Ontem o The Guardian anunciou que está deixando de aceitar publicidade de jogos de azar em todo o mundo, em todos os veículos on-line e impressos da empresa.
A medida é válida para apostas esportivas e cassinos online, e exclui loterias, dada a natureza “não instantânea” do prêmio e por ser usada para boas causas, de acordo com a matéria.
Não lembro se outra empresa já tinha adotado alguma medida do tipo, ou se eles são os primeiros. Eles também já baniram publicidade de empresas de combustíveis fósseis desde 2020.
Enquanto isso, tem YouTuber BR defendendo empresas de jogos de azar online com unhas e dentes… lamentável.
As vezes acho que esse é um dos males do Brasil não ter combatido o Jogo do Bicho.
Essa contaminação por casas de apostas não é um problema exclusivo do Brasil, nem surgiu aqui. Muito antes o futebol europeu já estava dominado por elas.
O Brasil está muito ruim nisso, as plataformas de apostas e cassinos contaminaram o mundo digital (Youtube, o futebol, etc), e mesmo no mundo material já vi uma estação de metrô tomada de anúncios deles no Rio de janeiro.
É outra escala e nunca divulguei, mas semana sim, semana também, recebo propostas de publicidade de cassinos e/ou sites de apostas. Deve estar rolando tanta grana que eles fazem prospecção no atacado, enviando e-mails a qualquer site ativo dispostos a anunciar.
Alguns são banners, mas tem muitos que propõem veicular um texto e, no meio dele, colocar um link para o site — o famoso “link building”.
São tantos e-mails que eu parei de responder. Antes, eu dizia que o Manual não trabalha com esse tipo de anúncios, mas não adianta muito. Devem usar sistemas automatizados, porque dali a uma semana a mesma empresa volta a mandar um e-mail assinado por outro representante de vendas.
Opa, lembrei que já escrevi sobre isso sim, em abril de 2022.