pontos sobre o movo de evolução dessa sociedade que o capitalismo criou: https://streamable.com/l314kc
https://it.slashdot.org/story/23/03/25/2011231/amazon-rejects-petition-from-30000-workers-opposing-return-to-office-mandate
Cara, tem muita coisa errada em muita empresa. E não importa se tu é grande ou pequeno. Incluindo em empresas de ponta de TI!
Eu acho que o problema é em parte insegurança dos grandões, que “se eu não cuido não ta trabalhando”, parte também de achar que o que é melhor para ele é melhor para todos “é importante esse contato entre nós para gerirmos novas ideias, foi assim que cresci” e talvez “em time que se ganha não se mexe”. E após isso tudo tem pessoas que, de fato, produzem menos em casa por N motivos.
O trabalho hybrido/remoto foi um bonus inimaginável da pandemia (na escala que estamos fazendo). Todos podem ganhar. Espero que nos próximos 5 anos isso se torne cada vez mais evidente.
Eu acho que esse assunto é mais complexo do que o que foi dito no post. Eu sou totalmente adepto ao teletrabalho, e não gostaria de ter que dar expediente em um escritório. Mas eu posso falar apenas por mim. Boa parte das pessoas que eu conheço e que preferem o presencial é por não ter a mínima condição de trabalhar de casa. Eu tive condições de fazer um escritório no apartamento que eu moro, investi para ter conforto e ser produtivo trabalhando de casa, mas nem todo mundo consegue. Pessoas que moram de aluguel, ou que não tem tantas condições financeiras, que tem filhos, que já moram num espaço muito apertado, que tem um sogro ou sogra em casa para cuidar. Não é tão simples assim.
Mas isso são casos pessoais, externalidades. Nenhum RH pensa nisso quando defende a volta do presencial. Isso sequer é mencionado. A ideia deles é bater o martelo que as pessoas precisam de contato físico com o colega de trabalho, o que esconde a necessidade desses setores e de certas gerências de cuidar do funcionário, ver ele sentado no escritório.
Se formos ter uma discussão série sobre os problemas que você apontpou, eles são muito maiores do que o home-office, o teletrabalho, o trabalho remoto … eles são sintomas do capitalismo tardio que está estrangulando os trabalhadores para tentar salvar empresas com montanhas de dinheiro.
Eu concordo com você, não acho que esse “contato humano” seja necessário.
Trabalho há bastante tempo em uma empresa que tem mais 3 filiais. Nunca fui em nenhuma delas, ainda assim sou o responsável (do meu setor, claro) por elas. Ou seja, quase um “home office” né?
Quando fizemos 3 meses de home office de verdade no meio da pandemia tudo continuou funcionando como sempre funcionou, só que os funcionários que não podiam fazer home office ficavam reclamando “que o administrativo estava em casa”. Passados os 3 meses, estávamos de volta ao escritório.
Eu sou o funcionário que perde tempo em transporte público, toma chuva, toma sol e não faz a menor questão de socializar com pessoas do trabalho, não me faz falta nenhuma. Mas eu moro sozinho. Pessoas que trabalham no mesmo setor que eu tem família, filhos, e não conseguiam se concentrar 100% no trabalho durante o home office.
O que me parece é que as empresas (ou donos? ou gerentes?) gostam mesmo é de ver o funcionário de uniforme e ter alguém pra dar bronca quando se estressam.
Concordo totalmente com você de que nada é motivo pra forçar as pessoas a voltarem pro escritório, que isso deve ser uma opção pra quem prefere, mas não a regra quando possível. Eu mesmo só fui pro escritório 4 vezes desde Março de 2020.
Porém, não acho que seja tão fácil assim resolver o problema de socializar pra quem o tem. Muita gente é tímida demais, mora sozinha, não tem família por perto, etc. O escritório, querendo ou não, preenchia um pouco essa necessidade de “calor humano” pra muita gente.
Grande parte das amizades que temos na vida são temporárias enquanto temos algo em comum. Não só trabalho, mas muita gente não fala mais com amigos do colégio ou faculdade pelo mesmo motivo. Você até manda um “oi” 1 ou 2 vezes por ano, mas não tem muito mais em comum pra conversar além do “lembra quando a gente fez X, 15 anos atrás?”.
Então eu acho okay que as pessoas queiram isso. Só não faz sentido forçar todos a irem pro escritório pra socializar com você, pq vc tem essa necessidade.
Mas pensa comigo: quem tem dificuldade de sociabilizar vai ter no escritório. Eu tenho. E eu tinha quando trabalhei presencialmente. A ideia de que o escritório é um ambiente saudável para socializar com os colegas é um chiste do RH que, com o home office, deveria ser um dos centros da empresa, mas a verdade é que as equipes de RH sentem suas posições ameaçadas porque perde-se o controle sobre o trabalhador, normalmente exercido por essas pessoas de “people operations”.
O problema de socializar é da pessoa e não do local. Mudar de local achando que isso “força” a socialização só causa stress, demissões e burn-out.
O ser humano é muito complexo, Paulo, e você está certo em criticar a obrigatoriedade do presencial, mas… há casos e casos. Essa generalização que você faz, de que a socialização no trabalho é fajuta, vai ao outro extremo e, por isso, acho que é meio equivocada.
Eu me considero uma pessoa introspectiva e solitária e, de tudo que o trabalho presencial proporcionava, das coisas boas e ruins, o contato com outras pessoas é o que sinto mais falta. Ainda que fossem quase todas relações superficiais, era algo fácil e de que eu gostava.
Mas ela é fajuta no sentido de que ela é superficial. Se você tem problemas em socializar-se com pessoas, essa socialização superficial vai ser como tomar um remédio pra tosse pra tratar COVID. Passa a tosse, mas o problema ainda segue lá.
Pessoas são complexas, claro, mas não devemos nos deter em um ponto como esse: o trabalho presencial é bom porque as pessoas socializam. Se esse é o motivo, estamos todos muito mais ferrados do que pensamos, porque estamos nos agarrando a trocas superficiais com pessoas que mal conhecemos como a salvação para um problema isolamento que é reiterado pelo próprio capitalismo.
Enfim, não acho que a ideia socializar no trabalho seja muito diferente da ideia de que devemos ser obrigados a sair de noite pra conhecer gente, muda só o local. a ideia por trás e a desculpa pra te colocar uma pressão são as mesmas.
Com o trabalho ainda vem o assédio (você precisa voltar), o problema do transporte (tempo perdido) e o cansaço que isso gera no longo prazo. Imagina 5x por semana durante 1 ano pergando 2/3 ônibus/trens, gastando 3/4 horas pra “socializar”.
A gente tem um problema social muito complexo e sério aqui, que foi escancarado pela pandemia.
Paulo, não existe só um tipo de socialização, muito menos essa profunda que você sugere ser a única válida. Relações superficiais também são importantes — o “bom dia” que você troca com um vizinho, a conversa de elevador, e, sim, a amizade/coleguismo do trabalho.
De fato, são duas coisas que não deveriam ser obrigatórias, ou que a gente sentisse como obrigatória, mas que não são, por si só, ruins. Concordo com a premissa do seu post (obrigar o retorno ao presencial é zoado), mas isso não significa que as relações no trabalho são superficiais e, por isso, ruins (ou apenas ruins/desnecessárias). Da mesma maneira que tem quem curta festar todo dia, tem que não goste e tem uma maioria que curte de vez em quando. Essa é a complexidade.
Esse é outro problema, incidental e mais presente em grandes cidades, onde pode até ser maioria, mas não é regra e deveria ser tratado como algo à parte nesse debate.
Se o tempo de deslocamento para/do trabalho fosse de 10 minutos, mudaria o argumento?
Repito: você está generalizando um cenário que é, por definição, variável. As pessoas são muito diversas, os gostos, preferências, formas de socialização, satisfação com elas etc.
@ghedin: um ponto apenas: você está dizendo que perder horas no trânsito não é a regra? Já se deparou com as periferias? Com as pessoas que não podem pagar apartamentos no centro/zonas nobres? O que você diz ser “incidental e mais presente em grandes cidades, onde pode até ser maioria” é basicamente o dia-a-dia da maioria dos trabalhadores desse país, tem pesquisa sobre isso (grifo meu):
E respondendo: se o tempo de deslocamento fosse de 10 minutos, eu pudesse ir caminhando pro trabalho, eu não iria mesmo assim porque eu não gosto, mas o argumento de deslocamento seria inválido, por exemplo.
@Ghedin: só pra fazer a conta:
– 6.4/semana = 1.28 por dia nas capitais.
– 1.52h por dia em SP e pouco menos do que isso no RJ.
Agora atente-se pra uma detalhe: média. Nessa média tem as pessoas que levam 10 minutos e as que levam 4h. Se a média é alta (a artimética simples), isso nos dá uma boa indicação de que a média harmônica é alta (perto das 4h, eu chutaria) com um desvio padrão também alto.
Claro que em cidades pequenas será menor, em cidades médias um pouco maiors, em cidades com transporte público melhor, menor tempo, em cidades mais distribuídas igualitariamente idem. Mas está longe de não ser a regra, infelizmente.
Opa, sim, continuo concordando com você. Eu não acho que forçar as pessoas a socializarem resolve nada, só piora na real.
O que eu queria dizer é que tem gente que se beneficia disso, desse contato “mais fácil” que o trabalho traz pra elas. Por isso, acho okay algumas pessoas quererem isso, não acho que seja uma forma de socializar inferior a qualquer outra. Conheço muitas pessoas que sofreram muito com isso durante o lockdown. Agora essas pessoas podem, por opção delas, voltar.
Vale a mesma resposta que eu deu ao Ghedin acima. Se essa é a motivação, estamos muito pior do que pensamos.
> o trabalho presencial é bom porque as pessoas socializam
Eu também acho que não, por mais que tenham empresas usando esse argumento pra convencer as pessoas a voltarem.
Mas eu acho que é okay o individuo querer voltar pra socializar mais do que a situação atual dele.
@André Gil
Claro, ele quer voltar, volte. Já vi chamarem isso de Open Office. O problema é a falsa ideia de que é necessário. Seja 100% presencial ou “hibrido” (que só tem 1/2 dias de home office).
minha experiência é que para atividades que possam ser exercidas em casa, trabalhar em casa é melhor tanto para o funcionário ** quanto para a empresa**
o cara que trabalha mal no home office também trabalha mal no presencial
simplesmente não faz sentido obrigar trabalho presencial