Mais importante que pensar nos eventuais estragos que imagens “falsas” produzidas por IAs podem gerar, é fundamental refletir sobre como elas sedimentam, consolidam e hegemonizam um determinado regime de visualidade ocidental, moderno e eurocentrado. Neste sentido, as IAs tendem a promover uma violência profunda baseada no que a autora chama de “eugenia maquínica do olhar” ao mesmo tempo em que configuram novas ferramentas fascinantes de criação.
Esta perece ser a discussão principal no momento: como impedir que IAs repercutam ainda mais regimes de visualidade coloniadores, invisibilizadores e opressores.
Gisele Beiguelman, a autora, é provavelmente a mais importante artista plástica e pesquisadora a lidar hoje com a relação entre produção de imagens, arte e novas tecnologias.