TSE aprova regras mais duras para combater desinformação eleitoral no segundo turno.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou uma resolução que endurece o combate à desinformação nas eleições a dez dias do segundo turno. Na avaliação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, após um bom primeiro turno nesse sentido, o segundo tem sido um desastre.

São várias medidas que têm a intenção de acelerar a remoção de conteúdo que desinforma deliberadamente e frear canais e veículos que agem de má fé, como a Jovem Pan e canais bolsonaristas do YouTube.

Plataformas de vídeo — YouTube, Kwai e TikTok — têm sido as principais fontes de dores de cabeça.

Há quem diga que as novas regras chegaram tarde e me pergunto, sem desmerecer o trabalho que tem sido feito nem sua importância, se isso não é enxugar gelo. O ambiente está contaminado por uma força política mitomaníaca que, infelizmente, conseguiu enganar metade do país.

Para ler o que muda, sugiro as coberturas dos veículos ao lado. Via Folha de S.Paulo, Jota, Núcleo.

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16 comentários

  1. O mais legal foi a Min. Carmen Lúcia reconhecendo que censura não pode, que é inconstitucional, que é contra a jurisprudência do supremo, que é preocupante, que não podemos voltar ao brasil da censura… mas que até o dia 30 pode, pra impedir um canal do youtube de colocar um video no ar.

    Ou seja, não é sobre o que pode e o que não pode, é sobre se você é da beautiful people ou não.
    Beautiful people pode tudo.

    Dá até vontade de votar no bozonazi, só de raiva.

    1. André, deixe-me perguntar: se eu tiver informações suas da sua vida, das besteiras que você faz, eu tenho liberdade para fazer um vídeo sobre elas e colocar no YouTube? Pergunta honesta.

      1. Não . Isso se chama doxxing.

        Estamos falando de políticos, pessoa públicas, e de seus atos. Não confusa alhos com bugalhos.

        1. Então, mesmo às pessoas públicas existem limites. Não deveria ter esta briga de narrativas, só que a situação é bem mais complexa que de fato demandaria uma “censura”* – no caso justamente o impedimento de veiculação de notícias falsas. Ainda mais em excesso.

          O que o lado da campanha do salnorabo tá fazendo é pior que doxxing – o que tá rolando de ameaças para a pessoa votar no salnorabo ou até compra de votos, e isso tudo documentado, relatado em jornais e repassado em redes sociais. E na verdade, boa parte do doxxing está sendo feito pela extrema-direita (defensores do salnorabo). Vide as pessoas que tomam um tiro só porque tem uma bandeira do Lula. E se falar “ah, mas gente de esquerda já brigou ou deu tiro em alguém de direita”, bem, não vou negar, mas o número é maior a partir da “direita”.

          (Eu não vou negar que já fiz doxxing uma vez beem no passado uma vez que fizeram um comentário idiota no Gizmodo e fui atrás da pessoa para tirar uma onda, creio que depois disso parei).

          Enfim, quem confundiu alhos com bugalhos foi tu. Inclusive sua última frase tem uma ironia notória. Pensa um pouco antes de digitar.

          * (o problema do termo “censura” é que não consigo achar algo que seja equivalente a impedimento após um ato que não foi impedido de acontecer, ou “censurado”. Por exemplo, divulguei dados do “André” falando mal dele e acusando de ser parte de um esquema criminoso. Isso é doxxing, mas o fato de existir uma proibição sobre este ato não deixa de ser uma espécie de “censura” – eu poderia até agir, mas sei que não deveria pois pagaria uma multa ou seria preso. Vide o deputado Daniel Oliveira que foi preso após ameaças ao STF. Por lei eu não posso ficar ameaçando o STF, uma hora a polícia e a justiça batem na minha porta).

          E antecipando pedidos de desculpa ao Ghedin caso notório algum abuso no texto.

    2. Concordo que algumas vezes o Xandão exagera, mas nesse campo das mídias digitais e desinformação é tudo novo, ninguém sabe o que fazer. Deixar rolar solto?
      Fora que, com o Bolsolini pedindo a cabeça do cara dia sim, dia também, é querer demais que ele ainda faça vista grossa, né?

  2. Vocês DE FATO acreditam que só quem é pró-Bolsonaro espalha desinformação?
    A mim parece que a “metade” enganada, na verdade, são as duas.

    1. Longe disso, mas é inegável que no bolsonarismo a escala está em outro patamar. É industrial. A eleição e todo o governo de Bolsonaro foram feitos com base nisso, em mentiras. Chegou um ponto em que virou delírio, alucinação coletiva (ou negação da realidade, sei lá).

      1. Hum… É não possível que a mesma insanidade que os apoiadores de A veem em B, os de B também veem em A?
        Desculpe-me a sinceridade, mas essa definição de candidato do bem e candidato do mal me soa de uma inocência imensa (até porque o viés do juizão é claro).
        Mas seu comentário me leva a mais uma questão: o que é “bolsonarismo”?
        Eu tenho a impressão de que cada um tem o seu próprio conceito.

        1. Possível é, é o que bolsonarista argumenta, mas, sinceramente, Boris, depois desses quatro anos de destruição absoluta de tudo, as diferenças (para quem se esforça o mínimo para observar) são muito contundentes. As boiadas que passaram, a condução catastrófica da pandemia, a obliteração do ensino público, da pesquisa, a política de morte, de armar a população como se isso resolvesse alguma coisa, a incompetência generalizada e, óbvio, a corrupção na cara dura.

          Eu não compro esse “doisladismo” e não conheço ninguém digno de ser ouvido que compre. E… não me leve a mal, mas já passo raiva demais tendo esse tipo de debate com parentes, então vou me abster aqui.

          1. Tudo bem, obrigado pela resposta.
            Foi uma pergunta honesta (pra diminuir meu analfabetismo político) e não provocação disfarçada.
            Pra mim, tudo que é “ismo” só serve para inicialmente dividir, em seguida polarizar e desviar daquilo que de fato importa.

          2. @ boris

            Acredito que sua pergunta tenha sido uma honesta :)

            Não sou (nem o Manual) o melhor lugar para análises políticas. Por mais demonizados que sejam (em alguns aspectos, ainda que poucos no quadro geral, com razão), os jornalões têm ótimos colunistas que têm dado contexto, ao longo desses quatro anos, do governo errático e atípico de Bolsonaro. (Fora as reportagens e notícias, o factual.)

            Leio e gosto de gente como Conrado Hübner, Celso Rocha de Barros, Malu Gaspar, Bernardo Mello Franco, dos artigos de opinião da Piauí.

            Nessa última, aliás, saiu uma boa síntese da catástrofe bolsonarista dia desses.

  3. “A minha preocupação com a internet é que, quando você tem muita liberdade e não sabe usá-la, está jogando fora um espaço de conquista extraordinário. Eu sou contra qualquer veto à utilização da internet, mas favorável a responsabilizar as pessoas que a utilizam.” (Lula, 2014).

    Hoje eu li diversas matérias sobre a procuradora que chamou a Michelle de “vagabunda” e como esta se diz chocada, como ela chorou com o comentário da Barbara Gancia envolvendo a filha Laura. Procurei mas não achei a expressão de choque e as manifestações de solidariedade dela e de Bolsonaro com os comentários sobre a morte do neto do Lula e os vídeos supostamente mostrando a filha da Maria do Rosário como uma anoréxica drogada.

    Como dizia a minha avó, o vento não se importa pra que lado ele leva as sementes.

  4. Discordo do “enganar metade do país”, diria que “enganar” se aplica a uma parte desse pessoal. Essas tendências fascistas já estavam cá entre nós. Conheço gente que sabe que são fake news, mas apoia mesmo assim.

    1. Eu não sei quando “acordei” sobre este assunto (creio que foi tanto lendo Manual do Usuário e o Leonardo Rossatto), mas tipo, me lembro de por um tempo até ter uma ideia nesta linha, depois que fui confrontado (até aqui nos comentários), meio que caiu a ficha e aprendi bastante.

      E também me fez entender o porque muitos apoiam. Como você coloca, são as pessoas que já tem esta “tendência” – policiais e profissionais de justiça corruptos, pessoal que meio que ganha a vida de forma “cínica” em uma zona cinza de fiscalização e controle (galera do jogo do bicho por exemplo), homens frustrados que viram no salnorabo um eco de suas frustrações…. enfim.

      Fora que também por anos e anos fomos metralhados pela mídia – a mesma que hoje é ofendida por parte destes – sobre as gestões mais sociais, que defendiam melhor a transparência como forma de combate a corrupção.

      Enfim. É esperar que dia 30 a gente veja qual lado vai ganhar, e como vamos lidar no futuro. Tenho um certo receio, mas alguma expectativa mínima de que as coisas vão decantar no ano que vem.

  5. Infelizmente, chega tarde esta ação. É fato que estes meios de comunicação não somente propagam fake news como ganham dinheiro, seja via AdSense, cursos e sites de vendas de produtos relacionados. E realmente, poluíram a mente de metade da população. O estrago foi grande, e acredito, irreversível.