O Telegram bloqueou 64 canais na Alemanha acusados de espalhar desinformação a respeito da pandemia de covid-19, teorias da conspiração e extremismo de direita, segundo o jornal Süddeutsche Zeitung.
A exemplo do Brasil, a Alemanha vinha tentando, sem sucesso, estabelecer contato com o Telegram. E, como aqui, lá também rolaram ameaças de bloquear o aplicativo em todo o país devido à ausência de interlocução com autoridades locais. Até então, o Telegram só respondia às autoridades norte-americanas. Via Deutsche Welle (2) (em inglês).
A nota diz que os canais foram “acusados”. Significa que alguém denunciou e a empresa recebeu a denúncia e, mais importante, agiu. Isso pra mim é uma luz no fim do túnel, o Telegram não é tão acéfalo quanto estão fazendo a gente acreditar só porque ninguém responde “alô” do outro lado.
A notícia da Deutsche Welle não especifica que essas denúncias vieram de usuários. Provavelmente, sim, mas não necessariamente.
É verdade. Se entendi e notícia, foram as autoridades do país que fizeram o contato com o Telegram, certo? Mas não deixa de ser uma boa novidade essa reação da empresa, que novamente me remete ao palpite da objetividade: havia um fato objetivo bem especificado. E nós, aqui no Brasil, estamos pedindo o quê, objetivamente? (hahahaha). Só não tem salvação ainda a arrogância da empresa.
O que eu não entendo, de verdade, é porque o Telegram remove rapidamente grupos que violam direitos autorais (como canais de filmes e de BBB, por exemplo) ou que compartilham pornografia em geral, mas ignora grupos extremistas e/ou que divulgam fake news.
O meu palpite para responder teu questionamento é que, em certos casos, existe legislação específica e objetiva (como é o caso dos direitos autorais), ou objetivamente fere a política da empresa (pornografia). Agora, o que define um grupo extremista/fake news? É mais custoso identificar esses grupos, não é passível de automação, não existe uma objetividade que defina claramente o que é ou não é…
A própria legislação também ajuda a definir. Quando se fala de grupos de ódio / extremistas, são aqueles que de alguma forma praticam crimes de intolerância (injúria, racismo, etc…), geralmente categorizados em legislações locais. Fake news é perjúrio, injúria, um advogado pode falar melhor onde atribuí a lei.
Não duvido inclusive que existam policiais e anônimos monitorando grupos, mas muitas vezes o melhor é bloquear mesmo para evitar que cresçam demais e virem algo negativo